segunda-feira, 17 de julho de 2023

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 13,1-23 - 16/07/2023


Seja um bom terreno para acolher a Palavra de Deus

“Naquele dia, Jesus saiu de casa e disse muitas coisas aos seus discípulos: ‘O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente’”. (Mateus 13,1.3-8)



Meus irmãos e minhas irmãs, é a tão conhecida parábola do semeador que Jesus contou aos Seus discípulos. E, no Evangelho, apresenta-se essa semeadura que cai em quatro tipos diferentes de solos, e nós precisamos olhar a cada um deles e nos confrontar.
O primeiro solo é à beira do caminho. Em grego, “pára-hodos”, quer dizer ao lado, estar perto, e aponta o desfecho: “Os pássaros as comeram”. Esse é o tipo de comportamento de quando alguém não traz a mensagem do Evangelho para dentro da própria vida, mas deixa a Palavra de Deus solta, paralela à sua conduta de vida; perto, mas não dentro do coração. E aquilo que não se coloca dentro do coração é facilmente roubado. Esse é o primeiro terreno que se apresenta.
O segundo é o solo rochoso; em grego, “petrodés”, vem depois derivado do latim de “petros”, que quer dizer pedra. É justamente cheio de rochas. Havia pouca terra naquele terreno e a semente brotou rápido e o sol a queimou, diz o Evangelho.

É aquele terreno que sabe transformar tudo que recebe de Deus em graça frutuosa e não apenas para si mesmo

Aqui, está sinalizado para nós o perigo da superficialidade, dos nossos imediatismos. São pessoas que se converteram ontem, e hoje já querem salvar o mundo. Nem salvou ela mesma, mas quer que todo mundo se salve, e coloca tudo a perder. Porque o resultado é queimar etapas, e aqui é “Queimada pelo sol” [quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas] — é justamente o que o Evangelho diz. Se nós queremos queimar etapas, muitas vezes, somos queimados por essa escolha que fazemos.
O sol aqui é o sol da exigência de uma vida cristã, que precisa ser profunda, construída pouco a pouco. Não podemos querer dar um salto maior do que as nossas pernas. A vida cristã se faz construindo.
O terceiro terreno é dos espinhos — Esses espinhos cresceram mais que a semente e sufocaram. Existe, dentro de nós, joio e trigo, já dizia Jesus. Se nós vamos deixando crescer mais o pecado dentro de nós, a nossa dimensão boa fica sufocada. Por isso nós precisamos crescer muito no aspecto espiritual.
Hoje em dia, pensa-se só em crescimento humano, econômico, realização pessoal, bem-estar, saúde do corpo, mas não se pensa no crescimento espiritual. Por isso muito cuidado para que não sejamos sufocados com outras preocupações mundanas e nos descuidamos do nosso crescimento em Deus.
O último terreno é terra boa. Em grego, na verdade, “kalós”, que quer dizer “a terra bela”, é aquele coração que está aberto para Deus, é aquele solo que quer o amor de Deus, que quer vê-lo crescer cada dia dentro do seu coração. É aquele terreno que sabe transformar tudo que recebe de Deus em graça frutuosa, e não apenas para si mesmo, mas para todas as outras pessoas.
Esses são os quatro terrenos onde a Palavra de Deus foi semeada, mas nós precisamos chegar a esse quarto terreno que é o terreno bom, onde a Palavra de Deus cai e dá frutos.
Sobre vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

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