terça-feira, 16 de março de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 16/03/2021

ANO B


Jo 5,1-16

Comentário do Evangelho

Misericórdia que liberta

O texto do evangelho é o relato do terceiro de uma série de sete sinais realizados por Jesus, segundo o evangelho de João. Tudo está centrado na iniciativa de Jesus. Se o relato localiza o episódio em Jerusalém e, especificamente, junto à piscina de Bezata (= casa da misericórdia), em que se depositava grande expectativa terapêutica, o autor não lhe confere nenhuma importância, mas focaliza a pessoa de Jesus. O longo período de duração da enfermidade contrasta com a cura mediante a palavra eficaz de Jesus. Para aquele enfermo, cuja doença, fruto do pecado, o leitor não é informado, o tempo da espera acabou, pois é por meio de Jesus e não das águas borbulhantes da piscina que ele é liberto do pecado e da enfermidade. O relato tem um tom de controvérsia, pois a cura é feita em dia de sábado. Interpelado pelos judeus, o homem curado menciona a palavra eficaz do Senhor que não somente é superior ao sábado, mas realiza plenamente o descanso sabático pela prática da misericórdia que liberta. No entanto, o apego a um modo de pôr em prática a lei impedirá os judeus de reconheceram naquela palavra de Jesus o sinal que conduz a Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, aproxima-me de Jesus, de quem jorra a fonte da vida, para que eu possa ser curado de todas as doenças e enfermidades que me afastam de ti.
Fonte: Paulinas em 01/04/2014

Vivendo a Palavra

O apego à letra da Lei não raras vezes nos faz esquecer o seu espírito. Para Jesus, o importante era o bem do homem. Para as autoridades, era o cumprimento estrito da Lei. Estejamos vigilantes, para que o mesmo não aconteça conosco, em nossos dias. Amar o próximo é querer o seu bem: que ele viva plenamente.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/04/2014

VIVENDO A PALAVRA

O apego à letra da Lei não raras vezes nos faz esquecer do seu Espírito. Para Jesus, o importante era o Bem do homem. Para as autoridades do Templo, era o cumprimento estrito da regra. Estejamos vigilantes, para que o mesmo não aconteça conosco hoje. Amar o próximo é querer e promover o seu bem: que ele viva plenamente.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/03/2020

VIVENDO A PALAVRa

No Evangelho que ouvimos, Jesus de Nazaré mostra que o Amor ao próximo não deve ser aprisionado por convenções humanas. Escolhe curar no sábado, consciente de que violava um preceito que era considerado importante em Israel. O Mestre queria nos encorajar a fazer o bem e libertar sempre o irmão, não importam lugar, nem tempo, nem interdições burocráticas.

Reflexão

Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de males possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas de algumas formas são impedidas de chegar até ele e receber as suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos. É o caso do paralítico, que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e um relacionamento pessoal com ele, que é a fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.
Fonte: CNBB em 01/04/2014

Reflexão

Jesus, fonte de água viva, cura um homem que sempre esteve doente. “Você quer ficar bom?”– a pergunta de Jesus parece despertar alguém que vive conformado com sua situação: Você quer mesmo recuperar a saúde? Só é possível ajudar a quem permite ser ajudado. A ordem de Jesus revela compaixão e eficácia (v. 8). O homem saiu andando. Até aqui, sem problemas. A encrenca começa porque a cura se dá em dia de sábado. Ora, o descanso sabático é, para os judeus, um dos preceitos mais sagrados. Querem barrar o homem que caminha livremente carregando sua maca. Não conseguem acolher a bondade do Senhor, que devolve a saúde, a vida nova e a felicidade a uma pessoa que viveu todo o tempo prisioneira da doença. Permanecem cegos e, nessa condição, começam a “perseguir Jesus”.
Oração
Amável Jesus, em dia de sábado restituis ao homem paralítico os movimentos das pernas e a capacidade de andar. Imensa alegria e vida nova ao recém-curado, e desconforto aos fariseus, que logo desencadeiam uma perseguição contra ti. Queremos permanecer para sempre contigo, ó Salvador nosso. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 24/03/2020

Reflexão

Nesse texto, temos o terceiro sinal do Evangelho de João: a cura de um paralítico doente havia 38 anos (uma geração?). Esse doente é um perdedor nessa corrida em busca da cura, não tinha ninguém que o ajudasse no momento oportuno. De repente, surge Jesus para animá-lo e devolver-lhe a saúde e o convida a carregar a própria cama. Esse gesto provoca conflito com os judeus, que lhe perguntam quem o autorizou a carregar a cama em dia de sábado. Com esse gesto, o Mestre mostra que a vida vale mais que as Leis e que estas deveriam estar a serviço da vida. Deus, na pessoa de Jesus, está sempre ao lado de quem necessita. Está sempre disponível para animar a esperança de quem está caído. São muitos também em nossos dias os que estão caídos à margem da sociedade esperando uma oportunidade e uma ajuda para recuperar a dignidade.
Oração
Amável Jesus, em dia de sábado restituis ao homem paralítico os movimentos das pernas e a capacidade de andar. Imensa alegria e vida nova ao recém-curado, e desconforto aos fariseus, que logo desencadeiam uma perseguição contra ti. Queremos permanecer para sempre contigo, ó Salvador nosso. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Recadinho

Minha oração é confiante e perseverante? - Como respeito o dia do Senhor que para nós hoje é o domingo? - Quais sacramentos da Igreja recebo e com que frequência? - Como se explica o fato de tanta gente sofrer muito e ser realmente feliz? - Como podemos manifestar gratidão a Deus pelas maravilhas que Ele realiza?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 01/04/2014

Meditando o evangelho

COLABORANDO COM O PRÓXIMO

A presença de Jesus era aquilo que faltava para que o paralítico obtivesse a cura desejada. O imenso desejo de ser curado levou-o, durante 38 longos anos, à piscina de Betesda, cujas águas, ao pôr-se em movimento, restituíam a saúde ao primeiro que nelas entrasse. No entanto, por ser paralítico, aquele homem não tinha agilidade suficiente para antecipar-se aos demais doentes. Resultado: permanecia ali, curtindo sua esperança de cura, enquanto outros eram miraculados.
A chegada de Jesus abriu-lhe a inesperada perspectiva de ser curado, sem necessidade do contato com as águas revoltas. E o milagre aconteceu. A seguir, obedecendo à ordem de Jesus, ele pegou a cama na qual jazia, e pôs-se a caminhar, sem dificuldade.
Este fato evangélico ajuda-nos a descobrir um sentido novo, na paixão de Jesus. Tal qual este doente de Jerusalém, toda a humanidade encontrava-se como que paralisada por causa do pecado, ansiando, ardentemente, pela libertação. Por si mesmas, as pessoas não conseguiriam atingir este objetivo. Necessitaram, pois, da ajuda de Jesus, cuja vida consistiu em colaborar para que todos nós pudéssemos superar a paralisia do pecado, e caminhar livremente para Deus. Em última análise, todos somos como o paralítico. Só Jesus, por sua morte e ressurreição, pode propiciar-nos a libertação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de acolhida, torna-me sensível para eu reconhecer que, pela morte e ressurreição de Jesus, o Pai possibilitou a minha salvação.
Fonte: Dom Total em 24/03/2020

Meditando o evangelho

VIDA E MORTE

O episódio evangélico está perpassado pelo tema da vida e da morte.
Aí se fala de doenças e de doentes: uma multidão de enfermos está postada na piscina de Betesda nutrindo no coração a esperança de recobrar a vida. Há entre eles uma verdadeira porfia nesta corrida pela vida, pois quem tocasse primeiro na água borbulhante, seria agraciado com a cura.
Neste contexto, Jesus é presença de vida que passa quase despercebida. Ele transita no meio da multidão abatida pela doença e pela morte. Seu poder vivificador será usado com comedimento e discrição. A vida jorrará não da água da piscina, e sim da força de sua palavra eficaz. Sua pessoa será a fonte da vida.
O pobre paralítico, impossibilitado de mover-se depressa, foi quem experimentou a ação vivificante desta nova fonte, Jesus. E recobrou, para além da vida física, sua vida social e religiosa. Superada a marginalização em que se encontrava, abriu-se para ele uma nova perspectiva de vida.
Entretanto, este cenário de vida foi transtornado pela perspectiva de morte que despontou no horizonte de Jesus. Os judeus decidiram matar quem dera a vida, eliminando-a no seu nascedouro. Quem dera a vida corria o risco de ser morto, pelo fato mesmo de ter-se posto a serviço da vida.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, aproxima-me de Jesus, de quem jorra a fonte da vida, para que eu possa ser curado de todas as doenças e enfermidades que me afastam de ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Mergulhando nas águas borbulhantes...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Imaginem a cena nos pórticos em redor da piscina de Betesda, tomada de cegos, coxos e paralíticos, quando é dada a largada começa a correria e o esforço dos coitados dos deficientes em conseguir chegar e se jogar na piscina, e pelo que entendi, só um por vez era curado. Havia aqueles que tinham sorte e traziam seus acompanhantes que os guiavam ou o carregavam até a piscina, mesmo assim, era uma verdadeira disputa para ver quem chegava primeiro. O problema não era a cura em si, mas superar os demais e chegar á frente de todos...
Nosso pobre paralítico nem isso tem, fica em seu lugarzinho e quando é dada a largada o coitado até tenta, mas inutilmente, sempre alguém, melhor das pernas passa á sua frente. Há 38 anos ele sonha com uma cura física, mas pelo jeito iria morrer paralítico se Jesus não aparecesse por ali. A pergunta de Jesus parece bem óbvia "Queres ficar curado?". Se o cara estivesse estressado, iria responder de maneira indelicada "Não, só estou aqui me bronzeando um pouco". Mas prestemos atenção nessa pergunta, Jesus não perguntou se ele queria chegar á piscina, mas se queria ser curado, o que é diferente...
Mas o paralítico entendeu dessa forma, isso é, a cura era o de menos, a dificuldade era chegar na piscina, sua resposta assim o demonstra "Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada, enquanto vou, já outro desceu antes de mim". Trata-se de alguém que só enxerga na ótica do sistema, nada vê e nem experimenta fora de sua religião, o que fazia dele um paralítico, não penso, Deus pensa por mim, não preciso fazer nada, Deus fará por mim, nem tenho vontade própria.
Poderão argumentar que a resposta está correta e o paralítico expõe sua necessidade, precisa de alguém que o carregue até o tanque. Talvez Jesus esteja ali, se oferecendo para fazê-lo. Entretanto, Jesus supera tudo quanto a religião possa oferecer, ele não precisa de nenhum método de cura, fórmula mágica ou rito misterioso, simplesmente vai dizer ao paralítico "Levanta-te, toma o teu leito e anda".
A cura que as águas borbulhantes propiciavam, provém de Deus, ora, a presença de Jesus dispensava, portanto, qualquer rito. A reflexão leva nossas comunidades cristãs a pensar, que é muito grande o perigo de supervalorizarmos o rito e o formalismo religioso, tornando secundária a ação da Graça de Deus, que está em tudo e em todos como algo essencial.
Qual o perigo desse modo de pensar? Nos atermos á cura física que é o caso desse homem ex paralítico. Jesus o encontrou no templo e o exortou a uma conversão profunda e sincera, que iria lhe trazer muito mais do que a simples cura. "Não tornes a pecar". Mas qual pecado? Podemos nos perguntar...
Exatamente o pecado de deixar passar desapercebido em nossa relação com Deus, aquilo que é o essencial, transformando a religião em uma barganha para atender aos nossos interesses, menosprezando assim a verdadeira e única água borbulhante, a Fonte de água Viva que é Jesus Cristo.

2. Encontrava-se ali um homem enfermo havia trinta e oito anos... - Jo 5,1-16
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus está em Jerusalém, numa piscina, com seus discípulos. Os discípulos devem estar onde Jesus está, e ele os levou à piscina de Betesda ou Bezata. Quem mais estava lá? Diz o Evangelho que estavam lá muitos doentes, cegos, coxos e paralíticos, e um homem enfermo havia trinta e oito anos. Eram os excluídos da festa e, com eles, Jesus e seus discípulos.
Fonte: NPD Brasil em 24/03/2020

HOMILIA

A CURA DE UM PARALÍTICO

Segundo São João por cinco vezes Jesus foi para Jerusalém por ocasião da grande festa do templo. Enquanto para alguns a ida à Jerusalém é motivado pela participação nos ritos judaicos, para comer e beber. Para Jesus o motivo é outro.
É sim o anúncio do seu projeto. Ele quer lançar mãos à obras a vontade de Deus seu Pai. Dar a conhecer a todo o mundo que está chegando a hora em que o príncipe deste mundo será derrotado. Novos céus e a nova terra estão para chegar. E os verdadeiros adoradores já não dependerão das paredes do Templo de Jerusalém e nem tão pouco das sinagogas. Eles hão de adorar o Pai em espírito e em verdade.
Numa destas idas e voltas ao Templo e precisamente na Porta das ovelhas onde costumavam estar os pagãos, negociadores, cambistas e outros, dá conta da enfermidade que infernizava a vida daquele homem. Curando um paralítico ali presente, Jesus revela ser a fonte do amor e da vida para todos. Em contradição, os judeus promotores da festa religiosa perseguem Jesus por sua prática misericordiosa e libertadora.
Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de males possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas de algumas formas são impedidas de chegar até ele e receber as suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos. É o caso do paralítico, que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e um relacionamento pessoal com ele, que é a fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.
Apresenta-te também tu a Jesus e diz para Ele: não tenho quem me ajuda. Enquanto eu vou outros descem antes de mim... E Ele que tudo pode te dirá. Pega a tua maca, cama e vai para a casa que tua fé te salvou.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 01/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

A cura dos enfermos está nas mãos de Deus

Caminhando nos nossos exercícios quaresmais, convido você a ser uma mão de Deus; a ser a mão de Jesus que pegue na mão do seu irmão e o leve para ser curado da sua enfermidade.

”O doente respondeu: ‘Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”’ (João 5,7).

O Evangelho de hoje nos mostra a situação deste homem, que tanto sofria com a sua enfermidade, estava ali doente à beira da piscina de Betesda, porque muitos doentes iam até esse lugar, no entanto, todos passavam na frente dele. E sempre que ele tentava chegar lá, outro vinha à sua frente e ele nunca conseguia chegar até a água que poderia curá-lo da sua enfermidade.
Imagine por que sofrimento não passava este filho de Deus, afinal de contas, havia trinta e oito anos que ele se encontrava doente e ninguém podia fazer nada por ele, ninguém podia pegá-lo pela mão e levá-lo até a piscina para que ali fosse lavado, curado, renovado e santificado.
Deixe-me dizer uma coisa a você: nós, muitas vezes, estamos em busca da nossa cura, da nossa restauração e da nossa salvação e vamos passando, assim, na frente dos demais, atropelando os outros e deixando os nossos irmãos para trás. E não nos damos conta de que outros estão também sofridos, necessitados e precisando apenas de alguém que os pegue pela mão e os leve para a casa do Senhor; os leve para o hospital, os leve para serem cuidados, tratados e abençoados.
Quantos filhos e filhas de Deus estão largados! Vejo tantos velhinhos nos asilos da vida e ninguém faz nada por eles! Muitas vezes, estão lá e nem seus filhos vão visitá-los, anos e anos sem ninguém fazer nada por eles. E quantos doentes há em cima do leito de uma cama, dentro de casa; quanta gente sofrendo, deprimida, debilitada e precisando de uma mão amiga!
Caminhando nos nossos exercícios quaresmais, convido você a ser uma mão de Deus; a ser a mão de Jesus que pegue na mão do seu irmão e o leve para ser curado da sua enfermidade. Leve-o a um hospital, a uma clínica, leve-o para ser cuidado, leve-o à Igreja, leve-o para que se encontre com o Senhor. Mas, não vá correndo, atropelando a todos e a tudo para encontrar a sua cura. A grande cura do coração é saber cuidar do outro que está  à nossa frente, nas estradas da vida!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 01/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

Lembremos do próximo que precisa de nossa ajuda

“Jesus disse: ‘Levanta-te, pega tua cama e anda’. No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar” (João 5,8-9).

Há tanto tempo esse homem sofria! Há 38 anos, ele tentava receber ajuda, mas ninguém fazia nada por ele. Uma crença dizia que as águas da piscina borbulhavam, e quem entrasse nessa piscina poderia ficar curado. Aquele homem, no entanto, não conseguia chegar até as águas quando elas subiam. Ele até fazia um esforço humano e sobrenatural, mas, quando estava chegando, outros passavam à sua frente.
Sabemos que, na hora do aperto, é assim: cada um por si e Deus por todos. Na hora que a coisa aperta, ninguém lembra de ajudar o outro, ninguém está preocupado com a dor ou se o outro precisa mais do que nós. Esse homem estava ali há 38 anos, e ninguém ligava para ele.
No meio de nós, há pessoas deixadas de lado, esquecidas, maltratadas, sofridas há um ano, há 10 anos, há 20 anos, há 38 anos. Nem olho para o tempo cronológico que essa pessoa esteja, o fato é que há muitos no meio de nós que estão largados pela falta de cuidado, compaixão e ternura da nossa humanidade egoísta, orgulhosa e soberba, onde cada um cuida de si, onde cada um está à procura do seu médico e do seu tratamento.

Na hora que a coisa aperta, ninguém lembra de ajudar o outro, ninguém está preocupado com a dor

Quando você já levou alguém para fazer uma consulta? Quando você já levou alguém para rever a sua saúde? Quando você levou alguém que não tem condições a um hospital? Quando você já ofereceu a sua mão para socorrer a mão do outro que não consegue andar? Quando você já sentou ao lado de alguém para poder cuidar dele?
Há muitos que estão morrendo pela depressão do desprezo, do descuido, da solidão e do abandono. Há muitos que estão deixados de lado, porque está todo mundo correndo atrás de si, está todo mundo se felicitando com o que consegue para si. Há os que estão sorrindo às custas da tristeza de muitos, há quem tem tirado do pobre o seu lugar na fila do hospital público, porque há pessoas que têm condições de ter o seu plano de saúde, pagar seus médicos, mas, por privilégios, ocupam o lugar do pobre que não tem outro meio de ser socorrido.
Como a nossa natureza humana é egoísta, como só pensamos em nós! É cada um por si neste mundo selvagem em que estamos. Há fileiras de pessoas que morrem a cada dia! Bastava um cuidado, bastava receberem atenção, bastava alguém para ter um médico ou um cuidado humano básico para aquelas pessoas.
Jesus, o Divino Médico, vê o que ninguém quer ver, olha o que ninguém olha. Ali estava esse homem, há 38 anos largado, deixado de lado. Jesus se voltou para ele com Seu olhar bondoso e misericordioso: “Quer ser curado, meu filho?”. Ele respondeu: “Senhor, eu até quero, mas não tem ninguém que cuide de mim”.
O grito desse homem é o grito de tantos ao nosso lado. Não há ninguém que cuide, que olhe e dê atenção. Sejamos o olhar de Jesus para tantos que precisam de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/03/2020

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a liberdade interior de procurar sempre o bem maior para nosso próximo, ainda que a interpretação literal do mandamento pareça dizer outra coisa. Queremos seguir com alegria e gratidão os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/04/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a liberdade interior de procurar sempre o bem maior para nosso próximo, ainda que a interpretação literal do mandamento pareça dizer outra coisa. Queremos seguir com alegria e gratidão os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/03/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai amado, nossa alma tem sede de tua Presença! Faze-nos compreender o que é o Amor – o teu Amor! – e nos dá sabedoria, coragem e força para vivê-Lo em nossas relações com os companheiros que colocaste ao nosso lado nesta jornada de volta ao Lar Paterno. Nós pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário