terça-feira, 3 de abril de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/04/2012

4 de Abril de 2012 


Mateus 26,14-25

Comentário do Evangelho

O sofrimento é caminho necessário para a salvação.

O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa. Hoje temos o tema da traição de Judas na versão de Mateus. 

A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do Primeiro Testamento, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação. Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida. Em consequência foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias que cooptam pessoas como Judas. 


José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Para Judas, o Reino trazido por Jesus não se ajustava à sua expectativa. Ele não foi capaz de se abrir ao Novo, aceitá-lo, e se apegou ao ‘já visto’. Cuidemos para que o mesmo não aconteça conosco: tenhamos o espírito aberto e atento aos sinais do Reino de Amor que nos cercam e os acolhamos com alegria e gratidão.


Reflexão
O amor que Deus tem por todas as pessoas nunca foi plenamente correspondido, pois sempre o pecado manifestou o desamor que o homem tem por ele. O episódio da traição de Judas nos mostra de um modo muito mais profundo esta verdade. O Filho, verdadeiro Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, por amor a nós, renuncia à sua condição divina e se faz homem, tornando-se um de nós. A resposta que ele encontra dos homens não é o amor, mas a traição e a morte. Mas nem mesmo esta realidade diminui o amor que Deus tem por nós, uma vez que, por amor, Jesus nos dá livremente a sua vida.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


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1. "Permanecer na Palavra"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus está falando com um grupo de Judeus que a princípio acreditaram nele, entusiasmados pelas suas sábias palavras e pelos prodígios que realizava. Jesus os convida a darem um passo à frente: permanecer na Palavra que um dia acolheram... É aí que vem o grande desafio.

Às vezes as pessoas vagam de paróquia em paróquia, principalmente nos grandes centros urbanos, á, procura de padres que sejam pregadores de primeira. O que essas pessoas buscam? A palavra transformadora ou palavras bonitas e frases de efeito, buscam um evangelizador ou um exímio orador?

Claro que hoje em dia se exige um desempenho melhor dos nossos pregadores de celebrações, sejam eles sacerdotes, Diáconos ou Ministros Leigos, evidentemente nos estudos teológicos deve constar da grade curricular uma boa aula de comunicação, técnicas para aprimorar a oratória, postura, impostação da voz, pois a concorrência é muito grande e há pastores evangélicos que nesse particular são ótimos comunicadores.

Mas uma pregação, para ser boa, depende de como ela é acolhida, conheço sacerdotes que não têm muita eloqüência no falar, mas são sábios no pouco que dizem, pois o Espírito Santo não fica selecionando oradores para inspirá-los, não é esse o critério de Deus...

Quando não se acolhe interiormente a Santa Palavra, mas apenas a ouve como algo bonito e comovedor, acontece o que aconteceu com esse grupo de admiradores de Jesus: não percebem que a Palavra de Deus manifestada em Jesus é essencialmente Libertadora!

Em resumo, Jesus fala muito bem, prega muitas verdades, tem uma linha profética diferenciada e superior aos demais, entretanto, a pregação serve para o meu vizinho, pois em mim não há nada a ser mudado, está tudo muito bem... "Pertencemos a Tradição de Israel, somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém, não precisamos tanto assim da sua Palavra.
É o homem da pós modernidade "escritinho"! Aprecia o cristianismo, é capaz até de freqüentar a celebração dominical, vibra ao ouvir as leituras e a pregação (quando o pregador tem cultura e conhecimento teológico) entretanto, do jeito que entra ele sai, não sendo um crente sincero, mas apenas um admirador de Jesus e da sua Igreja.

E quando esse grupo de fervorosos Judeus que haviam manifestado uma certa queda por Jesus, perceberam que seus ensinamentos e o seu modo de viver, contrariava certas regrinhas e normas importantes do Judaísmo, passaram a rejeitá-lo e agora articulam sua morte.

E no final Jesus os chama de "Judeus de meia Pataca", porque se diziam descendentes de Abraão, mas não seguiam o seu exemplo de Homem Santo, temente a Deus e fiel na sua Fé, quem é realmente de Deus, jamais apóia as forças da morte e da violência...

Muitos cristãos há que, finda a celebração, guardam o seu cristianismo em uma das gavetas junto com a Bíblia, e vivem e pensam de um modo que contradiz tudo o que celebram aos domingos: aborto, pena de morte, desigualdade social, intolerância religiosa, opressão, exploração e violência. Filhos de Abraão ou Cristãos de meia tigela?

2. O sofrimento é caminho necessário para a salvação.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus, de forma que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento profundo propiciado por ti.


3. A TRAIÇÃO DE JUDAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Hoje a liturgia nos apresenta a traição de Judas na versão de Mateus. O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa. A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do Primeiro Testamento, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação.

Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida. Em conseqüência, foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como o de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias, que cooptam pessoas como Judas.




Devemos correspoder à graça divina, 

mas não desprezá-la


Postado por: homilia

abril 4th, 2012


Na Quarta-feira Santa, a Igreja nos propõe meditar o Evangelho de Jesus segundo Mateus 26,14-25. Essa leitura nos apresenta a traição de Judas e nos descreve como ele foi se encontrar com os chefes dos sacerdotes e se oferecer para trair o Senhor. O traidor aceita trinta moedas de prata como recompensa por sua delação. Por apenas trinta moedas de prata um dos doze apóstolos entrega o Mestre! Por quantas moedas temos vendido Jesus? É chegada a hora das trevas!
Com um simples beijo, Judas planeja vender o seu Senhor. Por trinta moedas traça-se o poder financeiro, material e finito pela vida, dom de Deus. Uma verdadeira contradição, pois o Dono de tudo é trocado pelo dinheiro.
Ontem, assim como hoje, a opção pelo dinheiro e a rejeição da vida têm falado mais alto, essa é a característica de nossa sociedade neoliberal e globalizada. Os grandes impérios desse mundo fazem guerra e destroem a vida, movidos pela ambição do dinheiro. Eles produzem uma ideologia, uma cultura de ambição e violência que passa a ser assimilada por muitos.
São Mateus nos revela, hoje, o modo como Jesus foi traído por um dos Seus homens de confiança. O Evangelho destaca que o gesto de Judas estava inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias, mas nem por isso Sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram sobre ele não deixam dúvida a esse respeito:“Seria melhor que nunca tivesse nascido!”. Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua decisão já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã que devemos ter é de corresponder à graça divina, mas não desprezá-la, traindo o amor de Cristo como fez Judas. Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé firme e permanente, a ponto de fazermos a diferença neste mundo cheio de ganância, no qual ainda o grito de Maquiavel – “o fim justifica os meios” – continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de poder, prazer e posse.
Jesus faz do dom de Sua vida – doada livremente por nós – a nova e eterna aliança com o Pai celeste, a fim de que, livres do pecado, vivamos na liberdade de filhos de Deus.
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante 

Preparo-me para orar a Palavra, 
nesta quarta-feira santa, 
com todos que estão na rede da internet, 
rezando o 

Hino 

O fel lhe dão por bebida 
sobre o madeiro sagrado. 
Espinhos, cravos e lança 
ferem seu corpo e seu lado. 
No sangue e água que jorram, 
mar, terra e céu são lavados. 

Ó cruz fiel sois a árvore 
mais nobre em meio às demais, 
que selva alguma produz 
com flor e frutos iguais. 
Ó lenho e cravos tão doces, 
um doce peso levais. 

Árvore, inclina os teus ramos, 
abranda as fibras mais duras. 
A quem te fez germinar 
minora tantas torturas. 
Leito mais brando oferece 
ao Santo Rei das alturas. 

Só tu, ó Cruz, mereceste 
suster o preço do mundo 
e preparar para o náufrago 
um porto, em mar tão profundo. 
Quis o cordeiro imolado 
banhar-te em sangue fecundo. 

Glória e poder à Trindade. 
Ao Pai e ao Filho Louvor. 
Honra ao Espírito Santo. 
Eterna glória ao Senhor, 
que nos salvou pela graça 
e nos remiu pelo amor. 

A vós, Trindade clemente, 
com toda a terra adoramos, 
e no perdão renovados 
um canto novo cantamos. 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto: 
Mt 26,14-25 
e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 

De novo o Evangelho lembra que o traidor é um discípulo que acompanhou Jesus o tempo todo. Na verdade, ele pode ser qualquer um de nós que não tenha se decidido pelo Projeto de Deus, mas pelo projeto da riqueza, que gera exploração, miséria, doença, não vida, morte. 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Qual é o meu Projeto?

 Pergunto-me: Quais são meus valores?

Identifico-me com Jesus e seu Projeto?

 Dizem os bispos: 
"Identificar-se com Jesus Cristo é também compartilhar seu destino: "Onde eu estiver, aí estará também o meu servo" (Jo 12,26). O cristão vive o mesmo destino do Senhor, inclusive até a cruz: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz e me siga" (Mc 8,34). Estimula-nos o testemunho de tantos missionários e mártires de ontem e de hoje em nossos povos que tem chegado a compartilhar a cruz de Cristo até a entrega de sua vida." 
(DAp 140). 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações, como as Preces da Igreja: 

Imploremos a Cristo Salvador, que nos remiu por sua morte e ressurreição, e digamos: 

R. Senhor, tende piedade de nós! 

Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, 
- conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade. R. 

Vós, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos traspassar, 
- curai as nossas feridas. R. 

Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida, 
- concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo. R. 

Vós, que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido, 
- perdoai-nos também a nós pecadores. R. 

(intenções livres) 

Pai nosso... 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é de amor para Jesus e de pedido de perdão por todas as traições que hoje ele sofre no mundo quando as pessoas se deixam vender. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
 Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Irmã Patrícia Silva 

Oração Final

Pai Santo, eterna fonte de Vida, não permitas que nos contentemos com as coisas já vistas, mas abre o nosso espírito para acolher a tua Presença sempre Nova e plena de Amor. Faz-nos companheiros alegres e cuidadosos com todos os seres que colocaste em nosso caminho. Nós pedimos por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.



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