segunda-feira, 18 de março de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/03/2019

ANO C


Lc 6,36-38

Comentário do Evangelho

Ser misericordioso como Deus

Nosso texto é parte do "sermão da planície" (Lc 6,17-49). A perícope é a sequência do trecho dominado pelo imperativo do amor aos inimigos (vv. 27-35). O v. 36 é, ao mesmo tempo, afirmação de que Deus é misericordioso e convite a deixar-se configurar por este Deus; também corresponde a Mateus 5,48: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito". A perfeição, como dissemos antes, está centrada no amor. Essa configuração da vida a Deus encontra sua expressão no amor aos inimigos (vv. 27.35). Os versículos 37 e 38 ilustram como o amor aos inimigos pode ser vivido concretamente, em conformidade com a misericórdia de Deus: ele que ama a todos indistintamente. Trata-se de não julgar (v. 37a), de não condenar (v. 37b), de perdoar (v. 37c) e de dar (v. 38a). É preciso ser generoso, pois quem ama é movido pela generosidade. A recompensa de quem ama é o próprio amor. Dito de outro modo, nossa recompensa é Deus, que é amor (cf. 1Jo 4,16).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dispõe meu coração para o perdão, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.
Fonte: Paulinas em 25/02/2013

Vivendo a Palavra

A ‘pregação na planície’ é versão de Lucas que corresponde ao ‘sermão da montanha’ de Mateus. O texto de hoje traduz a regra de ouro da nossa existência de discípulos missionários: fazer ao outro o que desejamos que o outro nos faça. E promete ainda recompensa maior: uma ‘medida calcada, sacudida, transbordante...’
Fonte: Arquidiocese BH em 25/02/2013

Reflexão

A justiça de Deus é muito diferente da justiça dos homens. A justiça dos homens parte de dois pressupostos: o primeiro diz que a cada um deve ser dado o que lhe pertence, e o segundo afirma que cada pessoa deve receber os méritos pelo bem que promovem e os castigos pelos males que causa. A justiça divina é aquela que distribui gratuitamente todos os bens e dá todas as condições para que o homem possa ser feliz e ter uma vida digna e é por isso que Deus criou todas as coisas e as deu gratuitamente para os homens que não viveram a gratuidade e se apossaram do mundo segundo seus interesses. A justiça divina é aquela que não nos trata segundo as nossas faltas, mas age com misericórdia e nos convida a fazer o mesmo.
Fonte: CNBB em 25/02/2013

Reflexão

Numa de suas instruções aos discípulos, Jesus profere sua solene e revolucionária sentença: “Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é misericordioso”. Mais que um conselho, trata-se de séria exigência para os que querem fazer parte da comunidade de Jesus. Ser misericordioso é exercício para a vida inteira. Talvez por isso é que Jesus tenha acrescentado a necessidade de não julgar, não condenar, perdoar e ser generoso. Devemos ser compassivos, porque Deus é compassivo; devemos perdoar, porque Deus nos perdoa. À medida que crescemos e nos fortalecemos na vivência dessas virtudes, o Pai celeste nos socorre, pois “a mesma medida que vocês usarem para com os outros será usada para com vocês”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O AGIR CRISTÃO

O cristão tem consciência de que suas ações superam os limites das relações humanas, para desembocar no Pai. Por isso, todo gesto humano, sem exceção, tem algo a ver com Deus: deve inspirar-se nele, de quem receberá o prêmio ou o castigo.
O eixo fundamental da vida cristã deve ser a misericórdia. O motivo é simples: a misericórdia é o eixo fundamental do agir do Pai. E, pela misericórdia, o cristão reproduz um modo de ser característico de Deus.
Jesus indicou-nos algumas maneiras de expressar a misericórdia: não nos tornar juízes do próximo, e por conseguinte, abster-nos de condená-lo; perdoar sempre, e sermos capazes de doar nossos bens, com generosidade. A misericórdia, portanto, consiste em colocar-se diante do próximo com a humildade de quem se sabe servidor, e com a consciência de não ter o direito de julgá-lo e condená-lo. Isto compete ao Pai. A pessoa misericordiosa está sempre disposta a reatar, mediante o perdão, os laços rompidos pela inimizade.
A contrapartida da misericórdia humana é a misericórdia divina. O Pai não julga nem condena a quem foi capaz de ser misericordioso. Perdoa a quem foi capaz de perdoar. E a quem soube doar, dá com superabundância.
O cristão não pode perder de vista esta dimensão de seu agir. A falta de misericórdia resultará fatal, no momento de seu encontro com o Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de misericórdia, reveste todas as minhas ações com a misericórdia, característica do Pai, levando-me a ser, para o meu próximo, a revelação da bondade divina.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Nossa medida com os outros...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um lugar onde podemos ver e comprovar como nós não somos Misericordiosos como o Pai, é no trânsito. Não adianta fingir que não é com a gente, todos somos assim, olhamos para os outros condutores de veículos com extremo rigorismo, mas quando nos olhamos ao volante, sempre amenizamos ao máximo nossas falhas. Sempre vamos ter razões de sobra para justificar o nosso erro, cometido em uma ultrapassagem perigosa, em um excesso de velocidade, em uma fechada que demos no outro, ou em qualquer norma de segurança que quebramos, nós temos necessidade e justificativa para falar ao celular no volante, mas se flagramos o outro, dirigindo desatentamente por estar falando ao celular, rapidamente o condenamos.
O trânsito é só um exemplo bem concreto de que, a nossa medida com o próximo é bem pequena e miserável. O que nos falta é exatamente aquilo que em Deus é sempre abundantes eterna: a Misericórdia! Mas esse comportamento anticristão não é só pessoal, mas tudo e todos que nos rodeiam na Família e na comunidade, amenizamos os erros e pecados, abrandamos o impacto da ação ou do escândalo, se o fato ocorreu com um filho ou filha, ou um irmão da nossa igreja, mas se for com o Filho ou a Filha do outro, que não é parente e nem membro do nosso grupo da Igreja, ah meu irmão, olhamos com uma lupa de aumento e apregoamos aos quatro cantos o pecado escabroso que tal pessoa cometeu.
Misericórdia é acolher o outro em nosso coração, e o Judeu tem um significado ainda mais bonito, é acolher o outro em nosso útero, para dar-lhe uma vida nova com o nosso amor, é também sermos solidários com a miséria do outro, caminhar junto, sorrir e chorar junto e foi essa misericórdia do PAI , que Jesus manifestou por todos nós.
Não julgar, não condenar, perdoar, dar e acolher, são palavras chaves do evangelho, colocadas como prática cristã em nossa relação com o próximo no dia a dia. E o próximo são todas aquelas pessoas que passam por nós na rua, no Banco, na Feira Livre, no ônibus, na escola, no trabalho, na política, no futebol, na torcida. Na comunidade somos capazes de disfarçar a nossa raiva, impaciência e intolerância com o outro, mas fora da Igreja somos quem somos, e é exatamente nesses lugares e ambientes que nos relacionamos com as pessoas.
O evangelho traz uma exortação final muito séria, se a nossa medida com o próximo ( com todas as pessoas com quem cruzamos em nosso dia a dia, não é só com o irmãozinho da comunidade...) não for larga, cheia e generosa, Deus também nos olhará com rigorismo e não vamos poder contar com a sua bondade e misericórdia sem limites. Isso porque estamos deturpando a imagem, de Deus para o irmão.
E fica aqui, no final da reflexão uma boa pergunta: as pessoas com quem convivemos, acreditam em um Deus amoroso e misericordioso, ou em um Deus intolerante e implacável? Se a resposta for negativa, é bom não nos esquecer que essas pessoa simplesmente refletem a imagem de Deus que a ela passamos com a nossa conduta...

2. Este é o meu Filho, o eleito
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Começamos a Quaresma orientados para a oração, a esmola e o jejum. Nesta segunda semana, a orientação se concretiza na prática da misericórdia. Somos convidados a ser misericordiosos como o Pai é misericordioso. A misericórdia se vê nos julgamentos, nas condenações, no perdão, na doação, nas medidas. As palavras do Evangelho são muito claras para quem quiser ouvi-las. Inteligente e prudente será quem as ouvir e praticar. Eu não quero ser julgado nem quero ser condenado. Então, não devo julgar nem devo condenar. Quero ser perdoado, por isso já estou perdoando. Serei medido por Deus com a mesma medida que uso nesta vida para medir os outros. Eu mesmo colocarei nas mãos de Deus a medida que ele usará para me medir. Será larga ou será estreita. É aquela que uso para medir os outros. Que Deus nos dê ouvidos para ouvir, inteligência e prudência. Que sejamos sábios em nossas relações fraternas para podermos encontrar os portões da eternidade largamente abertos quando chegar nossa hora de passar por eles. A vida humana é cheia de feridas, de contradições, de sofrimentos, de desilusões. O encontro com a misericórdia encarnada naqueles com os quais convivemos, com os quais nos encontramos, tanto neles quanto em nós, torna-se um sopro que alivia as nossas dores. Como é bom encontrar gente boa em nosso caminho, gente solidária de coração compadecido! Possa também eu expressar a misericórdia do Pai.

HOMILIA DIÁRIA

Os fortes compreendem e perdoam

Postado por: homilia
fevereiro 25th, 2013

Dos ensinamentos de Jesus, São Lucas retira quatro sentenças e no-las apresenta. Tudo começa depois da proclamação das bem-aventuranças. Nestas, Jesus quer nos ensinar a arte de bem viver entre os homens. Pois, é por meio dela que o homem viverá na paz, na harmonia e será verdadeiramente semelhante a Deus, seu Criador. Ele terá de aprender de Deus a ter compaixão, misericórdia, e imediatamente aplicá-la aos seus semelhantes se quiser atrair para si a Misericórdia Divina.
Precisamos aprender de Deus a não julgar e condenar. Aliás, o julgar e condenar são características próprias dos fracos e inconstantes. Porque os fortes compreendem e perdoam. Deus por ser o Sumo bem, o Todo-Poderoso, o Onisciente, compreende e sabe quais são as nossas limitações. Por isso, Ele nos perdoa todas as vezes que, perdoando os pecados uns dos outros, corremos a Ele pedindo perdão pelos nossos pecados. É o que Lucas no seu Evangelho nos propõe. Deus é misericórdia, é perdão, é reconciliação, é compassivo para com os pecadores.
Neste Evangelho, vemos o original ensinamento de Jesus em nos mostrar o rosto misericordioso de Deus. Ainda que os nossos pecados sejam tantos que não os possamos contar, eles não superam a tamanha bondade de Deus.
Num mundo marcado por indiferenças, rivalidades, cheio de excluídos, abandonados, depravação, criminalidade, o desafio é amar até os inimigos. É misericórdia, é confiança nos mais frágeis, é partilha, é serviço, é amarmo-nos uns aos outros, é perdoando-nos, é não julgar os outros, é acolhendo-nos, é não condenar, é repartir o pão com os indigentes. Estes constituem o passaporte do Reino do Céu e a garantia da vida em Deus, com Deus e para Deus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 25/02/2013

Oração Final
Pai Santo, nós somos tentados a julgar os irmãos. Ajuda-nos, Pai amado a vencer nosso desejo de condenar os companheiros de jornada. Faze-nos misericordiosos, compassivos, generosos na partilha e capazes do perdão sem limites. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, manso e humilde de coração, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/02/2013

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