domingo, 9 de novembro de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 09/11/2025

ANO C


32º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Branco

FESTA DA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO

“Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (João 2,16)

Jo 2,13-22

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos hoje, o dia em que foi consagrada a Deus a Basílica do Latrão. Ela é a primeira Catedral de Roma e considerada a mãe de todas as igrejas da cidade de Roma e do mundo. Marca a liberdade que o culto cristão ganhou após longa perseguição e que a Igreja não é somente uma realidade espiritual, mas também visível.
https://diocesedeapucarana.com.br/storage/106197/09-de-novembro-2025-Dedica%C3%A7%C3%A3o-do-Latr%C3%A3o.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, celebramos hoje o aniversário da dedicação da Basílica do Latrão, Catedral da Diocese de Roma e mãe de todas as igrejas. Contemplamos hoje o mistério da Igreja, Corpo Místico de Cristo, presente no mundo inteiro como Sacramento de Salvação, que se expressa em cada casa de oração, onde nos reunimos para fazer memória do Senhor Ressuscitado. Agradeçamos a Deus o dom de sermos Igreja e peçamos que Ele nos santifique e complete em nós a obra começada.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Ano-49C-59-DEDICACAO-DA-BASILICA-DO-LATRAO.pdf

“TINHA VISTO EM SONHOS QUE A BASÍLICA DE LATRÃO ESTAVA PARA RUIR, MAS FORA SUSTENTADA POR UM RELIGIOSO”

“Dedicar/consagrar” um lugar a Deus é um rito de todas as religiões: “reservar” a Deus um lugar, onde dar-lhe honra e glória. Quando o imperador Constantino deu plena liberdade aos cristãos (ano 313), não pouparam esforços para construir templos ao Senhor. Por isso, muitas igrejas foram construídas naquela época. O próprio imperador deu o exemplo, mandando construir uma magnífica Basílica no Monte Célio, em Roma, no lugar do antigo Palácio de Latrão, que o Papa Silvestre I havia dedicado ao Santíssimo Salvador (318 ou 324). Ali, foi construída uma Capela dedicada a São João Batista, que servia de batistério: no século IX, o Papa Sérgio III confirmou a dedicação a João Batista. Por fim, no século XII, Papa Lúcio II também a dedicou a São João Evangelista. Daí a denominação da Basílica Papal do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e Evangelista de Latrão. A Basílica é considerada pelos cristãos como a principal, a mãe de todas as igrejas do mundo.
Ao longo dos séculos, a Basílica foi destruída várias vezes, mas sempre reconstruída: sua última reconstrução deu-se sob o Pontificado de Bento XIII, que a reconsagrou em 1724. Desde então, a festa que hoje celebramos, foi estendida a toda a cristandade. Mas, para além da dedicação, a construção de uma igreja pode representar um verdadeiro serviço à obra de Deus. Foi assim que entendeu São Francisco de Assis na sua experiência dos primeiros tempos de sua conversão, conforme atesta sua biografia: “Já inteiramente mudado de coração, e quase mudado no corpo, andava um dia pelos arredores da Igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente. Tocado por uma sensação que era nova para ele, sentiu-se diferente do que tinha entrado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: ‘Francisco, vai e repara minha casa que, como vês, está toda destruída’. A tremer, Francisco espantou-se não pouco e ficou fora de si com o que ouviu. Tratou de obedecer e se entregou à obra” (Tomás de Celano – Vida II, primeiro livro, capítulo 6, n. 10). Ele entendera que se tratava da reconstrução do templo de pedra. Porém, com o passar do tempo, ele descobrirá que Deus lhe reservara a missão de ajudar a reconstruir a sua Igreja, o Novo Povo de Deus.
Também o revelam os escritos sobre sua vida, ao contar sobre seu encontro com o Papa. De forma surpreendente, a Basílica de São João do Latrão é mencionada nesse encontro: “Na ocasião em que se apresentou com os seus ao Papa Inocêncio, para pedir a aprovação de sua Regra de vida, o Papa achou que seu propósito era acima de suas forças e, como era dotado da maior discrição, disse-lhe: ‘Meu filho, pede a Cristo que nos manifeste sua vontade, para que possamos concordar com maior segurança com os teus propósitos’. O santo obedeceu à ordem do Pastor supremo e correu a Cristo confiantemente. Rezou bastante e exortou os irmãos a suplicarem a Deus com devoção. Obteve uma resposta na oração e contou aos filhos a salutar novidade. A conversa familiar com Cristo foi conhecida numa parábola... O santo gostou muito da parábola e foi logo contar o oráculo sagrado ao Papa... O Papa ficou admirado da parábola que lhe foi contada e reconheceu que Cristo tinha falado sem dúvida naquele homem. Recordou-se de uma visão que tivera poucos dias antes, afirmando que deveria cumprir-se naquele homem, ensinado pelo Espírito Santo. Tinha visto em sonhos que a basílica de Latrão estava para ruir, mas fora sustentada por um religioso, homem insignificante e desprezível, que a firmara com seu ombro para não cair. E disse: ‘Na verdade este é o homem que, por sua obra e sua doutrina, haverá de sustentar a Igreja’. Foi por isso que aquele senhor se inclinou tão facilmente para o seu pedido. E por isso, cheio de devoção, sempre teve especial predileção pelo servo de Cristo” (Tomás de Celano – Vida II, primeiro livro, capítulo 11, n. 16- 17). Tratava-se naquela época, como também hoje, da Igreja Catedral da qual o Papa é o Bispo. São Francisco ajudaria o Papa a sustentá-la. Talvez hoje Deus esteja pedindo também essa missão a cada um de nós.
D. Rogério Augusto das Neves
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Sé
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Ano-49C-59-DEDICACAO-DA-BASILICA-DO-LATRAO.pdf

Comentário do Evangelho

Purificar o Templo: o zelo por Deus renova tudo


No evangelho de hoje, contemplamos Jesus Cristo subindo a Jerusalém para a festa da Páscoa e encontrando o Templo profanado por atividades de comércio — uma casa de oração transformada em mercado. Ao expulsar os vendedores e cambistas, Jesus nos mostra que o Templo não é apenas um edifício externo, mas a morada viva de Deus.
A visão da Ezequiel nos adverte que as águas que fluem do Templo são sinal de vida e purificação, e por isso somos chamados a ser esse “templo vivo”. Assim, cada cristão torna-se o lugar onde o Espírito Santo habita. A segunda leitura afirma que somos “construção de Deus” — quando a casa está profanada, ela perde sentido; quando o coração está fechado ao amor e à justiça, a “casa de Deus” sofre.
Hoje, somos convidados a examinar se guardamos o Templo que somos: se cultivamos a presença de Deus em nosso interior, se permitimos que o comércio — da vaidade, do egoísmo, do mundanismo — invada nossa vida. Jesus quebra o comércio no Templo para que retorne o louvor; ele destrói o Templo do seu corpo para levantar-se ao terceiro dia e inaugurar a Nova Aliança.
Que a celebração desta festa — da Basílica de São João de Latrão, “mãe e cabeça de todas as igrejas” — nos inspire a viver como templo onde Deus se revela com poder e mansidão, a reconquistar o espaço interior pela oração, pela partilha e pelo compromisso com o Reino.
https://catequisar.com.br/liturgia/purificar-o-templo-o-zelo-por-deus-renova-tudo/

Reflexão

O Evangelho apresenta uma questão sobre a ressurreição posta pelo grupo conservador dos saduceus. A ressurreição é o antigo e sempre atual questionamento sobre o que acontece depois da morte. Os saduceus são os guardiões do templo e da Lei. Eles só aceitam o Pentateuco, que nada fala de ressurreição, por isso apresentam o caso da mulher que teve sete maridos (lei do levirato). Na ressurreição, de quem ela será esposa? Eles apresentam esse caso para mostrar o absurdo da ressurreição. Jesus responde que o mundo após a morte não é reprodução do presente, ressurreição não é reanimação de um cadáver. O Deus da revelação é Deus dos vivos (Abraão, Isaac e Jacó). O sentido da vida humana é viver para Deus, e uma vida assim vivida não conhece fim. O Deus criador da vida é também o ressuscitador que leva o ser humano à sua plenitude. Amando o Deus que é amor, permaneceremos com ele nesta vida e na eternidade.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/9-domingo-10/

Reflexão

«Destruí este templo, e em três dias eu o reerguerei»

Rev. D. Joaquim MESEGUER García
(Rubí, Barcelona, Espanha)

Hoje, nesta festa universal da Igreja, lembramos que obstante Deus não pode ser contido entre as paredes de nenhum edifício do mundo, desde muito tempo atrás o ser humano sentiu a necessidade de reservar espaços que favoreçam o encontro pessoal e comunitário com Deus. No início do cristianismo, os locais de encontro com Deus eram as casas particulares, nas que reuniam-se as comunidades para a oração e a fração do pão. A comunidade reunida era — como também é hoje—o templo santo de Deus. Com o passar do tempo, as comunidades foram construindo edifícios dedicados às reuniões litúrgicas, a predicação da Palavra e a oração. E assim como no cristianismo, com o passo da perseguição à liberdade religiosa no Império Romano, apareceram as grandes basílicas, entre elas São João de Letran, a catedral de Roma.
São João de Letran é o símbolo da unidade de todas as Igrejas do mundo com a Igreja de Roma e, por isso esta basílica ostenta o título de Igreja principal e mãe de todas as Igrejas. Sua importância é superior à da mesma Basílica de São Pedro do Vaticano, pois na realidade esta não é uma catedral, senão um santuário sobre o túmulo de São Pedro e o local de residência atual do Papa que, como Bispo de Roma, tem na Basílica Lateranense sua catedral.
Mas não podemos perder de vista que o verdadeiro local de encontro do homem com Deus, o autêntico templo, é Jesus Cristo. Por isso, Ele tem plena autoridade para purificar a casa do seu Pai e pronunciar estas palavras: «Destruí este templo, e em três dias eu o reerguerei» (Jo 2,19). Graças à entrega da sua vida por nós, Jesus Cristo fez dos crentes um templo vivo de Deus. Por esse motivo, a mensagem cristã lembra-nos que toda pessoa humana é sagrada, está habitada por Deus e, não podemos profana-la usando-a como um meio.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Quando recordarmos a Consagração de um templo, pensemos no que São Paulo disse: "Cada um de nós é um templo do Espírito Santo". Oxalá conservemos a nossa alma bela e limpa, como Lhe agrada a Deus que sejam os seus templos santos» (Santo Agostinho)

- «Hoje, festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, recordemos como o Senhor deseja habitar em cada coração. Mesmo se por acaso nos afastemos Dele, a Nosso Senhor bastão apenas três dias para reconstruir o Seu templo dentro de nós» (Francisco)

- «As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma de entre elas: a Igreja Romana, «que preside à caridade (...). 0 Senhor fez de Pedro o fundamento visível da sua Igreja. Deu-lhe as chaves dela. O bispo da Igreja de Roma, sucessor de S. Pedro, é «a cabeça do colégio dos bispos, vigário de Cristo e pastor da Igreja universal neste mundo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 834 e 936)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-11-09

Reflexão

Dedicação da Basílica do Laterano em Roma

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje celebramos a Dedicação da basílica de São João de Latrão, chamada “mãe e cabeça de todas as Igrejas da Urbe e o Orbe”. Esta basílica foi a primeira em ser construída depois do edito do imperador Constantino (ano 313 dC), concedendo ao cristianismo a liberdade de religião. Constantino também doou ao Papa Melquíades a antiga propriedade da família dos Laterani e, ai fez construir a basílica, o batistério e a residência do Bispo de Roma, onde moraram os Papas até o período avinhonés.
O Papa Silvestre celebrou a dedicação da basílica no ano 324 e, o templo foi consagrado ao Santíssimo Salvador. Mais tarde foram acrescentados os nomes de São João Batista e São João Evangelista, de onde deriva sua denominação mais conhecida. Esta festa, a partir de 1565, estendeu-se a todas as Igrejas do rito romano.
—Honrando o edifício sagrado queremos expressar amor e veneração à Igreja romana que preside na caridade a toda a comunhão católica.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-11-09

Comentário do Evangelho

Vivamos em unidade com a Igreja de Roma, que preside a Igreja universal na caridade


Hoje, unimo-nos especialmente ao Bispo de Roma. Por vezes pensamos que o Vaticano é a “catedral” da Igreja Católica, mas não é assim! A Igreja Universal existe e manifesta-se nas Igrejas Particulares, ou seja, nas dioceses. Entre estas sobressai a de Roma porque “preside na caridade”. Em todo o caso, Jesus Cristo - o verdadeiro Templo de Deus - está em todas essas Igrejas Particulares.
- Jesus encarregou Simão Pedro de velar pela fé dos fiéis. Pedro estabeleceu a sua Sede em Roma e, desde então, todos os Papas que lhe sucedem exercem a sua missão desde aí, sendo a Basílica de São João de Latrão a sua catedral.
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-11-09

HOMILIA

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

“Esta casa eu escolhi e santifiquei, para nela estar meu nome para sempre.” É nosso Deus desejoso de estar entre nós já aqui na terra, é o Deus-conosco. Mas como Ele mesmo sonha um templo para si?
Pelo profeta Ezequiel, sua presença no seu templo em Jerusalém é comparada a uma água que desce para o vale do Jordão, desemboca nas águas salgadas do mar morto e elas se tornam saudáveis. “Onde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade e haverá vida onde chegar o rio.” Sua presença será geradora de vida e poderíamos chamar o seu templo de casa-fonte-de-vida.
Mas “com pedras vivas e escolhidas preparais um templo eterno para vossa glória”. Pedras vivas somos nós, humanos. Assim, Ele não aspira simplesmente estar ao nosso lado, numa casa-fonte-de-vida para a humanidade, mas espera fazer de nós a sua casa.
E não é Jesus, seu eterno Filho, sobretudo em sua crucifixão, neste auge e plenitude de sua encarnação entre nós, a plena realização dessa casa-fonte-de-vida? Não é assim que o evangelista o vê, em seu peito transpassado pela lança, jorrando sangue e água? Ao lado da água, o sangue é um particular símbolo da vida. O crucificado, casa de Deus, casa-fonte-de-vida!
Jesus, porém, é o Primogênito do Pai numa multidão de irmãos e irmãs. E assim podemos dizer que segui-lo devidamente é, também, aprender com Ele a sermos esse templo de Deus, essa casa-fonte-de-vida para o próximo. São Paulo nos diz: “vós sois construção de Deus. Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?”.
E se Jesus é quem, por excelência, também em sua humanidade, constituiu-se naquele sonhado templo de Deus, nós nos fazemos esse mesmo templo a partir dele. É ainda Paulo a nos lembrar: “ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já colocado: Jesus Cristo”.
Contudo, hoje estamos celebrando o aniversário da dedicação de um templo de tijolos, mais precisamente do primeiro templo cristão, a basílica do Papa, na cidade de Roma. Templos como esse têm seu sentido enquanto se fazem espaço para que a presença de Deus faça deles casa-fonte-de-vida e não “casa de comércio”, de exploração.
Mas jamais nos esqueçamos de qual templo ou morada Deus realmente busca para si: somos nós, é o nosso corpo, a partir do qual Ele quer ser apenas Ele mesmo, o Deus da vida, que gera vida!
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=09%2F11%2F2025&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: Ó DEUS, como pedras vivas e escolhidas preparais um templo eterno para a vossa glória; aumentai na vossa Igreja os dons do Espírito que lhe destes, para que vosso povo fiel cresça sempre mais, edificando a Jerusalém celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=09%2F11%2F2025&leitura=meditacao

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