sábado, 17 de fevereiro de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 17/02/2024

ANO B


Lc 5,27-32

Comentário do Evangelho

Jesus à mesa com os publicanos

A refeição na casa de Levi é a ocasião para Jesus explicitar sua missão ante aqueles que lhe faziam oposição, neste caso, os escribas e os fariseus. Chamado ao seguimento de Jesus, Levi oferece um "grande banquete" em que estão presentes "um grande número de publicanos e de outras pessoas", e Jesus com eles à mesa. Quem diz publicano, diz pecador. A mesa, o banquete, é símbolo da acolhida, de comunhão e prefiguração do banquete escatológico. No episódio de Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, o leitor é informado de que não se entra na casa de um pecador: "Foi hospedar-se na casa de um pecador!" (Lc 19,7; ver também Lc 15,1ss). Por isso, a murmuração dos escribas e dos fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha. A misericórdia de Deus tem precedência sobre o sistema de pureza. Nesse contexto, a missão de Jesus é afirmada: "Não é justos que vim chamar à conversão, mas sim a pecadores" (v. 32). O final do episódio de Zaqueu é ainda mais explícito: "... o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19,10).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte: Paulinas em 16/02/2013

Comentário do Evangelho

A missão de Jesus

“Depois disso” refere-se ao episódio da cura do paralítico e à discussão com os escribas e os fariseus sobre o perdão dos pecados (Lc 5,17-26). O banquete oferecido por Levi a Jesus pode ser considerado expressão da alegria pelo encontro com o Senhor e a despedida do publicano de sua vida passada. Os seus amigos estão presentes, entre eles um grande número de publicanos, reconhecidos pelos judeus praticantes como impuros, pecadores públicos, pessoas na casa de quem um justo não pode entrar nem assentar-se à mesa com eles, sob pena de tornar-se impuro. A mesa, a refeição são símbolos de comunhão, de acolhida e antecipação do banquete escatológico. Eis a razão da murmuração dos escribas e fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha e quem não possa acolhê-lo. O amor de Deus, sua misericórdia, tem absoluta precedência em referência a qualquer regra, inclusive em relação às regras de pureza que excluem da comunhão com Deus e eximem do dever de socorrer o outro em suas necessidades (ver: Lc 10,25-37). É a presença do Senhor, e não outro alguém ou coisa, que purifica e santifica a todos, e integra-os na comunhão com Deus. O nosso texto é ocasião para afirmar, com clareza, a missão de Jesus (vv. 31-32; cf. Lc 19,10).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte: Paulinas em 08/03/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Não vim chamar os justos ao arrependimento


Quaresma é tempo de conversão, tempo de retorno e de mudança de rumo, tempo de revisão das ideias que povoam a nossa mente, tempo de mudar de mentalidade e purificar o coração. Levi era considerado pecador público por coletar impostos para os invasores romanos.
Passando por ele, Jesus o chama. Ele se levanta, deixa tudo e segue Jesus. Deixa todas as amarras. Uma vez livre, levanta-se e põe-se a andar. Movimento é vida. Antes Levi estava sentado na coletoria de impostos. Agora se levanta e segue Jesus. Levi faz uma festa com seus amigos publicanos e com outras pessoas consideradas pecadoras. E Jesus estava com eles porque precisavam da sua presença salvadora.
Fariseus e escribas criticavam tudo o que estavam vendo. Julgavam ser justos. Podiam reconhecer que também eram pecadores necessitados de salvação e então participar da festa, mas não. Afastam-se da fonte da vida, isolam-se em suas críticas. Estão presos na sua imaginária justiça. Se abrirem as portas do coração, Jesus entrará em suas vidas. O início da graça é puro dom de Deus, mas necessita ser acolhido. Jesus chamou Levi, e este tomou a iniciativa de preparar-lhe uma festa.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

O Mestre nos ensina a ver o ser humano além da sua pequenez aparente. Que nós saibamos enxergar em cada Levi, assentado em sua banca de cobrador de impostos, o futuro Mateus, apóstolo, evangelista, capaz de oferecer a vida em sacrifício pelo Reino que anunciava, a mandato do Senhor.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

Um simples chamado – «Siga-me.» – transforma uma vida. O Evangelho escrito pela Comunidade de Mateus deixa transparecer a profundidade da conversão daquele homem. Como a Mensagem do Cristo encharcou a vida do cobrador de impostos, tão mal visto pelas autoridades religiosas e pelo povo do seu tempo. Uma ocasião oportuna para pensarmos na nossa própria conversão...
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2018

VIVENDO A PALAVRA

Levi, um judeu a serviço do Império Romano, era discriminado por seu povo. Mas Jesus não pensava assim. Chamou-o para sua companhia e aceitou o convite para jantar em sua casa. Estabelecia, assim, um modelo de relação aberta com todos os irmãos, sem preconceitos ou discriminações. Sigamos o bom exemplo do Mestre!
Fonte: Arquidiocese BH em 29/02/2020

Reflexão

Nós queremos afastar os pecadores da Igreja e isso é o maior erro que podemos cometer. Jesus acolhia todos os pecadores e pecadoras e comia com eles, sendo que muitas vezes como, por exemplo, no evangelho de hoje, os chamava para ser seus seguidores, e até mesmo apóstolos. A nossa prática, no entanto, está na maioria das vezes fundamentada na discriminação das pessoas por causa de determinados tipos de pecado, e isso faz com que sejamos iguais aos fariseus do tempo de Jesus, que discriminavam os pecadores, os expulsavam do Templo e consideravam impuras todas as pessoas que se relacionavam com eles. Devemos acabar com o farisaísmo que muitas vezes marca a Igreja na discriminação dos pecadores e termos a atitude da acolhida que Jesus tinha.
Fonte: CNBB em 16/02/2013 08/03/2014

Reflexão

Na época de Jesus, cobradores de impostos eram malvistos por estarem a serviço da autoridade romana: aproveitavam-se do ofício para se enriquecerem à custa do povo. “Os fariseus e seus doutores da Lei” os tachavam de “pecadores”. Por isso, Jesus toma uma atitude ousada ao convidar um desses fiscais a fazer parte do seu grupo de seguidores. Ademais, aceita o convite para comer em sua casa, ocasião em que Levi se despede do passado e presta homenagem ao novo senhor (Jesus). Os fariseus, que classificam as pessoas como puras ou impuras, sentem-se provocados. Questionam o Mestre, o qual esclarece sua missão: “Eu não vim chamar justos, e sim pecadores, para a conversão”. Levi é modelo do pecador arrependido e perdoado que se converte em apóstolo (Mateus).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 17/02/2018

Reflexão

As palavras e o agir de Jesus são marcados por aparente simplicidade e, ao mesmo tempo, por grande profundidade. Ao responder que são os doentes que precisam de médico, Jesus está afirmando o óbvio; contudo, muitas vezes o óbvio não é percebido e, por isso mesmo, não desperta nossa sensibilidade nem provoca em nós algum tipo de atitude. Infelizmente, o olhar do ser humano se acostuma a ver realidades duras e pesadas, feias e injustas, e as considera como algo “normal”, parte do cenário ou da paisagem. A sensibilidade do olhar de Jesus é bem diferente, pois leva ao acolhimento dos excluídos, e possibilita que eles retomem sua dignidade. Jesus “viu” Levi e o chamou para segui-lo. Jesus sabia que Levi era um pecador público, mas essa condição não o desqualificava como ser humano, desde que tivesse o desejo de mudar e converter-se.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 05/03/2022

Reflexão

Na época de Jesus, cobradores de impostos eram malvistos por estarem a serviço da autoridade romana: aproveitavam- se do ofício para enriquecer à custa do povo. “Os fariseus e seus doutores da Lei” os tachavam de “pecadores”. Por isso, Jesus toma uma atitude ousada ao convidar um desses fiscais para fazer parte do seu grupo de seguidores. Ademais, aceita o convite para comer em sua casa, ocasião em que Levi se despede do passado e presta homenagem ao novo Senhor (Jesus). Os fariseus, que classificam as pessoas como puras ou impuras, sentem-se provocados. Questionam o Mestre, o qual esclarece sua missão: “Eu não vim chamar justos, e sim pecadores, para a conversão”. Levi é modelo do pecador arrependido e perdoado que se converte em apóstolo (Mateus).
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores»

Rev. D. Joan Carles MONTSERRAT i Pulido
(Cerdanyola del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje vemos como avança a Quaresma e a intensidade da conversão a que o Senhor nos chama. A figura do apóstolo e evangelista Mateus é muito representativa daqueles que podemos chegar a pensar que por causa do nosso historial, ou pelos pecados pessoais ou por situações complicadas, é difícil que o Senhor repare em nós para colaborarmos com Ele.
Pois bem, Jesus Cristo, para nos tirar de toda a dúvida põe-nos como primeiro evangelista um cobrador de impostos Levi, a quem diz sem rodeios: «Segue-me» (Lc 5,27). Fez, com ele exatamente o contrario daquilo que a mentalidade “prudente” poderia esperar. Hoje procuramos ser “politicamente corretos”, Levi —pelo contrário— vinha de um mundo que tinha repulsa pelos seus compatriotas, pois consideravam-no, apenas por ele ser publicano, colaboracionista dos romanos e possivelmente fraudulento com as “comissões”, o que afogava os pobres ao cobrar-lhes os impostos, em fim, um pecador público.
Aos que se consideravam perfeitos não se lhes passava pela cabeça que Jesus não apenas os chamaria a segui-lo, nem muito menos apenas a sentarem-se à mesma mesa.
Mas com esta atitude, ao escolhe-lo, Nosso Senhor Jesus Cristo diz-nos que é mais deste tipo de gente de quem gosta de se servir para estender o seu Reino; escolheu os malvados, os pecadores, e os que não se consideram justos: «Para confundir os fortes, escolheu os que são débeis aos olhos do mundo» (1Cor 1,27). São estes os que necessitam de médico, e sobretudo, são eles os que compreenderão que os outros o necessitam.
Devemos pois evitar pensar que Deus quer expedientes limpos e imaculados para O servir. Este expediente apenas o preparou para a Nossa Mãe. Mas para nós, sujeitos da salvação de Deus e protagonistas da Quaresma, Deus quer um coração contrito e humilhado. Precisamente, «Deus escolheu-te débil para te dar o seu próprio poder» (Sto. Agostinho). Este é o tipo de gente que, como diz o salmista, Deus não menospreza.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Podes ser salvo, se é isso que tu queres. Só tens de te pôr nas mãos do médico, e ele abrirá os olhos da tua alma e do teu coração. ¿Que médico é este? Deus, que salva e vivifica mediante a sua Palavra. E é que foi por meio da Palavra e da sabedoria que tudo foi feito» (São Teófilo de Antioquia)

- «Um dado que salta à vista: Jesus no exclui ninguém da sua amizade: ‘Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’ (Mc 2,17). A boa nova do Evangelho consiste de facto nisto: no oferecimento da graça de Deus ao pecador!» (Bento XVI)

- «Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: ‘Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’. Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa ‘alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa’ (Lc 15,7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida ‘pela remissão dos pecados’ (Mt 26,28)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 545)

Reflexão

O anúncio do Evangelho consiste no oferecimento da graça de Deus ao pecador

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus acolhe no grupo dos seus íntimos um homem que era considerado como um pecador público. Mateus não só manejava dinheiro considerado impuro por provir de pessoas de fora do povo de Deus, mas que além do mais colaborava com uma autoridade estrangeira, odiosamente ávida, cujos tributos podiam ser determinados arbitrariamente. Em mais que uma ocasião, os Evangelhos mencionam conjuntamente aos “publicanos e pecadores”, aos “publicanos e prostitutas”.
Um dado que salta à vista: Jesus não exclui ninguém da sua amizade. E mais, precisamente enquanto se encontra sentado na mesa da casa de Mateus-Levi, respondendo a quem estava escandalizado pelo facto de frequentar companhias pouco recomendáveis, Cristo pronuncia a importante declaração: “Não vim a chamar os justos, mas os pecadores”.
— A boa nova do Evangelho consiste precisamente nisto: no oferecimento da graça de Deus ao pecador! Quem se encontra aparentemente mais afastado da santidade, pode converter-se inclusive em modelo de acolhimento da misericórdia de Deus.

Recadinho

Preciso de conversão? - Vocação é Deus chamando a gente para ser útil em algum serviço. Que serviço presto? - Sempre é tempo de pensar melhor nas coisas de Deus. Vamos refletir? - Faço periodicamente algum plano para minha vida espiritual? - Jesus acolheu os doentes, os pecadores. Como vai meu coração? Está sadio?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 08/03/2014

Meditação

“Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão.” Jesus e seus discípulos nem sempre estavam entre gente piedosa e de boa fama. Na verdade, muitos nem eram gente má, apesar de tratados com desdém pelos que se consideravam justos. Na resposta de Jesus podemos até notar certo ar de ironia quando disse que não tinha vindo para os justos, para os que não se reconheciam necessitados de salvação, contentes consigo mesmos. A resposta de Jesus é clara e forte.
Oração
Ó DEUS ETERNO E TODO-PODEROSO, olhai com bondade a nossa fraqueza e estendei, para proteger-nos, a vossa mão poderosa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus chama Mateus: «Segue-me». Ele deixa tudo e o segue


Hoje seguimos a História de Leví (são Mateus). Jesus o chamou e imediatamente deixou aquela posição acomodada para ir com o Senhor. Estava tão feliz que organizou um banquete para que sus colegas e amigos também estivessem com Jesus. Os fariseus criticaram que o Mestre comesse com eles. Que tipos tão chatos, esses fariseus! Quem eram eles para dizer que os amigos de Levi eram pecadores?
—Jesus Cristo come com todos, especialmente com os mais “doentes da alma”.

Meditando o evangelho

CONVIDADOS À CONVERSÃO

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Não existe melhor meio de "queimar" alguém, do que levantar suspeitas sobre sua vida moral. No fundo, este era o ponto visado pelos adversários de Jesus: quem se mistura com os pecadores, assim pensavam, só pode ser do mesmo calibre deles.
Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam. Era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.
Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte: Dom Total em 17/02/2018 29/02/2020

Meditando o evangelho

A presença do Filho de Deus, na história humana, tinha uma finalidade bem concreta: trazer salvação para toda a humanidade. Fiel à missão recebida do Pai, Jesus foi em busca dos mais necessitados de salvação. Sua presença no meio dos publicanos e pecadores, com os quais comia e bebia, tinha o objetivo, claramente missionário, de sensibilizá-los para a oferta que o Pai lhes fazia.
Os marginalizados mostraram-se mais sensíveis à presença de Jesus, e mais puderam beneficiar-se dela, do que os escribas e fariseus. Fechados em sua própria arrogância, e seguros de terem a salvação garantida, estes últimos censuravam a atitude do Messias Jesus, quando ele se misturava com gente de má-fama, e dava mostras de sentir-se bem no meio deles.
Pensando bem, os que censuravam Jesus, eram os verdadeiros doentes, que careciam de médico. Segregando-se dos pecadores, revelavam uma grave falta de solidariedade e incapacidade de colocar-se do lado daqueles aos quais Deus queria ver salvos. Pensavam que, assim agindo, agradavam a Deus. Na verdade, estavam indo na contramão, pois o desejo divino era e é ver toda a humanidade reconciliada consigo.
A presença eficaz de Jesus junto aos pecadores deve inspirar os cristãos, uma vez que sua missão é fazer o amor de Deus fermentar este mundo que precisa ser salvo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de universalidade, sensibiliza meu coração para acolher os apelos que me vêm da humanidade sofredora, para a qual devo ser testemunha do Reino.
Fonte: Dom Total em 05/03/2022

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Seguir Jesus com Liberdade e Dignidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

O chamado do publicano Levi, nos três Evangelhos sinóticos, segue-se à proclamação do perdão dos pecados feita por Jesus ao paralítico. Confirmam-se, assim, com o chamado e o convívio com Levi, a valorização e a libertação que Jesus vem trazer aos "pecadores" discriminados pelo sistema religioso.
Os publicanos, ou coletores de impostos, trabalhavam para administradores romanos e, por sua profissão, tinham contínuos contatos com os comerciantes gentios; com isso, eram considerados impuros e pecadores pelos critérios religiosos raciais da Lei, e excluídos pelos chefes religiosos de Israel, que se achavam "justos".
Jesus não se volta para os excluídos apenas para libertá-los e restituir-lhes a dignidade. Ele os inclui também na colaboração em seu ministério. A sucinta narrativa inicial, do chamado de Levi, é típica das narrativas bíblicas de vocação.
Contudo, compreende-se que o seguimento de Jesus pelo discípulo é resultado de um amadurecimento de convívio e de conhecimento entre ambos.
Fonte: NPD Brasil em 16/02/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A alegria de Mateus...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um cobrador de impostos deveria ser uma pessoa bem triste, de um lado era usado pelo sistema Imperialista para arrecadar valores, e de outro, eram odiados pela maioria do povo e pela liderança dos Judeus que viam neles pessoas inescrupulosas, exploradoras e que roubavam do povo pobre e dos pequenos lavradores uma vez que, eram eles que faziam suas próprias comissões. Basta aqui lembrar de Zaqueu, que após a experiência com Jesus, se mostrou disposto a restituir até quatro vezes mais, tudo o que tinha roubado...
A verdade é que, viver dessa maneira, embora se possa ter fartura de bens materiais, acaba sendo triste porque se tem poucos amigos (os da mesma laia) não se tem autoestima, não se pode contar com uma amizade sincera. Quando Jesus passou por Levi, que era o nome de Mateus, o olhou de um modo especial, não era um olhar de ódio como os demais Judeus, nem um olhar acusador que o maldiz… Mas era um olhar amigo que manifestava um amor e um afeto gratuito e incondicional, mostrando-lhe que era possível iniciar uma vida totalmente Nova.
Mateus sentiu isso, viu algo diferente em Jesus, senão não seria louco de o seguir, pois poderia cair em uma armadilha. Interessante porque Mateus deixa de lado naquele momento, algo que supostamente lhe dava felicidade, conforto e bem estar material, mas não o fazia feliz enquanto pessoa. Percebeu que aquele homem que o chamava tinha uma proposta inédita, talvez fosse sofrer prejuízos em sua economia, mas havia algo que aquele Homem poderia lhe oferecer, e que o faria realizar-se como pessoa, tendo a partir de então uma nova perspectiva que o dinheiro dos impostos não conseguia lhe dar...
O mesmo se pode dizer hoje do consumismo, que de maneira ilusória pode nos dar tudo, mas não nos pode fazer feliz porque Segurança e Felicidade só encontramos no Senhor como nos diz um Salmo.
Está explicado porque Mateus correu preparar um grande banquete para Jesus em sua casa. Ele queria comemorar a Vida nova que recebera de Jesus naquele simples chamado. Mas aí surgiu um problema... Os amigos que convidara para a festa especial eram todos da mesma laia que ele. Possivelmente foi este o primeiro trabalho de evangelização do mais novo discípulo, o evangelho não menciona, mas quem sabe quantos que estavam ali, vendo o entusiasmo de Mateus e a sua alegria incontida, e conhecendo de perto Jesus de Nazaré, que se sentou à mesa com eles, comeu, bebeu e se divertiu... Não tiveram suas vidas transformadas...
Se Jesus mantivesse a compostura de um Judeu Fiel, jamais iria chamar Mateus para integrar o grupo dos discípulos, e muito menos iria a casa dele, um ambiente mal frequentado, por gente impura e inimiga do seu povo. É isso que os Fariseus e os Escribas não compreendem, pois no modo de pensar deles, Deus só se relaciona e traz a Salvação aos que o obedecem e cumprem a Lei de Moisés. Nem notaram que Deus estava bem ali, ao lado deles, e que a sua Misericórdia e amor pelos pecadores era a maior de todas as novidades que os homens poderiam esperar...
Qual é o Jesus que está em nossas comunidades? O moralista ou Aquele que é todo amor e misericórdia, e que sabe acolher a todos, mesmo os piores pecadores…

2. O chamado de Levi
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Quaresma é tempo de conversão, tempo de retorno e de mudança de rumo, tempo de revisão das ideias que povoam a nossa mente, tempo de mudar de mentalidade e purificar o coração. Levi era considerado pecador público por coletar impostos para os invasores romanos. Passando por ele, Jesus o chama. Ele se levanta, deixa tudo e segue Jesus. Deixa todas as amarras. Uma vez livre, levanta-se e põe-se a andar. Movimento é vida. Antes Levi estava sentado na coletoria de impostos. Agora se levanta e segue Jesus. Levi faz uma festa com seus amigos publicanos e com outras pessoas consideradas pecadoras. E Jesus estava com eles porque precisavam da sua presença salvadora. Fariseus e escribas criticavam tudo o que estavam vendo. Julgavam ser justos. Podiam reconhecer que também eram pecadores necessitados de salvação e então participar da festa, mas não. Afastam-se da fonte da vida, isolam-se em suas críticas. Estão presos na sua imaginária justiça. Se abrirem as portas do coração, Jesus entrará em suas vidas. O início da graça é puro dom de Deus, mas necessita ser acolhido. Jesus o chamou e Levi tomou a iniciativa de preparar-lhe uma festa.
Fonte: NPD Brasil em 17/02/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Levi preparou um grande banquete na sua casa - Lc 5,27-32
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Nestes dias das Cinzas, São Mateus nos ensinou a praticar os atos quaresmais no segredo de Deus, sem querer que os outros vejam o que estamos fazendo e nos elogiem por isso. Mateus também nos ensinou que o verdadeiro jejum é estar sem Jesus. São Lucas, por sua vez, nos fez ouvir o anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus, e o convite para segui-lo na renúncia de nós mesmos. Hoje, antes de entrarmos na primeira semana da Quaresma, São Lucas nos põe em companhia de Levi, o cobrador de impostos, pecador público, que Jesus chama para segui-lo. Jesus é tão diferente dos religiosos de seu tempo, e de muitas pessoas religiosas do nosso tempo! Não é difícil ser bom com quem é bom nem andar com quem anda direito. Mais difícil, e mais segundo o coração de Cristo, é estar próximo de quem consideramos pecador. Veja com que rapidez Levi respondeu ao chamado do Senhor e com que alegria organizou uma festa. Jesus o valorizou. Ajudou-o a libertar-se de tudo o que o prendia na coletoria de impostos, ajudou-o a se levantar para que o seguisse. Outros teriam passado adiante sem notar sua presença e sem querê-lo em sua companhia. Era um pecador!
Fonte: NPD Brasil em 29/02/2020

HOMILIA DIÁRIA

A misericórdia de Deus vai em busca dos perdidos

Postado por: homilia
fevereiro 16th, 2013

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. Chama precisamente o “evitado” por todos para fazê-lo também merecedor do Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam, mas sim à pessoa deles, pois era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.
Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.
Os cobradores de impostos eram marginalizados porque colaboravam com o poder opressor romano, e porque tiravam o seu lucro cobrando a mais, através de extorsão. Jesus, quando entra na casa de Mateus para uma refeição, misturando-se com outros publicanos e pecadores, infringe prescrições fundamentais farisaicas e entra em comunhão com essas pessoas marginalizadas.
O termo “pecadores” era um termo técnico da época para membros de profissões desprezadas e consideradas suscetíveis de impureza ritual. Uma lista indica pessoas que trabalhavam com asnos ou camelos, marinheiros, pastores, comerciantes, médicos (por causa do sangue), açougueiros, curtidores e cobradores de impostos como membros dessa categoria de “pecadores”. Jesus se defende usando um provérbio de bom senso, também conhecido nos escritos de outros autores como Plutarco. Como o médico tem que se expor ao contágio para curar doentes, o médico espiritual se expõe à impurezas legais para salvar os marginalizados.
A misericórdia de Deus não somente acolhe, mas vai em busca dos perdidos, e os reintegra na comunidade de fé, como também mostra especialmente Lucas.
O texto pode nos levar a questionar a nossa prática de misericórdia. Pois nós também criamos categorias de “puros” e “impuros”, muitas vezes em nome de Deus. Sempre existe a tendência de formar comunidades elitizadas, que se gabam de ser praticantes, observadoras da Lei, e quem sabe, desprezam, sem que digam ou notem isso, os que não correspondem aos seus critérios.
Como são tratadas as pessoas com problemas de divórcio, de vícios, ou com uma outra orientação sexual, em nossas comunidades? As nossas comunidades se assemelham a Jesus, que ia atrás das pessoas taxadas de impuras no seu tempo, ou se assemelham aos fariseus, que se fechavam nos seus rituais e rotulavam e marginalizavam os outros – comunicando um Deus mais preocupado com a pureza ritual do que com a misericórdia?
Jesus não condena o sacrifício e os ritos, mas denuncia a situação quando o apego a eles leva ao abandono do mandamento fundamental de misericórdia. Para todos nós ressoa fortemente o desafio lançado por Jesus “aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”.
Seja Jesus o nosso modelo de compaixão, para não cairmos numa prática religiosa que rotula e marginaliza, em nome de Deus, exatamente os que mais precisam sentir o seu rosto misericordioso e compassivo.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 16/02/2013

HOMILIA DIÁRIA

Deus não leva em conta o tamanho dos nossos pecados!

Não existe pecado que nos impeça de nos aproximarmos de Deus. Muito pelo contrário, se grande é o nosso pecado, maior é a misericórdia e o amor bondoso de Deus para conosco.

”Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão.” (Lc 5, 31-32)

No contexto do Evangelho de hoje Jesus chama Levi para segui-Lo. Levi, que depois será chamado de Mateus, estava ali na coletoria de impostos, onde ele vivia de certa forma até desonesta. Os cobradores de impostos eram, muitas vezes, desonestos com as pessoas. Mas duas coisas devem ser observadas. A primeira delas: Deus é quem toma a iniciativa, Ele é quem vai atrás dos Seus filhos que estão perdidos, largados, vivendo em uma vida errada, a qual não está de acordo com a vontade d’Ele. Além de tomar a iniciativa, Deus não leva em conta o tamanho do nosso pecado ou do nosso erro.
Em outras palavras, não existe pecado que nos impeça de nos aproximarmos de Deus, nenhum pecado pode ser obstáculo para Deus se aproximar de nós. Muito pelo contrário, se grande é o nosso pecado, maior é a misericórdia e o amor bondoso de Deus para conosco, o Seu bálsamo de amor, que purifica o nosso coração para nos aproximarmos d’Ele.
Às vezes, as pessoas ficam fechadas em si, dizendo: ”Eu não tenho mais jeito, já sou um perdido”. Outros ainda dizem: ”Não, este não tem mais jeito, já é um perdido, já é um grande pecador!”. Nunca diga que alguém está perdido, nunca diga que alguém não tem jeito! Eu e você temos jeito!
O que Deus não pode fazer? O que é impossível para o Nosso Deus? Se os homens dizem que: ”Pau que nasce torto vai morrer torto”, no Reino de Deus não é assim não! As pessoas podem ser as mais tortas e envergadas por causa deste mundo, mas a bondade de Deus alcança a todas que se abrem para o Seu amor e para a Sua misericórdia.
O segundo ponto a ser observado é: uma vez alcançados pela a misericórdia de Deus, pela bondade d’Ele, que toma a iniciativa de nos salvar, é preciso que, da nossa parte, nós reconheçamos o nosso pecado e é preciso querer sair deste caminho do pecado. Não basta dizer: ”Eu tenho esse pecado, eu sou assim mesmo e pronto e acabou!”. Não, a graça, o amor, a misericórdia de Deus vão nos levantar, vão nos tirar do lamaçal que nos encontramos, do erro, da ignorância e de tudo aquilo a que nossa mente se prende. O que nós precisamos fazer é: confiar, nos entregar e seguir atrás de Jesus, porque, uma vez que nós aceitamos a Sua salvação, Ele vai nos salvando ao longo do caminho!
Que nós não sejamos portas fechadas para que os pecadores, e tantos outros que se perderam neste mundo, não encontrem o caminho da salvação. Que nós sejamos portas abertas para que quem precise de vida encontre o sentido para a vida. Para que quem vive na escuridão encontre essa Luz maravilhosa, que é Jesus!
Deus abençoe você!

HOMILIA DIÁRIA

Os pecadores são chamados à conversão

Deus nos chama para viver um tempo de conversão

“Os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão.” (Lc 5, 27-32)

A sinceridade do coração nos leva a entender e a compreender que todos nós somos fracos, doentes e pecadores. Mais cedo ou mais tarde, a fragilidade bate na nossa porta e ninguém, por mais que nos esforcemos, que façamos exercícios físicos ou sejamos disciplinados no alimentar, tudo isso pode prolongar um pouco mais a nossa vida e, é ótimo! Mas, a fragilidade bate na nossa porta, pois, uma vez que, a morte entrou no mundo, somos sujeitos a ela e à medida que o tempo passa, ela nos chama para mais perto.
É o ciclo o ciclo natural da vida e isso não é ruim. Na verdade é uma graça reconhecer a nossa fraqueza, impotência e miséria, porque isso não eleva aquele espírito orgulhoso e soberbo que, muitas vezes, tomam conta de nós. Reconhecer as nossas fraquezas nos ajuda, inclusive, a compreender a condição de pecadores que nós somos.
Não é simplesmente dizer: “eu sou o pecador”, e sim, reconhecer que, de fato, tenho pecado. Quando reconheço o pecador e a pessoa miserável que eu sou; reconheço a misericórdia de Deus para comigo, desse modo, não me sinto melhor do que os outros, não julgo os outros e não os condeno.
Quem gasta as suas energias para julgar, condenar e fazer juízos de valores é porque não conhece a si mesmo. Às vezes reclamamos, porque (deduzimos) que Deus não está perto de nós, mas, Deus está perto dos pecadores!
Deus vem para cuidar dos pecadores e quanto mais frágil nós nos reconhecermos, mais podemos experimentar da doçura, ternura, bondade, e da misericórdia de Deus para conosco.
É muito importante nos nossos exercícios Quaresmais a sinceridade de coração, pois, ela nos leva a uma verdadeira conversão. Nós só somos convertidos, quando reconhecemos com seriedade, serenidade e profundidade o abismo que encontra-se a minha alma e o meu coração; quando reconhecemos com verdade o pecador que somos, os pecados que temos, a nossa fragilidade; quando reconhecemos que não somos melhor do que ninguém. Quando esses “reconhecimentos” acontecem, Deus vem em nosso socorro, em nosso auxilio e nos transforma, nos toca, nos cura e abençoa, porque a misericórdia d’Ele nos socorre, nos salva e transforma.
Devemos nos apresentar diante do Senhor não como justo, mas como pecador que somos e a Sua misericórdia é o balsamo e o socorro que a nossa alma e o nosso coração tanto precisa.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Jesus veio chamar os pecadores à conversão

Jesus respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão”. (Lc 5,31-32)

Quem escuta Jesus, quem é a alma que se abre, verdadeiramente, para Ele? Não são os justos, os justificados nem os piedosos que se colocam santos acima de todos. Estes, que já se sentem santos, justificados, convertidos, estão aí criando confusões, semeando discórdias, colocando-se acima dos outros, criando sistemas de piedades para chamar à atenção. Esses são comportamentos próprios dos fariseus, dos hipócritas da época de Jesus, que usavam roupas maiores, vestes para chamar a atenção sobre si.
Não! Jesus não veio para esses, porque esses já se justificam, já se elevam, já se colocam acima dos outros. Jesus veio para as almas humilhadas, pelo odor do pecado, pela luta da conversão diária. Jesus veio para aquelas almas desprezadas até pelos sentimentos religiosos dos tempos e de hoje também, para dizer: “Eu sou a luz da sua vida”. Ele veio para se sentar com os pecadores, como, hoje, Ele veio no banquete com Levi; assim como Ele se sentou com inúmeros cobradores de impostos desprezados. Aí, talvez, você queira dizer assim: “Não, mas eles se converteram!” Nem todos se converteram nem se tornaram menos amados por isso, porque Jesus ama o pecador e quer que ele se converta.

Jesus é quem está chamando os pecadores à conversão, foi para estes que Ele veio

Você já viu a quanto tempo seguimos Jesus, mas ainda não nos convertemos de verdade? Você já viu que nos achamos melhores do que os outros, porque temos esse comportamento moral, mas os outros pecados nós colocamos debaixo do tapete como a poeira escondida, e não trabalhamos a nossa conversão interior, não trabalhamos esse nosso temperamento difícil, nosso jeito grosso, egoísta, soberbo de ser?
Nós achamos que a nossa condição moral nos faz mais santos que os outros. Não! “Eu vim para os doentes”, disse Jesus. Por isso, quando assumimos as nossas doenças, nossas enfermidades, nossas fraquezas, inclusive emocionais, espirituais e morais, é para nós que o Senhor veio. Deixemos que Ele cuide de nós; e, quando, realmente, Ele cuida de nós, quando realmente deixamos Ele cuidar das nossas fraquezas, doenças e enfermidades, nós podemos cuidar dos outros, sem julgar, sem condenar, sem levantar a bandeira do moralismo, mas levantarmos a bandeira da misericórdia, do amor, da bondade, do cuidado que devemos ter de uns para com os outros.
Jesus é quem está chamando os pecadores à conversão, foi para eles que Ele veio, foi para nós que somos pecadores que o Senhor veio. Assumamos a nossa condição, não deixemos que o orgulho, sobretudo o orgulho e a soberba espiritual encubram aquilo que, de fato, somos, para que possamos alcançar o bálsamo da misericórdia, o remédio da cura divina, a ação salvadora de Jesus em nós, para sermos também bálsamo e misericórdia de Deus para tantos corações feridos e machucados. Não sei se mais ou menos feridos que nós, mas o fato é que fazemos parte de uma humanidade doente, ferida, que precisa do Mestre Jesus para ser curada.
Deus abençoe imensamente você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 29/02/2020

HOMILIA DIÁRIA

Que seu coração possa aderir à proposta de Jesus

“Naquele tempo, Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na coletoria. Jesus lhe disse: ‘Segue-me’. Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu. Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus.” (Lucas 5,27-29)

Estamos meditando a Palavra de Deus e nos maravilhamos com a forma como Jesus coloca em prática — digamos assim — o seu plano pastoral, a sua forma de cuidar das almas, de cuidar dos corações, de cuidar das pessoas. É interessante que, no Evangelho, aparecem alguns verbos, infelizmente, a tradução em português deixou escapar o primeiro verbo; ele diz que Jesus ‘saiu’, ‘viu’ e ‘disse’.
São três verbos que aparecem no Evangelho. O primeiro deles: “Jesus saiu”; nós precisamos, apoiados pelas orientações e pelos conselhos do Papa Francisco ser, de fato, uma Igreja em saída, uma Igreja que vai ao encontro dos corações dos filhos de Deus que estão perdidos nas diversas realidades e nas diversas circunstâncias do mundo atual. Como diríamos: devemos pescar fora do aquário. É claro, devemos nos ocupar da formação permanente dos membros da nossa comunidade, mas nós precisamos tomar consciência de que existem muitos que estão fora, muitos não estão aqui conosco, muitos não caminham com o Senhor, muitos não seguem Jesus de perto, muitas pessoas precisam experimentar a graça de Deus. Então, a primeira realidade que precisamos enxergar é se nós somos uma Igreja em saída, se nós estamos dispostos a ir ao encontro do outro.
O segundo verbo diz que: “Jesus viu”. Aqui cabe-nos um realismo muito grande. Devemos deixar de lado aquele pensamento: “Seria tão bom se fosse assim”, “Seria tão bom se todos estivessem no seguimento de Jesus”, você pode dizer isso, talvez, da sua família, das pessoas que estão perto de você. Seria tão bom se essa pessoa já fosse uma pessoa engajada, se fosse uma pessoa comprometida com o seguimento de Jesus, mas a realidade é essa, a realidade é a que você tem diante de você; a realidade é essa e precisamos enxergá-la como Jesus viu aquele homem, na condição em que ele se encontrava: estava ali sentado na coletoria de impostos.

A proposta de Jesus precisa tocar os corações, precisamos dizer às pessoas o que Jesus propõe

Então, o realismo é muito importante para nós, não nos iludamos, mas olhemos para a realidade e nos empenhemos para transformar essa realidade. Jesus não tem medo de olhar a nossa realidade. Se nós fôssemos pensar: quando o Senhor nos encontrou, qual era a minha realidade e a tua realidade? Estávamos perdidos no pecado, estávamos na condição de pecadores. Somos ainda pecadores, mas passamos do reino das trevas para o reino da luz. Jesus viu aquele homem.
Terceiro e último verbo: “Jesus disse: deixa tudo, segue-me”. Esse dizer de Jesus é a proposta. O cristianismo não pode nunca ser um entretenimento, o cristianismo precisa ser sempre o lugar de provocar a liberdade das pessoas e não de agrupar marionetes. A proposta de Jesus é radical: “Vem e segue-me”, “Deixa tudo e segue-me”, mas a proposta de Jesus precisa tocar os corações, precisamos dizer às pessoas o que Jesus propõe, temos de ter a coragem de dizer às pessoas o que é caminhar com Jesus. E vejam vocês: Levi levantou-se imediatamente e seguiu a Jesus é uma resposta. Ou se levanta e segue Jesus ou se levanta e vai embora. Com Jesus, não existe neutralidade, então, que o nosso coração realmente possa aderir à proposta de Jesus e ser também, na vida dos nossos irmãos, instrumento de salvação.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a construir uma Igreja sem preconceitos, isenta de julgamentos entre os irmãos. Que vejamos dentro de todo ser humano o teu Espírito que quer habitá-lo e anseia por se manifestar ao mundo, fazendo o bem a todos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-me ouvir o chamado feito a Levi. E me dá força, coragem e perseverança para seguir esse apelo, tornando-me um novo Mateus, seguidor fiel e entusiasmado do Caminho; anunciador alegre da Vida e defensor da Verdade do Cristo Jesus – teu Filho que se fez meu Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, a sociedade dos homens vem, pelos tempos afora, criando mil razões para discriminar pessoas, privando-as da convivência fraterna. Ajuda-nos, amado Pai, a vencer preconceitos, acolhendo os teus filhos em nosso meio com espírito fraterno, pois sabemos que somos todos filhos teus, e muito amados por Ti. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/02/2020

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