
Jo 2,13-22
Comentário do
Evangelho
Jesus é o Templo de Deus
O texto da purificação do Templo encontra-se também nos
evangelhos sinóticos (Mt 21,12-13; Mc 11,11.15-17; Lc 9,45-46). O que acontece
no Templo, por ocasião da Páscoa, é escandaloso. As pessoas ligadas ao Templo,
aproveitando-se da obrigatoriedade de oferecer sacrifícios e da distância que
os peregrinos percorriam a pé para chegar a Jerusalém, comercializam todo tipo
de animais prescritos pela Lei para o sacrifício. A moeda tinha que ser pura,
isto é, sem nenhuma efígie; por isso, havia também uma moeda própria do Templo,
cujo câmbio as pessoas tinham que fazer. Jesus, com um chicote, expulsou todos
os comerciantes do Templo. Os que se sentiram atingidos pela atitude de Jesus
perguntam a ele em nome de quem ele agia daquele modo. Jesus responde: “Destruí
vós este Templo, e em três dias eu o reerguerei” (v. 19).
O autor do evangelho, diante da incompreensão dos
judeus, explica: “... ele falava isso a respeito do templo que é seu corpo” (v.
21). Jesus é o Templo de Deus, o lugar do encontro do homem com Deus, onde Deus
habita com a plenitude de sua graça.
Carlos Alberto
Contieri, sj
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu tenha
pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências
práticas da minha fé.
Vivendo a Palavra
A Basílica de São João de Latrão, localizada em Roma, é a Catedral do
Bispo de Roma, o Papa. Festejar sua dedicação significa celebrar a unidade da
Igreja de Jesus, e o respeito ao sucessor de Pedro. O título de honra da
Basílica é: ‘Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo.’
Reflexão
O templo deve nos levar à reflexão
sobre a realidade da morada de Deus entre os homens e a importância dessa
morada. É claro que reconhecemos a presença de Deus nos nossos templos e sempre
nos encontramos com ele, seja na visita ao Santíssimo Sacramento ou na
participação nas diversas celebrações litúrgicas. Mas também devemos nos
lembrar que o verdadeiro templo de Deus é aquele formado de pedras vivas e que
tem como alicerce o próprio Jesus. Portanto, de nada adiante para nós uma
religião que valoriza a presença de Deus nos templos materiais construídos por
mãos humanas, construção essa muitas vezes marcadas pelo pecado e pela
iniquidade, e não valorizarmos os verdadeiros templos, ou seja, os nossos
irmãos e irmãs.
Recadinho

Respeitamos
os lugares que a comunidade tem para manifestar sua fé? - Não se corre também o
risco e usar o que é para o culto para outras finalidades? Para outros
interesses? - E nosso coração é também tratado como templo de Deus? - Há às
vezes interesses secundários em certas atitudes? - Nosso agir espelha o que vai
em nosso coração?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES DE HOJE
09 DE NOVEMBRO – SÁBADO
Liturgia comentada
A casa de meu Pai... (Jo 2,13-22)
A palavra “casa” é uma nota musical rica de harmônicos. Lembra o lar paterno, alude à Terra Prometida, recorda o Paraíso Perdido, o próprio Planeta que nos foi dado como ninho. No caso de Jesus, as ressonâncias são ainda mais fortes. Afinal, ao se encarnar, ele “saíra da Casa do Pai”, vindo estender sua tenda entre os homens...
Um dia, reencontrado após três dias de procura, o jovem Jesus interpela Maria e José: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar na Casa de meu Pai?” (Lc 2,49.) Ele se referia ao Templo de Jerusalém, o único lugar da Terra onde Yahweh habitava, segundo a mentalidade dos judeus. Por isso mesmo, todos os anos, atravessavam mares e desertos para ali adorar o Senhor.
No Evangelho, Jesus chega ao Templo e vê com desgosto que o pátio fora transformado em feira, onde vendiam os animais a serem sacrificados como vítimas cultuais. O mesmo comércio aglomerava os cambistas, que trocavam moedas para os fiéis provenientes do estrangeiro. Um ambiente de ruídos, mau cheiro, cacofonia, movido por lucro e cobiça. Nada que dirigisse os corações para o Pai celeste.
É quando se manifesta em Jesus o “zelo pela Tua casa”. Com um chicote improvisado de cordas, enxota os animais e derruba as bancadas dos cambistas, provocando revolta e contestações. Como sinal de sua autoridade, Jesus fala de um “templo” (o seu próprio corpo), a ser reconstruído (pela ressurreição) três dias após sua destruição (pela morte). Sim, muito mais que no edifício do Templo, Deus habitava em Jesus Cristo. Hoje, muito mais que em nossas igrejas, Deus habita no coração dos homens, na menininha deficiente, no embrião que pretendem transformar em matéria-prima de pesquisa genética.
A Igreja sabe disso. Daí sua firme posição em defesa da vida. Pois de nada nos adianta adorar a Deus nos templos de pedra, se não somos capazes de reconhecer sua presença em templos humanos... Criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano não pode ser objeto de lucro e de comércio. Seu coração é o verdadeiro templo onde Deus quer habitar. Já no mundo neopagão, os homens são pesados e medidos. As mulheres têm um preço. Órgãos para transplante são objeto de contrabando. Nada é sagrado.
E nós? Ainda somos sagrados para Deus?
Orai sem cessar: “Antes de modelar-te no seio de tua mãe, eu te consagrei...” (Jr 1, 5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Igreja, lugar do nosso encontro com o Senhor
Queremos assumir que vamos à igreja para nos
encontrarmos com o Pai. E o encontro com Ele deve ser a coisa mais importante.
“O zelo por tua casa me consumirá.” (Jo 2,17)
Hoje, celebramos a dedicação à Basílica de São João de Latrão.
Em Roma existem quatro basílicas papais; a mais conhecida é a de São Pedro, mas
temos a Basílica de Santa Maria, a maior; a Basílica de São Paulo fora dos
muros e aquela que foi a primeira igreja construída em Roma, onde era a sede da
Igreja. Esta, tida como a Catedral de Roma, é chamada de São João de Latrão,
dedicada à glória de Deus, ao culto d’Ele; ao mesmo tempo, representa o governo
da Igreja, sua sede edificada sobre Pedro.
Meus irmãos, celebrar um culto à Igreja é, antes de tudo,
reconhecer o templo, o local da celebração como lugar da presença de Deus. Uma
vez que nós celebramos a igreja mãe, que está em Roma, celebramos as igrejas
que estão no mundo inteiro. Quando celebramos a Catedral de Roma, estamos
celebrando aquela que é a mãe de todas as igrejas.
Nós podemos fazer a seguinte pergunta: para que serve um templo,
uma basílica, uma catedral, uma igreja? Para o culto a Deus, para que neste
lugar o nome d’Ele seja exaltado, louvado, glorificado, adorado acima de
qualquer outra coisa.
Nós nos enganamos quando vamos à igreja simplesmente para pedir
favores a Deus ou para nos encontrarmos com as pessoas. A igreja é lugar do
nosso encontro com o Senhor, onde Ele se faz presente de forma mais excelente e
eficaz. A igreja é o lugar da morada do Senhor. Que respeito, que zelo devemos
ter para com a casa do Pai!
Infelizmente, meus irmãos, aquilo que os mercadores fizeram com
o templo nós também fazemos com a casa de Deus. Sim, dentro de um templo há
muita conversa, muita bagunça. Às vezes, não conseguimos sequer rezar, porque é
conversa para lá e para cá, é um festival de vaidades, roupas, cabelos… Fazem
da casa do Senhor uma passarela.
Quando celebramos a Igreja, que é a mãe de todas as igrejas, nós
queremos assumir aquilo que Jesus fez, ou seja, expulsar da casa de Deus aquilo
que não é d’Ele e assumir todo zelo pela casa do Senhor. Assumir que vamos à
igreja para nos encontrarmos com o Pai. E o encontro com Ele deve ser a coisa mais
importante quando nos dirigimos a casa do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE

Preparo-me para a Leitura Orante,
fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que circulam neste ambiente virtual.
Graça e Paz a todos os que se reúnem
aqui, na web, em torno da Palavra.
Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode
ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham
festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre
(bis)
- Sua fidelidade dura eternamente
(bis)
- Toda a terra aclame, cante ao
Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor
(bis)
- Nossas mãos orantes para o céu
subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste
hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo
Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)
1. Leitura
(Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 2, 13-22.
Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de
Jerusalém. No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e
pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o
povo. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e
também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as
moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas:
- Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado!
Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que
dizem: "O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como
fogo."
Aí os líderes judeus perguntaram:
- Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer
isso?
Jesus respondeu:
- Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias!
Eles disseram:
- A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai
construí-lo de novo em três dias?
Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. Quando
Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e
então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.
O Evangelho nos fala do templo,
que é símbolo da religião. Em Jerusalém, no tempo de Jesus, o templo era o
lugar privilegiado de encontro com Deus. A celebração da Páscoa consumia grande
quantidade de bois, ovelhas e pombas; com licença das autoridades do templo, um
átrio se convertia em estábulo ou mercado. Para o tributo do templo ou para
oferendas voluntárias, o povo que vinha de outros países tinha que trocar
dinheiro. Jesus chega a Jerusalém por ocasião da festa de Páscoa, e expulsa
todos do templo: os comerciantes, e também os próprios animais do sacrifício.
Simbolicamente, ele expulsou o culto praticado ali. (Zc 14,21)
"O zelo por tua casa me devora", diz Jesus tomando as palavras do
Salmo 69,10. Jesus quer purificar o templo que se transformara em lugar de
comércio, de troca de moeda, de exploração do povo pobre e de enriquecimento da
classe sacerdotal. A ação de Jesus podia ser interpretada por seus
contemporâneos na linha dos protestos proféticos contra a profanação da casa de
Deus. Purificar, limpar aquele templo era o sinal de que a era messiânica havia
chegado. A ação de Jesus era grave porque o templo era o centro econômico,
político e ideológico do judaísmo daquela época. Jesus estava atacando a raiz
da estrutura social.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
A reação de Jesus diante dos vendedores e
cambistas que comerciavam dentro do templo de Jerusalém, serve para nós como
uma exortação para que não instrumentalizemos as coisas de Deus, como
suporte dos nossos interesses. Ao mesmo tempo em que nós devemos respeitar a
casa de Deus como um lugar sagrado, de recolhimento e oração, nós também
precisamos fazer do nosso interior um templo sagrado onde habita Deus. Assim
como Jesus expulsou os vendilhões do templo, nós também com toda determinação
necessitamos expulsar do nosso coração tudo o que possa transformar o nosso
interior numa casa de negócios, onde paire os pensamentos maus, interesseiros e
as más intenções. "O zelo por tua casa me devora". O bem-aventurado
Alberione transmitiu à Família Paulina uma espiritualidade integral que
engloba toda a pessoa: mente, vontade e coração. Segundo ele, nossos
pensamentos motivam nossos sentimentos e estes, determinam as nossas
ações.
Pense um pouco:
- o que tem ocupado os seus pensamentos?
- As motivações
que tenho são saudáveis para a minha vida e a dos meus irmãos?
- Tenho
dificuldade em perdoar, deixando " ïnutilidades" no meu
coração?
Confio em Deus?
3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com
a oração:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus?
Meu olhar, neste dia, será iluminado pela
presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração, sua morada e Templo.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai
Santo, vendo a pluralidade e a diversidade de teus filhos, nós damos graças
pelo sinal de unidade que deixaste entre nós, o Papa. Ele não se esquece de
pedir orações e nós as fazemos por ele: ilumina, Pai amado, os seus caminhos,
que são os nossos caminhos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.

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