domingo, 31 de outubro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 31/10/2021

ANO B


31º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Qual é o primeiro dos mandamentos?” (Lc 12,29)

Mc 12,28b-34

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Entre tantas informações e vozes que querem nos orientar para a vida, qual delas seguir? Como cristãos, entendemos que a voz a ser ouvida é a de Jesus e seu mandamento está fundado no amor a Deus e aos irmãos. Eles se complementam mutuamente e somente através deles podemos viver a essência do Evangelho.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, esta Eucaristia que agora iniciamos é manifestação do nosso amor a Deus. Viemos aqui para louvá-lo e bendizê- lo e isso para nós é prazer, dever e fonte de salvação. Mas também daqui sairemos desejando viver do amor que recebemos e manifestá-lo aos irmãos, especialmente àqueles mais necessitados.

ADORAR AO DEUS ÚNICO

No capítulo 6 do Livro do Deuteronômio, os versículos 2 a 6 formam o núcleo basilar e insubstituível da teologia deste livro do Pentateuco inteiro: o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! E por isso devemos amá-Lo de todo o coração, de toda nossa alma e com todas as forças. Nossa vida - vivida de forma única - deve ser expressão de amor e adoração a esse único Deus. Na caminhada terrena, não haverá outra oportunidade. Deus ama quem se esforça para viver no campo das boas virtudes cristãs; aqueles que produzem concórdia, esperança e amor, sejam pobres, ricos, sonhadores, ingênuos, sensíveis, sofridos, vencedores ou que se arrastam pela vida. É fácil entender: se você decide empenhar algum esforço para a felicidade de alguém, o próprio Deus se encarregará da felicidade sua.
Nascemos para doar a vida. Mesmo que doa! Só é capaz de doar a vida quem não a vive “mais ou menos”, quem não passa os dias na mornidão e insipidez. Lembrei de uma historinha que ouvi em sala de aula. É uma fábula que está no livro A Quinta Disciplina, de Peter Michael Senge, considerado pela Harvard Business Review um dos livros de administração mais influentes dos últimos setenta anos. Alguns chamam de “A fábula do sapo na panela” e outros de “A síndrome do sapo fervido”. “O professor perguntou: - ‘O sapo morre quando jogado numa panela com água morna ou com água fervendo?’ Um aluno respondeu: - ‘Na água fervendo!’ O professor retrucou: - ‘Não! Ele morre na água morna. O que acontece é que ele fica ali, quieto, acomodado, e morre cozido. Na água quente ele pula rapidinho para fora. Sai escaldado, queimado, quase ebuliente... mas vivo!’”
Na vida dos cristãos que desejam levar a sério seu Batismo, algumas crises chegam para que mudanças sejam efetivadas. Senão, há o risco de morrermos no comodismo. A fábula nos faz refletir sobre os estragos da pandemia, mas também sobre as mudanças que se fizeram necessárias e sobre as portas que se abriram. Serve para nossa meditação pessoal: como estou conduzindo minha vida? Algumas vezes pensamos que está tudo tão acertado, tão no lugar, que nem percebemos o tempo passar e a vida terrena seguir sua marcha inexorável em direção ao fim. Caríssimos, enquanto caminhamos, é bom irmos ajustando a bússola no rumo do Reino de Deus. E alvejando as vestes no sangue do Cordeiro! Buscando viver uma vida santa.
Nossa fé Católica deve ser vivida intensamente: agora ou nunca! Ela não combina com o que alguns desejam exaltar no dia de hoje: o dia das bruxas! No próximo final de semana nossa Liturgia irá celebrar a Solenidade de Todos os Santos, uma festa do nosso destino e da nossa vocação. “Recuperemos” os santos, puxemos para perto, a fim de que se tornem mestres. A eternidade já começou; sejamos santos! Que as famílias se inspirem na vida dos Santos e vivenciem a harmonia, a paz, a transmissão dos valores cristãos. Bendigamos o Senhor por Ele nos ter revelado uma de suas características mais belas: o desejo de que sejamos santos como Ele é santo; assim, não estaremos longe do Reino de Deus.
Dom Jorge Pierozan
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

A razão e a plenitude da Lei de Deus é o amor

Dessa vez, um escriba, um intérprete da Lei, entra em cena para perguntar acerca do primeiro entre todos os mandamentos. Ele estava presente à discussão de Jesus com os saduceus. O tom, aqui, não é de controvérsia, pois ele viu que Jesus respondera muito bem à objeção dos saduceus. Há um mútuo apreço entre Jesus e ele. No tempo de Jesus, a Torá oral circulava como norma e reivindicava o status de inspirada, como a Torá escrita. A exigência de cumprir de modo irrepreensível os 613 preceitos poderia levar a não mais se saber qual mandamento é o fundamento da Lei, ou qual mandamento tem precedência em relação a todos os outros. A resposta de Jesus faz com que o reconhecimento da unicidade de Deus preceda tudo (v. 29; cf. Dt 6,4-5). O fundamento de toda a Lei é o amor a Deus e ao próximo (ver: Lv 19,18). A resposta de Jesus é apreciada e repetida pelo escriba anônimo. A razão e a plenitude da Lei de Deus é o amor. No amor a Lei é levada à sua plenitude.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, que o Reino aconteça sempre mais em minha vida, pela vivência radical do amor a Deus e ao próximo.
Fonte: Paulinas em 06/06/2013

Vivendo a Palavra

Ouça, ó Israel! Ouça, ó Igreja de Jesus pelos séculos afora! O Senhor nosso Deus é o único Senhor! Tudo tão simples, não precisamos dizer nenhuma palavra, apenas ouvir. Mas nós teimamos em longas orações, muitas palavras, às vezes vazias e repetitivas... Ouçamos a Palavra do Senhor, para vivê-la!
Fonte: Arquidiocese BH em 06/06/2013

VIVENDO A PALAVRA

Ouça, Israel! – assim começa o primeiro Mandamento, para nos ensinar o valor do nosso silêncio atencioso, procurando, antes de dizer qualquer palavra, escutar a Voz de Deus que nos fala através de tantos meios (a natureza, a Bíblia, a Igreja, os sinais dos tempos, os irmãos, a nossa consciência…)
Fonte: Arquidiocese BH em 08/06/2017

Reflexão

O apóstolo São João nos diz que quem afirma que ama a Deus a quem não vê e não ama o seu irmão a quem vê é um mentiroso. O evangelho do hoje nos mostra que o amor a Deus está intimamente atrelado ao amor aos irmãos, de modo que só ama verdadeiramente a Deus quem vive concretamente o amor ao próximo, pois Deus é amor e quem ama permanece em Deus, o que faz com que o amor ao próximo se torne a grande forma de culto a Deus. Quando não vivemos o amor, não cultuamos verdadeiramente a Deus, e assim nos submetemos às mais variadas formas de idolatria que nos são propostas pelo mundo moderno.
Fonte: CNBB em 06/06/2013

Reflexão

Os doutores da Lei eram os intérpretes oficiais da Bíblia e exerciam forte influência sobre o povo. Diante do grande número de preceitos, eles acabavam dando destaque aos que mais iam ao encontro de seus interesses pessoais. Jesus, porém, lançando mão de dois textos do Antigo Testamento (Dt 6,4-5; Lv 19,18), esclarece qual é a questão central da lei judaica: amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como a si mesmo. Os dois mandamentos formam uma unidade inseparável. Não é possível amar a Deus sem amar o próximo. João, na 1ª Carta, escreve: “Quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê” (1Jo 4,20). Com seu esclarecimento, Jesus confirma que o Reino de Deus está ao alcance de todos. O que se requer é a prática do amor a Deus e do amor ao próximo.
Oração
Ó Jesus Mestre, teu diálogo com um doutor da Lei criou ocasião para nos ensinares sobre o mandamento mais importante: amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como a nós mesmos. Ajuda-nos, Senhor, a assimilar em profundidade o significado desses mandamentos e a colocá-los em prática. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

AS EXIGÊNCIAS DE DEUS

A religião tem suas exigências. É preciso, porém, ter bom senso para não atribuir a Deus exigências humanas muitas vezes sem relevância. Assim como existem pessoas cuja tendência é minimizar as exigências religiosas, existem outras que tendem para o exagero. Ambas as posturas são incorretas, e não colaboram para um experiência religiosa sadia.
No tempo de Jesus, havia uma ala do judaísmo tendente ao exagero, a ponto de reduzir a fé a um complexo de leis e mandamentos, de difícil execução. Será que Deus quer transformar nossa vida num infindável pode/não pode, deve/não deve, é permitido/é proibido? Uma religião assim vivida torna-se empobrecedora, porque torna o indivíduo escravo da Lei, sem tempo para relacionar-se com Deus de maneira prazerosa e alegre.
A fé pregada por Jesus apoia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.
Portanto, a única exigência da religião de Jesus é que a pessoa não coloque a si mesma como centro, e sim, Deus e o amor ao próximo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de equilíbrio, que eu encontre, no amor a Deus e ao próximo, o eixo de minha prática religiosa, sem desviar-me para o exagero nem para a lassidão.
Fonte: Dom Total em 08/06/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Amor a Deus e ao Próximo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Muitas vezes nos evangelhos, algumas pessoas importantes que se aproximam de Jesus para o interrogá-lo, entre elas Escribas e Doutores da Lei, já o rejeitaram e só estão a procura de um argumento para denunciá-lo ao Conselho visando a sua condenação e morte.
Mas no evangelho de hoje esse Escriba procurou Jesus com sinceridade para lhe perguntar qual era o Mandamento mais importante de toda a Lei de Moisés.
Jesus mostra com absoluta clareza aquilo que está no centro da Lei “O amor sem medidas para com Deus, em primeiro lugar, e o amor ao próximo” que é tão importante quanto o primeiro, e que , no dizer de Jesus, não há nenhum outro que supere esses dois.
É fácil percebermos quando a pessoa que se aproxima de Jesus para conhecê-lo e experimentá-lo, está a procura de algo novo. Basta ver o entusiasmo na concordância com a Palavra “Perfeitamente Mestre, dissestes bem...”. E o Escriba repetiu exatamente, palavra por palavra, o ensinamento que Jesus acabara de fazer, respondendo a sua pergunta e ainda fez uma bela interpretação “Esse amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios”. O Escriba captou que algo bem maior e mais profundo do que as Verdades do Judaísmo estava ali diante dele, trazido por Jesus, o grande Mestre.
Vivemos em uma sociedade que até conhece e crê em Jesus, mas que dificilmente concorda com a sua Palavra e o seu ensinamento, centralizado na preservação da Vida e da Dignidade humana, em um Reino pautado pela Justiça e Igualdade. Basta ver o que a nefasta cultura da pós Modernidade apregoa sobre aborto, divórcio, eutanásia e outros pontos que contrariam totalmente esse Amor a Deus e ao próximo.
Jesus ao final da conversa encheu o coração daquele Escriba de alegria e esperança quando lhe disse “Na verdade não estás longe do Reino de Deus”. Certamente não dirá o mesmo do Homem ateu da pós-modernidade, perdido na sua arrogância, prepotência e Egocentrismo, sempre pensando que o Homem é o Centro do Mundo. Quanta ilusão.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Qual é o primeiro de todos os mandamentos? - Mc 12,28b-34
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Terminamos a leitura do Evangelho de Marcos com dois temas de real importância: a prática do amor e a vinda final do Filho do Homem. Sabemos qual é o primeiro dos mandamentos e sabemos qual é o mandamento de Jesus. O primeiro dos dez mandamentos é “amar a Deus sobre toda as coisas”; o mandamento de Jesus é “amar-nos uns aos outros”. Não perguntaram, mas Jesus acrescentou que o segundo mandamento é “amar o próximo como a si mesmo”; e o segundo mandamento de Jesus é “amar o próximo como ele amou”. Trata-se, em última análise, simplesmente de “amar”. O mestre da Lei disse ainda que “amar a Deus e amar o próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios”. Saber, já sabemos. É preciso agora dar um passo avante e praticar o que sabemos. Jesus citou do Livro do Deuteronômio as palavras de Moisés, que se repetem duas vezes por dia nas sinagogas: “Ouve, Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é Um. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”. E se acrescenta: “Trarás gravadas no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno”. O mandamento deve primeiro estar gravado no coração, depois nas duas pedras de Moisés, na mão, nos olhos, no batente da entrada da casa. É do coração, dirá Jesus, que saem os projetos de vida do ser humano, e o profeta Ezequiel: “Porei no vosso íntimo o meu Espírito e farei com que andeis de acordo com os meus estatutos e guardeis minhas normas e as pratiqueis”. Conhecemos a vontade de Deus, conhecemos os seus mandamentos, sabemos que Jesus espera de nós unicamente que nos amemos uns aos outros como expressão do nosso amor a Deus, e no entanto, apesar de nossa boa disposição e nossos firmes propósitos, continuamos com nossas falhas, continuamos pecadores, parecendo não haver remédio para a nossa fraqueza. A própria Lei de Deus, lemos na Carta aos Hebreus, constituiu sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza. Temos, porém, um novo sacerdote que “a palavra do juramento, que veio depois da Lei, constituiu perfeito para sempre”. Seu sacerdócio não passa, perdura para sempre e ele está sempre vivo intercedendo por nós. Ofereceu-se a si mesmo uma vez por todas em sacrifício pelo pecado do mundo. A Lei veio por Moisés. A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Moisés nos deu a Lei para ser observada e queremos observá-la. Jesus, tendo experimentado a tentação e conhecedor da nossa fraqueza nos dá a graça, porque não somos capazes de observar a Lei. O “Shemá Israel”, “Ouve, Israel”, do Deuteronômio e da liturgia judaica é lido pelos cristãos do ponto de vista da existência: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Não há outros deuses. Só o Senhor é Deus. Do ponto de vista da essência, os hebreus afirmam que Deus é Um, e os cristãos que Deus é Uno e Trino.

HOMILIA DIÁRIA

É preciso ouvir a Deus em primeiro lugar

Precisamos fazer o mais difícil: ouvir a Deus em primeiro lugar. Você ama o Senhor, mas você O escuta? Você conhece a vontade d’Ele?

“Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” (Mc 12,29-31).

Parece tão simples, mas aí está a essência da vida cristã, do relacionamento do homem com Deus, e está a nossa missão aqui na Terra. A primeira delas nos impulsiona a viver tudo: “Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor.”
Para podermos amar o Senhor, servi-Lo e sermos inteiros d’Ele sobre todas as coisas, nós precisamos fazer o mais difícil: ouvi-Lo em primeiro lugar. Você ama o Senhor, mas você O escuta? Você conhece a vontade d’Ele? Você transforma as coisas que “acha” em vontade de Deus?
A vontade do Senhor está em saber escutá-Lo, colocar-se em Sua presença, deixar que Ele seja luz, seja guia, referência e direção para a sua vida. Coloque-se na presença do Senhor, escute a Sua Palavra, escute aqueles que falam em nome d’Ele e faça o discernimento da direção que o Pai quer dar à sua vida, porque, quando você O escuta, obedece a quem ama, daí o amor que você tem a Deus será mais completo, mais real, mais sincero.
Quando você coloca o Senhor em primeiro lugar em sua vida, o restante vem em consequência. Faça d’Ele seu amor primeiro. Quando você assim o faz, amar o próximo será uma condição essencial. Você o respeitará, não o prejudicará nem o quererá mal algum, porque o amor puro de Deus, em seu coração, impulsiona-o a amar o próximo.
Quando o amor do Pai não é profundo em nós, temos muita dificuldade para amar o nosso irmão, para respeitar o nosso próximo, para conviver até com as pessoas mais difíceis e complicadas ao nosso lado. Só o amor de Deus pode nos ensinar a amar o próximo. Quando eu inverto a ordem e me coloco em primeiro lugar, as coisas estão invertidas. Coloque Deus em primeiro lugar e o resto virá em consequência.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 06/06/2013

HOMILIA DIÁRIA

O amor a Deus leva-nos a amar o próximo

Amar a Deus e ao próximo não é fácil para nenhum de nós, é uma decisão de vida

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes” (Marcos 12, 30-31).

Veja, que bênção! É o mestre da lei quem está perguntando a Jesus qual é o maior mandamento. Se perguntasse isso para mim e para você, obviamente daríamos aquela resposta que nós aprendemos na catequese: “Amar a Deus é o mais importante”. Então, se estamos amando a Deus, estamos cumprindo tudo. No entanto, não podemos amar a Deus com toda nossa força e vontade, com todo nosso entendimento, mas não amar com a mesma intensidade nosso próximo. É claro que o grau de direção do coração é amar a Deus, e é esse amor que temos para com Deus que vai nos iluminar e direcionar para que também amemos nosso próximo.
Amar a Deus e ao próximo não é fácil para nenhum de nós, é uma decisão de vida, uma exigência interior na qual nos colocamos. Se nós nos encontramos com Deus, se Ele é a razão maior da nossa vida, vamos amá-Lo de todo coração.
Temos de evitar os extremos da vida e centrá-la na direção correta. Há muitas pessoas religiosas, de diversas crenças, religiões, inclusive nós cristãos católicos, que amamos a Deus. Ele é tudo para nós, ou deveria ser, Ele deve ser tudo para nossa vida, mas, às vezes, levamos isso para uma situação tão extrema, que não enxergamos o próximo que está ao nosso lado. “Eu rezo. Eu falo com Deus o tempo inteiro. Eu faço orações o dia inteiro. Eu não falto à Missa. Eu não falto a nada que é de Deus. Eu sou um adorador. Eu estou com um terço na mão, mas eu ignoro meu próximo. Eu sou grosso, egoísta, nem ligo para as necessidades deles”. É um amor a Deus incompleto, é um amor que não foi entendido, compreendido nem vivido na sua totalidade.
Não posso negar que há outros extremos, daqueles que fazem tudo pelo outro, fazem obras de caridade extrema, dedicam-se o tempo inteiro a cuidar do próximo. É uma bênção!
Precisamos praticar e viver a caridade na nossa vida! Não podemos, de maneira nenhuma, ignorar o próximo. Eu vejo Jesus na Eucaristia, eu O vejo no pobre sofredor. Eu preciso focar meu amor a Deus, e esse foco do meu amor a Ele me leva a amar o próximo, o meu irmão, aquele que vive do meu lado.
Se nos aplicarmos na vida e vivermos a graça do mandamento, que se divide em dois, mas é um só, o amor a Deus e ao próximo, a nossa vida caminha na direção do Céu.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 08/06/2017

Oração Final
Pai Santo, faze-nos conscientes de que somos profetas do Reino! Ensina-nos, primeiro, a ouvir-te, Pai amado; depois, a viver tua Lei do Amor; então, pelo testemunho existencial, a proclamar com entusiasmo o teu Reino e denunciar o anti-reino com coragem. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/06/2017

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