ANO C
Jo 2,13-22
Comentário do Evangelho
O verdadeiro Templo de Deus
A menção à Páscoa "dos judeus" sugere que Jesus não se identificava com tal celebração. A Páscoa judaica é a celebração da morte dos primogênitos do povo do Egito, oprimido pelo faraó, e, em continuidade, a tomada do território de Canaã, pelos "eleitos" que saíram do Egito, com o extermínio de sete povos que lá habitavam.
Jesus denuncia que o Templo de Jerusalém era usado para o comércio. Desde a sua construção por Salomão, o Templo tinha um anexo onde eram guardadas as imensas riquezas acumuladas a partir da exploração do povo fiel. A denúncia de Jesus não se limita apenas àquele momento da festa, mas a toda a história do Templo. Ele completa a denúncia com a alusão simbólica à sua destruição. Com Jesus, o Templo de Deus é o próprio corpo daqueles que adoram em espírito e verdade (Jo 4,23).
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Paulinas em 09/11/2012
Comentário do Evangelho
Jesus é o Templo de Deus
O texto da purificação do Templo encontra-se também nos evangelhos sinóticos (Mt 21,12-13; Mc 11,11.15-17; Lc 9,45-46). O que acontece no Templo, por ocasião da Páscoa, é escandaloso. As pessoas ligadas ao Templo, aproveitando-se da obrigatoriedade de oferecer sacrifícios e da distância que os peregrinos percorriam a pé para chegar a Jerusalém, comercializam todo tipo de animais prescritos pela Lei para o sacrifício. A moeda tinha que ser pura, isto é, sem nenhuma efígie; por isso, havia também uma moeda própria do Templo, cujo câmbio as pessoas tinham que fazer. Jesus, com um chicote, expulsou todos os comerciantes do Templo. Os que se sentiram atingidos pela atitude de Jesus perguntam a ele em nome de quem ele agia daquele modo. Jesus responde: “Destruí vós este Templo, e em três dias eu o reerguerei” (v. 19).
O autor do evangelho, diante da incompreensão dos judeus, explica: “... ele falava isso a respeito do templo que é seu corpo” (v. 21). Jesus é o Templo de Deus, o lugar do encontro do homem com Deus, onde Deus habita com a plenitude de sua graça.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Paulinas em 09/11/2013
Comentário do Evangelho
Jesus é o verdadeiro Templo, o lugar em que Deus habita.
Com as nuances próprias a cada evangelista, o episódio da purificação do Templo encontra-se também nos evangelhos sinóticos (Mt 21,12-13; Mc 11,11.15-17; Lc 9,45-46). Era escandaloso o que acontecia no Templo, de modo especial nas grandes festas judaicas e, sobretudo, na Páscoa. Os sumos sacerdotes e toda a aristocracia ligada ao Templo se aproveitavam das festas religiosas para intensificar o comércio e, consequentemente, o câmbio de moedas. Aproveitam-se da obrigatoriedade que todo judeu piedoso tinha de oferecer sacrifícios e das longas distâncias que os peregrinos percorriam para chegarem a Jerusalém, a fim de comercializarem todo tipo de animais prescritos pela Lei para serem oferecidos em sacrifício. Além disso, a moeda para a compra tinha de ser pura, isto é, não podia conter nenhuma efígie ou inscrição que pudesse denotar idolatria. Daí a necessidade de os compradores terem de trocar suas moedas pela moeda “pura” do Templo de Jerusalém, inclusive para fazerem as ofertas voluntárias que eram depositadas nos cofres (cf. Lc 21,1-4). A cena é dramática: com um chicote, Jesus expulsa do Templo comerciantes e cambistas. A razão da atitude de Jesus, sentida como violenta pelos judeus, é dada pela evocação de uma passagem do profeta Zacarias: “… Já não haverá mercadores no Templo do Senhor dos exércitos” (Zc 14,21) e pela recordação dos discípulos que encontram no Sl 69,10 uma justificativa pelo que Jesus fez. A pergunta dos judeus a Jesus é pelo significado do gesto. Ao que Jesus responde, em primeiro lugar, numa profecia ex eventu, de que o Templo construído por mãos humanas será destruído e passará, e, em segundo lugar, revela um novo lugar da habitação de Deus. Jesus é o verdadeiro Templo, o lugar em que Deus habita; onde Ele é encontrado e se deixa encontrar. Ele é que será destruído, na morte violenta numa cruz, mas reerguido pelo poder de Deus, com sua gloriosa ressurreição. O anúncio da destruição do Templo de Jerusalém é anúncio, igualmente, da abolição dos sacrifícios antigos, pois eles não podiam salvar os homens de seus pecados; somente o Cristo que ofereceu o sacrifício de sua vida de uma vez por todas e entrou no santuário eterno é que salva toda a humanidade (cf. Hb 9,1-14; 10,11-18).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Paulinas em 09/11/2014
Comentário do Evangelho
Jesus é o verdadeiro Templo, o lugar em que Deus habita
Os sumos sacerdotes e toda a aristocracia ligada ao Templo se aproveitavam das festas religiosas para intensificar o comércio do câmbio de moedas. Valiam-se da obrigatoriedade que todo judeu piedoso tinha de oferecer sacrifícios e das longas distâncias que os peregrinos percorriam para chegar a Jerusalém, a fim de comercializarem todo tipo de animais prescritos pela Lei para serem oferecidos em sacrifício. A moeda para a compra e doação voluntária (cf. Lc 21,1-4) não podia conter nenhuma efígie ou inscrição que pudesse denotar idolatria. Daí a necessidade de os compradores terem de trocar suas moedas pela moeda do Templo. A cena é dramática: com um chicote, Jesus expulsa do Templo comerciantes e cambistas. A razão da atitude de Jesus, sentida como violenta pelos judeus, é dada pela evocação de uma passagem do Profeta Zacarias: “... Já não haverá mercadores no Templo do Senhor dos exércitos” (Zc 14,21). Mais tarde, os discípulos vão encontrar no Sl 69(68),10 uma justificativa para o que Jesus fez. A pergunta dos judeus a Jesus é pelo significado do gesto. Ao que Jesus responde, em primeiro lugar, que o Templo construído por mãos humanas será destruído e passará; e, em segundo lugar, revela um novo lugar da habitação de Deus. Jesus é o verdadeiro Templo, o lugar em que Deus habita. Ele é que será destruído, na morte violenta numa cruz, mas reerguido pelo poder de Deus, com sua gloriosa ressurreição.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Paulinas em 09/11/2015
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
JESUS EXPULSA OS VENDEDORES DO TEMPLO
A Igreja celebra hoje a festa da Dedicação da Arquibasílica de São João de Latrão, catedral da Diocese de Roma e, portanto, a Sé Episcopal do Bispo de Roma, o Papa. No texto do Evangelho de hoje, Jesus sobe a Jerusalém para a Festa da Páscoa. Ele encontra os vendedores de animais e os cambistas, que faziam a troca de moedas e serviam aos peregrinos vindos dos locais mais distantes.
O problema é que isso se tornou um comércio rentável e fonte de grande exploração e corrupção. Jesus faz um gesto profético simbólico, utilizando um chicote de cordas para expulsá-los. Os sinóticos citam Isaías 56,7 e Jeremias 7,11: o Templo, que deveria ser uma casa de oração para todos, tornou-se um covil de ladrões. João faz alusão ao texto de Zacarias 14,21: “Já não haverá mercadores no templo do Senhor dos exércitos naquele dia”.
E os discípulos leem o fato a partir do texto do Salmo 69,10: “O zelo por tua casa me devorará”. Jesus, então, passa para um segundo nível da reflexão: o do templo como edifício para a pessoa como santuário do Espírito. Assim deve ser interpretada a Festa da Dedicação de uma igreja. A igreja-templo é o local onde se reúne a Igreja viva, povo de Deus e santuário da Trindade.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Fontes: Catequisar e Comece o Dia Feliz em 09/11/2023
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Jesus expulsou todos vendedores do Templo
ORAÇÃO DO DIA
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
A Basílica de São João de Latrão, São João Evangelista e São João Batista é a catedral de Roma. Sendo Roma a sede de Pedro, a Basília de Latrão é considerada a mãe de todas as igrejas. Latrão é o nome do lugar onde se construiu a residência do Papa e a igreja dedicada ao Divino Salvador. O nome vem da família dos Lateranos, que tinha aí uma propriedade. Hoje celebramos o dia da consagração ou dedicação da igreja pelo Papa São Silvestre I, em 324. O verdadeiro templo de Deus, porém, é o Corpo de Cristo, do qual ele é a cabeça e nós, os membros. Podemos viver a vida cristã sem templos e sem igrejas, embora a natureza humana precise de abrigo e proteção e de sinais visíveis.
Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.
Fontes: Catequisar e Comece o Dia Feliz em 09/11/2024
Vivendo a Palavra
Na dedicação da Basílica de Latrão – bela construção feita de pedra – o texto de João recorda que também o corpo de Jesus e o nosso corpo são templos de Deus e merecem igual veneração. A ambiguidade do texto é apenas aparente: casa e morador são lugares para a oração, encontro com o Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2012
Vivendo a Palavra
A Basílica de São João de Latrão, localizada em Roma, é a Catedral do Bispo de Roma, o Papa. Festejar sua dedicação significa celebrar a unidade da Igreja de Jesus, e o respeito ao sucessor de Pedro. O título de honra da Basílica é: ‘Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo.’
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2013
Vivendo a Palavra
Jesus ensina o respeito à santidade do Lugar Sagrado. O Templo é o refúgio que buscamos para enxergar em profundidade a nossa vida no mundo e nos inspirarmos para a caminhada de conversão. Jamais será um mercado onde visamos a aumentar os tesouros que ladrões roubam e a ferrugem corrompe.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2014
Vivendo a Palavra
Lugar Sagrado é o tema das leituras do dia. Para Ezequiel, sai do Templo o rio que torna potável até a água do mar. Jesus dá o passo definitivo, declarando-se o Templo por excelência. E o apóstolo Paulo segue a linha, lembrando que o Espírito de Deus habita em nós, tornando-nos, assim, Templos do Senhor.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2015
Vivendo a Palavra
O Altíssimo consagra a sua moradia. Dedicação de Basílica simboliza nossa dedicação a Deus. A água que nasce no nosso coração e escorre mansamente no testemunho de vida, deve tornar fraterna a relação entre os homens, como sinal da chegada do Reino de Deus em nós, ainda que não em sua plenitude.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2016
VIVENDO A PALAVRA
Jesus estava sempre inteiro e atento em cada instante de sua vida. A situação no Templo já se tornara rotineira há muito tempo. Todos se acostumaram com ela. Todos? …Menos Jesus! Ele foi capaz de ver a situação com liberdade e de se indignar com o que viu. Para nós, fica a lição: não nos acomodemos com as rotinas, que podem significar situações de morte, de antirreino.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2017
VIVENDO A PALAVRA
Na festa de dedicação da Basílica de Latrão – bonita construção feita de pedras – o texto de João recorda que também os corpos (de Jesus e os nossos) são templos de Deus e merecem igual veneração. A ambiguidade do texto é apenas aparente: os dois – a Casa e os nossos Corpos – são lugares férteis e privilegiados onde acontece a oração, nosso encontro com o Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2018
VIVENDO A PALAVRA
Sem esquecer a palavra de Paulo: «O templo de Deus é santo, e esse templo são vocês», festejamos hoje a Basílica de São João de Latrão. Ela é a Catedral do Papa – Bispo de Roma, cidade onde está construída. Festejar sua dedicação significa celebrar a unidade da Igreja de Jesus, e o respeito ao sucessor de Pedro. O título de honra da Basílica é: ‘Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo.’
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2019
VIVENDO A PALAVRA
Jesus ensina o respeito à santidade do Lugar Sagrado. O Templo é o refúgio que buscamos, ponto de observação tranquilo de onde podemos enxergar em profundidade a nossa vida no mundo e nos inspirarmos para a caminhada de conversão, inseridos nele. Jamais será um mercado onde visamos a aumentar os tesouros que ladrões roubam e a ferrugem corrompe.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2020
Reflexão
O templo deve nos levar à reflexão sobre a realidade da morada de Deus entre os homens e a importância dessa morada. É claro que reconhecemos a presença de Deus nos nossos templos e sempre nos encontramos com ele, seja na visita ao Santíssimo Sacramento ou na participação nas diversas celebrações litúrgicas. Mas também devemos nos lembrar que o verdadeiro templo de Deus é aquele formado de pedras vivas e que tem como alicerce o próprio Jesus. Portanto, de nada adiante para nós uma religião que valoriza a presença de Deus nos templos materiais construídos por mãos humanas, construção essa muitas vezes marcadas pelo pecado e pela iniquidade, e não valorizarmos os verdadeiros templos, ou seja, os nossos irmãos e irmãs.
Fonte: CNBB em 09/11/2012, 09/11/2013, 09/11/2014, 09/11/2015 e 09/11/2016
Reflexão
DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE S. JOÃO DO LATRÃO
Por Celso Loraschi
I. Introdução geral
“A basílica de São João do Latrão (dedicada a são João Batista e são João evangelista) em Roma foi a primeira catedral do mundo, por muito tempo considerada a igreja-mãe de Roma, e nela se realizaram as sessões de cinco grandes concílios ecumênicos” (Missal dominical – Missal da assembleia cristã, Paulus, São Paulo, p. 1.409).
Celebrando a festa dessa igreja romana, catedral do bispo que “preside na caridade” entre os demais bispos do mundo inteiro, lembramos também todas as catedrais e dioceses e o vínculo de unidade entre elas. Os textos bíblicos ressaltam não os templos de pedra, mas o novo templo “espiritual” que gera vida; apontam para a vida que brota do seio de Deus (templo de Jerusalém) e se destina a todos (I leitura). O templo, anunciado por Ezequiel como fonte de vida, tornou-se fonte de exploração e morte. E o Messias declara sua superação, sendo substituído pelo corpo de Cristo Jesus. Ele é o novo templo onde Deus se encontra e se manifesta plenamente (evangelho). Paulo, escrevendo aos coríntios, mostra Jesus como base-alicerce insubstituível da comunidade, comparando-a com um santuário, construído, porém, com pedras vivas. A comunidade, construída sobre o alicerce que é Cristo, é templo de Deus e moradia do Espírito (II leitura).
II. Comentário dos textos bíblicos
1. I leitura (Ez 47,1-2.8-9.12): O verdadeiro templo gera vida para todos
O profeta Ezequiel exerce sua atividade entre os anos 593 e 571 a.C. Sacerdote exilado na Babilônia com uma parte do seu povo, ele anuncia as sentenças de Deus. Com sua linguagem simbólica, Ezequiel indica os passos para a construção do mundo novo: assumir a responsabilidade pelo fracasso histórico de um sistema que se corrompeu completamente, provocando a ruína de toda a nação; converter-se para Javé, assumindo o seu projeto; e, com base nisso, construir uma sociedade justa e fraterna, voltada para a liberdade e a vida. Com esse “programa profético”, vislumbramos um futuro novo: Deus volta para o meio de seu povo, provocando o surgimento de uma sociedade radicalmente nova.
Os versículos escolhidos para a primeira leitura da festa de hoje falam desse “futuro novo” vislumbrado pela conversão. Pertencem a uma seção maior (capítulos 40-48), que tem como tema central “Deus no meio do seu povo”. Nesses capítulos aponta-se para uma “nova Jerusalém”, tendo como centro vital o templo, onde habita o Deus que caminha com seu povo.
O tema central desses cinco versículos passa pelas palavras templo e água. Ezequiel percebe que sai água do templo em direção ao oriente. O volume de água vai crescendo sempre mais, até superar o do rio Jordão (v. 5, ausente na leitura). A rota das águas é marcada pela vida. Ao entrar no mar, a água do templo torna-se potável. Por isso, por todo lugar por onde passar a torrente, os seres vivos que a povoam terão vida. “Haverá abundância de peixes, pois, aonde quer que essa água chegue, ela levará vida, de modo que haverá vida em todo lugar que a torrente atingir” (vv. 8-9).
Como se pode ver, trata-se de água extremamente fecunda, portadora de vida para os seres que nela vivem. E essa água sai do templo onde mora Deus. É, portanto, mensageira de vida do Deus da vida que habita no meio do seu povo. O mar Morto chama-se assim porque, apesar de receber todo o volume de água doce do rio Jordão, não tem vida nem vazão. É, pois, símbolo de ausência de vida, sinônimo de morte. Mas com a água que sai do templo torna-se extremamente fecundo, e não somente para a fauna.
O Novo Testamento apropriou-se dessa imagem de Ezequiel em várias ocasiões. As mais significativas estão na literatura joanina: a água que jorra do lado aberto de Jesus (Jo 19,34) e a descrição da nova Jerusalém em Ap 22,2.
2. Evangelho (Jo 2,13-22): Jesus é o novo templo
Por ocasião da festa da Páscoa, a cidade de Jerusalém se enchia de peregrinos. A Páscoa era, para os judeus, a festa principal, pois nela o povo recordava a libertação da escravidão do Egito. No tempo de Jesus, o povo ia a Jerusalém para essa celebração festiva. Contudo, a Páscoa deixara de ser uma festa popular e de vida por ser manipulada pelas lideranças religiosas, econômicas e políticas daquele tempo. O povo vai a Jerusalém para celebrar a libertação, mas o que lá encontra é a maior exploração. Pior ainda: parece que Deus está de acordo com tudo isso. Além de ser o sustentáculo econômico da Judeia e de sua elite (18 mil funcionários, sacerdotes, levitas e outros, mais a promoção do turismo religioso), o templo era o grande negócio do pequeno grupo de sumos sacerdotes, formado praticamente pela família de Anás. Vendiam os animais a preço acima do mercado e, em seguida, os recebiam de graça para sacrificar e queimar parte deles em honra de Deus, enquanto o restante sempre lhes pertencia.
Jesus não concorda com essa situação. João nos mostra Jesus usando um chicote. Toca os animais e os vendedores para fora do templo. Manda que os vendedores de pombas tirem aquilo dali. Elas serviriam para as oferendas dos pobres, e era aí que se verificava a maior exploração, chegando o preço de um casal de pombos a ser cinco vezes maior do que nas aldeias. Os pobres, não tendo condições de oferecer a Deus ovelhas ou bois, sacrificavam pombos para os ritos de expiação e purificação, bem como para os holocaustos de propiciação (cf. Lv 5,7; 14,22.30s). Com esse gesto, Jesus inaugura os tempos do Messias. Zacarias previa um tempo em que o culto estaria plenamente isento da exploração do povo. Para João, esse tempo chegou com Jesus. A partir de agora ninguém mais poderá, mesmo que o faça em nome de Deus, defender um culto ou religião que sejam coniventes com a exploração do povo.
Para aprofundar esse aspecto, é preciso ter presente a situação econômica daquele tempo. Nessa época, a maioria das terras da Palestina estava nas mãos de latifundiários. Estes pertenciam à elite religiosa (sumos sacerdotes e anciãos) e moravam em Jerusalém. O sumo sacerdote era o presidente do Sinédrio, o supremo tribunal que condenará Jesus à morte. Três semanas antes da Páscoa, os arredores do templo se tornavam grande mercado. O sumo sacerdote enriquecia com o aluguel dos espaços para as barracas dos vendedores e cambistas. Os animais criados nos latifúndios eram conduzidos a Jerusalém e vendidos. A teologia veiculada pelo templo de Jerusalém é extremamente conservadora, isso porque os dirigentes do templo estão por trás de todo o comércio que nele se desenvolve.
Deus, o aliado dos sofredores empobrecidos, sempre denunciou, por meio dos profetas, a exploração da religião. Ele é o Deus que ouve o clamor dos marginalizados. Mas a teologia veiculada pelo templo de Jerusalém afirma o contrário. Para ser ouvido, Deus precisa ser comprado mediante sacrifícios. A ira de Jesus tem toda razão de ser.
Os dirigentes, que se sentem lesados pelo gesto de Jesus, reagem. Eles o querem intimidar: “Que sinal nos mostras para agir assim?” (v. 18). Jesus lhes responde que sua morte e ressurreição serão o grande sinal: “Destruam este templo, e em três dias eu o levantarei” (v. 19). Temos aqui o centro do evangelho deste dia. Jesus não só aboliu os sacrifícios do templo de Jerusalém, mas decreta que o novo templo será o seu corpo, morto e ressuscitado. A essa altura o Evangelho de João já aponta para os responsáveis pela morte de Jesus.
3. II leitura (1Cor 3,9c-11.16-17): A comunidade é santuário de Deus
Na comunidade de Corinto haviam surgido “panelinhas” em torno dos principais evangelizadores que por lá passaram: Paulo, Apolo, Cefas… (1Cor 1,12), o que gerava tensões na comunidade. Paulo, na primeira carta aos Coríntios, ajuda a entender melhor essa tensão comunitária. Mostra aos coríntios que Cristo é o centro da comunidade e sua razão de ser, ao passo que os agentes de pastoral não o são. Em outras palavras, Paulo, Apolo, Cefas e tantos outros evangelizadores são como que instrumentos que conduziram e conduzem os coríntios a Cristo. Esse tema aparece na carta em 1,10-17; 3,1-17; 4,1-13.
Um pouco antes (3,5), Paulo afirmou que ele e Apolo são servidores de Deus, por meio dos quais os coríntios foram conduzidos à fé, e cada um deles agiu conforme os dons que Deus lhe concedeu. Agora, porém, Paulo sente necessidade de falar da comunidade, comparando-a com uma lavoura e com uma construção (v. 9c). Ele, fundador da comunidade de Corinto, compara-se ao bom arquiteto que iniciou a construção, o grupo cristão naquela cidade. Outros agentes de pastoral, a seguir, deram sequência ao trabalho iniciado por ele. Foi o que aconteceu com Apolo e, provavelmente, Cefas. Todavia – garante Paulo –, o alicerce não pode ser mudado: Jesus Cristo. Ele é a razão de ser, o centro, a base sobre a qual nasceu e se constrói a comunidade cristã. Ninguém pode mudar esse alicerce.
Paulo continua seu raciocínio: se a base-alicerce é Cristo Jesus, como definir a construção-comunidade que se ergue sobre essa base? Eis, então, que surge uma das grandes convicções de Paulo a respeito do perfil da comunidade cristã: “Vocês não sabem que são templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?” (v. 16). Certamente Paulo, na primeira fase da evangelização em Corinto, quando aí permaneceu por 18 meses (At 18,11), dissera essas coisas à comunidade nascente. Agora lhes recorda isso em forma de pergunta, e a resposta que os próprios coríntios deveriam dar é esta: “Sim, nós sabemos que somos templo de Deus. E sabemos que o Espírito dele habita em nós”.
III. Pistas para reflexão
- Fé e vida. A verdadeira religião e a fé cristã são fonte de vida, conduzem-nos para a vida e a esperança, a transformação da aridez e das situações de morte em situações de vida. A vontade de Deus é que o mundo e todas as pessoas tenham vida em abundância. Se temos Deus no coração, empenhamo-nos pela concretização dessa sua vontade.
- Contra a ingenuidade e a exploração religiosa. O evangelho mostra que Jesus não compactua com uma religião que se torna simples fator econômico, explora e massacra os pobres. Ainda que se diga que isso é em nome de Deus, são coisas que não se sustentam diante da prática de Jesus e merecem acabar. A exploração da fé ingênua das pessoas termina à medida que essa fé deixa de ser tão ingênua e assume verdadeiramente Jesus como o centro.
- Comunidade santuário. A comunidade bem centrada em Jesus e coerente com seus ensinamentos e sua prática supera as tensões e adversidades e se torna santuário, fonte de vida para todos.
Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
Fonte: Vida Pastoral em 09/11/2014
Reflexão
Dedicação da Basílica do Latrão
A IGREJA COM QUE SONHAMOS
O grande sinal de salvação do mundo é a Igreja, que brotou do sangue de Cristo. Ela, mãe de um povo santo e pecador, apresenta-se com o rosto divino de Cristo, seu esposo. E também com os traços imperfeitos de seus filhos e filhas.
Nós a proclamamos una, santa, católica e apostólica. Isto é, unida, sem defeito, aberta a todos e fundamentada sobre os alicerces da fé transmitida pelos próprios apóstolos.
Por isso, sonhamos com uma igreja que se mantenha sempre firme na palavra de Deus. A fim de que, na hora em que soprarem as ventanias da calúnia, da perseguição e do poder das trevas, ela não acabe ruindo, à semelhança das muralhas de Jericó.
Sonhamos com uma Igreja em que Cristo jamais se torne presença remota, estranha ou até ignorada. E sim presença concreta, percebida por todos, cada vez mais procurada e amada.
Sonhamos com uma Igreja em que todos se reconheçam e se amem como irmãs e irmãos. Onde não haja quem chore pela dureza do coração de alguns e quem se alegre enquanto outros estiverem chorando.
Sonhamos com uma Igreja em que não haja marginalizados, privilegiados, primeiros e últimos, mas em que todos se sintam iguais, no mais puro clima evangélico. E se privilegiados houver, que sejam os pequeninos e os desprotegidos.
Sonhamos com uma Igreja em que ninguém tenha de lamentar a falta de acolhida, de ajuda e de perdão. Mas em que todos se preocupem, a fim de que seja repartido com amor o pão do corpo, assim como é repartido o pão da fé.
Se essa Igreja tão amada ainda mostra alguma ruga, a culpa é nossa: suas imperfeições são as nossas imperfeições. Mas não deixemos de sonhar com uma Igreja perfeita, pois não seria a primeira vez que os sonhos mais ousados se tornariam realidade.
Pe. Virgílio, ssp
Fonte: Paulus em 09/11/2014
Reflexão
Pistas para a reflexão
I leitura: Do templo sai água santificadora e salvífica em benefício das pessoas.
II leitura: A comunidade, morada do Espírito Santo, é a construção edificada sobre Cristo.
Evangelho: Cristo ressuscitado é o novo templo que reúne os cristãos.
Fonte: Paulus em 09/11/2014
Reflexão
Serão as paredes que fazem os cristãos?
Neste Domingo, o calendário litúrgico propõe à Igreja universal a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão. A igreja – que é a catedral da diocese de Roma e, portanto, sede do trono pontifício – é considerada “omnium urbis et orbis ecclesiarum mater et caput – mãe e cabeça de todas as igrejas de Roma e do mundo”.
Em 313, o imperador Constantino, além de publicar o Édito de Milão, pelo qual concedia liberdade de culto à religião cristã, introduziu uma série de mudanças nas leis romanas, tais como a proibição da morte por crucifixão, a proteção aos órfãos e às viúvas, o fim das punições aos celibatários e dos espetáculos com derramamento de sangue. Além desse enorme bem prestado à Igreja, Constantino mandou erigir uma construção para os fiéis católicos prestarem culto a Deus: a Basílica de Latrão, que foi dedicada, a 9 de novembro de 324, pelo Papa São Silvestre.
Mas, o que significa celebrar uma igreja, se Deus, como pregou o Apóstolo, “não habita em templos feitos por mão humana” [1]? A partir de Cristo, de fato, o grande templo de Deus não são mais as paredes, senão o próprio Jesus. No Evangelho deste Domingo, Nosso Senhor, em um ato de zelo pelo que Ele chama “casa de meu Pai”, expulsa os vendilhões do templo, espalha as moedas e derruba as mesas dos cambistas. Embora amasse realmente o Templo de Jerusalém e o considerasse como lugar da morada de Deus, Cristo, com este ato, realmente rompe com o Velho Testamento: lembra que os templos da Antiga Lei são apenas prefigurações. Agora, com Ele, “a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” [2]. Deus armou a Sua tenda entre os homens, no Seu Filho; Ele é o templo da Nova Aliança, como Suas próprias palavras confirmam: “‘Destruí este Templo, e em três dias o levantarei’. (...) Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo”.
Ora, se é Cristo o templo da Nova Aliança, por que celebrar a dedicação de uma igreja em Roma? Porque as igrejas cristãs não pretendem reproduzir o Templo de Jerusalém, dos judeus, mas a “nova Jerusalém”, descrita no Apocalipse de São João [3]. Diferentemente dos templos judaicos, em que os únicos a entrarem na construção eram os sacerdotes e o resto do povo deveria ficar do lado de fora, as basílicas cristãs pretendiam ser uma réplica da cidade de Deus, um lugar para os cristãos se reunirem, tratarem de negócios e resolverem problemas jurídicos, como em uma praça pública. O templo passava a ser morada de Deus porque aí habitava o Seu povo, que, por sua vez, são membros do Corpo Místico de Cristo.
A presença divina nos templos cristãos também é notável nos sacrários, onde se encontra Nosso Senhor, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. No Santíssimo Sacramento, com efeito, está a presença de Cristo por excelência.
Quanto à Basílica de Latrão, há uma história muito bela, ocorrida dentro de suas paredes, que mostra a sua importância para a Igreja, de modo especial nos primeiros séculos da fé cristã. Trata-se da conversão de Vitorino, narrada por Santo Agostinho, em suas Confissões:
“Esse erudito ancião, profundo conhecedor de todas as ciências liberais, leitor e crítico de tantos livros de filosofia, fora mestres de muitos nobres senadores. O prestígio de seu magistério lhe valera uma estátua no foro romano, que ele aceitara (coisa que os cidadãos desse mundo têm em grande conta). Até aquela idade avançada, havia adorado os ídolos, participando de cultos sacrílegos, de que participava quase toda a nobreza romana da época que inspirava ao povo sua devoção por Osíris, por ‘toda sorte de monstros divinizados, pelo labrador Anúbis’, monstros que outrora ‘pegaram em armas contra Netuno, Vênus e Minerva’, e a quem, vencidos, a própria Roma dirigia súplicas, esse velho Vitorino, que durante tantos anos havia defendido esses deuses com sua terrível eloquência, não se envergonhou de se tornar servo de teu Cristo e criança de tuas águas, dobrando o pescoço ao jugo da humildade, e dobrando sua fronte ante o opróbrio da cruz.”
“Senhor, Senhor, que inclinaste os céus e o desceste, que tocaste os montes e estes fumegaram, de que modo te insinuaste naquele coração?”
“Segundo contou-me Simpliciano, Vitorino lia as Escrituras e investigava e esquadrinhava com grande curiosidade toda a literatura cristã, e confiava a Simpliciano, não em público, mas muito em segredo e familiarmente: ‘Sabes que já sou cristão?’ Ao que respondia aquele: ‘Não hei de acreditar, nem te contarei entre os cristãos enquanto não te vir na Igreja de Cristo’. Mas ele ria e dizia: ‘Serão pois as paredes que fazem os cristãos?’ E isto, de que já era cristão, o dizia muitas vezes, contestando-lhe Simpliciano outras tantas vezes com a mesma resposta, opondo-lhe sempre Vitorino o gracejo das paredes.”
“Vitorino receava desgostar a seus amigos, os soberbos adoradores dos demônios, julgando que estes, de alto de sua babilônica dignidade, como cedros do Líbano, ainda não abatidos pelo Senhor, fariam cair sobre ele suas pesadas inimizades.”
“Mas depois que hauriu forças nas leituras e orações, temeu ser renegado por Cristo diante de seus anjos, se tivesse medo de o confessar diante dos homens. Sentiu-se réu de um grande crime por se envergonhar dos mistérios de humildade de teu Verbo, não se envergonhando do culto sacrílego de demônios soberbos, que ele próprio aceitara como soberbo imitador; envergonhou-se da vaidade, e enrubesceu diante da verdade. De repente, disse a Simpliciano, segundo este mesmo contava: ‘Vamos à Igreja; quero me tornar cristão’. Simpliciano, não cabendo em si de alegria, foi com ele. Recebidos os primeiros sacramentos da religião, não muito depois, deu seu nome para receber o batismo que renegara, causando admiração em Roma e alegria na Igreja. Viram-no os soberbos, e se iraram; rangiam os dentes e se consumiam de raiva. Mas teu servo havia posto no Senhor Deus sua esperança, e não tinha mais olhos para as vaidades e as enganosas loucuras.”
“Enfim, chegou a hora da profissão de fé. Em Roma, os que se preparam para receber tua graça, pronunciam de um lugar elevado, diante dos fiéis, fórmulas consagradas aprendidas de cor. Os presbíteros, dizia-me Simpliciano, propuseram a Vitorino que recitasse a profissão de fé em segredo, como era costume fazer com os que poderiam se perturbar pela timidez. Mas ele preferiu confessar sua salvação na presença da plebe santa, uma vez que nenhuma salvação havia na retórica que ensinara publicamente. Quanto menos, pois, devia temer diante de tua mansa grei pronunciar tua palavra, ele que não havia temido as turbas insanas em seus discursos!”
“Assim, logo que subiu à tribuna para dar testemunho da sua fé, em uníssono, conforme o iam conhecendo, todos repetiram seu nome como num aplauso – e quem ali não o conhecia? – e um grito reprimido, saiu da boca de todos os que se alegravam: ‘Vitorino! Vitorino!’ Ao verem-no, se puseram a gritar de júbilo, mas logo emudeceram pelo desejo de ouvi-lo. Vitorino pronunciou sua profissão de verdadeira fé com grande firmeza, e todos queriam raptá-lo para dentro de seus corações. E realmente o fizeram: seu amor e alegria eram as mãos que o arrebatavam.” [4]
Enfim, não são as paredes de uma basílica que fazem a Igreja, mas a profissão de fé no Cristo, profissão de Vitorino e profissão de centenas de Papas ao longo dos séculos. É esse o testemunho que edifica a Igreja, desde São Pedro [5] até hoje. T
Referências:
At 17, 24.
Jo 1, 14.
Cf. Ap 21; 22, 1-5.
Confissões, VIII, 2.
Cf. Mt 16, 17-18.
Fonte: Reflexões Franciscanas em 09/11/2014
Reflexão
A basílica de Latrão é a catedral da diocese de Roma, cujo bispo é o papa. É considerada a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo. Chama-se lateranense porque originariamente foi construída no terreno da família dos Plauzi Laterani, na colina Célio. Foi o Papa Melquíades (311-314) que construiu a basílica e a dedicou ao Santíssimo Salvador. É chamada comumente Basílica de São João de Latrão, porque São João Batista foi escolhido como seu segundo titular (patrono). Depois foi acrescentado outro titular: São João Evangelista. Celebrar a dedicação da catedral do bispo de Roma é recordar o Senhor Jesus, que instituiu a Igreja para reunir na unidade, sob o pastoreio de Pedro e de seus sucessores, os filhos de Deus dispersos. Somos pedras vivas da Igreja.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 09/11/2018
Reflexão
Laterano (Latrão) era o sobrenome de uma das antigas famílias romanas, cujas propriedades foram confiscadas por Nero. No século IV, o imperador Constantino doou parte dessas terras ao bispo de Roma (Papa) para edificar aí a primeira catedral cristã. É considerada a Igreja-mãe de Roma. Por suas atitudes e palavras, o Mestre esclarecia a seus discípulos que ele, Jesus, é o novo templo de Deus, a morada do Altíssimo entre nós (cf. Jo 1,14). É por Cristo, com Cristo e em Cristo que os louvores da humanidade se elevam a Deus. Naturalmente o povo, para se congregar, necessita de igrejas físicas. Mas estas só têm sentido porque remetem à Igreja, Corpo de Cristo (cabeça e membros), animada pelo Espírito Santo. As igrejas de pedra ou tijolos são, portanto, um sinal da presença de Cristo.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 09/11/2019
Reflexão
A basílica de Latrão é a catedral da diocese de Roma, cujo bispo é o papa. É considerada a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo. Chama-se lateranense porque originariamente foi construída no terreno da família dos Plauzi Laterani, na colina Célio. Foi o Papa Melquíades (311-314) que construiu a basílica e a dedicou ao Santíssimo Salvador. É chamada comumente Basílica de São João de Latrão, porque São João Batista foi escolhido como seu segundo titular (patrono). Depois foi acrescentado outro titular: São João Evangelista. Celebrar a dedicação da catedral do bispo de Roma é recordar o Senhor Jesus, que instituiu a Igreja para reunir na unidade, sob o pastoreio de Pedro e de seus sucessores, os filhos de Deus dispersos. Somos pedras vivas da Igreja.
Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, não toleraste a exploração que se praticava na “casa” de teu Pai. Por isso, indignado, expulsaste do Templo os vendilhões inescrupulosos. Ensina-nos, Senhor, a devolver à Igreja seu verdadeiro sentido, a saber, ocasião e lugar de comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 09/11/2020
Reflexão
Laterano (Latrão) era o sobrenome de uma das antigas famílias romanas cujas propriedades foram confiscadas por Nero. No século IV, o imperador Constantino doou parte dessas terras ao bispo de Roma (papa) para edificar aí a primeira catedral cristã. É considerada a Igreja-mãe de Roma. Por suas atitudes e palavras, o Mestre esclarecia a seus discípulos que ele, Jesus, é o novo templo de Deus, a morada do Altíssimo entre nós (cf. Jo 1,14). É por Cristo, com Cristo e em Cristo que os louvores da humanidade se elevam a Deus. Naturalmente, o povo, para se congregar, necessita de igrejas físicas. Mas estas só têm sentido porque remetem à Igreja, Corpo de Cristo (cabeça e membros), animada pelo Espírito Santo. As igrejas de pedra ou tijolos são, portanto, um sinal da presença de Cristo.
Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, não toleraste a exploração que se praticava na “casa” de teu Pai. Por isso, indignado, expulsaste do templo os vendilhões inescrupulosos. Ensina-nos, Senhor, a devolver à Igreja seu verdadeiro sentido, a saber, ocasião e lugar de comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 09/11/2021
Reflexão
A basílica de Latrão é a catedral da diocese de Roma, cujo bispo é o papa. É considerada a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo. Chama-se Lateranense porque originariamente foi construída no terreno da família dos Plauzi Laterani, na colina Célio. Foi o papa Melquíades (311-314) que construiu a basílica e a dedicou ao Santíssimo Salvador. É chamada comumente basílica de São João de Latrão, porque São João Batista foi escolhido como seu segundo titular (patrono). Depois foi acrescentado outro titular: São João Evangelista. Celebrar a dedicação da catedral do bispo de Roma é recordar o Senhor Jesus, que instituiu a Igreja para reunir na unidade, sob o pastoreio de Pedro e de seus sucessores, os filhos de Deus dispersos. Somos pedras vivas da Igreja.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 09/11/2022
Reflexão
A basílica de Latrão é a catedral da diocese de Roma, cujo bispo é o papa. É considerada a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo. Chama-se lateranense porque originariamente foi construída no terreno da família dos Plauzi Laterani, na colina Célio. Foi o papa Melquíades (311-314) que construiu a basílica e a dedicou ao Santíssimo Salvador. É chamada comumente basílica de São João de Latrão, porque São João Batista foi escolhido como seu segundo titular (patrono). Depois foi acrescentado outro titular: São João Evangelista. Celebrar a dedicação da catedral do bispo de Roma é recordar o Senhor Jesus, que instituiu a Igreja para reunir na unidade, sob o pastoreio de Pedro e de seus sucessores, os filhos de Deus dispersos. Somos pedras vivas da Igreja.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Fonte: Paulus em 09/11/2023
Reflexão
Laterano (Latrão) era o sobrenome de uma das antigas famílias romanas cujas propriedades foram confiscadas por Nero. No século IV, o imperador Constantino doou parte dessas terras ao bispo de Roma (papa), para edificar aí a primeira catedral cristã. É considerada a igreja-mãe de Roma. Por suas atitudes e palavras, o Mestre esclarecia a seus discípulos que ele, Jesus, é o novo templo de Deus, a morada do Altíssimo entre nós (cf. Jo 1,14). É por Cristo, com Cristo e em Cristo que os louvores da humanidade se elevam a Deus. Naturalmente, o povo, para se congregar, necessita de igrejas físicas. Mas estas só têm sentido porque remetem à Igreja, corpo de Cristo (cabeça e membros), animada pelo Espírito Santo. As igrejas de pedra ou tijolos são, portanto, um sinal da presença de Cristo.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Fonte: Paulus em 09/11/2024
Reflexão
«Destruí este templo, e em três dias eu o reerguerei»
Rev. D. Joaquim MESEGUER García
(Rubí, Barcelona, Espanha)
Hoje, nesta festa universal da Igreja, lembramos que obstante Deus não pode ser contido entre as paredes de nenhum edifício do mundo, desde muito tempo atrás o ser humano sentiu a necessidade de reservar espaços que favoreçam o encontro pessoal e comunitário com Deus. No início do cristianismo, os locais de encontro com Deus eram as casas particulares, nas que reuniam-se as comunidades para a oração e a fração do pão. A comunidade reunida era — como também é hoje—o templo santo de Deus. Com o passar do tempo, as comunidades foram construindo edifícios dedicados às reuniões litúrgicas, a predicação da Palavra e a oração. E assim como no cristianismo, com o passo da perseguição à liberdade religiosa no Império Romano, apareceram as grandes basílicas, entre elas São João de Letran, a catedral de Roma.
São João de Letran é o símbolo da unidade de todas as Igrejas do mundo com a Igreja de Roma e, por isso esta basílica ostenta o título de Igreja principal e mãe de todas as Igrejas. Sua importância é superior à da mesma Basílica de São Pedro do Vaticano, pois na realidade esta não é uma catedral, senão um santuário sobre o túmulo de São Pedro e o local de residência atual do Papa que, como Bispo de Roma, tem na Basílica Lateranense sua catedral.
Mas não podemos perder de vista que o verdadeiro local de encontro do homem com Deus, o autêntico templo, é Jesus Cristo. Por isso, Ele tem plena autoridade para purificar a casa do seu Pai e pronunciar estas palavras: «Destruí este templo, e em três dias eu o reerguerei» (Jo 2,19). Graças à entrega da sua vida por nós, Jesus Cristo fez dos crentes um templo vivo de Deus. Por esse motivo, a mensagem cristã lembra-nos que toda pessoa humana é sagrada, está habitada por Deus e, não podemos profana-la usando-a como um meio.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Quando recordarmos a Consagração de um templo, pensemos no que São Paulo disse: "Cada um de nós é um templo do Espírito Santo". Oxalá conservemos a nossa alma bela e limpa, como Lhe agrada a Deus que sejam os seus templos santos» (Santo Agostinho)
- «Hoje, festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, recordemos como o Senhor deseja habitar em cada coração. Mesmo se por acaso nos afastemos Dele, a Nosso Senhor bastão apenas três dias para reconstruir o Seu templo dentro de nós» (Francisco)
- «As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma de entre elas: a Igreja Romana, «que preside à caridade (...). 0 Senhor fez de Pedro o fundamento visível da sua Igreja. Deu-lhe as chaves dela. O bispo da Igreja de Roma, sucessor de S. Pedro, é «a cabeça do colégio dos bispos, vigário de Cristo e pastor da Igreja universal neste mundo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 834 e 936)
Fonte: Evangeli - Evangelho - Feria em 09/11/2023 e 09/11/2024
Reflexão
Dedicação da Basílica do Laterano em Roma
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje celebramos a Dedicação da basílica de São João de Latrão, chamada “mãe e cabeça de todas as Igrejas da Urbe e o Orbe”. Esta basílica foi a primeira em ser construída depois do edito do imperador Constantino (ano 313 dC), concedendo ao cristianismo a liberdade de religião. Constantino também doou ao Papa Melquíades a antiga propriedade da família dos Laterani e, ai fez construir a basílica, o batistério e a residência do Bispo de Roma, onde moraram os Papas até o período avinhonés.
O Papa Silvestre celebrou a dedicação da basílica no ano 324 e, o templo foi consagrado ao Santíssimo Salvador. Mais tarde foram acrescentados os nomes de São João Batista e São João Evangelista, de onde deriva sua denominação mais conhecida. Esta festa, a partir de 1565, estendeu-se a todas as Igrejas do rito romano.
—Honrando o edifício sagrado queremos expressar amor e veneração à Igreja romana que preside na caridade a toda a comunhão católica.
Fonte: Evangeli - Evangelho Master - Feria em 09/11/2023 e 09/11/2024
Comentário sobre o Evangelho
Vivamos em unidade com a Igreja de Roma, que preside a Igreja universal na caridade
Hoje, unimo-nos especialmente ao Bispo de Roma. Por vezes pensamos que o Vaticano é a “catedral” da Igreja Católica, mas não é assim! A Igreja Universal existe e manifesta-se nas Igrejas Particulares, ou seja, nas dioceses. Entre estas sobressai a de Roma porque “preside na caridade”. Em todo o caso, Jesus Cristo - o verdadeiro Templo de Deus - está em todas essas Igrejas Particulares.
- Jesus encarregou Simão Pedro de velar pela fé dos fiéis. Pedro estabeleceu a sua Sede em Roma e, desde então, todos os Papas que lhe sucedem exercem a sua missão desde aí, sendo a Basílica de São João de Latrão a sua catedral.
Fonte: Family Evangeli - Feria em 09/11/2023 e 09/11/2024
Recadinho
Respeitamos os lugares que a comunidade tem para manifestar sua fé? - Não se corre também o risco e usar o que é para o culto para outras finalidades? Para outros interesses? - E nosso coração é também tratado como templo de Deus? - Há às vezes interesses secundários em certas atitudes? - Nosso agir espelha o que vai em nosso coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/11/2013
Meditação
Os quatro evangelistas narram o fato, e nenhum deles diz que Jesus tenha agido levado por cólera ou irritação. Foi um gesto de autoridade contra uma prática generalizada, e também de coragem, porque não deixaria de provocar reação. Certamente o que Jesus queria ensinar, além do respeito pelo Templo, é que podemos ser firmes sem nos deixar arrastar pela ira.
Oração
Ó Deus, que chamastes Igreja o vosso povo, concedei aos que se reúnem em vosso nome temer-vos, amar-vos e seguir-vos até alcançar, guiados por vós, as promessas eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 09/11/2023
Meditação
À primeira vista, este fato do Evangelho não combina com a imagem que, geralmente, se tem ou temos de Jesus. Parece, porém, que não adianta querer adoçar sua atitude. Indignou-se com o que via, fez um chicote de cordas para limpar o ambiente, usou palavras fortes, agiu com autoridade e força. Podemos concluir que, quando necessário, a bondade, o amor e a justiça exigem que tomemos posição. Principalmente se são os pobres os mais feridos, explorados e enganados.
Oração
Ó DEUS, com pedras vivas e escolhidas preparais um templo eterno para a vossa glória; aumentai na vossa Igreja os dons do Espírito que lhe destes, para que vosso povo fiel cresça sempre mais, edificando a Jerusalém celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 09/11/2024
Comentário do Evangelho
No evangelho de João percebe-se uma exaltação dos samaritanos e uma censura aos judeus. Assim, por um lado, temos a narrativa do diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em pleno dia, à beira do poço, que termina com todo os moradores desta região da Samaria vindo aclamar Jesus, professando nele sua fé. Por outro lado, Nicodemos, um dos chefes dos fariseus, vem conversar com Jesus, ocultando-se na penumbra da noite, e não entende a sua mensagem. O evangelho de hoje menciona que estava próxima a Páscoa "dos judeus", dando a entender que Jesus se distancia do sistema religioso que a promove, sediado em Jerusalém. Nesta primeira viagem de Jesus a Jerusalém o destaque é a perda de sentido do Templo. Em vez de lugar de oração, o Templo tornou-se um lugar de comércio e exploração do povo piedoso. A situação não era nova, pois o profeta Jeremias, muito tempo antes, já fizera tal denúncia (Jr 7,11). O culto no Templo, com o acesso de multidões de peregrinos durante o ano, era fonte de riqueza para o comércio em Jerusalém e, principalmente para a casta religiosa, que recolhia imensos valores como dízimos, ofertas, e sacrifícios dos fieis. O Templo, desde sua primeira construção por Salomão, tinha um anexo, o Tesouro (ou Gazofilácio), onde eram acumuladas estas riquezas. Com Jesus a presença de Deus não está no Templo, mas sim no próprio Jesus e em cada membro da comunidade (segunda leitura) que vive o serviço e a partilha, com amor e misericórdia.
Oração
Ó Deus, que edificais o vosso templo eterno com pedras vivas e escolhidas, difundi na vossa Igreja o Espírito que lhe destes, para que o vôo povo cresça sempre mais, construindo a Jerusalém celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 09/11/2014
Meditando o evangelho
BASÍLICA DE LATRÃO
1. O templo, lugar santo. O antigo templo de Israel foi construído por Salomão que viveu por volta do ano de 960. O Templo está edificado com grande suntuosidade e custodiava "a arca da aliança". No deserto, Deus se encontrava com Moisés na tenda. Davi, pai de Salomão, pergunta-se, por sua vez, como é possível que ele viva num palácio e o Senhor numa tenda. Contudo, sabia-se que Javé não poderia estar contido num templo feito por obra de mão humana. Salomão mesmo na oração da dedicação do templo de Jerusalém exclama: "Mas será que Deus pode realmente morar sobre a terra? Se os mais altos céus não te podem conter, muito menos esta casa que eu construí! Mas atende, Senhor meu Deus, à oração e à súplica do teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje em tua presença. Teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui estará o meu nome!’ Ouve a oração que o teu servo te faz neste lugar." (I Re 8, 27-29). Notamos, portanto, a tensão entre a transcendência de Javé e a tentativa de colocá-lo num lugar determinado, o templo. Anteriormente Salomão já tinha escutado a seguinte advertência: "Por esta Casa que estás edificando, se caminhas segundo meus preceitos, ages segundo minhas sentenças e guardas todos os meus mandamentos para andar conforme eles, eu cumprirei minha palavra contigo, a que disse a Davi teu pai, habitarei em meio dos filos de Israel e não abandonarei meu povo Israel". Assim se tentava superar a antinomia: de fato, Javé habitará no templo, se o povo caminha segundo os preceitos e sentenças recebidas.
O templo foi para Israel a sede da presença divina. O templo da casa de Deus, especialmente quando a arca da aliança é nele introduzida. A nuvem encheu templo do Senhor (I Re 8, 10). Graças à presença de Javé, o templo é o lugar do culto e da oração. Quando Ezequias recebe a carta ameaçadora de Senaquerib, a lê e sobe ao templo, abrindo a mesma diante do Senhor, rogando-lhe (II Re 19, 14). Os salmos e outras passagens bíblicas apresentam templo como a morada de Deus (Sal 27, 4; 42, 5).
O templo também foi para Israel um sinal da escolha. Javé tinha decidido habitar naquele lugar, naquela cidade, e protegê-la do inimigo. O templo construído representava para os israelitas a fidelidade de Deus às suas promessas. Por esta razão, a destruição do templo por parte de Nabucodonosor foi um duro golpe para a fé de Israel. Esta pequena visão histórica nos ajuda a compreender melhor as características próprias do templo cristão.
2. O templo cristão. Primeiramente, é conveniente ressaltar a atitude de Jesus sobre o templo judeu. "Jesus, como os profetas anteriores a Ele, teve pelo Templo de Jerusalém o mais profundo respeito. Nele foi apresentado por José a Maria quarenta dias após o seu nascimento. Com doze anos, decide ficar no Tempo para lembrar a seus pais que deve dedicar-se às coisas do Pai. Durante os anos de sua vida oculta, subiu ao Templo a cada ano, no mínimo por ocasião da Páscoa; até seu ministério público foi ritmado por suas peregrinações a Jerusalém para as grandes festas judaicas. Jesus subiu ao templo como lugar privilegiado de encontro com Deus. O Templo era para ele a morada e seu Pai, uma casa de oração, e se indigna pelo fato de seu átrio externo ter-se tornado um lugar de comércio. Seus discípulos lembram-se do que está escrito: ‘O zelo por tua casa me devorará’ (Sl 69,10). (Jo 2,16-17). Depois de sua ressurreição, os apóstolos mantiveram um respeito religioso pelo Templo. Contudo, no limiar de sua Paixão, Jesus anunciou a ruína desse esplêndido edifício, do qual não restará mais pedra sobre pedra. Há aqui o anúncio de um sinal dos tempos finais que vão abrir-se com sua própria Páscoa. Esta profecia, porém, pôde ser relatada de modo deformado por testemunhas falsas no momento do interrogatório de Jesus diante do sumo sacerdote, sendo-lhe atribuída como injúria quando ele foi pregado à cruz. Longe de ter sido hostil ao Templo, local que aliás, ministrou o essencial de seu ensinamento, Jesus fez questão de pagar o imposto do Templo, associando este a Pedro, que acabara de estabelecer como fundamento de sua Igreja futura. Mais ainda: identificou-se com o Templo ao apresentar-se como a morada definitiva de Deus entre os homens. Eis por que sua morte corporal foi decretada anuncia a destruição do Templo, (destruição) que manifestará a entrada em uma nova era da História da Salvação: ‘Vem a hora em que nem sobre esta montanha nem em Jerusalém adorareis o Pai’ (Jo 4, 21)." (Catecismo da Igreja Católica, 583-587).
Portanto, Jesus respeita e venera o templo, mas sua paixão, morte e ressurreição indicam a destruição definitiva do templo, pois ele mesmo é o novo templo, onde verdadeira e definitivamente está a plenitude da divindade (cf. Col 2, 9). Diz o cardeal Ratzinger: "O culto cristão, ao contrário, considera definitiva e teologicamente necessária a destruição do templo de Jerusalém: no lugar dele está agora o templo universal de Cristo ressuscitado, cujos braços estendidos na cruz se dirigem para o mundo para atrair todos ao abraço do amor eterno" (Ratzinger J. Introduzione allo spirito della liturgia, p. 45). Em Jesus existe um novo templo e um novo e definitivo sacrifício. De agora em adiante existe um único sumo sacerdote com um único sacrifício. Tudo isso nos diz que a liturgia cristã é, por essência, universal, e se dirige a todos os povos da terra.
Na maioria das religiões os templos não são lugares de reunião, mas espaços culturais reservados à divindade. No caso do templo cristão é diferente. O templo tomou o nome de domus ecclesiae (casa da igreja, casa da assembleia que se reúne). Assim, a palavra Igreja chega a significar não somente a comunidade reunida, mas também o edifício. Isso significa que é o próprio Cristo que celebra o culto. Ele é o culto dos fiéis nos momentos em que eles se reúnem.
Hoje celebramos a dedicação ou consagração da domus ecclesiae por excelência, já que se trata da catedral do bispo de Roma, de modo que é "mãe e cabeça de todas as Igrejas de Roma e do mundo". A basílica de Latrão hospedou todos os papas a partir de Constantino até o ano de 1304. Nela realizaram-se cinco concílios (os dos anos 1123,1139,1179,1215, e 1512).
3. O cristão, templo de Deus. A segunda leitura retirada da primeira carta aos Coríntios nos diz: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. O templo de Deus é sagrado e vós sois este templo de Deus. Que grande dignidade tem o cristão: foi configurado com Cristo, pertence ao corpo de Cristo, é templo de Deus! O cristão é o lugar da manifestação de Deus. Quando lembramos hoje a dedicação da Igreja mãe de todas as Igrejas do mundo, lembremos também nossa condição de "Templo de Deus".
Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Dom Total em 09/11/2018
Meditando o evangelho
AS COISAS DE DEUS
A imagem de Jesus com o chicote em punho, expulsando do templo de Jerusalém cambistas e comerciantes, não bate com a do Jesus manso e humilde transmitida, pelo imaginário cristão. Não é fácil pensá-lo irado e violento. Por que Jesus se indignou tanto diante do templo profanado?
A resposta, à primeira vista, poderia ser: porque a casa do Pai foi transformada em mercado. A motivação, porém, parece ser outra: porque a religião estava sendo instrumentalizada e acabava acobertando injustiça e extorsão, especialmente, contra os mais pobres; porque o Pai havia sido transformado num deus conivente com a maldade; porque o templo, enquanto lugar da fraternidade e da acolhida, tinha sido transformado em ponto de exploração e enriquecimento ilícito; porque, enfim, a fé perdera a sua profundidade e os fiéis tinham-se tornado vítimas da ganância dos ricos. Nisto consistia a profanação da casa de Deus e da religião. E Jesus não suportava que as coisas do Pai fossem tratadas assim.
A profanação das coisas divinas, porém, iria atingir seu grau mais elevado, com a morte ignominiosa de Jesus na cruz. Matar o Filho de Deus correspondia à determinação de destruir o verdadeiro templo. Jesus, porém, estava seguro de que o templo-Filho seria reconstruído. O templo material, ao invés, estava fadado à ruína completa.
Fonte: Dom Total em 09/11/2015, 09/11/2016, 09/11/2017, 09/11/2019, 09/11/2020, 09/11/2021 e 09/11/2022
Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Dom Total em 09/11/2015, 09/11/2016, 09/11/2017, 09/11/2019, 09/11/2020 e 09/11/2021
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. O verdadeiro templo somos nós!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Celebramos a consagração da Basílica de Latrão, que é a catedral do Papa e a igreja-mãe de todas as igrejas. Os templos são na terra sinais da casa de Deus no céu. Devem, pois, refletir o esplendor da glória divina e não exalar o odor de mercado. O verdadeiro Templo somos nós, que professamos a mesma fé em Jesus. Temos, porém, um corpo humano que precisa de um espaço de oração e adoração que não pode ser adulterado como lugar de comércio. O edifício não pode ser pensado como templo de uma Igreja comercial ou supermercado de bens espirituais. Espaços para a venda de lembranças e objetos religiosos, em geral, são exigidos pelos próprios fiéis que esperam encontrar à mão alguma coisa para a sua devoção.
Fonte: NPD Brasil em 09/11/2017
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Tirai daqui essas coisas!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
A basílica de São João de Latrão, São João Evangelista e São João Batista é a catedral de Roma. Sendo Roma a sede de Pedro, a basílica de Latrão é considerada a mãe de todas as igrejas. Latrão é o nome do lugar onde se construiu a residência do Papa e a igreja dedicada ao Divino Salvador. O nome vem da família dos Lateranos, que tinha aí uma propriedade. Hoje celebramos o dia da consagração ou dedicação da igreja pelo Papa São Silvestre I, em 324. O verdadeiro Templo de Deus, porém, é o Corpo de Cristo, do qual ele é a cabeça e nós, os membros. Podemos viver a vida cristã sem templos e sem igrejas, embora a natureza humana precise de abrigo e proteção e de sinais visíveis.
Fonte: NPD Brasil em 09/11/2018
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Com chicote, expulsou a todos do templo - Jo 2,13-22
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
A Basílica de Latrão, dedicada ao Santíssimo Salvador, em honra de São João Batista e de São João Evangelista, é, em Roma, a catedral do Papa. Foi construída por volta do ano 314. Hoje celebramos o dia em que ela foi consagrada. É um templo material, espaço sagrado que abriga o templo espiritual, que somos todos nós, unidos a Cristo. O templo material não é consagrado porque Deus precise de espaços a ele reservados, mas sim porque fazemos distinções e precisamos saber onde estamos. Do Senhor é a terra e tudo o que ele fez. Nossa presença, porém, é física e ocupa lugar. Convém saber se estamos em casa, no teatro, no estádio ou na igreja. O modo de estar pode variar segundo as culturas.
Fonte: NPD Brasil em 09/11/2019
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O TEMPLO VIVO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A casa onde morávamos, nos anos 60, esquina das ruas Albertina Nascimento com a Tarcísio Nascimento em Votorantim, era incompatível com a nossa classe social, meu pai era um simples operário e a casa de cinco cômodos era bonita e espaçosa, a sala era o espaço onde recebíamos as visitas. Certo dia veio a nossa casa a Dona Dita, uma senhora humilde que minha mãe gostava muito de acolher, sempre a ajudando como podia. Minha Irmã havia encerado o corredor e a sala, e a mulher, ao entrar, pedindo licença, tirou o chinelo sujo de barro, pois havia chovido àquele dia, mas minha mãe lhe disse: “Olhe Dona Dita, a senhora é muito mais importante que esta casa , e esta sala limpa e organizada, é justamente para receber a senhora, por isso pode por o chinelo e fique a vontade”
Lembro-me que nos meus nove anos, depois que a mulher se foi, perguntei à minha mãe se era mesmo verdade que a Dona Dita, tão pobrezinha daquele jeito, era assim tão importante, ao que minha mãe respondeu: ”As pessoas, ricas ou pobres, inteligentes ou ignorantes, são importantes e devem ser sempre recebidas com respeito e amizade, porque nelas mora o Deus vivo, é uma ofensa ao nosso Deus, exigir que um pobrezinho tire o sapato ou o chinelo, para não sujar a nossa casa”. AH Dona Georgina minha primeira catequista! Como lhe sou grato por ensinar-me esta lição, apreendida com a Palavra de Deus!
O comentário simples da minha mãe, é a homilia de hoje, pois Jesus, indignado por terem feito do templo sagrado um lugar de comércio, expulsa da casa do Pai os profanadores do templo. Ao afirmar, que o zelo por vossa casa me devora, Jesus não se refere somente ao templo em si, edificação material, mas ao templo vivo que é o homem, onde, exatamente como minha mãe me ensinou, está presente o Deus vivo.
Todas as igrejas cristãs, enquanto lugar consagrado a Deus, onde o povo se reúne para o culto, deve e precisa ser respeitado como tal, porque se apresenta como sinal dessa presença real de Jesus em sua igreja. A Festa litúrgica dessa sexta feira, dia 09 de Novembro – Dedicação da Basílica de Latrão, que não quer simplesmente prestar homenagem a um lugar histórico para a igreja católica, como é a Basílica de Latrão, que no século IV, quando o imperador Teodósio decretou o Cristianismo como a Religião oficial do Império, tornou-se a residência oficial do Papa, passando depois a ser uma Basílica.
Ao celebrar essa festa tão importante, a Igreja nos oferece esta reflexão da Palavra de Deus, sobre o sentido do templo, enquanto lugar da presença de Deus, e o templo vivo onde Deus habita que é no coração do homem, conferindo-lhe uma dignidade especial, a ponto de Paulo nos dizer, diante de pecados que profanam o corpo –“ Não sabeis que vossos corpos são templos do Espírito Santo?”
É na teologia joanina que o corpo será compreendido enquanto morada de Deus, templo do Deus Altíssimo, afirmando e confirmando desta maneira, que lá nas profundezas do nosso ser existencial, envolvendo todas as nossas dimensões, Cristo Jesus se faz presente, graças a efusão do Espírito Santo, o Santíssimo, Perfeitíssimo e Todo Poderoso, vem participar da vida dos homens, não dentro de um conformismo com o domínio do mal, por causa das fraquezas e da concupiscência da carne, antes, para os resgatar, apontar-lhes o único caminho que é Ele mesmo.
Nesse sentido a morte já não existe, o homem tornou-se propriedade exclusiva de Deus, através da encarnação de Jesus, nada poderá derrotá-lo, nenhuma outra força será maior do que a graça santificante e operante, que preenche todo o seu ser. Esse resgate da dignidade humana, esta total renovação e renascimento, é o maior de todos os sinais que Jesus apresenta aos seus interlocutores neste evangelho - “Destruam este templo e em três dias eu o levantarei!”
Este Santuário que traz em si o Deus vivo e encarnado na história, em Jesus de Nazaré, vem sendo todos os dias e de todas as formas profanado, violentado, banalizado, mercantilizado, feito em ruínas. Não se discute aqui o caráter sagrado dos nossos templos cristãos, mas o que deve nos questionar é a essência daquilo que Jesus ensina-nos neste evangelho: que como cristãos deste terceiro milênio, devemos todos ter este mesmo zelo que nos devora, pela vida e dignidade dos nossos irmãos. Não estaria na hora de usarmos o “chicote da indignação”, diante de certas ideologias para quem a vida humana nada vale?. Poderíamos começar em nossas comunidades, acolhendo todos os que vêm sendo vítimas desta profanação. (Consagração da Basílica de Latrão) João 2, 13-22.
2. O zelo por tua casa me há de devorar - Jo 2,13-22
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Basílica é um edifício com estilo próprio. Esse tipo de arquitetura foi muito conveniente para a liturgia e as assembleias da Igreja desde o início do cristianismo. Há quatro Basílicas Maiores em Roma: São Pedro, Santa Maria, São Paulo e São João de Latrão. Hoje celebramos a festa da Dedicação da Basílica de Latrão, o dia em que ela foi consagrada para o serviço divino. É a catedral do Papa, por isso todas as Igrejas do mundo latino celebram a festa. Basílicas menores são igrejas que foram honradas com esse título dado pelo Papa, sobretudo pela grande afluência do povo. A construção de material sólido tem sua importância, sem nos esquecermos de que cada cristão é templo vivo do Espírito Santo.
Fonte: NPD Brasil em 09/11/2020
Liturgia comentada
A casa de meu Pai... (Jo 2,13-22)
A palavra “casa” é uma nota musical rica de harmônicos. Lembra o lar paterno, alude à Terra Prometida, recorda o Paraíso Perdido, o próprio Planeta que nos foi dado como ninho. No caso de Jesus, as ressonâncias são ainda mais fortes. Afinal, ao se encarnar, ele “saíra da Casa do Pai”, vindo estender sua tenda entre os homens...
Um dia, reencontrado após três dias de procura, o jovem Jesus interpela Maria e José: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar na Casa de meu Pai?” (Lc 2,49.) Ele se referia ao Templo de Jerusalém, o único lugar da Terra onde Yahweh habitava, segundo a mentalidade dos judeus. Por isso mesmo, todos os anos, atravessavam mares e desertos para ali adorar o Senhor.
No Evangelho, Jesus chega ao Templo e vê com desgosto que o pátio fora transformado em feira, onde vendiam os animais a serem sacrificados como vítimas cultuais. O mesmo comércio aglomerava os cambistas, que trocavam moedas para os fiéis provenientes do estrangeiro. Um ambiente de ruídos, mau cheiro, cacofonia, movido por lucro e cobiça. Nada que dirigisse os corações para o Pai celeste.
É quando se manifesta em Jesus o “zelo pela Tua casa”. Com um chicote improvisado de cordas, enxota os animais e derruba as bancadas dos cambistas, provocando revolta e contestações. Como sinal de sua autoridade, Jesus fala de um “templo” (o seu próprio corpo), a ser reconstruído (pela ressurreição) três dias após sua destruição (pela morte). Sim, muito mais que no edifício do Templo, Deus habitava em Jesus Cristo. Hoje, muito mais que em nossas igrejas, Deus habita no coração dos homens, na menininha deficiente, no embrião que pretendem transformar em matéria-prima de pesquisa genética.
A Igreja sabe disso. Daí sua firme posição em defesa da vida. Pois de nada nos adianta adorar a Deus nos templos de pedra, se não somos capazes de reconhecer sua presença em templos humanos... Criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano não pode ser objeto de lucro e de comércio. Seu coração é o verdadeiro templo onde Deus quer habitar. Já no mundo neopagão, os homens são pesados e medidos. As mulheres têm um preço. Órgãos para transplante são objeto de contrabando. Nada é sagrado.
E nós? Ainda somos sagrados para Deus?
Orai sem cessar: “Antes de modelar-te no seio de tua mãe, eu te consagrei...” (Jr 1, 5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 09/11/2013
HOMILIA
Homilia para a Dedicação da Basílica S. João de Latrão
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
“O zelo por sua casa me devora”
Basílica de S. João de Latrão
Nos primeiros séculos do cristianismo não havia igrejas para as celebrações. Os cristãos se reuniam pelas casas chamadas domus ecclesiae, isto é, casas da comunidade. Papa, bispos, sacerdotes e celebrações eram simples e diferentes.
No ano 313 o imperador Constantino permitiu a religião cristã no império romano. Então se construíram as basílicas para as reuniões do povo e as celebrações. A primeira basílica foi a de S. João de Latrão.
O nome Latrão vem de Laterani, nome da família que tinha casa naquele local. Sua casa foi destruída por Nero no ano 60. Ali foi construindo um palácio em 161. Constantino o deu ao Papa Melquíades.
A dedicação da Basílica foi presidida pelo Papa Silvestre I no ano 324, dedicada ao Divino Salvador, mais tarde a S. João Batista. Celebrar a dedicação – consagração de uma Igreja, mais que celebrar a lembranças de uma data de um prédio, é celebrar o nascimento de uma comunidade.
Esta basílica é chamada de mãe de todas as igrejas da terra. É a primeira igreja a ser construída. Entramos numa fase nova do cristianismo que passa a ter templos. Modifica-se muito o estilo de Igreja e perde-se bastante do ensinamento: “adorar a Deus em Espírito e Verdade”.
Mas, mesmo com os belos templos de tijolo ou os pobrezinhos de adobe e capim que usei nas aldeias da Angola, o fundamental não pode ser perdido: adorar em espírito e verdade (Jo 3,24).
Purificando o templo
A cena de Jesus purificando o templo é assustadora. Até os humildes foram tocados, mas com menos força. Ele amava o templo, coração da fé do povo.
Tinha zelo pela casa do Pai, com diz a Escritura: “O zelo por tua casa me consumirá” (Sl 69,10). O povo era explorado no templo que se transformou em uma casa de comércio onde se vendiam os animais para os sacrifícios e trocavam as moedas pela moeda do templo. Esta era pura para ser usada mas também explorada. Jesus faz uma profecia sobre o templo que vai ser destruído e Ele, Messias de Deus, será o novo templo. Nele encontramos Deus.
Na Ressurreição Jesus toma o lugar deixando fora todas as outras mediações para o encontro com Deus. As comunidades, simbolizadas pelas igrejas, têm que ser sempre purificadas de todos os males que prejudicam o povo e o relacionamento com Deus. O culto deve ser de doação, de disponibilidade e de serviço humilde, como é o Corpo de Cristo Ressuscitado.
Nascente das águas
A leitura de Ezequiel nos mostra a água que nasce do templo e aumenta purificando, dando fertilidade e vida. Representa a presença do Senhor no meio do povo. Jesus é a água viva. De seu peito aberto pela lança sai a água e o sangue. Mata nossa sede de Deus e nos alimenta com seu sangue que é vida.
A celebração da benção e dedicação da primeira igreja da cristandade leva-nos a fazer memória de nossas comunidades e das pessoas que foram nossos pais na fé. Anima-nos a purificar nossas comunidades e celebrações de tudo o que é impuro, como a falta de amor, a ganância de dinheiro e poder e a exploração do povo. Elas devem ser sinal da Ressurreição. É tempo de purificação.
Leituras: Ezequiel 47,1-2.8-9.12; Salmo 45; 1Coríntios 33,9c-11.16-17. João 2,13-22.
Ficha nº 1386 - Homilia para a Dedicação da Basílica S. João de Latrão (09.11.14)
A basílica de Latrão é a primeira da cristandade construída em 324 após a liberdade para a prática da fé cristã, dada por Constantino em 313. Lembra a comunidade cristã que ali frequentava. A construção de igrejas arrisca perder o sentido do culto em espírito e verdade.
Jesus purifica o templo que se transformara em casa de comércio. Jesus profetiza que o templo será construído e Ele será o novo templo, lugar do encontro com Deus. Sem outras mediações.
A água que nasce sob o templo representa a presença do Senhor no meio do povo. Seu lado aberto jorra sangue e água para matar a fome e a sede de Deus. Anima a purificar nossas comunidades e celebrações de tudo que é impuro, como falta de amor, ganância de dinheiro e de poder. As comunidades devem ser sinal da Ressurreição.
Lavagem da Igreja
Celebramos a inauguração da primeira igreja da Igreja. Trezentos anos vivendo na perseguição, agora chegou a liberta, com lucros e prejuízos. É a catedral de Roma, do Papa.
No evangelho lemos o texto da expulsão dos vendedores que usavam o lugar sagrado para seus negócios. Jesus expulsou todos. Foi uma confusão. Conhecemos na tradição a lavagem de algumas igrejas, como da Igreja do Bonfim, na Bahia.
Somos chamados a fazer outra lavagem: tirar as sujeiras que o tempo acumulou sobre a Igreja de Cristo como a luta pelo poder, a ganância por dinheiro, a exploração do povo e outros vícios. Muitos usam a Igreja e ainda saem xingando sem dar sua contribuição. São entulho também. É participando que purificamos a Igreja.
Hoje, a Congregação Redentorista, uma parcela da Igreja, completa 282 anos de fundação. Também ela precisa de uma lavagem. Isso fará quando renovar sua entrega a Cristo através da dedicação aos necessitados. Sem isso, água nela!
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/11/2014
HOMILIA
JESUS MANIFESTA SEU AMOR À IGREJA
Na cena do texto, Jesus vai a Jerusalém para a primeira das três Páscoas mencionadas em João (nos Sinóticos a vida pública de Jesus só durou um ano e eles só mencionam uma Páscoa). No Templo, que deveria ser o lugar do culto ao Deus verdadeiro da Bíblia, o Deus de libertação, o Deus dos pobres e sofridos, Ele encontra um verdadeiro mercado, onde, no pátio externo, era possível comprar os animais para os sacrifícios, e trocar a moeda, uma vez que a moeda corrente do país não era aceita no Templo. Quando atacava esse comércio, Jesus estava indo além da mera condenação de um abuso, pois os animais e o câmbio eram necessários para o funcionamento do Templo. Como Jesus substituiu a purificação dos judeus no sinal das Bodas de Caná, aqui Ele demonstra que o centro do culto judaico perdeu o seu sentido, pois a presença de Deus, antes achada no Templo, agora deturpado pela elite religiosa e política, doravante reside em Jesus, o Filho de Deus encarnado. Ele cumpre as profecias de Jeremias e Zacarias que predisseram uma religião sem templo nacionalista, explorador econômico do povo (cf. Jr 7,11-14; Zc 14,20-21).
João entende que o templo é o corpo de Jesus, que será ressuscitado em três dias - ele usa de propósito o verbo “reerguer” em lugar do “reconstruir” dos Sinóticos (cf. Mt 26,61). As autoridades judaicas destruíram o sentido do Templo, abusando do povo economicamente, como vão destruir o corpo de Jesus, matando-o; mas Jesus tem o poder de reerguer o verdadeiro Templo onde habita Deus, na ressurreição, depois de três dias.
Mais uma vez Jesus, através de uma ação profética, desmascara a deturpação da religião, por parte das autoridades de Jerusalém. Embora o templo fosse muito bonito e imponente, com liturgias pomposas bem frequentadas, a sua religião era vazia, pois escondia o rosto verdadeiro do Deus da Bíblia. As igrejas correm este mesmo risco nos dias de hoje.
Além da descarada exploração financeira dos seus fiéis por parte de algumas seitas (e cuidemos para não generalizarmos aqui), aos poucos muitas comunidades cristãs perderam a sua dimensão profética de denúncia e anúncio, configurando-se ao mundo neoliberal de consumismo e gratificação emocional imediata, tornando o evangelho uma mercadoria a ser vendida através de um marketing, que jamais pode questionar os valores da sociedade vigente.
Assim o texto de hoje nos traz um alerta - Jesus não veio compactuar com uma religião exploradora, alienadora e aliada ao poder, mas para encarnar as opções do Deus Javé, libertador dos males e de toda exploração; Ele veio “para que todos tenham a vida e a vida em abundância” (Jo 10,10). Uma religião que abandona a sua função profética é tão traidora como a religião decadente das elites do Templo.
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Padre BANTU SAYLA
Fonte: Liturgia da Palavra em 09/11/2014
REFLEXÕES DE HOJE
09 DE NOVEMBRO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 09/11/2013
REFLEXÕES DE HOJE
DIA 09 DE NOVEMBRO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 09/11/2014
HOMILIA DIÁRIA
Sejamos corajosos profetas em favor da dignidade humana
Postado por: homilia
novembro 9th, 2012
Um primeiro ponto a considerar perante a perícope (trecho de um livro ou de um texto bíblico) joanina de Jo 2,13-22 será o fato de que os sinóticos (Mt, Mc e Lc) apresentam a mesma narrativa localizada no final do ministério de Jesus e não no princípio – como fez o quarto evangelista. Assim, este último coloca o sinal profético de Jesus, a expulsar o comércio do Templo, dentre os primeiros sinais de um Messias que não veio para agradar a todos, mas sobretudo o Pai: «Não façais da casa de meu Pai um mercado!» (Jo 2,16).
Enquanto os demais evangelistas contextualizam o acontecido, como uma realidade decisiva para quem queria a eliminação de Jesus Cristo: «Os sumos sacerdotes e os escribas ouviram isso e procuravam um modo de matá-lo» (Mc 11,18). Agora, uma das coisas convergentes entre estas narrativas é a possível relação do Templo-construção, Templo–Corpo ressuscitado e Templo-pessoas, mediante a palavra: dignidade.
A dignidade do Templo Sagrado, não permitia aquela instrumentalização comercial do lugar chamado “Pátio dos Gentios”, local apropriado para a oração e não para outros fins. Também a dignidade central do Corpo glorioso, à qual diz da Pessoa e grandeza do próprio Jesus Pascal, centro da Verdadeira Religião, onde as pessoas são chamadas a descobrirem e se tornarem, n´Ele, Templos vivos… de uma dignidade merecedora do zelo múltiplo, não faltando o argumento até das “ameaças” que responsabiliza a todos: «Acaso não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós» (1Cor 3,16-17).
Ainda hoje, este sinal profético de Jesus pode ser causa de tropeço e contradição, principalmente num mundo que instiga as pessoas ao capitalismo selvagem, fazendo do consumo e lucro desmedido um valor supremo em detrimento e instrumentalização de tudo e de todos. Por isso, a atualidade dos atos proféticos do verdadeiro Messias foram livres, conscientes e plenos de autoridade: «Então fez um chicote [livre] com cordas e a todos expulsou do templo, juntamente com os bois e as ovelhas; jogou no chão o dinheiro dos cambistas e derrubou suas bancas e aos vendedores de pombas [consciente] disse: “Tirai daqui essas coisas” [cheio de autoridade]» (Jo 2,15-16).
Um sinal que também ensina quanto a coragem profética de Jesus Cristo perante a ignorância e ameaças à propagação da Boa Nova. De fato, os próprios discípulos precisaram do Mistério Pascal (Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo), tempo e auxílio do Espírito Santo para, então, compreenderem o alcance e significado dos gestos do Senhor e Salvador: «Depois que Jesus fora reerguido dos mortos, os discípulos se recordaram de que ele tinha dito isso, e creram na Escritura e na palavra que Jesus havia falado» (v. 22).
Também nós, no tempo atual, precisamos nos abrir mais e mais ao Espírito Santo, para que corajosamente o nosso contributo na Nova Evangelização possa conjugar pensamentos, palavras e gestos com aquela tríplice dignidade: espaços sagrados, centrados no Cristo Pascal e promotores da imensurável dignidade humana.
Padre Fernando Santamaria
Fonte: Canção Nova em 09/11/2012
HOMILIA DIÁRIA
Igreja, lugar do nosso encontro com o Senhor
Queremos assumir que vamos à igreja para nos encontrarmos com o Pai. E o encontro com Ele deve ser a coisa mais importante.
“O zelo por tua casa me consumirá.” (Jo 2,17)
Hoje, celebramos a dedicação à Basílica de São João de Latrão. Em Roma existem quatro basílicas papais; a mais conhecida é a de São Pedro, mas temos a Basílica de Santa Maria, a maior; a Basílica de São Paulo fora dos muros e aquela que foi a primeira igreja construída em Roma, onde era a sede da Igreja. Esta, tida como a Catedral de Roma, é chamada de São João de Latrão, dedicada à glória de Deus, ao culto d’Ele; ao mesmo tempo, representa o governo da Igreja, sua sede edificada sobre Pedro.
Meus irmãos, celebrar um culto à Igreja é, antes de tudo, reconhecer o templo, o local da celebração como lugar da presença de Deus. Uma vez que nós celebramos a igreja mãe, que está em Roma, celebramos as igrejas que estão no mundo inteiro. Quando celebramos a Catedral de Roma, estamos celebrando aquela que é a mãe de todas as igrejas.
Nós podemos fazer a seguinte pergunta: para que serve um templo, uma basílica, uma catedral, uma igreja? Para o culto a Deus, para que neste lugar o nome d’Ele seja exaltado, louvado, glorificado, adorado acima de qualquer outra coisa.
Nós nos enganamos quando vamos à igreja simplesmente para pedir favores a Deus ou para nos encontrarmos com as pessoas. A igreja é lugar do nosso encontro com o Senhor, onde Ele se faz presente de forma mais excelente e eficaz. A igreja é o lugar da morada do Senhor. Que respeito, que zelo devemos ter para com a casa do Pai!
Infelizmente, meus irmãos, aquilo que os mercadores fizeram com o templo nós também fazemos com a casa de Deus. Sim, dentro de um templo há muita conversa, muita bagunça. Às vezes, não conseguimos sequer rezar, porque é conversa para lá e para cá, é um festival de vaidades, roupas, cabelos… Fazem da casa do Senhor uma passarela.
Quando celebramos a Igreja, que é a mãe de todas as igrejas, nós queremos assumir aquilo que Jesus fez, ou seja, expulsar da casa de Deus aquilo que não é d’Ele e assumir todo zelo pela casa do Senhor. Assumir que vamos à igreja para nos encontrarmos com o Pai. E o encontro com Ele deve ser a coisa mais importante quando nos dirigimos a casa do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2013
HOMILIA DIÁRIA
A igreja é o lugar do nosso encontro com Deus
A igreja é o lugar do nosso encontro com Deus, o templo sagrado. Que beleza quando temos a oportunidade de visitar uma igreja, porque é um momento de estarmos em comunhão plena com o Senhor!
“Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (João 2,16)
Neste domingo, dia dedicado ao Senhor, celebramos a Dedicação da Basílica de Latrão. Ela é a primeira catedral do mundo, a catedral da diocese de Roma, a Igreja Mãe de todas as igrejas do mundo inteiro.
Celebrando esse templo, lembramo-nos de todos os templos e igrejas, lugar da presença do Senhor entre nós, espalhados por esse mundo a fora. Nós já entramos em tantas catedrais e igrejas, mas podemos nos recordar da igreja em que fomos batizados, em que fizemos a nossa primeira comunhão, da capela (por menor que seja) onde participamos para receber a Eucaristia. Enfim, o templo é o lugar sagrado da presença de Deus no meio de nós!
Que beleza quando temos a oportunidade de visitar, de estar numa igreja, porque é o momento de estarmos em comunhão plena com o Senhor! A celebração de hoje convida-nos primeiro a estarmos em comunhão com a Igreja Mãe, a Igreja que está em Roma, conduzida e guiada pelo Bispo de Roma, o nosso Papa Francisco. Viver essa comunhão na unidade é estabelecer os nossos laços com Cristo, que não criou Sua Igreja dividida, mas unida!
Somos chamados, no dia de hoje, a refletir o lugar que damos para a igreja em nossa vida, ou a maneira como nos portamos dentro dela, no lugar da presença de Deus.
Aquilo que deixou Jesus santamente irado no Evangelho de João 2,13-22, O deixaria zangado da mesma forma no meio de nós. Muitas vezes, as igrejas estão mal cuidadas, e não é o cuidado físico, mas já não há um espaço sagrado para o silêncio, para a oração e para a meditação. Às vezes, as pessoas chegam na igreja e conversam o tempo inteiro, sem parar, reparam neste ou naquele detalhe das pessoas, da igreja e não estão inteiramente presentes para celebrar o mistério sagrado que ali celebrado.
A igreja é o lugar do nosso encontro com Deus, o templo sagrado, o lugar da presença do Senhor. Que tenhamos zelo, amor, cuidado com as coisas do Senhor!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2014
HOMILIA DIÁRIA
Tenhamos zelo pela casa de Deus
Neste dia, queremos recordar de cada uma de nossas igrejas; sejam pequenas capelas, igrejas maiores ou templos em construção. Igreja é o lugar da presença de Deus, é o lugar do nosso encontro com o Senhor
“Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (João 2,16)
Nós, hoje, celebramos a Dedicação da Basílica de Latrão. Quando chegamos a Roma, encontramos a sede da Igreja, a qual o Papa, na figura de Pedro, governa a Igreja que está pelo mundo inteiro.
O Papa, além de ser o chefe universal de toda a Igreja, é o bispo de Roma, aquela que é a primeira das igrejas e é considerada a mãe de todas: a Basílica de São Pedro.
Há uma basílica que tem uma importância grande para todos nós, a Basílica do Latrão, onde o Papa governa a Catedral de Roma.
Em toda a diocese existe uma Igreja Catedral, que é a mãe das outras igrejas. É por meio dela que o bispo dirige, governa e pastoreia seu rebanho. Há todo um sinal, uma tradição, uma presença sagrada quando nos recordamos das catedrais, da cadeira, do governo de cada uma de nossas igrejas.
Já que estamos nos recordando dessa Igreja Mãe, que está em Roma, a Igreja de São João do Latrão, queremos recordar de cada uma de nossas igrejas, sejam pequenas capelas, igrejas maiores ou templos em construção. Igreja é lugar da presença de Deus, é lugar do nosso encontro com o Senhor!
Às vezes, as pessoas vão às grandes igrejas, grandes catedrais e olham para as paredes, para as decorações, para as pinturas… Tudo isso tem um valor histórico; afinal de contas, são igrejas milenares. São igrejas belas, procuradas por sua beleza; entretanto, Deus está presente na mais bela igreja ou na mais simples capela, abandonada, deixada de lado.
Francisco se encontrou com Deus quando estava, justamente, numa capela abandonada, a capela de São Damião, onde o Senhor mandou reconstruí-la.
Quando entramos em qualquer igreja, templo, capela e oratório, algumas coisas são importantes de se observar. A igreja é lugar de oração; não é lugar para conversas, para simplesmente tirar fotos. Diz o Senhor: ‘Minha casa é lugar de oração!’. A igreja não é lugar de conversas fiadas, de bate-papo, de se realizar comércio ou qualquer coisa parecida. É o lugar de nos encontrarmos com Deus e mantermos nossa comunhão profunda com Ele.
Igreja é lugar da restauração, da nossa comunhão com as graças que vêm do Céu. Não podemos nos atrapalhar nem atrapalhar os outros no encontro com Deus.
A primeira igreja é cada um de nós, se quisermos ter zelo pela igreja enquanto casa de Deus, tenhamos zelo por nós, pelo que vestimos e falamos, porque a forma como nos portamos na igreja demonstra o zelo que temos pelas coisas de Deus!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova em 09/11/2015
HOMILIA DIÁRIA
Precisamos ter zelo pela casa de Deus
Precisamos ter o zelo que Jesus teve pela Sua casa; devemos ter zelo e amor para com a nossa relação com Deus
“Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas.” (João 2,15)
Hoje, celebramos a Dedicação da Basílica do Latrão, a catedral de Roma, onde o Santo Padre precede a Igreja de Roma, a mãe de todas as igrejas.
Lembrando dessa Igreja Mãe, a Igreja de Latrão lembra-nos de cada igreja, capela, santuário, lugar do nosso encontro com Deus. Como nossas igrejas merecem respeito, conideração e veneração, merecem ser cuidadas da melhor maneira possível!
Essa é uma das poucas situações em que vemos Jesus bravo, porque estão transformando a casa de Seu Pai numa casa de comércio, fazendo negócios, trocando animais, estão vendendo isso e aquilo. A igreja, o templo, não são lugares para isso!
Templo é um lugar sagrado, lugar de encontro com Deus. Lembremos a Escritura quando o salmista diz: “O zelo pela tua casa me consome!” (João 2,17).
Sabe, meus irmãos, quem tem zelo pelas coisas de Deus, quem tem amor pelas coisas divinas, amor para com o Senhor, precisa ter zelo pela casa d’Ele. E o zelo pela casa de Deus não é a igreja somente, porque o templo exterior é reflexo do interior, que somos nós.
Como é difícil fazermos silêncio em nossa casa nos dias de hoje! Não coloquemos a culpa nas crianças, nisso ou naquilo. A culpa, muitas vezes, vem de nós mesmos, pois não sabemos viver sem esses elementos, sem as redes sociais etc. Somos nós quem vivemos uma inquietação interior, que levamos bolsas demais para nossas igrejas. Somos nós que não esvaziamos o nosso interior, para que Deus nos preencha. Já estamos cheios demais de coisas na cabeça e no coração, e não sabemos silenciar, ter zelo por nossa alma e coração.
Esse é um aspecto importante: igreja é sinal de silêncio, pois é no silêncio que Deus habita e fala conosco. Igreja é casa de oração. Impossível pensar que vamos a uma igreja, um templo ou uma capela, para nos encontrarmos com Deus e não rezamos. Estamos com a mente em devaneios, estamos voando, com a mente ocupada de tantas coisas, e não colocamos a nossa cabeça em Deus.
Igreja não é lugar de vaidades nem de desfiles. Imagino que você deva ter a melhor roupa para ir à casa de Deus, mas lá não é lugar de desfilar suas roupas, não é lugar para desfilar aquilo que comprou ou ganhou. É preciso ter discrição, porque não vamos até lá para chamar à atenção sobre nós, mas para sermos chamados à atenção por Deus, para que Ele fale conosco, fale ao nosso coração.
Se quisermos crescer na intimidade com Deus, precisaremos ter o zelo que Jesus teve pela Sua casa; devemos ter zelo e amor para com a nossa relação com Deus!
Quanto mais zelosos e respeitosos formos, mais vivermos essa intimidade com Deus em Sua casa, mais crescerá a nossa relação com Ele.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2016
HOMILIA DIÁRIA
A igreja é o lugar para nos encontrarmos com Deus
A Casa de Deus é o templo para o encontro com Ele. Devemos ir até lá com essa intenção
“Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas.” (João 2,15)
Celebramos, hoje, a dedicação de São João de Latrão, a catedral de Roma, onde o Papa exerce o governo da Igreja para a diocese de Roma, que é a mãe de todas as igrejas.
O que nós queremos celebrar hoje? Queremos celebrar a Igreja, o Cristo, porque a Igreja é o corpo de Cristo, é a cabeça da Igreja. Voltamo-nos para as igrejas do mundo inteiro. Se há uma Igreja Mãe, que está em Roma, e nela se dedica o culto, o amor a Deus, o zelo e o respeito para com as coisas d’Ele, devemos olhar para todas as igrejas.
Nenhum outro sentimento deve tomar do nosso coração além do amor, do zelo e respeito pela casa do Senhor, porque, ali, também é a nossa casa. Se não temos zelo, amor e respeito pela casa de Deus, como vamos ter zelo, amor e respeito por cada um de nós que somos templos, morada e lugar onde Deus habita?
Sabe, eu não tenho aquele pensamento rigoroso, mas não posso deixar de manifestar a minha preocupação sobre o que está virando nossas igrejas. Tanta bagunça, tanta conversa! É tão bom chegar numa igreja e encontrar um ambiente de oração, mas tristemente, em muitas delas não há espaço para a oração; é muita gente conversando, é muita bagunça! Termina a Missa e vira aquela coisa! Não seria bom se, após a Missa, pudéssemos falar com Deus? Pudéssemos continuar na presença d’Ele?
Podemos e devemos nos encontrar com as pessoas, mas vamos, em primeiro lugar, na igreja para nos encontrar com Deus.
Olhemos para o exemplo do amado Papa Francisco. Ele celebra, todos os dias, na Capela da Casa Santa Marta. Lá, há aqueles que participam da Missa com ele, e, ao terminar a Missa, ficam recolhidos 15, 20, 30 minutos em oração. Às vezes, quero me recolher dois minutos após celebrar uma Missa, mas não consigo, porque vira uma algazarra, com todo o perdão da palavra. Já não há mais zelo pela Casa de Deus.
Volto a dizer, sem nenhum extremismo, que as pessoas devem se cumprimentar na igreja, não temos que ser frios e indiferentes para com os outros. Mas qual é o cuidado, qual é o zelo, o amor que estamos tendo para com a Casa do Senhor antes da Missa, depois dela e durante todo o tempo?
A Casa do Senhor é o templo para o encontro com Deus, devemos ir lá para isso e não podemos atrapalhar o outro, para que se encontre com Ele.
Cuidemos desse templo que somos nós! Não é só a questão da conversa, mas da roupa e do perfume que usamos. Não podemos ir à igreja para chamar à atenção sobre nós, pois lá é o lugar de nos encontrarmos com Deus.
Que o Senhor nos dê zelo, amor, cuidado e respeito para com a sua casa.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2017
HOMILIA DIÁRIA
Tenhamos zelo pela casa do Senhor
Que Deus nos dê um espírito zeloso para cuidarmos da casa do Senhor para que ela seja o lugar do nosso encontro com Ele
“E disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’.” (João 2,16)
Os vendedores, os cambistas, os negociantes aproveitaram a grandeza daquele templo, a afluência de pessoas para fazerem os seus negócios, suas negociatas, seus comércios.
A casa de Deus não é casa de bagunça, não é casa de comércio e nem casas de negociatas. A casa de Deus é a casa de oração, é o lugar do homem, da mulher, de todos nós para nos encontrarmos com Deus. É preciso que o templo, a Igreja, seja o lugar do encontro com Deus.
Hoje, celebramos a dedicação da Basílica de São João de Latrão, é a catedral de Roma, é a catedral do Bispo de Roma, o nosso amado Papa Francisco.
“Cátedra”, catedral, quer dizer a Igreja Mãe. Se temos em cada uma de nossas dioceses, a Igreja Catedral, que é a mãe das outras catedrais, temos uma Igreja: a catedral e mãe de todas as igrejas: a basílica de São João de Latrão em Roma.
O que queremos expressar com isso? Primeiro, a comunhão de todas as igrejas com a Igreja Mãe, com a Igreja cabeça. A comunhão de toda a Igreja com fidelidade à Santa Mãe Igreja.
Queremos, cada vez mais, sermos Igreja, a Igreja de Cristo. Unidos a Pedro e ao Papa Francisco, queremos viver esse espírito de comunhão, isso precisa ser vivido e celebrado em cada uma das nossas igrejas particulares, das nossas capelas, oratórios, santuários, catedrais, basílicas, nossas igrejas grandes ou pequenas. Em cada uma delas é o lugar da morada de Deus, em cada uma delas Ele se faz presente.
Que Deus nos dê um espírito zeloso para cuidarmos da casa do Senhor para que ela seja o lugar do nosso encontro com Ele.
Às vezes, vamos em nossa Igreja e as pessoas estão o tempo inteiro tirando fotos, conversando umas com as outras, fazem tudo menos uma oração verdadeira e sincera. Como eu quero e desejo que cada vez mais nossas igrejas sejam silenciosas, que sejam realmente o espaço de nos encontrarmos com Deus na Liturgia e em todo o tempo que buscarmos a casa do Senhor.
Eu te peço que vá à sua Igreja, mas não seja um promotor de bagunça. Precisa conversar com alguém? Converse fora da igreja. Precisa resolver alguma coisa? Resolva do lado de fora do templo, mas deixe o templo ser templo, que seja um lugar onde as pessoas possam contemplar e entrar em comunhão com Deus.
Não sejamos empecilhos e nem aqueles que tiram o zelo da casa do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2018
HOMILIA DIÁRIA
Tenhamos zelo pela casa do Senhor
“Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas.” (João 2,15)
Veja o zelo de Jesus pela “casa” do Seu Pai; zelo que levou-O a expulsar do templo aquilo que estava transformando o templo numa casa de comércio e negócios, estavam bagunçando a “casa” de Deus em favor dos seus interesses.
Hoje, temos a alegria de celebrar a Dedicação da Basílica de São João de Latrão, em Roma. Ela é a Catedral da Igreja de Roma, e a Igreja de Roma é a nossa Igreja Mãe.
Celebrando essa Igreja, templo, que está em Roma, estamos hoje celebrando todas as igrejas, capelas, oratórios que são, na verdade, lugares da presença de Deus, onde, acima de qualquer coisa, é a graça de Deus que precisa ser comunicada e buscada.
Olhando para o próprio exemplo das basílicas que estão em Roma, como São João de Latrão, vemos que, muitas vezes, os lugares em nossas igrejas, que é o lugar da presença de Deus, se transformam apenas em lugares turísticos por força daqueles que vão lá. Quando vamos a uma igreja importante, nos preocupamos mais com fotos, com coisas segundarias, e não buscamos o essencial que é o encontro com Deus.
Se nos voltarmos hoje para a nossa realidade caseira, que é a igreja de cada um de nós, o que nós buscamos na casa de Deus? Como nos comportamos na casa do Senhor? Qual o valor que damos para a presença do Senhor na casa d’Ele?
Precisamos ter zelo pela casa de Deus; precisamos fazer com que nossas igrejas sejam lugares de oração
“O zelo pela tua casa me devora” (cf. Salmo 68,10). Precisamos ter zelo pela casa de Deus! Precisamos fazer com que nossas igrejas sejam lugares de oração. A alegria de encontrar o irmão é muito importante, mas nenhum excesso justifica tirarmos a paz do outro que quer rezar, tirar o silêncio sacro e importante dos lugares sagrados ou, simplesmente, entrarmos numa igreja como se estivéssemos entrando num comércio, no mercado, numa loja ou numa sala de reunião qualquer.
Muitas vezes, se não somos expulsos como Jesus expulsou no Evangelho de hoje, não estamos presentes como precisaríamos estar na casa de Deus, porque, não estamos lá de todo o coração. Façamos comunhão com o santo padre, o Papa Francisco que é o bispo de Roma, da Igreja Mãe, que é a Igreja Catedral de Roma. Tenhamos zelo pela nossa igreja, como o lugar da morada de Deus.
Tenhamos zelo pela nossa comunhão de fé; façamos de cada uma de nossas igrejas, oratórios e capelas os lugares do nosso encontro com Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2019
HOMILIA DIÁRIA
Cristo é a cabeça da nossa Igreja
“Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’.” (João 2,15-16)
Hoje, celebramos com muito amor a Dedicação da Basílica de Latrão. São João de Latrão é uma das quatro basílicas mães lá em Roma, juntamente com a Basílica de São Pedro, a Basílica de Santa Maria Maior e a Basílica de São Paulo, são as quatro principais Igrejas de Roma ou as Igrejas Mães.
A Basílica de São João de Latrão é a catedral de Roma, é a Igreja como se fosse a mãe da Igreja de Roma. Uma vez que Roma é a Igreja primeira e exerce uma primazia sobre as outras igrejas, estamos celebrando nela, com certeza, a Igreja Mãe que está na cabeça de todas as Igrejas.
Queremos, com essa celebração de hoje, celebrar a nossa união com a Igreja em Roma na pessoa do Papa. Não é exaltar a pessoa do Papa, mas a unidade e a comunhão que a Igreja vive. A Igreja que está aqui, na África, Ásia e em qualquer lugar do mundo é uma só Igreja, a Igreja Una, a Igreja de Cristo. É muito importante sempre fazer prevalecer isso, porque cada um quer a sua Igreja segundo a sua cabeça.
A cabeça invisível é Cristo Jesus nosso Senhor; e a cabeça visível é o Papa, que está à frente
Na Igreja, só há uma cabeça: Cristo Jesus. Ele é a cabeça e nós somos os membros, e é óbvio que para um corpo estar governado precisa ter alguém sempre à frente. Não pode numa casa todo mundo ser o pai da casa, porque essa casa é uma bagunça! E tem pai que quer ser democrático: “Aqui todo mundo manda”; e a casa é um desmando. Todo mundo participa, é diferente, mas a cabeça é o pai e a mãe.
Na igreja é da mesma forma, pois todos nós participamos, todos nós temos o nosso lugar, mas a cabeça da Igreja é a Igreja de Roma, e o Papa que está ali não é menos ou mais importante, mas ele tem uma responsabilidade: ser o pai de todos.
Hoje, celebramos essa comunhão da Igreja e, graças a Deus, essa Igreja tem uma cabeça. A cabeça invisível, que é Cristo Jesus nosso Senhor; e a cabeça visível, que é o Papa. Nossa comunhão com ele e com a Igreja presente em todos os cantos do mundo.
Estando, hoje, na capelinha da sua cidade, na basílica que tenha próximo a você, na catedral, na igreja matriz, não importa, é o mesmo Cristo Jesus que está em todas as igrejas. O que temos que ter é zelo e amor para com a igreja templo, porque é no templo que Deus se faz presente como lugar da manifestação do Seu amor e da Sua misericórdia.
Não participemos da igreja nem vamos à igreja como se fossemos a uma feira, porque igreja nunca pode ser feira. Vamos para o nosso encontro com o Senhor, por isso o zelo e o amor pela igreja como um todo, mas um zelo e amor pela igreja na qual participo e faço parte. É assim que expresso o meu amor a Cristo Cabeça, cabeça dessa Igreja a qual nós somos o corpo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2020
HOMILIA DIÁRIA
Todo templo é lugar da presença de Deus
“Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (João 2,16)
Temos a alegria de, no dia de hoje, celebrarmos a dedicação da Basílica de São João de Latrão. Ela é a catedral de Roma, e por ser a catedral de Roma é mãe das outras igrejas, porque Roma é a Igreja Primaz ou a Igreja Primeira, é lá que está o Papa, aquele que é a cabeça visível de toda a Igreja.
Veja que beleza a importância que a Igreja dá para essa Igreja Templo, o Templo como o lugar da presença de Deus. Talvez muitos de nós nos esquivemos ou tenhamos uma visão distorcida sobre a importância que tem cada igreja, cada templo, cada santuário. É claro que o primeiro santuário sou eu, eu sou lugar da morada de Deus, o Espírito de Deus habita em mim. Não posso destruir esse templo, porque ele é o lugar da morada de Deus, foi essa graça que o batismo realizou na vida de cada um de nós, tornando-nos o lugar da morada de Deus. Então, o quanto é importante ter o respeito pelo sagrado, e o quanto sou sagrado, quanto preciso respeitar e cuidar desse corpo que sou eu! Não é culto ao corpo, é respeito a esse corpo como o lugar da morada de Deus, porque não posso cultuar o corpo pelo corpo, mas tenho que cultuar o Deus que habita em mim, inclusive, faz morada em mim.
Cada templo é o lugar da presença de Deus e nos faz ter a certeza e a convicção de que Deus habita e está no meio de nós
Não vou à igreja para cultuar o templo pelo templo, porque, muitas vezes, o templo fica apenas como uma obra faraônica, um lugar de visitas, como se tornaram muitas igrejas no mundo. A igreja não é simplesmente uma obra de arte, ainda que tenha sido feita e concebida por bons e renomados artistas e representa realmente como uma figura arquitetônica singular.
O essencial e fundamental no qual não podemos nos perder não é a beleza simplesmente visível, mas é a graça invisível que habita em nossas igrejas, o lugar da morada de Deus.
Às vezes, assim como tratamos Deus em nós, também tratamos Deus no templo, tratamos Deus nas igrejas. Assim como as coisas estão bagunçadas e barulhadas dentro de nós, fazemos a mesma coisa, o mesmo barulho dentro dos templos onde estamos. O respeito que esse lugar merece, a consideração e, sobretudo, o lugar da comunhão com o Sagrado.
Tornamo-nos pessoas profanas porque o pecado nos profana, mas purificamos esse templo que sou, e o lugar de purificar esse templo é no “templo igreja”. É por isso que vou para o tempo para me purificar, para me arrepender, para pedir perdão dos meus pecados, mas para glorificar a Deus, para contemplar a glória de Deus, para viver a comunhão com Ele, inclusive com os irmãos, quando vou para o culto sagrado. É essencial e fundamental que não percamos a importância do Sagrado.
Cada igreja, a menor capelinha ou santuário que você participa, aos grandes templos e catedrais, a Igreja mãe de Roma, São João de Latrão, que celebramos hoje; cada templo é o lugar da presença de Deus e nos faz ter a certeza e a convicção de que Deus habita e está no meio de nós. É preciso que eu respeite e viva intensamente essa presença.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 09/11/2021
HOMILIA DIÁRIA
Deus deseja habitar em seu coração
“Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (João 2,15-16)
Meus irmãos, hoje nós comemoramos a dedicação da Basílica de São João de Latrão. Essa basílica é dedicada aos dois “Joãos”: João Evangelista e João Batista. Latrão é por causa da família Lateranense que edificou o templo, que era dona desse templo.
Esse edifício se tornou a primeira igreja, a primeira construção, o primeiro templo. E por que é importante nós comemorarmos o templo ou olharmos para o templo? Porque lá é onde acontece a Eucaristia, onde se partilha a Palavra. É o local onde a comunidade se reúne, o povo de Deus se reúne. No templo, acontecem os Sacramentos, a Eucaristia, o Batismo, o Matrimônio.
Na igreja, nascem muitos fiéis através do batismo, muitos são alimentados pela Eucaristia, pela Palavra. O templo é o local de encontro por excelência com Deus, onde se fala com Deus, ouve-se Ele. Por isso nós comemoramos, e que os nossos templos sejam belos por fora e por dentro. Que eles possam ter a sua dignidade, sejam bem cuidados. Mas eu e você também somos templos do Senhor.
Deus habita no nosso coração, e onde Ele habita é preciso haver pureza e santidade
O Senhor fez um chicote e expulsou aqueles vendilhões, aqueles que estavam fazendo da casa do Senhor uma casa de comércio. Ora, o templo é o local do encontro com Deus, é o local do sacrifício, onde nascem novos cristãos, onde somos alimentados. Não é o local para barganha, para trocas, para comércios; é um lugar para encontrar-se com Deus, para alimentar-se d’Ele, e é para ser enviado também por Ele a testemunhá-Lo.
Meus irmãos, cuidemos dos nossos templos físicos, das nossas edificações, cuidemos também de nós, pois somos os templos do Senhor. Assim como o edifício precisa estar limpo, nosso coração precisa estar limpo.
Que hoje, na comemoração de São João de Latrão, alegremo-nos com os nossos templos, com as nossas igrejas, paróquias, capelas, oratórios, santuários, porque nós também somos os templos do Senhor.
Que Deus purifique, então, o nosso templo, o nosso coração, que não haja mais comércio, que não haja mais mal em nosso coração, em nosso interior, porque Deus habita em nós, e onde Ele habita é preciso haver pureza, é preciso haver santidade.
Que haja santidade no meu e no seu coração. Cuidemos, pois somos os templos do Senhor!
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/11/2022
HOMILIA DIÁRIA
O amor de Deus por você é gratuito e não espera retribuição
“Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’.” (João 2,13-16)
Meus irmãos e minhas irmãs, neste dia 9 de novembro, com toda a Igreja, celebramos a festa da Dedicação da Basílica de Latrão (São João de Latrão, em Roma).
No dia da festa de uma Basílica Papal, o Evangelho nos apresenta o verdadeiro Espírito de um templo de Deus, um lugar de culto; não é uma casa de comércio como Jesus mesmo disse, porque o amor de Deus não se compra. Seria — desculpe a palavra — “prostituir” o amor de Deus querer comprá-lo, porque Deus é amor gratuito, Deus é inteiramente gratuidade, e se não fosse a gratuidade, não seria amor, seria interesse, porque é amor, é gratuito.
O problema maior, aqui, não eram as coisas que estavam ali no templo: bois, ovelhas, pombas, cambistas, porque essas realidades eram necessárias. Porque as pessoas faziam oferendas, ofertas, faziam holocaustos; os animais eram usados para isso, as pessoas vinham de diversas partes e as moedas eram diferentes, então, havia necessidade dos cambistas que trocavam pela moeda usada no templo. Mas o pior era a mentalidade mercantilista dos religiosos da época — “Faço algo para Deus e Ele me dá em troca as suas bênçãos”; compro Deus, controlo a Sua força de ação, aí está instaurada a idolatria pura, a idolatria do “eu”, pode até mesmo controlar a ação de Deus.
Deus é inteiramente gratuidade, e se não fosse gratuidade não seria amor, seria interesse
O comércio material que aparece aqui, na verdade, foi só um sintoma de uma doença muito maior. A doença da soberba, de brincar de ser Deus — que é muito mais grave.
Todos nós, cristãos, somos moralmente orientados a sustentar os templos sagrados, nossos locais de culto, a sua capela, a sua paróquia, o seu santuário, por isso que o dízimo que você dá é a expressão de amor pela casa de Deus, onde você e a sua comunidade se reúnem para celebrar a Palavra, para rezarem, para celebrar a Eucaristia, mas é Cristo quem torna você e sua comunidade cristãos.
Você pode ter uma simples capelinha onde você mora, na sua cidade ou no lugar onde você se encontra, e você ser uma bela construção de Cristo, como você pode também viver num lindo santuário e não permitir que Deus atue em você e construa em você uma obra nova com a sua graça santificante.
O importante é o coração, o importante é você se doar a Deus, entregar-se a Ele num comportamento totalmente gratuito, sem pretender nada de Deus, amá-Lo acima de todas as coisas, porque Ele é Deus.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno
Missionário da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 09/11/2023
HOMILIA DIÁRIA
Somos templo de Deus
Irmãos e irmãs, hoje, celebramos a festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão – São João de Latrão em Roma; São Giovanni Laterano em italiano. A Catedral do Papa foi consagrada no dia 9 de novembro; a partir dessa época, irmãos e irmãs, começou também a propagar-se a noção de Igreja como entendemos até os dias de hoje, como um edifício sagrado em que os fiéis se reúnem para rezar e prestar culto a Deus. Como em Roma haviam também os templos pagãos, então, na verdade, quem entrava no templo eram apenas os sacerdotes, e o povo ficava na fachada dos templos naquele período. Mas essa Basílica de São João do Latrão marca um novo tempo para nós cristãos.
No Evangelho, Jesus apresenta para cada um de nós também uma nova noção de templo, que nos é muito cara. Ele diz: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”. Jesus estava falando do templo do Seu corpo, mas aqueles que O escutavam não entendiam assim.
Templo onde Deus habita
Irmãos e irmãs, com essa mensagem, aprendemos que também nós somos templos onde Deus habita. Da mesma forma que cercamos de cuidado as Igrejas que são templos, cuidemos de manter a sacralidade do corpo que Deus nos deu para exercermos nossa missão neste mundo; então, cuidemos de manter a sacralidade do nosso corpo.
O Senhor cuide de nós e nos faça santos para que, futuramente, nos apresentemos a Ele assim, em santidade de vida, porque estamos cuidando bem do corpo, do templo que Ele nos confiou. Somos o templo onde Deus habita, o templo do Espírito Santo. Você é templo onde Deus habita, você é templo do Espírito Santo, então, cuide bem da sua vida, cuide bem do seu corpo, porque é n’Ele que você deve exercer a sua missão e se devolver purificado para Deus no momento derradeiro.
Sobre você desça e permaneça a bênção do Deus Todo-poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Edison Oliveira
Padre Edison Oliveira é brasileiro, membro da Associação Internacional Privada de Fiéis – Comunidade Canção Nova no modo de compromisso do Núcleo.
Fonte: Canção Nova em 09/11/2024
Oração Final
Pai Santo, abençoa os nossos templos, casas construídas com carinho como abrigo para nossos encontros comunitários de louvor e ação de graças pelos inefáveis dons que nos ofereces. E abençoa nossos corpos, para que sejam meios eficazes para comunicarmos nossa fé no Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2012
Oração Final
Pai Santo, vendo a pluralidade e a diversidade de teus filhos, nós damos graças pelo sinal de unidade que deixaste entre nós, o Papa. Ele não se esquece de pedir orações e nós as fazemos por ele: ilumina, Pai amado, os seus caminhos, que são os nossos caminhos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos especial veneração pelos lugares sagrados, os Templos que com muito amor dedicamos a Ti. Ensina-nos a sentir neles, de forma especial, a tua Presença Amiga a nos inspirar a caminhada em seguimento ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2014
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a valorizar os nossos templos. Que vejamos neles o lugar onde buscar um novo olhar, o jeito Cristão de ver o mundo e, saindo deles, sejamos sinais e mensageiros da Tua Presença na História que estamos construindo. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2015
Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a compreender que quando celebramos a dedicação de um Templo de pedra ao Teu Nome Santo, queremos simbolizar o nosso compromisso de nos dedicarmos a Ti, vendo-Te nos irmãos de caminhada e cuidando deles, especialmente dos mais pobres e sofredores. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2016
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, não permitas que vivamos distraídos e ausentes, sem nos darmos conta da vida que acontece à nossa volta. Faze-nos atentos aos sinais dos tempos, capazes de discernir as ciladas do antirreino, e de agirmos por teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2017
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, abençoa os nossos templos, casas construídas com carinho como abrigo para nossas celebrações comunitárias de louvor e ação de graças pelos inefáveis dons que nos ofereces. E abençoa também os nossos corpos, para que eles sejam meios eficazes para comunicarmos aos irmãos a nossa fé no Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, vendo e admirando a pluralidade e a diversidade de teus filhos, nós damos graças pelo sinal de unidade que deixaste entre nós: o Papa. Ele sempre pede que nós oremos a Ti em sua intenção e nós acolhemos agora o seu desejo: ilumina, amado Pai, os seus caminhos, que são os nossos caminhos, os caminhos da tua Igreja. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2019
ORAÇÃO FINAL
Pai, nós temos consciência e somos agradecidos por tua Compaixão! Ensina-nos a cultivar especial veneração pelos lugares sagrados, os Templos que com muito amor dedicamos ao teu Nome. Inspira-nos, amado Pai, para que sintamos neles a tua Presença amiga, dentro de nós e da Comunidade reunida. E nos guies na caminhada por este mundo encantado, seguindo ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/11/2020



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