terça-feira, 22 de maio de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/05/2018

ANO B


Mc 9,38-40

Comentário do Evangelho

Jesus não é monopólio da comunidade

Os versículos precedentes (30-37) já nos permitiram afirmar que, diante da discussão de quem seria o maior dentre eles, os discípulos revelam a sua incompreensão em relação ao mistério de Cristo e da sua condição de discípulo.
Quem é esse “alguém” que expulsava demônios em nome de Jesus (cf. v. 38), e a que grupo pertencia, nós não o sabemos, uma vez que o texto não nos oferece nenhuma informação a respeito. E isso porque tal informação ou identificação não é importante.
O nome de Jesus, sua pessoa, não é monopólio da comunidade. O Senhor não é prisioneiro de nenhum grupo, pessoa ou instituição. A sua ação, que liberta o homem das cadeias do mal, não se circunscreve nos limites de um único grupo, pois “ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim” (v. 39). Ademais, ninguém pode fazer o bem se Deus não mover o coração. Deus está na origem do bem; o Senhor está na origem de toda ação que protege e promove a vida do ser humano; é pela autoridade de Cristo (= no nome de) que o mal é vencido.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.
Fonte: Paulinas em 22/05/2013

Vivendo a Palavra

João interpreta o sentimento bem humano do exclusivismo. Nós pretendemos conservar para nosso pequeno grupo privilégios e vantagens. Jesus ensina a abertura do coração. Assim deve ser a nossa Igreja, se queremos que ela seja a Igreja de Jesus: acolhedora, misericordiosa e fonte de esperança para todos.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/05/2013

Reflexão

Uma das maiores dificuldades que podemos encontrar para a compreensão da ação divina no mundo encontra-se no fato de querermos submetê-la aos nossos critérios de inteligibilidade, principalmente no que diz respeito à religião institucional. O que acontece é que muitas vezes o agir divino fica vinculado a critérios meramente humanos ou a ritualismos que estão mais para prática de magia, alquimia e bruxaria do que para um relacionamento filial, de confiança e entrega. Outras vezes, esse agir divino é condicionado ao cumprimento de princípios legais que determinam se Deus pode agir ou não. Devemos nos lembrar que o Senhor é Deus e não nós.
Fonte: CNBB em 22/05/2013

Reflexão

Estaria o apóstolo João com uma ponta de inveja diante da expulsão de demônios por alguém que não pertence ao grupo de Jesus? Justamente após o fracasso dos discípulos de Jesus, que foram incapazes de curar o menino epilético. Esse “alguém” representa os não judeus. O que ele tem que os discípulos não têm? Provavelmente ele tem fé no poder de Deus manifestado em Jesus. O nome de Jesus não é monopólio de uma comunidade. O que Jesus mais deseja é que o bem se alastre, que o Reino de Deus chegue a todos. Então, não é o caso de se incomodar com o bem que os outros fazem. Os fariseus é que assim procedem em relação a Jesus. Reta intenção e vontade de fazer o que Jesus faz, isso é o que conta para Deus. Não se trata de dar espetáculo. O que está em jogo é o bem realizado em favor do próximo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O FANATISMO CENSURADO

Os discípulos foram tentados a criar um círculo fechado em torno de Jesus. A intransigência de João é uma mostra da mentalidade que grassava no grupo dos seguidores do Mestre: só podia fazer o bem, em nome de Jesus, quem fosse abertamente membro do grupo. O Mestre recusou-se a compactuar com este modo de pensar.
O desconhecido fazia o bem em nome de Jesus, libertando as pessoas do poder do maligno, a exemplo do Mestre. Quem terá sido esta pessoa? O Evangelho não a identifica. Contudo, pode-se deduzir, a partir da afirmação do discípulo, que se tratava de uma pessoa cheia de fé em Jesus cujo nome invocava para expulsar os demônios. Não atribuía a si tal poder. Sentia-se movido a ser ministro da libertação, agindo em favor dos atribulados pelas forças do mal. Mostrava-se estar em plena comunhão com Jesus, uma vez que se colocara em aberto confronto como seu inimigo número um.
Estas características, detectadas na ação dessa pessoa desconhecida, era o que se exigia dos discípulos. Portanto, no seu anonimato, esse exorcista mostrava-se perfeitamente em comunhão com o Mestre. Teria sido ele beneficiado por Jesus e, como sinal de fé e gratidão, quis que outros participassem dos benefícios divinos com que ele próprio tinha sido agraciado?
O fanatismo exclusivista dos discípulos só podia ser censurado por Jesus. Quem dera houvesse muitos outros anônimos colocando-se a serviço da libertação!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Firmeza da Fé
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

É difícil falar com precisão sobre esse episódio entre Jesus e seus discípulos, refletido pelas comunidades de Marcos pois á primeira vista parece que o foco seria a impotência da comunidade, ali representada pelos discípulos, diante das Forças que oprimem as pessoas, entretanto, o homem que trouxe o filho possesso de um espírito mudo, o seu desespero de PAI e ao mesmo tempo a sua Fé no Cristo Libertador, parece ser o foco principal porque a narrativa termina com uma bela profissão de Fé por parte daquele homem "Creio! Vem em Socorro á minha falta de Fé ".
Com essa afirmação magnífica, de quem coloca toda sua esperança em Jesus, desfaz-se aquela primeira impressão de que ele estava descontente com a comunidade, ali representada pelos discípulos, por estes não terem conseguido expelir o espírito do mal, pois chamou para si toda a culpa... Vem em Socorro á minha falta de Fé... Ele admite que tem Fé e até a professa solenemente com esta afirmação que certamente era uma formula da profissão de Fé da comunidade, mas reconhece que ainda lhe falta.
Quanto a enfermidade, parece que se trata de um ataque epilético, do qual o jovem era portador desde a infância. Cair por terra, espumar e ranger os dentes ficando enriquecido, isso é, paralisado, são ações perniciosas que o pecado e a opressão da força do mal causa na vida de uma pessoa. Qual é o segredo para se conseguir iniciar na vida das pessoas o processo de libertação? Parece que só Jesus tinha a fórmula e não a havia passado á seus discípulos e poderíamos dizer em uma linguagem simples "Não ensinou o pulo do gato".
Nada disso! Na continuidade do evangelho encontramos a explicação, pois os discípulos querem saber onde foi que erraram, por que sentiram-se impotentes diante daquele espírito possessivo que oprimia aquele menino e Jesus, vai lhes falar que a oração e o jejum são as armas principais para se promover uma ação libertadora, isso é, fazer em comunhão com ELE.
Não seria essa a explicação para certos projetos bonitos de nossas comunidades, que acabam não indo para frente? Sim, sem sombra de dúvida, toda e qualquer ação evangelizadora da Igreja, deve e só pode ser feita na espiritualidade onde a oração, a escuta da palavra, os Sacramentos, nos dão a certeza de que estas ações são feitas em sintonia com Jesus. Quando uma comunidade ou um grupo quer ocupar esse lugar que só pertence a Deus, fazendo em nome próprio, o Espírito possessivo acaba vencendo a "parada".

2. A FAVOR DE JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Os discípulos eram ciosos de sua condição de executadores privilegiados da missão de Jesus. Quiçá, tivessem a tentação de formar um grupinho seleto e fechado para novas adesões. Daí sua irritação quando viram alguém expulsar demônios, no nome de Jesus, sem ser explicitamente do grupo dos doze.
Jesus tenta alargar-lhes os horizontes e fazê-los perceber que existem agentes do Reino, onde menos se espera. Se alguém realmente realiza uma ação taumatúrgica, invocando o nome de Jesus, está proclamando, de maneira patente, sua condição de discípulo, mesmo não fazendo parte do grupo dos doze. O discipulado, portanto, estende-se para além do grupinho inicial, num raio muito mais amplo. O grupo primitivo, de certo modo, devia funcionar como semente de um movimento tendente a crescer e a se tornar, de certa forma, incontrolável. O protesto dos discípulos, em última análise, era motivado pela incapacidade de manter sob controle a propagação dos benefícios do Reino. Jesus não tinha objeções de que a coisa fosse assim. Antes, é assim mesmo que deveria ser.
O surgimento de novos discípulos e dispensadores do Reino não podia ser motivo de tristeza e preocupação. Quanto mais se multiplicasse o número de discípulos, melhor. Assim, o Reino poderia chegar a um número sempre maior de pessoas, recuperando-lhes a vida.
Oração
Senhor Jesus, possa eu alegrar-me com a multiplicação de seus discípulos, através dos quais o Reino vai espalhando seus frutos na história humana.
Fonte: NPD Brasil em 22/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Quem não é contra nós, está a nosso favor...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Podemos imaginar a cena, um dos discípulos vem correndo alardear ao Discípulo João que havia um sujeito pregando em nome de Jesus, e o que era pior, realizava milagres expulsando demônios em seu nome.
___Mas ele não é do nosso grupo? - quis logo saber João, todo alvoroçado e já aparentando indignação.
__ É nada. Nós não o conhecemos, e olhe que o danado está fazendo sucesso maior que o nosso.
Projetemos a cena para cem anos depois do evento Jesus de Nazaré:
___Olhe irmãos do Conselho, tem uma comunidade aqui perto pregando em nome de Jesus e fazendo até expulsões de Demônios!
___E tem muita gente indo lá?
___Nossa se tem! No Domingo à noite tinha o triplo de pessoas que vieram aqui na nossa celebração.
E hoje em dia, nós cristãos olhamos com uma pontinha de inveja para certas instituições ás vezes de caráter religioso que fazem cada trabalho social de se “Tirar o Chapéu”. Na minha cidade um pessoal de uma Loja Maçônica tem um serviço de atendimento a crianças e famílias carentes que é coisa linda de se ver, o mais incrível é o modo como eles fazem seus eventos, muito bem organizados e onde se vê uma dedicação extrema daqueles homens e mulheres.
E há também obras sociais de grande alcance nos Meios Espíritas, que contribuem realmente para amenizar os sofrimentos e as dores de muita gente pobre. Será que o Bem que esses grupos fazem, não é Caridade, porque não tem o carimbo da nossa Igreja? Claro que é, nem dá para se discutir!
É o que afirma esse evangelho de Marcos ao mostrar que, fora do âmbito de nossas comunidades cristãs tem um monte de gente de outras denominações religiosas ou Instituições, praticando o bem, promovendo as pessoas, demonstrando uma bela solidariedade.
Não se pode sentir inveja ou querer monopolizar as obras do Bem, ao contrário, devemos louvar e agradecer ao Bom Deus que através do seu Espírito suscita no coração dessas pessoas esse desejo e altruísmo de trabalhar pelo bem, e quando assim o fazem, colaboram sim, com a edificação do Reino de Deus. Jesus encerra a polêmica afirmando que, todo o Bem é feito em seu nome direta ou indiretamente, e que os que praticam tais obras do Bem, estão a seu favor e não contra ele.
Não permitamos que a questão Doutrinária nos impeça de reconhecer tanto Bem, realizado fora da nossa Igreja, por pessoas que foram tocadas pela Graça Divina indiscutivelmente, não importando a que denominação pertença.

2. Os discípulos se fecham
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os discípulos se fecham dentro do seu grupo. Talvez tenham compreendido que não devem disputar o primeiro lugar entre eles. “Entendo, podiam dizer, que eu não sou o maior nem o primeiro, mas o grupo no qual eu estou, sim, este é o maior e o primeiro”. Assim pensando, mostram que não saíram de si mesmos. Por que meu grupo é o maior e o melhor? Porque eu estou nele! E não aceitam que alguém possa fazer alguma coisa boa em nome de Jesus, se não pertencer ao grupo dos discípulos. Jesus abre-lhes a mente e o coração para que abram o próprio grupo e considerem o valor de quem está fora. Nem todos precisam estar dentro para terem o espírito de Jesus. É mais fácil e mais cômodo pensar o mundo em dois grupos, nós e os outros, do que pensar-se fermento no meio da massa. Nós somos a comunidade dos salvos, e os outros, não? Jesus nos libertou da visão do mundo em forma puramente geográfica, quando disse à samaritana que Deus quer adoradores em espírito e em verdade, e não atrelados geograficamente a Jerusalém ou ao monte Garizim, na Samaria. Quem não é cristão, não é necessariamente contra Jesus. Já dizia Santo Agostinho que muitos que parecem estar dentro, de fato, estão fora, e vice-versa. Mais do que pôr as pessoas dentro do nosso grupo, é preciso sair para fora e marcar presença. Aqueles que professam a fé em Jesus Cristo vivem no meio do mundo para que todos façam a obra de Deus, cada um segundo as suas convicções. “Oxalá todos profetizassem!”, dizia Moisés.

HOMÍLIA DIÁRIA

Somos apenas canais da graça

A graça se aproveita de quem ela quiser, da forma que ela quiser, para fazer o Reino de Deus realmente acontecer.
“Jesus disse: ‘Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim” (Mc 9,39).
Os discípulos estavam inquietos, porque outros, de fora do grupo de Jesus, estavam expulsando demônios. Os discípulos proibiram aquele homem de praticar tal atitude, porque ele não era do grupo do Senhor.
Jesus, então, lhes diz: “Não os proibais”. Meus irmãos, nós, muitas vezes, achamos que a graça de Deus está só sobre nós, sobre o nosso grupo, sobre a nossa Igreja. Nós pensamos que somos donos do Reino dos Céus, donos do Espírito Santo; e que Este só age se for da nossa forma, à nossa maneira e do nosso jeito.
Não é assim que a Palavra de Deus nos ensina. Ela nos mostra que devemos respeitar os diferentes, aqueles que pensam, fazem, pois, se não for da vontade de Deus, não vai para frente. Agora, aquilo que é de Deus só Ele mesmo conhece, porque o Espírito sopra aonde quer e ninguém sabe onde vai parar.
Que saibamos acolher, respeitar e considerar aqueles que não são das nossas pastorais, das nossas atividades, daquilo que nós fazemos. Que nós saibamos considerar aquilo que é diferente, porque o Espírito vai estar onde Ele quiser. Não podemos nos achar donos do Espírito de Deus, pois somos apenas canais da graça.
A graça se aproveita de quem ela quiser, da forma que ela quiser, para fazer o Reino de Deus realmente acontecer.
Que o bom Deus abençoe você com a Sua graça.
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 22/05/2013

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a vencer nosso egoísmo. Que vejamos em cada ser que colocaste ao nosso lado na jornada desta terra como um filho do teu Amor Paterno e, assim, um irmão nosso a quem devemos amar e cuidar com zelo e generosidade. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/05/2013

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