segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nossa Senhora de Chartres - 22 de dezembro


Os primeiros evangelizadores enviados ao mundo encontram muitos povos pagãos que cultuavam a "grande mãe" ou "deusa terra" representada por uma mulher negra em vias de dar a luz, ou já com a criança nos braços.
As imagens das Virgens Negras surgiram especialmente nestes lugares ligados à deusa terra. Atualmente existem quatrocentas e cinqüenta delas em todo o mundo. A França possui o maior número das encontradas na Europa, noventa e seis. A mais conhecida é a Nossa Senhora de Chartres, venerada na catedral desta cidade, também, com o título de Nossa Senhora Subterrânea.
Quando a França ainda era a antiga Gália, o povo pagão celta, habitante da região de Chartres, venerava a deusa terra dentro de um santuário subterrâneo. A tradição cristã narra que o cristianismo chegou com os dois Santos mártires, Sabiniano e Potenciano, discípulos de São Pedro Apóstolo, fundadores da Diocese de Chartres. A primeira igreja eles construíram sobre o santuário subterrâneo, que foi mantido para homenagear a Virgem Mãe de Deus, então representada na antiga imagem de Nossa Senhora de Chartres, e o culto transformado em rito cristão.
O rei da França, Carlos o Calvo, em 876, substituiu a velha igreja por uma maior e à ela doou à uma importante relíquia: o véu usado por Virgem Maria. Em 1020, no lugar da igreja foi erigida a bela Catedral da cidade. Destruída por um incêndio em 1194, só relíquia da Virgem se salvou milagrosamente do fogo.
No mesmo ano teve início a reconstrução daquela que se tornou a Catedral gótica mais famosa do mundo. Consagrada em 1260, a Catedral de Chartres concentra a arte dos vitrais e a devoção religiosa mais primitivas dos franceses, que se referem à ela simplesmente como "a Catedral". O santuário mariano de Chartres e sua preciosa relíquia sobreviveram aos confrontos religiosos, a Revolução Francesa e as duas Guerras Mundiais.
Mas a imagem original de Nossa Senhora Subterrânea não, esta foi destruída pelo exército de Napoleão, no século XVIII. Uma nova imagem desta invocação mariana foi feita no século seguinte. E hoje representa o testemunho concreto do amor e da ligação profunda que sempre uniu o povo da França a Nossa Senhora Subterrânea, sendo muito festejada no dia 22 de dezembro.

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