sábado, 12 de fevereiro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 12/02/2022

ANO C


Mc 8,1-10

Comentário do Evangelho

O banquete do Reino é para todos

Estamos ainda em território pagão (cf. Mc 7,31), pois não há nenhuma indicação do contrário. Trata-se do relato da segunda multiplicação dos pães (cf. Mc 6,30-44). Os elementos presentes na narração apontam para uma dupla perspectiva: o povo que o Cristo reúne é constituído de judeus e pagãos e a admissão dos pagãos à mesa eucarística. A razão pela qual a multidão não tinha o que comer (v. 1) é porque estavam com Jesus há três dias. A situação da multidão causa em Jesus “compaixão” (cf. tb. Mc 6,34). É esse sentimento que leva Jesus a entregar-se por todos, judeus e pagãos. No povo que o Senhor reúne alguns “vêm de longe”, uma forma de indicar os pagãos. O nosso texto tem uma forte conotação eucarística. A indicação de que todos ficaram saciados e a menção da sobra são modos de transmitir não somente a abundância do alimento dado, mas também que o verdadeiro alimento do povo de Deus a caminho ultrapassa os limites da materialidade; trata-se de um alimento espiritual simbolizado no pão e no peixe, dois modos primitivos de referir-se ao Cristo e à Eucaristia.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração sensível às carências do meu próximo, fazendo-me solidário com ele, a ponto de me desapegar do que tenho, para ajudá-lo em suas necessidades.
Fonte: Paulinas em 15/02/2014

Vivendo a Palavra

Jesus anunciava a chegada do Reino do Pai não para anjos, mas para homens e mulheres que precisavam ser alimentados. Também nós, que somos a sua Igreja, devemos nos lembrar disso: a proclamação da Boa Notícia deve ser feita por testemunhas generosas, compassivas e atentas às carências dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus anunciava a chegada do Reino do Pai não para anjos, mas para homens e mulheres que precisavam ser alimentados. Também nós, que somos a sua Igreja, devemos nos lembrar disso: a proclamação da Boa Notícia deve ser feita por testemunhas generosas, compassivas e atentas às carências humanas dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2020

Reflexão

Jesus age por compaixão em relação aos sofrimentos e dificuldades do povo de sua época. Ele ama com amor eterno e o seu amor se transforma em solidariedade, em gesto concreto. Jesus não para diante das dificuldades que são apresentadas, porque sabe que o amor supera todas as dificuldades. Jesus leva as outras pessoas a sentirem compaixão com ele e assim colaborarem na superação dos problemas. Os discípulos colaboram na medida em que organizam o povo e distribuem os pães. Outros contribuem também doando os sete pães, que poderiam garantir o próprio sustento. Assim, a compaixão cria uma rede de solidariedade que supera a fome no deserto.
Fonte: CNBB em 15/02/2014

Reflexão

Do mesmo modo que Jesus partilhou pão e peixe com os judeus, agora o faz com os pagãos. Esse fato indica que o Messias estende sua obra de salvação não só a Israel, mas igualmente aos demais povos. Nenhum povo é superior a outro. Sentindo compaixão da multidão, Jesus se propõe saciar-lhe a fome. Promove, então, uma ação conjunta, que envolve a participação de todos (discípulos e multidão). Recolhe das pessoas o que podem oferecer. O número sete indica totalidade: colaboração de cada um para alimentar a todos. A partilha do pão é figura da eucaristia e expressão de amor e vida em favor de toda a humanidade. Não basta sentir compaixão pelos irmãos mais pobres; é preciso manifestar-lhes, com gestos concretos, nossa solidariedade.
Oração
Ó Jesus, incansável missionário do Reino, diante da multidão faminta, tua compaixão desencadeia uma solução imediata: abençoas e repartes os pães e os peixes que eles têm. E a maravilha acontece: todos ficam saciados e as sobras são recolhidas. Ensina-nos, Senhor, a repartir nossos dons. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 15/02/2014 15/02/2020

Reflexão

Jesus teve compaixão da multidão que se aglomerou em sua volta e não quis despedi-la com fome. O Mestre promove uma ação conjunta, discípulos e multidão, para encontrar uma saída. A solução foi recolher o que cada um trazia e repartir. O alimento partilhado é uma bênção que saciou a fome daquela gente e ainda sobrou. Não basta sentir compaixão pelos irmãos e irmãs mais pobres; é preciso manifestar-lhes, com gestos concretos, solidariedade. Quando a pessoa sente compaixão pelo sofrimento do outro, ela não fica indiferente. O grande problema hoje é a indiferença diante de tanta dor que vemos na nossa sociedade. É fundamental superar o “círculo da indiferença” diante de tudo que vemos. Com seu gesto, o Mestre nos ensina que é necessário tomar consciência das necessidades humanas. Ao partilhar o pão e a amizade, é possível dar graças a Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Há falta de pão. Mas não há também muito desperdício? - Sabemos poupar, economizar? - Sei multiplicar o pão da bondade e da fraternidade? - Procuro crescer em meu amor à Eucaristia? - Temos consciência de que há muita gente passando fome?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 15/02/2014

Meditando o evangelho

SACIANDO AS MULTIDÕES

A sensibilidade de Jesus em relação a seus ouvintes e seguidores era notável. Ele estava continuamente preocupado com eles e cuidava para não serem penalizados pelo cansaço ou pela fome. Seu coração de pastor falava mais alto nas situações delicadas. A multiplicação dos pães foi uma clara expressão da misericórdia de Jesus. E exemplo da misericórdia que deve haver no coração de quem se faz seu discípulo. Jesus podia ter considerado encerrada sua missão ao ter beneficiado as multidões com inúmeros milagres e expressões de bondade. Que cada qual voltasse para sua casa e retomasse suas atividades! Porém, as circunstâncias não permitiam. Era arriscado muitos morrerem pelas estradas antes de chegarem a seus destinos.
O pastor não podia submeter seu rebanho a tal provação. A misericórdia de Jesus exigia dele encontrar uma saída. A solução consistiu em sugerir um gesto de partilha. Alguém colocou à disposição de todos seus sete pães e alguns peixinhos. Este gesto de desprendimento e espírito comunitário foi o ponto de partida para Jesus poder alimentar a todos, até ficarem saciados.
A misericórdia de Jesus deu frutos imediatos. Assim se explica o despojamento e a solidariedade com que o desconhecido partilhou seus parcos alimentos e levou a multidão a ser salva de morrer pela fome. A superação do egoísmo já foi um verdadeiro milagre.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, cria em mim um espírito de desprendimento de modo a poder refazer o milagre da partilha com os mais necessitados.
Fonte: Dom Total em 15/02/2020

Meditando o evangelho

A COMPAIXÃO OPERANTE

A contemplação da multidão, há três dias escutando os seus ensinamentos e sendo agraciada com milagres, tocou o coração de Jesus. Aquele povo corria o risco de desfalecer, se voltasse para casa faminto. O que fazer?
A compaixão de Jesus foi operante, ou seja, uma compaixão que não se detém na simples constatação das misérias do povo. Antes, pergunta-se pelo que é possível ser feito para minorar a situação de carência.
A atitude tomada por Jesus tem duas vertentes. Na primeira, ele é quem age e indica as providências a serem tomadas. Na segunda, ele engaja, na sua ação, os discípulos e a multidão. Portanto, uma ação conjunta, que exige a participação de todos.
Tratando-se de providenciar comida, Jesus promoveu uma grande partilha dos parcos recursos disponíveis: sete pães e alguns peixinhos. Ordenou ao povo sentar-se no chão, e começou a distribuir os pães e os peixes aos discípulos, e estes, à multidão. Ele supervisionou tudo, de forma que todos ficaram saciados, chegando até a sobrar sete cestos de pedaços.
A partilha dependeu também dos discípulos e da multidão. Era preciso que compreendessem a lição da partilha, ensinada pelo Mestre, e a pusessem em prática, imediatamente. Sem este engajamento efetivo, o milagre não teria sido realizado.
O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Prece
Espírito de comiseração, não permitas que eu veja o sofrimento de meus irmãos mais pobres, sem manifestar-lhes, com gestos concretos, minha solidariedade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O povo está com fome...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O povo de Deus que todos os finais de semana se faz presente em nossas comunidades está com muita fome pois o mundo só oferece alimentos que são, como se diz por aí, "Para enganar o estômago". As igrejas cristãs têm diante de Deus essa grande responsabilidade de alimentarem esse povo sobre o qual Jesus lança um olhar de compaixão. E aqui convém se fazer uma pergunta provocadora:" Será que nossos irmãos e irmãs saem saciados das nossas celebrações? A Palavra de Deus, proclamada pelos nossos leitores e depois pelo celebrante que a reflete, enche os olhos e o coração do povo, ou quando voltam para suas casas já vão "desmaiando" pelo caminho?
Nota-se hoje uma necessidade cada vez mais fremente dos nossos pregadores da Palavra das comunidades, terem um bom preparo espiritual e teológico, não para fazer belos discursos, mas para satisfazer o nosso povo que anda faminto de esperança, paz, justiça e amor de Deus.
Para isso é importante percebermos também que, quando o pouco que temos, no caso 7 pães e alguns peixinhos, é colocado à disposição da comunidade, o milagre acontece. Pão e peixe eram alimentos comuns na vida do povo, Jesus faz um "Banquete" com coisas simples, a Igreja não precisa de Doutores para a pregação, mas de pessoas que, mesmo tendo pouco a dar, sempre dão o melhor de si. Claro que a responsabilidade em alimentar a assembleia não é só daquele que preside, mas de toda a liturgia, leitores, cantores, proclamadores da palavra, instrumentistas, acolhida e etc.
Os indicadores de que o povo de Deus está sendo bem alimentado não está na quantidade, mas na qualidade da vida de Fé, dos irmãos e irmãs da nossa comunidade. Deus quer vida e liberdade para todo o homem e isso é manifestado na Igreja, que está a servido de toda a humanidade.
O povo está com fome, não de liturgias excessivamente pomposas, frases de efeito, êxtases e emoções incontidas, tudo isso serve apenas para "enganar a fome", o povo quer a Palavra de Deus em sua essência, que lhes exorte e toque o coração, que lhes fale de esperança apontando horizontes, aos quais o homem só chegará pela graça de Deus... O Povo quer a Palavra que liberta e que leva o homem á sua realização plena como Filho de Deus.
O povo está com fome...

2. Já faz três dias que estão comigo e não têm o que comer - Mc 8,1-10
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os evangelistas Mateus e Marcos contam duas vezes a multiplicação dos pães. Pode ser o relato do mesmo milagre ou Jesus multiplicou, de fato, duas vezes os pães e os peixes para alimentar a multidão. Uma ou duas vezes, o povo gostaria que os multiplicassem sempre. Na realidade, o que Jesus espera é que todos aprendamos com ele a multiplicar o que temos, partilhando com os que não têm. “Sinto compaixão desta multidão”, disse Jesus, que está sempre em sintonia com os outros. Ele sensibiliza-se com as pessoas e seus problemas. As pessoas não são meros números ou peças de uma grande engrenagem que se chama Igreja, paróquia, família, empresa, escritório. São seres vivos, que se alegram e que sofrem nas situações em que se encontram. O seguidor de Jesus deve se esforçar para ser um pouco parecido com ele.
Fonte: NPD Brasil em 15/02/2020

HOMILIA

JESUS ALIMENTA OUTRA MULTIDÃO

Temos neste texto do evangelho de Marcos uma segunda narrativa da partilha dos pães. A pratica de Jesus não consiste em gestos espetaculares, mas é uma pratica educativa para a solidariedade e a promoção da vida. Assim, partilhando com a multidão, todos aderiram ao seu gesto, e pela partilha todos foram saciados.
Jesus ainda está em missão na terra de gentios. E uma grande multidão o seguia há três dias, e não tinham nada para comer. Jesus se compadece da multidão, pois estavam no deserto, não tinha como mandá-los embora sem alimentá-los, corriam o risco de desmaiarem no caminho. Muitos acompanhavam para ouvir seus ensinamentos, outros para receberem suas graças, serem curados de suas enfermidades corporais e espirituais. Mal sabiam eles, que estariam prestes a receber um dos maiores, senão o maior ensinamento de Jesus, a partilha. Os discípulos ficam preocupados em como saciar a fome da multidão no deserto, o que fariam? Jesus não fica só na compaixão, Ele age, e em seguida, diz aos seus discípulos o que deve ser feito, envolvendo dessa forma os discípulos em sua ação. Ação essa que também terá a participação da multidão.
Após abençoar sete pães e parti-los, Jesus pede para que a multidão se sente, dá aos discípulos os pães e alguns peixes, para que sejam distribuídos a todos. Saciaram sua fome e ainda sobrou alimento. O milagre da partilha foi possível, porque houve o envolvimento de todos. Foi preciso que todos da multidão e os discípulos compreendessem e entendessem o verdadeiro sentido da partilha e da lição que Jesus estava ensinando naquele momento. Jesus, por amor e misericórdia,  partiu o pão,  e distribuiu para o povo pobre e sofredor, e para que  também chegasse até nós, migalhas do pão.
A partilha que Jesus ensina, deverá ser praticada em nossa vida. Deveríamos partilhar com os mais necessitados. Existem tantos carentes em nossa cidade, no nosso bairro, e ninguém para partir e repartir o pão. Jesus é o nosso exemplo, é a ele que deveremos imitar. Então sejamos misericordiosos e solidários, tenhamos compaixão de quem necessita de nossa ajuda. E sendo seguidores de Cristo, aprendendo a partilhar, é nossa missão também ensinar a partilha para o sustento da vida. "Esta partilha do pão é o grande sinal do amor de Deus, que quer vida para todos."
Pai, dá-me um coração sensível às carências do meu próximo, fazendo-me solidário com ele, a ponto de me desapegar do que tenho, para ajudá-lo em suas necessidades.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 15/02/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SÁBADO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 15/02/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Com tantos irmãos passando fome é pecado estragar alimento

Infeliz a pessoa que trata o seu alimento de qualquer jeito, alimento tem de que ser comido para nos saciar, nos alimentar, mas, ao mesmo tempo, para ser repartido.

”Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que o distribuíssem. E eles os distribuíram ao povo” (Mc 8, 6).

Nós estamos vendo, hoje, uma outra narração da multiplicação dos pães: é uma enorme multidão que já havia três dias acompanhava o Senhor, ouvindo a Sua Palavra, os Seus ensinamentos, os Seus prodígios; e essa multidão sente fome. E Jesus se compadece dela: ”O que vamos fazer para saciar a fome de tanta gente?”, por isso Ele pergunta: ”Quantos pães temos?” Eles responderam: ”Sete”.
O sete é um número simbólico, é o número dos Sacramentos, por meio dos quais a graça de Deus é distribuída pela Igreja. O sete aqui também tem o significado da perfeição, do todo, daquela preocupação que Deus tem de saciar a fome toda e do homem todo. Deus não deseja que nenhum dos Seus filhos passe fome, nem no espírito nem no corpo.
Deus deseja que, primeiro, o pão do céu, que nos alimenta, que nos sacia, o pão que é o próprio Cristo, seja multiplicado e distribuído a todos. O pão da Palavra, que é o próprio Senhor, deve ser abençoado, distribuído, passado e repartido, para que nenhum dos filhos de Deus pereça no espírito por não conhecer a vontade do Senhor.
No entanto, Jesus não deseja que sejamos saciados apenas no espírito, porque não só de pão vive o homem, mas, também não só da Palavra e do alimento espiritual vive o homem. O homem precisa se alimentar e se alimentar bem! Daí a preocupação de Jesus que o pão material seja repartido. Assim como chamamos Deus de “Pai Nosso”, nós também dizemos o “pão nosso”; por isso, o pão, que temos em nossa casa, precisamos repartir para saciar a fome dos outros. Aqui eu chamo à atenção para um pecado vergonhoso: geladeiras, despensas, mesas, onde pão, comida e alimentos se estragam e são jogados fora. No mundo, onde milhões de filhos de Deus passam fome, é pecado estragar alimento!
O pão que temos é sagrado, o alimento que temos na mesa é uma coisa sagrada! Infelizes do pai e da mãe que permitem que o seu filho estrague o alimento, permitem que a criança jogue comida fora. Infeliz a pessoa que trata o seu alimento de qualquer jeito, alimento tem de que ser comido para nos saciar, nos alimentar, mas, ao mesmo tempo, para ser repartido.
Preocupe-se sempre em fazer o que Jesus fez: leve o pão da Palavra àqueles que precisam ouvir a Palavra de Deus. Mas leve também o pão de cada dia, leve o pão que sacia a fome àqueles que não têm o que comer. Assim, seremos a presença de Jesus no mundo em que vivemos!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 15/02/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Jesus tem compaixão da fome da humanidade

Jesus depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. (Mc 8,8)

Nós estamos diante de um fato que é comum em todos os tempos da história da humanidade, pessoas famintas, multidões sofrendo, porque não têm o que comer. Nesse caso da Palavra, vemos que a multidão estava há três dias ouvindo Jesus, aos pés d’Ele, e Jesus teve compaixão daquela multidão. Ter compaixão é sentir a dor do irmão, ter compaixão é entrar no sofrimento, no tormento que está tomando conta do coração das pessoas.
Que triste é a pessoa insensível, que triste é a alma humana que não se sensibiliza com o sofrimento e com a dor do outro! Que triste é quem come e se deixa até ser tomado pela gula, mas não se lembra de quem passa fome, não tem compaixão de quem não tem o que comer, não tem o que vestir nem mesmo o suficiente para sobreviver.
A compaixão, o sofrer com o outro, toma conta do coração de Jesus. A Paixão de Cristo não é somente na cruz, quando Ele morre por toda humanidade, a Paixão de Jesus é na compaixão pela dor, pelo sofrimento, pela fome da humanidade.
Não sejamos cristãos mesquinhos nem com uma espiritualidade deformada pelo mundo, dizendo que a fome do mundo é somente espiritual. É verdade, o mundo tem fome espiritual, o mundo tem fome de Deus, o mundo tem fome de justiça e verdade, mas também padece a fome do pão de cada dia. Deixe sua criança algumas horas sem comer, para você ver o desespero que ela cria! Fique alguns dias sem comer, para ver a ansiedade tomando conta do seu coração e das situações.

O mundo padece a fome do pão de cada dia

Não nos compadecemos com aqueles que passam dias sem comer, com aqueles que se levantam a cada dia e não sabem se terão o pão para comer de cada dia. Por isso, a pedagogia de Jesus é nos ensinar que todos os alimentos que temos são sagrados, é dom e dadiva divina. Cada refeição em casa, na família, no restaurante, onde quer que estejamos, não pode ser, simplesmente, um ato de nos debruçarmos sobre o alimento nem nos entregarmos de forma desesperada para comer, para saciar e viver curtindo as guloseimas da vida. Não! O pão é para ser partido, o pão é para ser partilhado. A primeira partilha é abençoar, é dar graças a Deus, é bendizer a Ele pelo alimento.
Que triste uma família, uma criança, um jovem, um adulto, um idoso, um pai, uma mãe que se senta à mesa para comer e não reza, não dá graças a Deus nem O bendiz! Muitas das nossas famílias cristãs parecem pagãs, inclusive na hora de comer, porque nós perdemos o sentido sagrado da alimentação.
Demos graças a Deus pelo alimento de cada dia. Depois de tudo que temos na nossa mesa, na nossa dispensa e geladeira, tenhamos sempre o dízimo dos pobres, aquilo que vamos repartir com os outros.
Tudo aquilo que partilhamos é multiplicado na bênção e na graça de Deus. Eles tinham apenas sete pães, e Jesus deu graças; aqueles pães, na verdade, multiplicaram-se e sobraram, porque souberam partilhar.
Quem não partilha do seu pão, quem não partilha da sua mesa vive uma fé egoísta ou uma fé desencarnada de Jesus Cristo, Aquele que se encarnou para ter compaixão da humanidade sofredora.
Que o nosso alimentar faça de nós alimento para alimentarmos a fome do mundo, a fome de Deus, a fome do pão, a fome de sermos cuidados.
Deus nos abençoe!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, livra-nos do apego e do egoísmo. Dá-nos coragem para oferecer à comunidade os bens que nos emprestas para serem partilhados com os companheiros de nossa jornada rumo ao teu Reino de Amor. Nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos do apego e do egoísmo. Dá-nos coragem para oferecer à comunidade os bens que nos emprestas para serem partilhados com os companheiros de nossa jornada rumo ao Reino de Amor. Nós Te pedimos, amado Pai, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2020

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