Quando o nosso olhar se detém em Maria para ver como ela se
colocou ao serviço do Filho que lhe era oferecido, Jesus, o Senhor, descobrimos
que ela nos precedeu em todos os caminhos do amor.
Ela foi a primeira a rezar, guardando no coração
tudo aquilo que se dizia do seu Filho. “Maria, porém, guardava todas estas
coisas, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19). “E a sua mãe guardava todas
estas coisas no coração” (Lc 2,51). Viver o mistério de Jesus no coração é o
ofício dos místicos: Maria lhes abre a porta. Procurar compreender o sentido do
mistério de Jesus é o trabalho dos teólogos: Maria os precede.
Maria foi também a primeira sobre quem se alongou
a sombra da cruz. “Este menino será causa de queda e de reerguimento para
muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição – e a ti, uma espada
traspassará tua alma” (Lc 2,34-35). Ser escolhida para participar da paixão do
seu Filho, que honra.
Por sobre todo o verdadeiro cristão alonga-se a
sombra da cruz; mas Maria foi a primeira em ser por ela coberta. Assim, Maria
que partilha a mesma bendição com o Filho, partilha a mesma paixão e morte.
Maria foi a primeira a correr para Jesus, quando
ouviu dizer em família que ele havia perdido o juízo (Mc 3,20-21.31-35). Ela
leva a Jesus toda a família: única forma de saber a verdade e de ser
convertido. Que bela lição: quando Cristo escandaliza, é ainda a ele que se
deve ir.
Ela foi a primeira citada em Caná, onde ela também
foi a primeira a levar um problema humano ao Filho: ela o conhece e nele
confia. Ela foi ainda a primeira citada ao pé da cruz, no Evangelho de João.
Ela é a primeira em constituir, com o discípulo amado, o primordial começo da
nova família fundada pelo Senhor agonizante.
Ela foi a primeira a ser acolhida no lar do
discípulo amado, que também é a sua própria casa, a sua família, o seu coração
e a sua comunidade cristã.
Maria foi ainda a primeira e a maior testemunha da
encarnação, do nascimento e da morte de Jesus. Toda a amplitude da vida humana
de Jesus está sob o olhar da Mãe. Ela se torna a primeira prova e testemunha da
humanidade de Jesus.
Desse modo, Maria se coloca à disposição total do
Filho. Primeira cristã, ela é também a primeira pessoa consagrada ao Filho.
Como não admirá-la, como não imitá-la? Como não lhe pedir que nos ajude para
que sejamos atraídos pelo Senhor e o proclamemos na grandeza que havia sido
revelada no dia da Anunciação e por isso:
“Grande, Filho do Altíssimo, Filho de Davi, Rei
para sempre, Santo, Filho de Deus, Senhor, Sol levante, Salvador, Cristo,
Senhor, Luz das nações, Glória de Israel, Filho do Pai eterno”. Esses títulos
todos Maria conservou com cuidado e fidelidade no seu coração para no-los
transmitir.
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=maria&id=191
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