sábado, 9 de novembro de 2013

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 09/11/2013

9 de Novembro de 2013

Ano C


Jo 2,13-22

Comentário do Evangelho

Jesus é o Templo de Deus

O texto da purificação do Templo encontra-se também nos evangelhos sinóticos (Mt 21,12-13; Mc 11,11.15-17; Lc 9,45-46). O que acontece no Templo, por ocasião da Páscoa, é escandaloso. As pessoas ligadas ao Templo, aproveitando-se da obrigatoriedade de oferecer sacrifícios e da distância que os peregrinos percorriam a pé para chegar a Jerusalém, comercializam todo tipo de animais prescritos pela Lei para o sacrifício. A moeda tinha que ser pura, isto é, sem nenhuma efígie; por isso, havia também uma moeda própria do Templo, cujo câmbio as pessoas tinham que fazer. Jesus, com um chicote, expulsou todos os comerciantes do Templo. Os que se sentiram atingidos pela atitude de Jesus perguntam a ele em nome de quem ele agia daquele modo. Jesus responde: “Destruí vós este Templo, e em três dias eu o reerguerei” (v. 19).
O autor do evangelho, diante da incompreensão dos judeus, explica: “... ele falava isso a respeito do templo que é seu corpo” (v. 21). Jesus é o Templo de Deus, o lugar do encontro do homem com Deus, onde Deus habita com a plenitude de sua graça.
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.

Vivendo a Palavra

A Basílica de São João de Latrão, localizada em Roma, é a Catedral do Bispo de Roma, o Papa. Festejar sua dedicação significa celebrar a unidade da Igreja de Jesus, e o respeito ao sucessor de Pedro. O título de honra da Basílica é: ‘Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo.’

Reflexão

O templo deve nos levar à reflexão sobre a realidade da morada de Deus entre os homens e a importância dessa morada. É claro que reconhecemos a presença de Deus nos nossos templos e sempre nos encontramos com ele, seja na visita ao Santíssimo Sacramento ou na participação nas diversas celebrações litúrgicas. Mas também devemos nos lembrar que o verdadeiro templo de Deus é aquele formado de pedras vivas e que tem como alicerce o próprio Jesus. Portanto, de nada adiante para nós uma religião que valoriza a presença de Deus nos templos materiais construídos por mãos humanas, construção essa muitas vezes marcadas pelo pecado e pela iniqüidade, e não valorizarmos os verdadeiros templos, ou seja, os nossos irmãos e irmãs.

Recadinho


Respeitamos os lugares que a comunidade tem para manifestar sua fé? - Não se corre também o risco e usar o que é para o culto para outras finalidades? Para outros interesses? - E nosso coração é também tratado como templo de Deus? - Há às vezes interesses secundários em certas atitudes? - Nosso agir espelha o que vai em nosso coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

REFLEXÕES DE HOJE


09 DE NOVEMBRO – SÁBADO


Liturgia comentada
 
A casa de meu Pai... (Jo 2,13-22)
A palavra “casa” é uma nota musical rica de harmônicos. Lembra o lar paterno, alude à Terra Prometida, recorda o Paraíso Perdido, o próprio Planeta que nos foi dado como ninho. No caso de Jesus, as ressonâncias são ainda mais fortes. Afinal, ao se encarnar, ele “saíra da Casa do Pai”, vindo estender sua tenda entre os homens...
Um dia, reencontrado após três dias de procura, o jovem Jesus interpela Maria e José: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar na Casa de meu Pai?” (Lc 2,49.) Ele se referia ao Templo de Jerusalém, o único lugar da Terra onde Yahweh habitava, segundo a mentalidade dos judeus. Por isso mesmo, todos os anos, atravessavam mares e desertos para ali adorar o Senhor.
No Evangelho, Jesus chega ao Templo e vê com desgosto que o pátio fora transformado em feira, onde vendiam os animais a serem sacrificados como vítimas cultuais. O mesmo comércio aglomerava os cambistas, que trocavam moedas para os fiéis provenientes do estrangeiro. Um ambiente de ruídos, mau cheiro, cacofonia, movido por lucro e cobiça. Nada que dirigisse os corações para o Pai celeste.
É quando se manifesta em Jesus o “zelo pela Tua casa”. Com um chicote improvisado de cordas, enxota os animais e derruba as bancadas dos cambistas, provocando revolta e contestações. Como sinal de sua autoridade, Jesus fala de um “templo” (o seu próprio corpo), a ser reconstruído (pela ressurreição) três dias após sua destruição (pela morte). Sim, muito mais que no edifício do Templo, Deus habitava em Jesus Cristo. Hoje, muito mais que em nossas igrejas, Deus habita no coração dos homens, na menininha deficiente, no embrião que pretendem transformar em matéria-prima de pesquisa genética.
A Igreja sabe disso. Daí sua firme posição em defesa da vida. Pois de nada nos adianta adorar a Deus nos templos de pedra, se não somos capazes de reconhecer sua presença em templos humanos... Criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano não pode ser objeto de lucro e de comércio. Seu coração é o verdadeiro templo onde Deus quer habitar. Já no mundo neopagão, os homens são pesados e medidos. As mulheres têm um preço. Órgãos para transplante são objeto de contrabando. Nada é sagrado.
E nós? Ainda somos sagrados para Deus?
Orai sem cessar: “Antes de modelar-te no seio de tua mãe, eu te consagrei...” (Jr 1, 5)
Texto de  Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Igreja, lugar do nosso encontro com o Senhor
Queremos assumir que vamos à igreja para nos encontrarmos com o Pai. E o encontro com Ele deve ser a coisa mais importante.
“O zelo por tua casa me consumirá” (Jo 2,17).
Hoje, celebramos a dedicação à Basílica de São João de Latrão. Em Roma existem quatro basílicas papais; a mais conhecida é a de São Pedro, mas temos a Basílica de Santa Maria, a maior; a Basílica de São Paulo fora dos muros e aquela que foi a primeira igreja construída em Roma, onde era a sede da Igreja. Esta, tida como a Catedral de Roma, é chamada de São João de Latrão, dedicada à glória de Deus, ao culto d’Ele; ao mesmo tempo, representa o governo da Igreja, sua sede edificada sobre Pedro.
Meus irmãos, celebrar um culto à Igreja é, antes de tudo, reconhecer o templo, o local da celebração como lugar da presença de Deus. Uma vez que nós celebramos a igreja mãe, que está em Roma, celebramos as igrejas que estão no mundo inteiro. Quando celebramos a Catedral de Roma, estamos celebrando aquela que é a mãe de todas as igrejas.
Nós podemos fazer a seguinte pergunta: para que serve um templo, uma basílica, uma catedral, uma igreja? Para o culto a Deus, para que neste lugar o nome d’Ele seja exaltado, louvado, glorificado, adorado acima de qualquer outra coisa. 
Nós nos enganamos quando vamos à igreja simplesmente para pedir favores a Deus ou para nos encontrarmos com as pessoas. A igreja é lugar do nosso encontro com o Senhor, onde Ele se faz presente de forma mais excelente e eficaz. A igreja é o lugar da morada do Senhor. Que respeito, que zelo devemos ter para com a casa do Pai! 
Infelizmente, meus irmãos, aquilo que os mercadores fizeram com o templo nós também fazemos com a casa de Deus. Sim, dentro de um templo há muita conversa, muita bagunça. Às vezes, não conseguimos sequer rezar, porque é conversa para lá e para cá, é um festival de vaidades, roupas, cabelos… Fazem da casa do Senhor uma passarela.
Quando celebramos a Igreja, que é a mãe de todas as igrejas, nós queremos assumir aquilo que Jesus fez, ou seja, expulsar da casa de Deus aquilo que não é d’Ele e assumir todo zelo pela casa do Senhor. Assumir que vamos à igreja para nos encontrarmos com o Pai. E o encontro com Ele deve ser a coisa mais importante quando nos dirigimos a casa do Senhor.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE

Jo 2,13-22 - Purificar, limpar o templo de Deus



Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que circulam neste ambiente virtual.
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra.
Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)

- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis)
- Sua fidelidade dura eternamente (bis)
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis)
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 2, 13-22.
Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de Jerusalém. No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o povo. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas: 
- Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado! 
Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que dizem: "O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo." 
Aí os líderes judeus perguntaram: 
- Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso? 
Jesus respondeu: 
- Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias! 
Eles disseram: 
- A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai construí-lo de novo em três dias? 
Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. Quando Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.

O Evangelho  nos fala do templo, que é símbolo da religião. Em Jerusalém, no tempo de Jesus, o templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. A celebração da Páscoa consumia grande quantidade de bois, ovelhas e pombas; com licença das autoridades do templo, um átrio se convertia em estábulo ou mercado. Para o tributo do templo ou para oferendas voluntárias, o povo que vinha de outros países tinha que trocar dinheiro. Jesus chega a Jerusalém por ocasião da festa de Páscoa, e expulsa todos do templo: os comerciantes, e também os próprios animais do sacrifício. Simbolicamente, ele expulsou o culto praticado ali. (Zc 14,21) 
"O zelo por tua casa me devora", diz Jesus tomando as palavras do Salmo 69,10. Jesus quer purificar o templo que se transformara em lugar de comércio, de troca de moeda, de exploração do povo pobre e de enriquecimento da classe sacerdotal. A ação de Jesus podia ser interpretada por seus contemporâneos na linha dos protestos proféticos contra a profanação da casa de Deus. Purificar, limpar aquele templo era o sinal de que a era messiânica havia chegado. A ação de Jesus era grave porque o templo era o centro econômico, político e ideológico do judaísmo daquela época. Jesus estava atacando a raiz da estrutura social.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje? 
A reação de Jesus diante dos vendedores e cambistas que comerciavam dentro do templo de Jerusalém, serve para nós como uma exortação para que não instrumentalizemos as coisas de Deus, como suporte dos nossos interesses. Ao mesmo tempo em que nós devemos respeitar a casa de Deus como um lugar sagrado, de recolhimento e oração, nós também precisamos fazer do nosso interior um templo sagrado onde habita Deus. Assim como Jesus expulsou os vendilhões do templo, nós também com toda determinação necessitamos expulsar do nosso coração tudo o que possa transformar o nosso interior numa casa de negócios, onde paire os pensamentos maus, interesseiros e as más intenções. "O zelo por tua casa me devora". O bem-aventurado Alberione transmitiu à  Família Paulina uma espiritualidade integral que engloba toda a pessoa: mente, vontade e coração. Segundo ele,  nossos pensamentos motivam  nossos sentimentos e estes, determinam as nossas ações.

Pense um pouco:

o que tem ocupado os seus pensamentos?
- As motivações que tenho são saudáveis para a minha vida e a dos meus irmãos?
Tenho dificuldade em perdoar, deixando " ïnutilidades" no meu coração?
Confio em Deus?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:

Jesus, Mestre: 
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
 
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
 
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
 
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
 
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.


4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus?
Meu olhar, neste dia, será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração, sua morada e Templo.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, vendo a pluralidade e a diversidade de teus filhos, nós damos graças pelo sinal de unidade que deixaste entre nós, o Papa. Ele não se esquece de pedir orações e nós as fazemos por ele: ilumina, Pai amado, os seus caminhos, que são os nossos caminhos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.


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