domingo, 3 de outubro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/10/2021

ANO B


27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Portanto, o que Deus uniu o homem não separe.” Mc 10,9

Mc 10,2-16

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A vontade de Deus para a humanidade é que o amor seja o vínculo que une homem e mulher para a formação de uma família e, a partir dela, novos filhos para a humanidade. Esse amor não pode ser quebrado pela força humana, pois vem de Deus e tem sua vocação para Deus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, somos a família de Deus reunida para bendizer ao Pai, por Jesus, nosso irmão, na força e no poder do Espírito. Nossa relação com Deus está estabelecida por uma aliança de amor que Ele celebrou com nossos antepassados e que se renova cada vez que nos aproximamos desta mesa santa e celebramos a oferta que Jesus fez de sua vida por nós.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Mais uma vez o Senhor nos reúne ao redor da mesa da Palavra e da Eucaristia. A celebração da Eucaristia é a união de todos os cristãos, em comunhão com Cristo e o Pai, na força do Espírito Santo. Hoje, de modo especial, celebramos o Mistério Pascal na ótica do amor conjugal, amor e fidelidade que envolve a vida do homem e da mulher na vida de Deus. Deus criou as pessoas para a comunhão e união, na igualdade de condições. Sem o outro, somos incompletos e inacabados. Outubro é o mês das missões, e por isso lembremo-nos sempre de que também todos nós somos missionários.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A celebração da Eucaristia expressa a união de todos os cristãos em comunhão com Cristo e o Pai, na força do Espírito Santo. Hoje, de modo especial, celebramos o Mistério Pascal na ótica do amor conjugal, amor e fidelidade que envolve a vida do homem e da mulher na vida de Deus. Deus criou as pessoas para a comunhão e união, na igualdade de condições. Sem o outro, somos incompletos e inacabados.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, somos a família de Deus reunida para bendizer ao Pai, por Jesus, nosso irmão, na força e no poder do Espírito. Nossa relação com Deus está estabelecida por uma aliança de amor que Ele celebrou com nossos antepassados e que se renova cada vez que nos aproximamos desta mesa santa e celebramos a oferta que Jesus fez de sua vida por nós. Acompanhemos com nossas preces o início do Sínodo dos Bispos em Roma sobre a Juventude.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Mais uma vez o Senhor nos reúne ao redor da mesa da Palavra e da Eucaristia. A celebração da Eucaristia é a união de todos os cristãos, em comunhão com Cristo e o Pai, na força do Espírito Santo. Hoje, de modo especial, celebramos o Mistério Pascal na ótica do amor conjugal, amor e fidelidade que envolve a vida do homem e da mulher na vida de Deus. Deus criou as pessoas para a comunhão e união, na igualdade de condições. Sem o outro, somos incompletos e inacabados. Outubro é o mês das missões, e por isso lembremo-nos sempre de que também todos nós somos missionários.
Fonte: NPD Brasil em 07/10/2018

O SAGRADO MATRIMÔNIO

O Livro do Gênesis manifesta o desígnio de Deus em relação ao matrimônio. Ao comprovar que não é bom que o homem esteja sozinho, Deus decide dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele. Assim surge a aparição da primeira criatura humana do gênero feminino. Deus apresenta ao primeiro homem a sua companheira e ele a reconhece como consanguínea: “osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2, 23). Deus conduz a mulher e a entrega a Adão, tal como costumamos ver na celebração do casamento. A mulher representa o dom particular de Deus ao primeiro homem.
Um outro ser humano, diferente e complementar, igualmente espiritual e inteligente, portanto digno de amor, realizando assim uma verdadeira e profunda comunhão afetiva. Segundo o projeto divino, a primeira criatura feminina participa da mesma dignidade e superioridade de Adão sobre o resto da criação. Vemos um contexto claramente matrimonial: Deus apresenta a esposa a Adão, que a aceita com alegria e os dois começam uma convivência conjugal, uma relação interpessoal: “eis agora aqui – disse o homem - o osso dos meus ossos e a carne da minha carne; ela se chamará mulher, por que foi tomada do homem”.
Vemos claramente o desígnio divino original: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”. Seus descendentes repetirão o mesmo destino revivendo em certo sentido, através de seu amor conjugal, a misteriosa experiência dos primeiros seres humanos. Jesus Cristo, no Evangelho, reafirma, com a sua autoridade, o desígnio original de Deus sobre o matrimônio, quando os fariseus perguntam se é lícito ao homem separar-se de sua mulher: “Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher... Moisés permitiu despedir a mulher por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio”. Depois indica como era o matrimônio desde o princípio, citando o Gênesis: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne (Gn 2, 24). “Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19,6).
O matrimônio não é uma invenção dos homens, mas um desígnio de Deus, como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão de vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor (CIC §1601). Segundo os planos divinos, a vocação para o matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher: Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental de todo ser humano.
O homem e a mulher, em seu amor mútuo tornam- se uma imagem do amor absoluto de Deus pelo homem. E este amor é abençoado por Deus e destinado a tornar-se fecundo e a realizar-se na tarefa comum de preservação da criação: Deus os abençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a (Gn 1,28). Jesus Cristo elevou o matrimônio à categoria de sacramento. A Igreja atribui grande importância à presença de Jesus nas núpcias de Caná da Galileia: vê nela a confirmação de que o casamento é uma realidade boa e um anúncio de que, daí em diante, o matrimônio será um sinal eficaz da presença de Cristo, concedendo suas graças à família constituída pelo sacramento do matrimônio.
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

Um projeto de igualdade

Os fariseus, procurando motivo para condenar Jesus em questões da Lei, o questionam, agora, sobre o preceito do Decálogo que permite ao homem despedir a sua mulher (Dt 24,1). A Lei, que era atribuída a Moisés, com seu caráter patriarcal machista, vinculava os bens do casamento à posse do marido, relegando a mulher a uma posição de submissão. Reconhecendo o direito do homem de repudiar sua mulher, não explicitava, contudo, quais os motivos que justificariam tal repúdio. Entre os rabinos debatiam-se quais seriam estes motivos. A escola do rabino Hillel, mais seguida, autorizava o repúdio pela simples insatisfação do homem. A escola do rabino Shammai limitava o repúdio apenas nos casos de infidelidade da mulher.
Os fariseus, apegados à Lei, não duvidavam deste direito do homem. Jesus, em sua resposta, associa a Lei à dureza dos corações daquele povo e recorre ao projeto criador de Deus: homem e mulher, criados em uma só carne (primeira leitura), em igualdade de condições. Descartando, assim, o legalismo e o machismo, Jesus remete o homem e a mulher ao projeto criador de Deus, que é elevar a humanidade à plenitude do amor.
Na passagem paralela, no evangelho de Mateus (Mt 19,9; 5,32) é mencionado o direito de despedir a mulher no caso de pornéia (no original grego), de duvidosa interpretação, possivelmente com o sentido de adultério. Neste texto de Marcos, tanto o marido como a mulher podem dispensar o cônjuge, contudo, uma nova união é considerada como adultério. Porém, diante da complexidade da situação, é importante que sejam avaliados com bastante discernimento os casos de novas uniões.
Algumas pessoas, ao trazerem crianças para serem abençoadas por Jesus, são repreendidas pelos discípulos. As crianças são o símbolo dos excluídos, e os discípulos ainda guardam a mentalidade repressiva, o que leva Jesus a aborrecer-se. Acolher uma criança é assumir a humildade, a pequenez e a fragilidade diante de Deus.
Na Epístola aos Hebreus (segunda leitura) fica em evidência seu caráter eminentemente sacrifical, pelo qual, sob dois aspectos, contradiz a imagem de Jesus, Filho de Deus. Jesus, Deus presente humildemente na história, entre os humanos, passa a ser coroado de gloria e honra nos céus; e tal glória é a recompensa do sofrimento, uma vez que Jesus sempre se empenhou em aliviar os sofrimentos, comunicando vida plena com seu amor carinhoso.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, que os casais cristãos compreendam a profundidade de sua união, obra do próprio Deus.
Fonte: Paulinas em 07/10/2012

Vivendo a Palavra

O Mestre surpreendente: Ele mesmo, que tem autoridade para levar à plenitude a Lei de Moisés, indica logo em seguida o caminho da singeleza das crianças para entrarmos no Reino do Pai. A simplicidade nem sempre é o caminho que preferimos. Nós gostamos de complicar, de saber muitas coisas...
Fonte: Arquidiocese BH em 07/10/2012

VIVENDO A PALAVRA

O Mestre surpreende mais uma vez: Ele mesmo, que declara ter autoridade para levar à plenitude a Lei de Moisés, indica logo em seguida o caminho da singeleza das crianças para entrarmos no Reino do Pai. A simplicidade nem sempre é o caminho que nós, humanos, preferimos – tanto ontem quanto hoje… Nós gostamos de complicar e de acumular pretensiosos conhecimentos sobre muitas coisas...
Fonte: Arquidiocese BH em 07/10/2018

Reflexão

MISSÃO DE CUIDADO E PROTEÇÃO DA VIDA

Nascemos sem nada, nus, dependentes. Mais frágeis e suscetíveis do que os outros animais, necessitamos de casa, roupa, cuidados… Dotados de razão, com o tempo vamos acumulando calçados, roupas, eletrônicos, bens materiais e simbólicos. Aos poucos nos tornamos carregados de utensílios e moldados por eles.
Os benefícios trazidos pelo progresso deveriam proporcionar melhores condições de vida para todos, e não apenas para alguns. A técnica e tudo o que a criatividade humana cria poderiam contribuir muito mais para a humanização do mundo. Ocorre que a arrogância e o egoísmo de poucos insistem na concentração de poder e privilégios. Em plena era digital, ainda temos em nosso meio pessoas que nem sequer dominam os códigos gráficos. É o disparate e as ambivalências do mercado, que põe o lucro em primeiro lugar em detrimento dos valores humanos.
Aliás, o evangelho de hoje é uma crítica à arrogância dos que têm amor ao poder e não agem pelo poder do amor. Para além de uma reflexão sobre o divórcio, cabe-nos pensar no compromisso com a vida, especialmente com a vida dos mais frágeis e desprotegidos. A mulher e a criança reverenciadas no texto proclamado são indicativos de uma categoria excluída da sociedade do tempo de Jesus. O discurso de Jesus aos fariseus e aos discípulos visa desfazer um tipo de mentalidade excludente e exclusivista. Cabe à comunidade cristã não perder de vista o projeto original de Deus: o amor com que o Senhor nos criou é duradouro. Não somos frutos de uma aventura de noite passageira.
Olhando a história da salvação, percebemos que Deus sempre teve atenção especial com a humanidade: o homem e a mulher, mais do que as outras criaturas, são seus parceiros. Ambos têm a missão de cuidar da vida e protegê-la. Nessa missão, só o amor supera o egoísmo e a prepotência. Nenhum cristão tem o direito de excluir um irmão da comunidade. Ao contrário, tem o dever de incluí-lo e trabalhar para que a fraternidade seja uma realidade palpável.
Não há lei humana que supere o amor. Cabe ao cristão se deixar mover pelo fermento do reino e, transformado pelo encontro com Jesus Cristo, superar todas as divisões, tornando o mundo no espaço da paz e da fraternidade. O Senhor nos abençoe em toda a nossa vida.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Fonte: Paulus em 07/10/2012

Reflexão

A partir de uma pergunta provocativa de alguns fariseus, Jesus apresenta seu ensinamento a respeito do matrimônio e do divórcio. Debatia-se, nas escolas rabínicas, quais seriam os motivos que justificavam o “repúdio”. Quer dizer: o homem podia despedir a mulher por qualquer motivo sem muita explicação. Era o domínio do homem sobre a mulher. Os fariseus se baseiam na lei de Moisés, mas Jesus fundamenta seu ensinamento no “projeto criador de Deus”. O amor não é opressivo, exclui o domínio de um sobre o outro: “serão os dois um só ser”. Contra a mentalidade da cultura judaica, Jesus afirma a igualdade entre homem e mulher. Nenhuma lei deve destruir essa igualdade querida por Deus: “O homem não separe o que Deus uniu”. No dizer da exortação “Amoris Laetitia” (do papa Francisco), o matrimônio cristão “é um sinal que não só indica quanto Cristo amou a sua Igreja na aliança selada na cruz, mas também torna presente esse amor na comunhão dos esposos”. O sim dado no dia do casamento “significa dizer ao outro que poderá sempre confiar, não será abandonado, se perder atrativo, se tiver dificuldades ou se se apresentarem novas possibilidades de prazer ou de interesses egoístas”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 07/10/2018

Reflexão

Os fariseus, para “tentar” Jesus, perguntam-lhe se o divórcio é lícito. Jesus responde que o casamento é indissolúvel. Para isso, remete-se ao plano original de Deus a respeito da união do homem com a mulher: “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne. E assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”. Sabemos, no entanto, que muitos matrimônios, por múltiplas e complexas razões, acabam se desfazendo. O papa Francisco, na Exortação apostólica Amoris Laetitia, n. 128, nos oferece uma intuição que pode se transformar em luz para casais em crise: “Muitas feridas e crises têm a sua origem no momento em que deixamos de nos contemplar”.
Oração
Divino Mestre, recorrendo às Escrituras, resgatas a dignidade da mulher e seu verdadeiro lugar na sociedade. Ela não é propriedade, mas companheira do homem, com quem forma uma comunidade de vida e de amor na família. Bendito és tu, Senhor, porque libertas os oprimidos e marginalizados. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

DEFESA DO MATRIMÔNIO

O divórcio, prática comum na época, foi fortemente condenado por Jesus. Baseados na Lei mosaica, os maridos não tinham escrúpulos de se desfazer das próprias mulheres, mesmo por motivos banais. Os fariseus, com más intenções, sondaram Jesus para saber a opinião dele a esse respeito. No fundo, queriam saber como ele se posicionava diante da Lei: se a respeitava e se submetia a seus ditames, ou não.
A resposta de Jesus não permitiu aos fariseus concretizar seu intento. O Mestre retomou o relato da criação, fundamento bíblico do matrimônio, e explicitou o projeto de Deus a partir daí. Segundo a vontade divina, ele consiste numa união tão profunda entre homem e mulher, a ponto de atingir o auge da comunhão. Aí, a diversidade é superada por uma unidade indissolúvel, representada pela expressão: "serão os dois uma só carne". Na raiz desta união está o Pai. Ele é quem une. E o que for unido por ele não poderá dissolver-se.
Em última análise, Jesus estava afirmando que, quando se dá o divórcio, é porque, de fato, não houve matrimônio. Um homem que se sente à vontade para mandar embora sua mulher é porque não chegou a formar com ela uma só carne. Quando, porém, Deus une homem e mulher nada e ninguém tem o direito de desuni-los.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que os casais cristãos compreendam a profundidade de sua união, obra do próprio Deus.
Fonte: Dom Total em 07/10/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. É permitido ao homem despedir sua mulher?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O episódio narrado por Marcos conta que os fariseus interrogaram Jesus sobre o divórcio, para provocá-lo. Jesus tinha ido à Judeia, para além do Jordão. Muita gente se reuniu em volta dele e, como sempre, ele ensinava. A pergunta dos fariseus tem um significado próprio no contexto criado por Marcos. Tudo começou com a discussão dos apóstolos para saber quem deles era o maior. Jesus então ensina os apóstolos que, quem quiser ser o primeiro, deve ser o último de todos e o servo de todos.
Em seguida, São Marcos elenca três situações que, nesse contexto, prolongam a discussão sobre quem era o maior. Primeiro, alguém que não era do grupo de Jesus estava expulsando demônios em nome de Jesus. Os apóstolos o proibiram. “E o impedimos porque não nos seguia.” Já tinham compreendido que, entre nós, somos todos iguais e ninguém é maior do que ninguém. Mas, em relação aos outros, a outras pessoas e outros grupos, o nosso grupo, aquele no qual eu estou, é o maior. Eles não podiam aceitar que alguém fora do grupo dos discípulos fizesse alguma coisa boa em nome de Jesus. Depois, naquela sociedade mulheres e crianças eram consideradas inferiores em relação aos homens. Jesus então valoriza as crianças. Quem receber uma criança por causa de Jesus, estará recebendo o próprio Jesus, e ai de quem escandalizar um dos pequeninos que creem em Jesus! – pequeninos podem ser também os discípulos de Jesus. Por fim, Jesus valoriza as mulheres no episódio do divórcio.
Neste contexto de Marcos, a questão não é tanto o divórcio em si mesmo, mas quem tem a iniciativa do repúdio. O homem podia repudiar a sua mulher e se casar com outra. No direito judaico, porém, a mulher não podia repudiar o homem. No tema da igualdade das pessoas e no respeito às suas diferenças, Jesus diz que “quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira. E se uma mulher despede seu marido e se casa com outro, também comete adultério”. Jesus dá à mulher o mesmo direito de repúdio que a lei dava ao homem. O homem não é “maior” que a mulher. Voltam as crianças que os discípulos tentam afastar, e Jesus as acolhe com muito carinho e as abraça, abençoa e impõe as mãos sobre elas. Por um lado são as vítimas do divórcio e não podem deixar de ser levadas em consideração; por outro, valem tanto quanto os adultos. Homem e mulher são uma só carne, lemos no Gênesis; e, segundo a carta aos Hebreus, todos procedemos de um mesmo Pai e somos todos igualmente irmãos.
Fonte: NPD Brasil em 07/10/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. QUE O HOMEM NÃO SEPARE...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não há quem não goste de originalidade, é assim no mundo das artes e no processo de produção principalmente no ramo de auto peças. Peça original custa mais caro, justamente porque é original. Nas artes há o direito autoral, que visa assegurar entre outras coisas que a obra não será descaracterizada, pois caso isso venha a ocorrer, ela se torna uma falsificação e perde o seu valor.
Sobre a importância de uma peça original em um veículo, por exemplo, nem é preciso argumentar sobre a qualidade e o desempenho, além da sua vida útil, que é bem maior quando a mesma é original.
Nos anos 70, durante a “febre” dos produtos importados, quando se queria desdenhar do objeto de alguém, a gente dizia de maneira irônica que aquele objeto era do Paraguai, isso significava falsificado.
Fiz essa introdução porque me parece ser esta a “queixa” de Jesus em relação a Lei do divórcio, que tinha um embasamento religioso “no princípio Deus os fez Homem e Mulher, e o homem deixará pai e mãe, se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne”.
O texto é uma denúncia explícita sobre a “falsificação” que os homens fizeram da união do homem e da mulher, idealizada pelo Criador. Ás vezes deparo com casais em segunda união, cuja primeira fui eu quem assisti em nome da Igreja, que fazem questão de dizer que agora sim, são felizes. Na misericórdia ensinada por Jesus, não nos deve faltar a compreensão, mas lá no fundo eu volto aos meus tempos de jovem e digo para mim mesmo “É do Paraguai, não tem nada de original”.
Uma lei, mesmo de caráter religioso como era a Lei de Moisés, nunca poderá permitir a separação do casal, porque vai contra o Plano do Criador ao falsificar sua obra prima, tirando dela o seu traço mais original: o amor ágape, da entrega e doação um ao outro, do amor que busca o bem e a felicidade do outro, do amor capaz de renunciar-se a si mesmo, do amor que sabe ser fiel sem que isso represente um peso insuportável, do amor que busca constantemente o diálogo, a compreensão, o perdão, do amor que se alegra, que é sempre caridoso e compassivo. Essas virtudes fazem da união conjugal o sinal mais evidente do amor de Deus.
Na obra da criação nada há mais perfeito que o homem e a mulher, pois os rios, florestas, montanhas e planícies, na sua beleza e esplendor falam-nos de Deus, mas nunca serão à sua imagem e semelhança por isso, na criação do homem e da mulher, toda a obra da Criação é exaltada e atinge o seu cume.
Homem e mulher formam uma unidade perfeita, só comparável a união de Cristo e da sua Igreja, como ensina o Apóstolo Paulo. O próprio homem reconhece essa perfeição quando exclama, diante da mulher “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Jesus não só confirma a legitimidade e autenticidade dessa união, como a coloca em nível de sacramento, tornando-a um sinal do Amor de Deus. Ninguém em sã consciência faltará ao respeito para com o Pavilhão Nacional, mesmo porque se for feito em público, o transgressor sofrerá punição da Lei, é isso que Jesus coloca como exortação a todos – Por isso o Homem não separe aquilo que Deus uniu.
Os discípulos não entenderam toda a magnitude da comunhão de vida entre o homem e a mulher, e em casa falaram reservadamente ao Mestre. Jesus vai então deixar bem claro “O homem que deixar sua mulher e se unir à outra, cometerá adultério contra a primeira, e se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério”.
Que nunca falte de nossa parte enquanto Igreja, a misericórdia e o acolhimento a tantos recasados, mas que também não falte a eles, a humildade de reconhecer que romperam um vínculo sagrado, preferindo falsificar uma união, porque não acreditaram no poder e na força da Graça que um dia receberam no altar, quando manifestaram diante de Deus a decisão de viverem juntos a vida inteira.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Deixai as crianças virem a mim - Mc 10,2-16
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No caminho de casa para Cafarnaum, Jesus fez o segundo anúncio de sua paixão e morte. Durante o percurso, os apóstolos discutiam entre si querendo saber quem deles era o maior. Em casa, Jesus se senta, chama os Doze e lhes diz: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. É neste contexto que iniciamos hoje a leitura do capítulo décimo de São Marcos, que será proclamado nos domingos deste mês de outubro. São Marcos amplia a resposta de Jesus destacando o lugar da mulher e das crianças na família e o peso das riquezas nas desigualdades entre as pessoas. Perguntam a Jesus, sempre para provocá-lo, se era permitido ao homem despedir sua mulher. A resposta de Jesus termina com uma conclusão inesperada: “Quem despede sua mulher e se casa com outra comete adultério contra a primeira. E, se uma mulher despede seu marido e se casa com outro, comete adultério também”. O homem mandar embora a mulher fazia parte da cultura religiosa do povo, e a razão podia ser ela ter deixado queimar a comida. O contrário, a mulher mandar embora o homem, isso não acontecia, porque o homem era o maior. Estamos ouvindo a resposta sobre quem é o maior. No matrimônio não há maior nem menor. Há diferenças, mas a dignidade, os direitos e os deveres são os mesmos. No contexto da vida matrimonial, São Marcos coloca as crianças. “Não as afastem”, diz Jesus aos discípulos. “Deixem as crianças virem a mim”. Ele as abraçava, impunha as mãos sobre elas e as abençoava. O casal não pode pensar apenas nas suas conveniências. É preciso levar em consideração as crianças. O pai ou a mãe não podem pensar unicamente na sua felicidade pessoal sem deixar de ver o rostinho triste da criança que não entende o que está acontecendo. Aceitamos que nem tudo é como gostaríamos que fosse. A criança é menor em tamanho, mas não em dignidade. Somos todos iguais e todos devem ser levados em consideração nas horas difíceis da vida. Jesus lembrou o que está escrito no Gênesis: “Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”. A porta do céu é estreita. É preciso se esforçar para passar por ela. Tudo na vida supõe um pouco de esforço e muita responsabilidade. Bela é a vocação para a vida matrimonial, bela é a família bem constituída, mas não sem esforço. Sobre “quem é o maior”, diz a Carta aos Hebreus que “Deus tornou Jesus pouco inferior aos anjos, e nós o vemos coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte”.

REFLEXÕES DE HOJE

07 DE OUTUBRO-DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 07/10/2018

HOMILIA DIÁRIA

Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar

Postado por: homilia
outubro 7th, 2012

Os fariseus procuram motivo de condenar Jesus em torno de questões da Lei. A Lei associava o casamento à posse de bens e reconhecia ao homem o direito de repudiar sua mulher, relegando esta a uma posição de submissão. No texto de hoje, Jesus continua a sua caminhada rumo a Jerusalém, onde o poder central religioso-político vai condená-lo à morte, no intuito de acabar não somente com a pessoa d’Ele, mas com o seu ensinamento. O que vemos no Evangelho é Jesus entrando primeiro em controvérsia com os fariseus, os “guardiões” da prática fiel à Lei, grupo que gozava de grande prestígio diante da população mais simples e que se outorgava o direito de ser o único intérprete autêntico da vontade de Deus. Por isso, entram em conflito com Jesus, não querendo conhecer melhor a vontade do Pai, mas, como ressalta o texto “para tentá-lo”.
O campo de batalha escolhido era o debate sobre o divórcio. O texto de referência para eles era Dt 24,1-4, onde não se trata da legitimidade do divórcio, mas dos critérios para que possa acontecer. O Evangelho de Mateus deixa mais claro que o de Marcos sobre o sentido do debate (Mt 19,1-9).
O pano de fundo era os critérios necessários para que um homem pudesse divorciar-se da sua mulher (nem se cogitava na Lei judaica que a mulher pudesse divorciar-se do marido, pois a mulher era considerada “objeto” que pertencia ao homem).
No tempo de Jesus havia duas tendências, simbolizadas pelas escolas rabínicas dos grandes fariseus. Uma escola ensinava que podia se divorciar da mulher por qualquer motivo, mesmo os mais banais. E outra escola afirmava que somente era permitido o divórcio por motivos muito sérios. Por isso, em Mateus a pergunta se define melhor: “É permitido divorciar-se da mulher por qualquer motivo que seja?” (Mt 19,4).
Em ambos os Evangelhos, Jesus se recusa a entrar no debate casuístico que cercava a questão e se limitava a reafirmar o projeto do Pai para o casamento: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Aqui, Jesus reafirma com toda firmeza o ideal do casamento cristão: uma união permanente, baseada no amor, e fortalecida pela graça do Sacramento.
Seria inútil buscar neste trecho uma teologia mais desenvolvida do casamento, muito menos orientações pastorais aos problemas práticos de casamentos mal sucedidos, pois isso não foi a intenção do autor. Marcos simplesmente reafirma o princípio de que “o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Deixa em aberto a questão de quando é que Deus realmente uniu o casal!
Será que, só porque passaram por uma cerimônia validamente celebrada, um casal é necessariamente unido por Deus? Os problemas reais são muito mais complexos, angustiantes e difíceis de serem solucionados.
O trecho continua com a questão das crianças. A questão, aqui, não é a criança como símbolo da inocência, mas de dependência. As crianças – e os que se assemelham a elas – vivem esta situação de dependência, de estar “sem poder”.
Quem quer entrar no Reino de Deus terá que abrir mão de todo poder dominador, tornando-se como uma criança.
Negando aceitar a situação na qual a mulher era um simples objeto de posse do homem – e assim passível de ser rejeitada – e propondo o fraco e dependente como modelo, numa sociedade que valorizava o prepotente, Jesus mostra que os valores do Reino de Deus estão na contramão dos valores da sociedade do seu tempo e de hoje. Cristo propõe uma igualdade de dignidade entre homem e mulher, uma fidelidade e compromisso permanentes e a busca de uma vida de serviço e não de domínio. Realmente, uma proposta no contra-fluxo da sociedade moderna que nega o permanente, perpetua o machismo e admira quem detém o poder.
Somos convidados hoje a entrar com Jesus na “contramão” e a criar uma sociedade baseada nos valores cristãos.
Senhor Jesus, que os casais cristãos compreendam a profundidade de sua união, obra do próprio Deus. Amém.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 07/10/2012

HOMILIA DIÁRIA

O casamento é a oportunidade de potencializar o amor

O casamento é a oportunidade de a natureza humana potencializar-se na capacidade de entregar-se e amar

“Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” (Marcos 10,7-8).

A Palavra de Deus, que vem ao nosso encontro hoje, revela-nos a grandeza do sacramento do matrimônio, a grandeza do homem com a mulher. É um mistério divino e sagrado, que, depois, o próprio Paulo vai comparar com a união de Cristo com a Igreja. É um amor que exige entrega e renúncia, para que a graça de Deus transforme a natureza individualista e egoísta que temos, em uma natureza de doação, de entrega e reciprocidade.
O casamento, a união sacramental do homem e da mulher, é o lugar da cura, é o lugar do homem e da mulher encontrarem a sua natureza redimida.
Na Primeira Leitura de hoje, escutamos Deus dizendo: “Não é bom que o homem esteja só”. Não é bom que nenhum de nós esteja sozinho; precisamos sempre nos encontrar no outro, porque a primeira dimensão da existência é a existência comunitária, estar e ser para o outro.
Aquele que é chamado para o sacramento do matrimônio é chamado para encontrar a realização da vida na entrega e na doação, encontrar no outro a própria realização. O casamento não é sacramento para as pessoas se anularem, pelo contrário, é a oportunidade da natureza humana se potencializar com a capacidade de se entregar, de amar, refletir e estar junto.
O casamento só existe para quem morre para si mesmo. O que é morrer para si mesmo? É não seguir a natureza humana desenfreada que tende para o egoísmo, para o individualismo, para a soberba e o orgulho. É combater essa natureza e deixar que a natureza da graça esteja acontecendo no coração humano. Que natureza da graça é esta? É a natureza divina, é aquilo que vem de Deus. E o que é Deus? Ele é amor.
No casamento, a vivência divina acontece de forma muito plena. Quando um casal está vivenciando o amor, Deus ali está. Quando um casal está sendo capaz de um renunciar pelo outro, o amor está vencendo. Infelizmente, o egoísmo tem destruído a relação a dois, e a natureza não se torna uma só carne quando o egoísmo está no meio. Mas quando o amor de Deus está reinando, o egoísmo é derrotado.
Que Deus, hoje, conceda a cada homem e mulher a serenidade de refletir a beleza da união a dois, mas não é possível refletir, meditar e contemplar a beleza da união matrimonial quando deixamos prevalecer para além do amor que os uniu, as desavenças, as discórdias, os ressentimentos e as mágoas. É preciso deixar que o amor cure e vença aquilo de negativo que aconteceu na vida a dois, é preciso deixar que o amor seja sempre mais forte do que qualquer sentimento negativo que possa ocorrer na vida a dois.
Que Deus esteja presente na vida de cada casal, na vida de cada jovem, de cada homem e mulher que acreditam na força do amor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/10/2018

Oração Final
Pai Santo, dá-nos o dom da simplicidade de coração. Que saibamos nos despojar de títulos ou honrarias, que busquemos nos colocar nos últimos lugares, mas estejamos atentos ao nosso próximo para atendê-lo em suas carências . Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese em 07/10/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos os dons da simplicidade d’alma e da pureza de coração. Que saibamos nos despojar de títulos acadêmicos e honrarias mundanas; que busquemos nos colocar nos últimos lugares e estejamos sempre atentos ao nosso próximo para atendê-lo em suas carências. Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese em 07/10/2018

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