
Concílio Vaticano II
Igreja Católica comemora 50 anos da convocação
Grave crise moral, ateísmo
militante, sucessão de guerras sangrentas, ruínas espirituais causadas por
tantas ideologias, amplo progresso científico que possibilitou aos homens a
criação de instrumentos para a sua destruição. São estes alguns elementos que
cercaram o Natal do ano de 1961, dia em que o beato João XXIII deu início
àquele que seria um dos maiores acontecimentos dos últimos tempos na vida da
Igreja: a convocação do Concílio Vaticano II.
:: Saiba mais sobre o que o Concílio
No ano de 2011 a
Igreja Católica comemora 50 anos da convocação do Concílio Vaticano II, o qual
aconteceu com a promulgação da Constituição Apostólica Humane Salutis. Neste
documento o Santo Padre fez um breve resumo das situações políticas, sociais,
culturais e, sobretudo, religiosas, que motivaram a convocação do concílio,
afirmando que “embora a
Igreja não tenha a finalidade diretamente terrestre, ela não pode se
desinteressar, no seu caminho, dos problemas e dos trabalhos de cá de baixo”.
Meio século se passou, porém, muitos problemas apresentados pelo Papa continuam
presentes na sociedade.
A Humane Salutis apresenta as principais razões que motivaram João XXIII a convocar o concílio. Estas se fundamentam principalmente na grave crise da sociedade da época, pois ao mesmo tempo em que se via na sociedade um grande progresso material, o mundo encontrava-se em uma profunda decadência moral, gerando uma crise de valores, os homens já não ansiavam pelos valores celestes, estavam enfraquecidos diante do impulso aos gozos terrenos. Sendo urgente, portanto, resgatar os valores cristãos de forma a possibilitar ao homem contemporâneo a salvação.
A Igreja, sendo a
voz mais autorizada, intérprete e defensora da ordem moral, uma das grandes
reivindicadoras dos direitos e dos deveres de todos os seres humanos e de todas
as comunidades políticas, chamou para si a responsabilidade de manifestar seu
apostolado, contribuindo na solução dos problemas da modernidade, a partir de
um novo Concílio Ecumênico.
O Concílio Vaticano
II, nas palavras do beato João XXIII, foi convocado para“oferecer uma
possibilidade de suscitar, em todos os homens, pensamentos e propósitos de paz:
provenientes das realidades espirituais e sobrenaturais da inteligência e da
consciência humana, iluminadas e guiadas por Deus, criador e redentor da
humanidade”.
Os frutos do
Concílio Vaticano II são diversos, o certo é que essas palavras dirigidas a nós
há 50 anos continuam vivas no coração da Igreja e dos fiéis. Hoje, diante da
“ditadura do relativismo”– expressão criada pelo Papa Bento XVI – todos são
chamados a mergulhar nos documentos do concílio, para oferecer ao mundo
diretrizes acertadas na promoção da dignidade dos homens.
Neste Natal, quando
a convocação do Concílio Vaticano II completa meio século, devemos celebrá-la
não apenas como algo do passado, mas, de forma presente, à luz do Espírito,
como em um novo Pentecostes, para que a Igreja santa, olhando para a sua
história, continue a difundir o Reino do Divino Salvador, que é reino da
verdade, da justiça, de amor e de paz. Neste tempo tão necessitado, à luz dos
ensinamentos e principalmente no espírito de esperança emanado da convocação do
Concílio Vaticano II.
Nenhum comentário:
Postar um comentário