quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A covardia da eutanásia


A vida humana é um dom sagrado de Deus e deve ser respeitada

Os Asilos na Alemanha estão se convertendo em abrigo para idosos que fogem da Holanda com medo de serem eutanasidados a pedido da família. São quatro mil casos de eutanásia por ano, sendo um quarto sem aprovação do paciente. (http://www.dw.de/notícias/s-7111).Por exemplo, o novo asilo na cidade alemã de Bocholt, perto da fronteira com a Holanda, acolheu muitos holandeses com medo de serem assassinados pela própria família, autorizando a antecipação de sua morte. Na Alemanha a eutanásia foi banida depois que os nazistas a praticaram em larga escala, na Segunda Guerra Mundial, contra deficientes físicos e mentais e outras pessoas que consideravam indignas de viver. Por outro lado, a Holanda, pioneira em medidas liberais inimagináveis, como a legalização de drogas, prostituição, aborto, aprova a eutanásia. Há um ditado que diz que tudo que acontece de ruim para o homem, acontece primeiro na Holanda.Uma análise feita pela Universidade de Göttingen de sete mil casos de eutanásia praticados na Holanda justifica o medo de idosos de terem a sua vida abreviada a pedido de familiares. Em 41% destes casos, o desejo de antecipar a morte do paciente foi da sua família. 14% das vítimas eram totalmente conscientes e capacitados até para responder por eventuais crimes na Justiça.

A facilidade da lei deixa os médicos de mãos livres para praticar a eutanásia de acordo com a sua própria interpretação do texto legal, na opinião de Eugen Brysch, presidente do Movimento Alemão Hospice, que é voltado para assistência a pacientes em fase terminal, sem possibilidades terapêuticas. Os idosos perderam a confiança na medicina na Holanda. Por isso, eles procuram com maior frequência médicos alemães, segundo Inge Kunz, da associação alemã Omega, voltada para assistência a pacientes terminais e suas respectivas famílias.

A lei determina que a eutanásia só pode ser permitida por uma comissão constituída por um jurista, um especialista em ética e um médico. Na falta de um tratamento para melhorar a situação do paciente, o médico é obrigado a pedir a opinião de um colega. Mas na prática a realidade é outra, segundo os críticos da eutanásia e o resultado da análise que a Universidade de Göttingen fez de sete mil casos de morte assistida na Holanda.

Trata-se de uma profunda covardia. Assassinar o idoso no final de sua vida, contra a sua vontade é um crime hediondo. Que civilização é esta que não respeita o idoso, que construiu o país, gerou os filhos e trabalhou pela nação? Impera o egoísmo, o comodismo, o desrespeito ao homem e ao Criador. É a violência covarde dos fortes contra os fracos; dos protegidos contra os indefesos.

A Igreja Católica, que tem o senso de Cristo, defende que a vida humana é um dom sagrado de Deus que deve ser respeitada desde a concepção até a morte natural.

Ela não quer que se faça a obstinação terapêutica, isto é, manter o paciente vivo com custos e recursos extraordinários, quando ele já não tem mais condições de viver; mas não se pode impor-lhe a morte, subtraindo recursos e medicamentos ordinários.


O que diz o Catecismo da Igreja:

2277 – Sejam quais forem os motivos e os meios, a eutanásia direta consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas. É moralmente inadmissível.

Assim, uma ação ou uma omissão que, em si ou na intenção, gera a morte a fim de suprimir a dor, constitui um assassinato gravemente contrário a dignidade da pessoa humana e ao respeito  pelo Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo no qual se pode ter caído de boa-fé não muda a natureza deste ato assassino, que sempre deve ser proscrito e excluído (SDF, decl. Iura et bona, 1980).

2278 – A interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais aos resultados esperados pode ser legítima. É a rejeição da “obstinação terapêutica”. Não se quer dessa maneira provocar a morte; aceita-se não poder impedi-la. As decisões devem ser tomadas pelo paciente, se tiver a competência e a capacidade para isso; caso contrário, pelos que  têm direitos legais, respeitando sempre a vontade razoável e os interesses legítimos do paciente.

2279 – Mesmo quando a morte é considerada iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar  os sofrimentos do moribundo, ainda que o risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme à dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por esta razão devem ser encorajados.

Prof. Felipe Aquino

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