ANO A
Lc 12,39-48
Comentário do Evangelho
Discípulos conscientes
A vinda do Filho do Homem, mencionada dentro deste texto sobre a vigilância, é a revelação de que, a partir de Jesus, o humano se torna o lugar do encontro com Deus. Libertos das ambições do mundo, os discípulos, confiantes no Pai, não devem ficar inertes, apáticos, acomodados. A eles foi revelada a vontade do Pai, oferecendo a todos o Reino de amor, na fraternidade e no serviço. Cabe, então, aos discípulos empenhar-se em servir o Filho do Homem presente em seus irmãos. Na comunhão de amor com os irmãos acontece a comunhão de vida eterna com Deus.
Percebe-se que a menção aos castigos cruéis, no fim da parábola, não corresponde à índole de Jesus, correndo por conta das comunidades vinculadas a Jerusalém, com sua tradição de "culpa e castigo", própria do Primeiro Testamento.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, leva-me a tomar consciência de que muito será exigido de mim, pois muito me foi dado. Que minha vida seja compatível com minha condição de discípulo do teu Reino.
Fonte: Paulinas em 24/10/2012
Comentário do Evangelho
Busca que exige “vigilância”.
É bastante provável que o “atraso da parúsia” tenha criado na comunidade cristã primitiva um clima de desânimo e de laxismo. Isto pode ser verificado pela insistência e pelo espaço que o tema da vigilância ocupa no relato (vv. 35.40.43). Nosso texto é constituído por uma série de conselhos que Jesus dá aos discípulos; compreenda-se que eram os responsáveis pela vida da comunidade.
Trata-se de agir em conformidade com a vontade de Deus (v. 47) – isto é o essencial para a comunidade cristã.
A história, nosso caminho para a pátria celeste, é o lugar do testemunho dos cristãos.
Antes de tudo é preciso ter presente que o Reino é dom de Deus (v. 32; cf. vv. 22-31), e que, por isso mesmo, ninguém pode tirá-lo ou se apropriar dele como sendo seu. Daí que não há o que temer (v. 31). Da comunidade é exigido não se dispersar, nem ser assimilada pelos bens terrenos, mas viver o valor fundamental de sua vocação: buscar o Reino de Deus (v. 31). Este é o seu tesouro (v. 34)! Esta busca exige “vigilância” (vv. 35.40.43) e, como toda busca, empenho para buscar, encontrar e realizar a vontade de Deus.
A comunidade cristã deve ser caracterizada pela disponibilidade cultivada pela iluminação da Palavra de Deus: “Ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas acesas” (v. 35).
O Senhor vem continuamente ao encontro do seu povo. A imprevisibilidade desse encontro exige a atitude religiosa da vigilância. É ela que possibilita viver a expectativa e o desejo permanentes desse encontro vital para a vida e o testemunho cristãos.
Carlos Alberto Contieri,sj
Fonte: Paulinas em 23/10/2013
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O ADMINISTRADOR FIEL E PRUDENTE
Já se passaram cinquenta anos desde a cruz e a ressurreição. A Igreja continua sua missão entre fé e incertezas. Há certa inquietude em relação à parusia. Jesus responde com duas parábolas: o dono da casa e o ladrão; e o senhor e o administrador. Não importa saber o dia ou a hora da vinda do Senhor.
O que verdadeiramente importa é a fidelidade e a vigilância. “Ficai preparados!”: esse é o pedido de Jesus. O critério fundamental é o amor que se faz serviço, ponto central da segunda parábola. O administrador fiel é imagem dos apóstolos; no tempo de Lucas, são os responsáveis pelas comunidades cristãs. Eles devem cuidar de pessoas, especialmente da caridade. Lucas acrescenta um fato: o Senhor está demorando. A parusia é adiada.
A pergunta, então, é: como a Igreja deve agir, já que o Senhor está demorando? A Igreja, especialmente seus líderes, deve manter uma vida fervorosa de oração, a escuta atenta da Palavra, a vivência da comunhão eucarística, a prática da caridade e da justiça, e a força da missão querigmática. “É assim que o servo espera a vinda do seu Senhor!”.
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/artigos/liturgiadiaria/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/todo-aquele-a-quem-muito-foi-dado-muito-lhe-sera-pedido-e-a-quem-muito-foi-confiado-muito-mais-lhe-sera-exigido-25102023
Vivendo a Palavra
Jesus nos adverte mais uma vez sobre a necessidade de estarmos vigilantes. E esclarece que vigiar não é ficar parado, esperando, mas cumprir a vontade do Pai – ‘dar comida a todos na hora certa’ – cuidando, especialmente, dos pobres, dos pequenos, dos discriminados pelos homens.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/10/2012
VIVENDO A PALAVRA
«Senhor, estás ensinando só para nós, ou para todos?» Pedro mostra sua fragilidade humana: a lição de Jesus é também para os ‘outros’, ou apenas para os seus amigos? Não poucas vezes também nós, hoje, caímos na mesma dúvida e, esquecidos de nossos próprios erros, colocamo-nos na posição de juízes dos irmãos e pensamos em privilégios no Reino de Deus...
Fonte: Arquidiocese BH em 23/10/2019
Reflexão
O Filho do Homem vai chegar na hora em que menos esperamos, pois ele está sempre chegando até nós nos pobres e necessitados. Os que esperam a vinda de Jesus somente no último dia tornam-se pregadores do fim do mundo e vivem uma fé ritual, são incapazes de amar verdadeiramente e, na verdade, não conhecem Jesus presente em suas vidas, possuem uma fé egoísta, pois a espera de Jesus não é para o encontro com ele, mas para ganhar o prêmio eterno. A longa espera e a falta de vivência concreta do amor faz com que essas pessoas desanimem e maltratem seus irmãos e irmãs, fazendo-se merecedores da sorte dos infiéis.
Fonte: CNBB em 24/10/2012 e 23/10/2013
Reflexão
Nas coisas de Deus, quem é o administrador fiel e prudente? É aquele que não se desvia do caminho de Jesus, está sempre atento a seus apelos, e na alegria continua servindo ao rebanho dele. É recomendação atual, não só para o povo em geral, mas também para as lideranças religiosas: bispos, padres, diáconos, ministros e agentes de pastoral. O evangelho apresenta o cristão vigilante com a mentalidade de administrador e não de patrão. Só Deus é o Senhor. A Igreja precisa menos de “patrões” e mais de “servos”. Pelo batismo, todos assumem responsabilidades e devem pôr-se a serviço dos outros. Portanto, sem usar sua função com autoritarismo e ares de poder, cada um é convidado a empenhar-se humildemente a serviço da comunidade, sabendo que pode contar com a graça de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 23/10/2019
Reflexão
Nas coisas de Deus, quem é o administrador fiel e prudente? É aquele que não se desvia do caminho de Jesus, está sempre atento a seus apelos e, na alegria, continua servindo ao rebanho dele. Essa é uma recomendação atual, não só para o povo em geral, mas também para as lideranças religiosas: bispos, padres, diáconos, ministros e agentes de pastoral. O Evangelho apresenta o cristão vigilante com a mentalidade de administrador, e não de patrão. Só Deus é o Senhor. A Igreja precisa menos de “patrões” e mais de “servos”. Pelo batismo, todos assumem responsabilidades e devem pôr-se a serviço dos outros. Portanto, sem usar sua função com autoritarismo e ares de poder, cada um é convidado a empenhar-se humildemente a serviço da comunidade, sabendo que pode contar com a graça de Deus.
Oração
Ó Jesus, Filho do Homem, chegará o momento em que nós, discípulos do Reino, teremos de prestar contas de nossas atitudes. Maior rigor será aplicado aos líderes das comunidades, pois desempenham serviços de maior responsabilidade. Ajuda-nos, Senhor, a administrar a parcela que nos é confiada. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 20/10/2021
Reflexão
Nas coisas de Deus, quem é o administrador fiel e prudente? É aquele que não se desvia do caminho de Jesus, está sempre atento a seus apelos, e na alegria continua servindo ao rebanho dele. É recomendação atual, não só para o povo em geral, mas também para as lideranças religiosas: bispos, padres, diáconos, ministros e agentes de pastoral. O Evangelho apresenta o cristão vigilante com a mentalidade de administrador e não de patrão. Só Deus é o Senhor. A Igreja precisa menos de “patrões” e mais de “servos”. Pelo batismo, todos assumem responsabilidades e devem pôr-se a serviço dos outros. Portanto, sem usar sua função com autoritarismo e ares de poder, cada um é convidado a empenhar-se humildemente a serviço da comunidade, sabendo que pode contar com a graça de Deus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Reflexão
«Vós também ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem»
Rev. D. Josep Lluís SOCÍAS i Bruguera
(Badalona, Barcelona, Espanha)
Hoje, com a leitura deste fragmento do Evangelho, podemos ver que cada pessoa é um administrador: quando nascemos, nos é dada uma herança nos genes e algumas capacidades para nos realizarmos na vida. Descobrimos que estas potencialidades e a própria vida são dons de Deus, pois nós nada fizemos para consegui-las. É um presente pessoal, único e intransferível e, é isso o que nos confere a nossa personalidade. São os talentos de que o próprio Jesus nos fala (cf. Mt 25,15), as qualidades que devemos fazer crescer durante a nossa existência.
«Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem» (Lc 12,40), Termina dizendo Jesus no primeiro parágrafo. A nossa esperança está na vinda do Senhor Jesus no fim dos tempos; mas agora e aqui também Jesus se faz presente na nossa vida, na simplicidade e na complexidade de cada momento. É hoje quando, com a força do Senhor, podemos viver o seu Reino. Santo Agostinho nos o lembra com as palavras do Salmo 32,12: «Ditosa a nação cujo Deus é o Senhor, para que podamos ser conscientes disso, formando parte desta nação».
«Vós também ficai preparados!» (Lc 12,40), esta exortação representa uma chamada à fidelidade, a qual está subordinada ao egoísmo. Temos a responsabilidade de saber "dar resposta" aos bens que recebemos juntos com a nossa vida. «Conhecendo a vontade do senhor» (Lc 12,47), é aquilo a que chamamos a nossa "consciência" e, é o que nos torna dignamente responsáveis pelos nossos atos. A resposta generosa pela nossa parte à face da humanidade, à face de cada um dos seres vivos, é algo justo e cheio de amor.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Tomara o Senhor se dignasse a me despertar do sono de minha desídia, eu, que ainda sendo vil, sou seu servo! Tomara me inflamasse no desejo de seu amor incomensurável e me acendesse com o fogo de sua divina caridade» (São Columbano, abade)
- «A sonolência dos discípulos segui sendo ao longo dos séculos uma ocasião favorável para o poder do mal. Essa falta de sensibilidade das almas confere um poder no mundo ao maligno» (Bento XVI)
- «Em jesus, “o Reino de Deus está perto”. Ele apela à conversão e à fé, mas também à vigilância. Na oração, o discípulo vela, atento Aquele que é e que vem(...). Em comunhão com o Mestre, a oração dos discípulos é um combate; é vigiando na oração que não se cai na tentação» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2612)
Reflexão
A sonolência dos discípulos e o poder do mal
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, o chamamento à vigilância aparece como uma urgência muito imediata. Já tinha sido um tema central no anúncio em Jerusalém, mas, aponta antecipadamente à história futura do cristianismo. A sonolência dos discípulos segue sendo ao longo dos séculos uma ocasião favorável para o poder do mal.
Esta sonolência é um embotamento da alma, que não se deixa inquietar por toda a injustiça e o sofrimento que devastam a terra. É uma insensibilidade que prefere ignorar tudo isso; se tranquiliza pensando que, no fundo, não é tão grave e, assim pode permanecer na autocomplacência da própria existência satisfeita. Mas, esta falta de sensibilidade das almas, tanto pelo que se refere à cercania de Deus como ao poder ameaçador do mal, outorga um poder no mundo ao maligno.
—Diante nossos espíritos adormecidos, Tu, Senhor dizes de Ti mesmo: “Morro de tristeza”. Eu te respondo: Quero velar contigo!
Meditação
“A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” Mais uma vez, somos convidados a pensar em nossa responsabilidade. Somos privilegiados, recebemos de Deus as condições de vida favoráveis, fomos educados no Evangelho, somos suficientemente informados, temos várias aptidões. Temos de nos perguntar se estamos usando bem de todas essas graças para o nosso bem e para a felicidade dos outros. Ainda temos tempo para mudar e melhorar.
Oração
Deus, Pai de misericórdia, que fizestes de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário sobre o Evangelho
O Servo Vigilante: Sirvamos com amor e diligência enquanto esperamos o retorno do Senhor
Hoje, Jesus Cristo adverte-nos de que a vida não é uma “farra”… Para além do tempo - que para todos acaba - há a eternidade, a Eternidade de Deus.
- Imaginas-te a viver a eternidade à base de festins, bebedeiras, discussões…? Bastante aborrecido!, não? Na eternidade, ou se vive de amor, ou se vive morto de aborrecimento.
Meditando o evangelho
O SERVO PRUDENTE E FIEL
O discípulo do Reino não se deixa pegar de surpresa. Pelo contrário, ele se precaver e cuida para não deixar o pecado se apoderar de seu coração, indispondo-o a receber o Senhor. Sua atenção deve ser como a de um homem que guarda sua casa, sabendo a que horas virá o ladrão. O homem sábio protege sua propriedade e frustra a ação do arrombador. O ladrão não o pega desprevenido.
O cristão sabe apenas que o Senhor virá de maneira improvisa e não quer se deixar pegar de surpresa. Daí seu esforço para superar a preguiça e a indolência. Ele age sempre com prudência e fidelidade. A prudência leva-o a não perder de vista a exortação do Senhor que anunciou sua vinda como certa. A fidelidade mantém-no na via traçada pelo Senhor, porque sabe que é inútil optar por desvios ou falsas propostas de salvação. A prudência coloca diante dele o Reino e o que está reservado para quem se encontrar preparado, por ocasião da vinda do Senhor. A fidelidade convence-o de que vale a pena consagrar toda a vida ao Senhor e ao seu Reino.
Sobretudo, o cristão está convencido da responsabilidade que lhe foi confiada. Na ausência do Senhor, compete-lhe entregar-se, sem reserva, à construção do Reino. É arriscado não levar a sério esta missão. Bem-aventurado quem for encontrado fazendo o bem!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, reforça minha responsabilidade no serviço ao Reino, para eu ser encontrado fazendo o bem.
Fonte: Dom Total em 23/10/2019 e 20/10/2021
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Cargos de confiança
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Vamos entender o que é um cargo de confiança, o governante nomeia alguém para um cargo de confiança, comandando uma área ou um setor de trabalho da sua administração.
É alguém em quem ele confia cegamente, honesto, íntegro, e que pensa e age exatamente como ele pensaria e agiria, estando no comando direto daquele setor. Tem uma boa remuneração, não precisa fazer concurso, mas em compensação tem responsabilidades pesadas, e terá que estar sempre prestando contas ao Administrador que lhe confiou tal encargo. Essa deveria de ser a linha de conduta, mas... Infelizmente os apadrinhamentos políticos criam cada vez mais cargos de confiança, para atender as conveniências do partido e do eleitorado, e os favorecimentos políticos estão em todas as esferas da nossa Vida Pública, de maneira vergonhosa e pecaminosa.
No evangelho que refletimos, Jesus está falando dos Cargos de Confiança, que Deus delega a algumas pessoas na sua vocação cristã, pensando aqui na vida de família e comunidade.
Qualquer encargo que se tem, na vida da Igreja, seja em comunidade, paróquia ou até mesmo na Diocese ou arquidiocese, não é por mérito e muito menos por apadrinhamento político (pelo menos não deveria ser, pois comunidade cristã é o último lugar onde se pode fazer barganha de cargos e funções). O evangelho começa nos lembrando de que aquilo que fazemos, ou pelo qual somos responsáveis, não é nosso, não nos pertence, é transitório e pode nos ser tomado a qualquer momento, sem aviso prévio, nesse sentido compreende-se, de maneira mais profunda, o dom da vida que Deus nos concede.
São Pedro, com suas pergunta, quer saber se aquilo tem algo a ver com o grupo dos discípulos, ou é só para o povão. Pobre do Pedro poderia dormir sem essa, pois Jesus lembra com rigor a responsabilidade que eles têm, enquanto discípulos, de alimentar o povo com o trigo, dando-lhes vida e não os deixando perecer. O recado é muito direto para todos nós, que temos alguma função na comunidade, seja ela qual for, estamos á frente de todos, não para mandar e desmandar, dar ordens e ser obedecido, dominar e ser importante, mas para servir, para ajudar as pessoas a crescerem na Fé e na Vida da Igreja.
A advertência final, é de que, seremos energicamente cobrador diante de Deus, se as pessoas que ele nos confiou perecerem, por falta de cuidados e atenção. Pode até ser que elas se salvem, e a gente se perca, porque o Senhor confiou em nós, e não correspondemos a sua confiança. Pensei nisso, você que aí na comunidade tem um encargo considerado "importante".
2. Estejam preparados! - Lc 12,39-48
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
As recomendações de Jesus no caminho para Jerusalém mostram seu amor e seu interesse por nós. Ele quer o nosso bem e a nossa salvação. Portanto, diz ele, “estejam preparados. O Filho do Homem que é ele mesmo virá a qualquer momento”. Jesus se refere à sua vinda final, quando virá julgar os vivos e os mortos. Não sabemos quando será nem como será. Sabemos, porém, que há uma vinda anterior, na hora da nossa morte, quando ele virá nos buscar e nos levar para a casa do Pai. Venha quando vier, venha quando quiser, ele nos encontrará fazendo o bem.
3. UM ALERTA PARA OS LÍDERES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
A parábola do dispenseiro prudente e fiel é uma chamada de atenção para os líderes das comunidades cristãs, na perspectiva da demora em consumar-se a segunda vinda do Senhor.
O dispenseiro confiável corresponde ao líder que exerce a tarefa de coordenar a comunidade, sem extrapolar os limites de suas atribuições. No trato com os irmãos e as irmãs, sabe ser benevolente e justo, fraterno e solidário, equânime e respeitoso. Ele não cede à tentação de sentir-se superior aos demais, nem de fazer acepção de pessoas. Antes, exerce a liderança, consciente de estar a serviço do Senhor, a quem deverá prestar contas.
O dispenseiro insensato assemelha-se ao líder que tiraniza a comunidade, despreza as pessoas, e é inescrupuloso no trato com elas. Comporta-se como se fosse o senhor de seus semelhantes. Um senhor impiedoso e cruel! Os efeitos danosos de sua atitude são imediatamente sentidos pela comunidade, a qual se dispersa, desanima, perde o gosto de testemunhar sua fé.
A reação do senhor diante das duas atitudes contrastantes alerta para o destino de cada tipo de líder: quem é fiel receberá a bênção divina, em forma de herança dos bens eternos. Sua fidelidade a um projeto histórico torná-lo-á merecedor de um prêmio celeste. Já o líder tirano será punido com severidade, recebendo a mesma sorte dos ímpios, ou seja, o castigo eterno.
Oração
Espírito de fraterna bondade, ilumina nossos líderes para que exerçam com responsabilidade a missão recebida, conscientes de que deverão prestar contas ao Pai.
Fonte: NPD Brasil em 23/10/2019
HOMILIA DIÁRIA
Estou ciente da minha responsabilidade?
Postado por: homilia
outubro 24th, 2012
Quem é maduro para Deus senão aquele que assume a própria responsabilidade? Vivemos numa sociedade onde a culpa não existe. E mais: estamos expostos a um rolo de acontecimentos, com seu emaranhado de causas e consequências.
Vale a pena ouvir as palavras que Jesus nos dirige com máxima atenção: “Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes” (Lc 12,40).
Qual é a razão desta advertência de Jesus? É que os homens e as mulheres facilmente se metem num jogo de “empurra-empurra”. Os que erram “são os outros”, os culpados não somos nós, não sou eu. Para mim, tudo o que faço está certo. Portanto, a culpa não existe e, se existe, é dos outros, é dos dirigentes, é do governo, é da hierarquia.
Não esqueça que também é índice de maturidade cristã saber examinar-se e reconhecer a própria parte de responsabilidade. Nós somos responsáveis de muitos males que acontecem no mundo.
Jesus nos dirige a palavra: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa?” (Lc 12,42). O Evangelho apresenta o cristão vigilante com a psicologia do administrador, não do patrão. Todos querem ser “patrões” e querem mandar! Se esquecem que só Deus é o Senhor. Foi dito que o mundo iria melhor se tivesse menos arquitetos e mais pedreiros, menos discussões e mais trabalhos. Provavelmente, o mundo e a Igreja precisam menos de patrões e mais de servos.
Concluindo: diremos que estas duas parábolas – a da chegada inesperada do ladrão e a do comportamento do servo que aguarda a chegada do senhor – continuam o tema escatológico da vinda gloriosa do Filho do Homem.
O primeiro grande acontecimento escatológico é a Encarnação. É o nascimento de Jesus. É a presença do Filho do Homem – Jesus, Filho de Deus – na história ao longo dos tempos. A partir de Jesus, o humano se torna o lugar do encontro com Deus.
Os discípulos, na diversidade de seus dons, são chamados ao serviço e à vida construindo o mundo novo possível, onde Deus se faz presente pelo amor. Por isso, esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã deve permanecer atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão no serviço fraterno.
Quero que você saiba que a responsabilidade é ainda maior quando se sabe o que deve ser feito. E você sabe tudo o que deve fazer para ter como herança a vida eterna. Muito lhe será exigido, pois diz Jesus: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 24/10/2012
HOMILIA DIÁRIA
Devemos honrar o nosso corpo como o lugar da morada de Deus
Devemos honrar o nosso corpo como o lugar da morada de Deus. Você sabe que o nosso corpo é um sacrário, é um templo vivo, é o lugar onde Deus habita.
“Irmãos, que o pecado não reine mais em vosso corpo mortal, levando-vos a obedecer às suas paixões.” (Rm 6,12)
Vamos meditar a Palavra de Deus a partir da Primeira Leitura (cf. Rm 6,12-18) da Santa Missa de hoje, esta bonita carta que São Paulo escreveu aos romanos.
O convite do apóstolo Paulo é justamente este – uma vez que nós conhecemos Cristo e Ele nos libertou da escravidão, sobretudo da escravidão do pecado e da morte – o pecado não deve mais reinar em nosso corpo.
Você sabe que, em certas ocasiões, nós seguimos as inclinações que o nosso corpo tem – quando digo corpo, digo a nossa natureza humana, natureza mortal, que, muitas vezes, nos chama ao pecado. Quando você olha para o seu corpo, você vê que todo ele pode ser ocasião de pecado – a língua, os ouvidos, os olhos, os membros inferiores e superiores, da ponta dos nossos pés até os cabelos, nós podemos nos deixar ser seduzidos pelo pecado e o pecado nos levar a nos entregar a ele.
Nós conhecemos a Cristo e Ele passou a reinar e a viver em nós graças ao batismo que nos foi concedido. Devemos honrar, cada vez mais, o nosso corpo como o lugar da morada de Deus. Você sabe que o nosso corpo é um sacrário, é um templo vivo, é o lugar onde Deus habita.
É esse corpo mortal que recebeu a graça do batismo, mas esse mesmo corpo recebe, para se fortalecer na fé, a graça da Eucaristia, do Corpo e do Sangue de Cristo, que circula em nós. Como devemos honrar o Cristo que habita em nós; como devemos honrar esse Cristo que faz moradia em nós!
Nós, muitas vezes, podemos nos sentir fracos, impotentes, seduzidos pelo mal, e o pecado reinar em nós; mas é por isso mesmo que nós precisamos da força de Cristo, do amor de Jesus reinando em nossos corações.
Nós precisamos nos decidir, a cada dia, a entregar o nosso corpo, e tudo o que somos e temos, para ser o lugar da moradia de Deus e não o lugar da morada do pecado. Por isso, a cada dia, devemos nos levantar e fazer a persignação ou orar: Pelo sinal da santa cruz, livrai-nos, Deus, Nosso Senhor, de todos os nossos inimigos; e depois traçar o sinal da cruz: em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, de forma a permitir que todo o nosso corpo seja marcado para ser o templo de Deus, o lugar da morada do Senhor.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/devemos-honrar-o-nosso-corpo-como-o-lugar-da-morada-de-deus/?sDia=23&sMes=10&sAno=2013 (23/10/2013)
HOMILIA DIÁRIA
Correspondamos à graça de Deus
“A quem muito foi dado muito será pedido; a quem muito foi confiado muito mais será exigido!” (Lucas 12,48)
O Senhor Nosso Deus é justo e misericordioso. É muito importante prestarmos atenção nesses dois adjetivos, porque nós queremos que Deus seja somente misericordioso, e Ele é extremamente misericordioso para conosco. Ele não nos trata de acordo com os nossos pecados, mas nos trata de acordo com o seu coração.
Ele vem ao nosso encontro, a cada dia, para cuidar de nós, para nos mostrar o seu amor, para nos levantar, para não nos deixar caídos e prostrados nas estradas da vida. O Senhor bom e misericordioso cuida de nós, e precisamos responder ao amor misericordioso de Deus com a nossa vigilância, com o nosso cuidado e com a nossa responsabilidade pelos nossos atos, pelas nossas atitudes, pelas nossas escolhas e pela vida que nós levamos.
Quem responde pelos nossos atos e escolhas somos nós. Quem responde pelo que fazemos ou deixamos de fazer somos nós. É a atitude da maturidade, é a atitude do discípulo, do servo que é responsável por aquilo que lhe foi confiado.
A graça de Deus está agindo em nós, sobre nós, na nossa vida e no nosso tempo
A verdade é que Deus não tem nos confiado pouco, por isso mesmo, Ele é bondoso, misericordioso e, sobretudo, muito justo.
Não podemos esperar que Deus trate uma pessoa que não teve nem a graça de conhecê-Lo, de ser evangelizado como nós somos a cada dia. A Palavra de Deus é semeada, é colocada, somos advertidos, formados e informados sobre a ação de Deus, por isso precisamos corresponder a tamanha graça.
Não sejamos como aquele servo infiel, preguiçoso, relaxado, acomodado, que quer se fazer prevalecer da bondade e da misericórdia de Deus, por isso não toma atitude, não se converte, por isso peca e diz: “Depois Deus perdoa”, e não se empenha em mudar de vida, não repara os seus maus, faz vista grossa diante das coisas ou, então, se compara: “Meu pecado é pequeno, grande é o daquele outro”.
Talvez, até a materialidade do que o outro faça seja maior do que a minha, mas a minha consciência é muito mais iluminada, porque muito mais recebo de graça de Deus. Por isso, aí está o tamanho da responsabilidade para com o sagrado.
Deus tem sido muito bom e nos revelado Seus tesouros. A Sua graça está agindo em nós, sobre nós, na nossa vida e no nosso tempo. Agora, é preciso ter responsabilidade e seriedade com a graça recebida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/10/2019
HOMILIA DIÁRIA
Vivamos a nossa fé na expectativa do encontro com o Senhor
“Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes.” (Lucas 12,40)
É preciso alegrar-se para esperar o Senhor que vai chegar, não é na tristeza, no descaso, não é no pouco-caso, mas é com o coração alegre na esperança de que o Senhor virá. É que para nós pensar no Senhor que vai chegar é pensar que vamos ter que partir nessa vida, porque o Senhor vem ao nosso encontro ou nós vamos ao encontro d’Ele, e não importa em que ponto esse encontro aconteça, mas é o encontro mais esperado do coração humano. Esse anseio do encontro com o Senhor não pode sair de dentro de nós, porque senão viveremos uma fé vacilante e frustrante.
Se estivermos apenas vivendo uma fé que nos deixa presos e ancorados a esta vida, não seremos o administrador fiel e prudente na qual o Evangelho nos exorta. Viveremos nossa fé em função do tempo presente, em função dos nossos interesses dessa vida humana e mundana, mas de forma alguma pode e deve ser assim. Devemos viver a nossa fé na expectativa do encontro com o Senhor. Primeiro, encontramo-nos com o Senhor a cada dia e não podemos passar nem um dia sem encontrá-Lo. Encontramo-nos com o Senhor no irmão, na Palavra, na Eucaristia, nós nos encontramos com Ele na oração, na prática do amor fraterno, da caridade, do cuidado com os mais pobres; encontramo-nos com o Senhor quando nos reunimos em nome d’Ele.
Precisamos estar preparados, a cada dia, para esse encontro com o Senhor, porque Ele não vai nos avisar
Cada encontro nosso com o Senhor deve acender em nosso coração a expectativa do nosso encontro definitivo com Ele. Desculpa, mas a nossa fé está muito equivocada, estamos, muitas vezes, vivendo como se Deus estivesse distante de nós, e estamos ignorando os encontros ordinários e extraordinários que nós temos com Ele em nossa vida, por isso que o coração não se acende, por isso que, muitas vezes, a morte surpreende, decepciona, ilude a tantos, machuca muitos ainda, porque não entendemos o sentido do encontro.
Precisamos estar preparados, a cada dia, para esse encontro com o Senhor, porque Ele não vai avisar: “Olha, vou chegar amanhã”. O Senhor está entre nós e vai chegar de uma forma definitiva para que o coração daquele que é Seu discípulo fiel e prudente, na alegria, O encontre. O nosso encontro com o Senhor não será triste; será triste não nos encontrarmos com Ele, sermos afastados d’Ele.
Às vezes, sentimos a tristeza quando uma pessoa querida nossa parte, é a tristeza da separação humana, mas se não tivermos no fundo da alma um sentimento de fé, esperança e alegria — porque o meu que aqui sofria, agora se alegra na presença de Deus —, é porque não vivemos uma fé de expectativa, não vivemos uma fé que nos remete às alturas e ao encontro do Senhor. Vivemos uma fé em função da minha realidade neste mundo, e é por isso que o Senhor está dizendo: “Ficai preparados. Ficai espertos”, porque não podemos esperar que vai ser no nosso tempo.
Deus nos surpreende, e que a surpresa final da vida não seja desagradável, porque não estamos sendo fiéis nem prudentes, mas sejamos, a cada dia, administradores fiéis e prudentes da graça de Deus, encontrando-nos com o Senhor, porque o encontro definitivo será uma bênção e uma alegria sem fim.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/10/2021
Oração Final
Pai Santo, dá-nos força e perseverança para nos mantermos vigilantes. E que, em nossa vigília, estejamos atentos às necessidades e carências dos nossos companheiros de peregrinação nesta terra, que já é parte do teu Reino de Amor. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/10/2012
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos força para andar pelo único caminho que temos para fazer o mundo mais santo, que é nos tornarmos melhores, cuidando da conversão pessoal. Não permitas, amado Pai, que sejamos vencidos pela tentação de julgar o próximo, mas dá-nos sabedoria e perseverança para seguir o Cristo Jesus, nosso Irmão Maior, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/10/2019
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