domingo, 9 de setembro de 2012

Concílio Vaticano II: 'Assembleia procurou esclarecer questões de fé e vida prática da Igreja'

Concílio Vaticano II - Parte I
Igreja Católica comemora 50 anos da convocação

Polyana Gonzaga

Redação Portal A12

Questões sociais, políticas, culturais e religiosas motivaram a convocação da Igreja para o Concílio Vaticano II.

Completando 50 anos de existência neste Ano da Fé, o Concílio Vaticano II foi um momento muito especial para a fé católica.

Aberto pelo Papa João XXIII em 11 de outubro de 1962, na Basílica de São Pedro, o Concílio teve caráter ecumênico na história da Igreja Católica.

Tratou-se de série encontros com objetivo de promover a abertura da Igreja para os novos desafios da modernidade.

O Concílio Vaticano II foi o vigésimo primeiro Concílio Ecumênico da Igreja Católica. Foi convocado no dia 25 de dezembro de 1961, através da bula papal ‘Humanae salutis’, pelo Papa João XXIII.

Neste documento o Santo Padre fez um breve resumo das situações políticas, sociais, culturais e, sobretudo, religiosas, que motivaram a convocação do concílio.

Os trabalhos conciliares começaram no dia 11 de outubro 1962 e deles participaram cerca de 2 mil e 600 pessoas entre cardeais, arcebispos, bispos, teólogos e convidados de outras denominações cristãs.

O Concílio Vaticano II teve caráter pastoral e mais do que discutir doutrinas, os estudos conciliares tinham como desafio encontrar modos de inserir a Igreja no mundo grande transformação.

O sonho do Papa João XXIII era abrir horizonte para o catolicismo com aquele que seria um dos maiores acontecimentos dos últimos tempos na vida da Igreja: a convocação do Concílio Vaticano II, isso em continuidade com a tradição teológica, moral e doutrinal da Igreja de Jesus.

Segundo Dom Henrique Soares, bispo auxiliar de Aracaju, o Papa João XXIII desejava muito que, com o concílio, a Igreja encontrasse um modo mais atual de apresentar ao mundo a verdade de sempre.

“Nada de mudar a doutrina e a moral, nada de amolecer o Evangelho, mas apresentá-lo de um modo mais compreensível ao mundo de hoje”.

O bispo auxiliar de Aracaju afirmou que o Papa esperava que o concílio tivesse uma preocupação, sobretudo, pastoral, uma preocupação de fazer o possível para promover a compreensão entre os cristãos separados da Igreja Católica e que usasse mais “o remédio da misericórdia do que o da severidade”.

“Foram esses os objetivos de João XXIII. Ele morreu logo. Quem continuou o Concílio Ecumênico foi o Santo Padre Paulo VI”, completou.

Para facilitar o seu andamento, o novo Papa organizou assim as discussões: o tema central do concílio deveria ser a Igreja. Primeiro: o que é a Igreja? Segundo: qual a sua relação com o mundo atual? Daí surgiram os principais documentos conciliares: a Lumen Gentium (o que é a Igreja?), a Dei Verbum (como Deus se revelou e como a Igreja guarda essa revelação?), a Sacrosanctum Concilium (como a Igreja celebra o mistério de Cristo?) e a Gaudium et Spes (como a Igreja se coloca no mundo?).

Para o Cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, o Concílio Vaticano II foi um marco para toda a Igreja.

“O Concílio Ecumênico Vaticano II foi um momento em que se possibilitou um melhor diálogo entre todas as Igrejas e também uma maior consciência da vida missionária, com uma Igreja em estado permanente de missão”, afirmou o Cardeal.

Documentos

Quatro grandes constituições compõem os pilares do Concílio Vaticano II: a constituição sobre a Sagrada Liturgia, sobre a Revelação Divina, sobre a Igreja e sobre a Igreja no Mundo de Hoje.

A partir desses pilares, foram desdobrados
 nove decretos e três declarações e 4 constituições.

Para facilitar o seu andamento, o Santo Padre Paulo VI, que assumiu a assembleia no meio das discussões organizou os debates destacando que o tema central do concílio deveria ser a Igreja. Primeiro: o que é a Igreja? Segundo: qual a sua relação com o mundo atual? Então surgiram os principais documentos conciliares: a Lumen Gentium (o que é a Igreja?).

Este documento procurou centralizar as discussões da Igreja como sacramento e mostrar que todos os homens podem anunciar o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15). Com os debates, o Concílio Vaticano II insistiu que fiéis e todo o mundo, a sua natureza e missão universal devem anunciar a Boa Nova.

A Constituição Dogmática sobre a Igreja procurou destacar também o povo de Deus, seu episcopado, a relação com os leigos, a vocação de todos à santidade na Igreja, os religiosos e a vida consagrada ao serviço divino, a Virgem Maria e a Igreja, o papel de Maria na vida e história de Jesus Cristo, sua maternidade, virtudes,

 Na próxima reportagem sobre o Concílio Vaticano II, o Portal A12 vai mostrar quais foram as principais mudanças trazidas pela assembleia e quais as influências na Igreja nos dias de hoje.
  
Foto: Montagem sobre foto

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