quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 17/01/2024

ANO B


Mc 3,1-6

Comentário do Evangelho

Jesus revela a face de Deus

Trata-se da última disputa nessa seção denominada de “controvérsias galileanas”. Uma vez mais, o objeto da controvérsia é o descanso sabático. Os opositores de Jesus estão sempre à espreita com intuito de pegá-lo e eliminá-lo (cf. 3,1.6). Efetivamente, a compreensão e a prática da Lei por parte de Jesus são tão desconcertantes que, para uma mentalidade da estrita observância da Lei, só há a certeza de que o outro está “fora da lei” e blasfema. Para um homem de fé, instruído na Lei, a alternativa vida ou morte não é sequer razoável (cf. Mc 3,4); ela contradiz a Lei cuja finalidade última é preservar o dom da vida e da liberdade. O silêncio dos opositores de Jesus diante da pergunta leva o narrador do evangelho a concluir que a resistência deles se devia à esclerocardia (= “dureza de coração” – v. 5). Esse fechamento extremo impede de reconhecer o tempo messiânico (cf. Is 35,3ss). O autor do evangelho antecipa o motivo da condenação e morte de Jesus (cf. Mc 3,6). Essa antecipação fez com que muitos comentaristas considerassem o evangelho de Marcos como um grande relato da paixão e morte do Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal.
Fonte: Paulinas em 22/01/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

A cura do homem com a mão seca


O evangelista São Marcos relata cinco controvérsias geradas pela atividade de Jesus. A primeira e a última acontecem em torno de uma cura: a cura do paralítico e a cura da mão seca de um homem. A segunda e a quarta, em torno de uma refeição: a refeição com os pecadores e a colheita de espigas. A terceira, que está no centro, diz respeito à prática do jejum. É inacreditável a conclusão das controvérsias.
Fariseus e herodianos, que geralmente não se davam, unem-se e decidem eliminar Jesus. É também inacreditável a dureza de coração dos fariseus que estavam na sinagoga. Não se pergunta se é permitido em dia de sábado fazer o bem ou fazer o mal. O sábado não está no centro, mas sim a pessoa que necessita de que alguém lhe faça o bem. O que se faz ou se deixa de fazer deve ter a marca da misericórdia.
Parece mais tranquilo observar normas e leis do que exercer a misericórdia. Assina-se um decreto em um papel chancelado e dorme-se em paz! Não pergunte se é permitido ou se é proibido. Faça o que for melhor, não para você, mas para o outro; faça o que constrói e liberta, o que abre perspectivas e traz alegria e paz. Coração de pedra não é humano.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Ainda hoje há ‘pessoas espiando’ o que vamos fazer no sábado... Vamos praticar o Bem, ou o Mal? Curar, ou deixar ficar? Libertar ou ignorar a injustiça? Religião cristã é a re-leitura da vida com os olhos e os critérios de Jesus de Nazaré e, a partir daí, assumir as atitudes consequentes, mesmo que sejam perigosas ou desafiadoras.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/01/2014

VIVENDO A PALAVRA

Ainda hoje há ‘pessoas espiando’ o que vamos fazer no sábado (e também nos outros dias). Vamos praticar o Bem, ou o Mal? Curar, ou deixar ficar como está? Libertar ou ignorar a injustiça? Religião cristã é a releitura da vida com os olhos e os critérios de Jesus de Nazaré e, a partir daí, a tomada das atitudes consequentes, mesmo que sejam perigosas ou desafiadoras.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/01/2020

Reflexão

A vivência legalista e proibitiva da religião é uma das maiores manifestações da dureza de coração que pode acontecer na vida das pessoas. Quando isso acontece, as pessoas não são capazes de descobrir os valores que devem marcar o nosso relacionamento entre nós mesmos e entre nós e o próprio Deus, e a religião acaba por se tornar um mero cumprimento de obrigações e de ritos, numa verdadeira bruxaria. Esta forma de religião acaba por ter como um dos seus principais fundamentos a relação de poder, o autoritarismo e a estratificação social a partir da fé das pessoas. É por isso que as autoridades do tempo de Jesus procuram descobrir a maneira como haveriam de matá-lo.
Fonte: CNBB em 22/01/2014

Reflexão

Na sinagoga, outro conflito entre os fariseus e Jesus. Aferrados à observância do sábado, eles têm visão curta para a realidade e são insensíveis às necessidades das pessoas. No caso, um homem com mão paralisada. Jesus dispara uma pergunta tão adequada, que a assembleia emudece: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou matar?”. A resposta é óbvia, mas os fariseus não querem se comprometer. Calam-se, mas no seu interior tramam a eliminação de Jesus, que tem boas razões para ficar indignado: “por causa da dureza do coração deles”. Não beneficiam o ser humano enquanto estão apegados a uma lei caduca, desumana. Não querem deixar livre um pregador que defende a pessoa, libertando-a das opressões ideológicas e sociais.
Oração
Ó Jesus Libertador, num sábado curas um homem com a mão paralisada, e ele exulta por poder voltar ao trabalho. No entanto, fariseus e herodianos, escravos da letra da Lei, não se alegram com essa libertação; ao contrário, tramam tua morte. Livra-nos, Senhor, de pessoas mal intencionadas. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 22/01/2020

Reflexão

Na sinagoga, Jesus encontra resistência dos adversários e é lá onde realiza diversos sinais miraculosos. Seus adversários ficam de olho para ver o que o Mestre vai fazer com o homem de mão paralisada, sempre preocupados com a questão do sábado. Jesus se coloca novamente contra a observância religiosa desumana, que torna o sábado superior e mais importante que o ser humano. O relato mostra que não deve haver restrições de tempo e espaço para fazer o bem. Jesus sempre se sentiu muito livre para realizar o bem, mesmo transgredindo certas tradições do seu tempo. Por causa dessa liberdade, os adversários procuram eliminá-lo. Não conseguem ver os avanços que o Mestre propõe a respeito de certas normas mosaicas. O relato do texto de hoje, mais uma vez, mostra a opção que Jesus fez em vida, trazer para o centro quem está à margem da sociedade.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 19/01/2022

Reflexão

Na sinagoga, outro conflito entre os fariseus e Jesus. Aferrados à observância do sábado, eles têm visão curta para a realidade e são insensíveis às necessidades das pessoas. No caso, um homem com mão paralisada. Jesus dispara uma pergunta tão adequada, que a assembleia emudece: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou matar?”. A resposta é óbvia, mas os fariseus não querem comprometer-se. Calam-se, mas no seu interior tramam a eliminação de Jesus, que tem boas razões para ficar indignado: “por causa da dureza do coração deles”. Não beneficiam o ser humano enquanto estão apegados a uma lei caduca, desumana. Não querem deixar livre um pregador que defende a pessoa, libertando-a das opressões ideológicas e sociais.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«Em dia de sábado, o que é permitido: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matar?»

Rev. D. Joaquim MESEGUER García
(Rubí, Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus ensina-nos que há de obrar o bem o tempo todo: não há um tempo para fazer o bem e outro para descuidar o amor aos demais. O amor que vem de Deus conduz-nos à Lei suprema que deixou-nos Jesus no novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei» Jesus não derroga nem critica a Lei de Moisés, já que Ele mesmo cumpre seus preceitos e acode à sinagoga o sábado; o que Jesus critica é a interpretação estreita da Lei que fizeram os mestres e os fariseus, uma interpretação que deixa pouco lugar à misericórdia.
Jesus Cristo veio proclamar o Evangelho da salvação, mas seus adversários, longe de deixar-se persuadir, procuram pretextos contra Ele; «Outra vez, Jesus entrou na sinagoga, e lá estava um homem com a mão seca. Eles observavam se o curaria num dia de sábado, a fim de acusá-lo» (Mc 3,1). Ao mesmo tempo que vemos a ação da graça, constatamos a dureza do coração de uns homens orgulhosos que acreditam ter a verdade do seu lado. Experimentaram alegria os fariseus ao ver aquele pobre homem com a saúde restabelecida? Não, pelo contrário, obcecaram-se ainda mais, até o ponto de fazer acordos com o herodianos —seus inimigos naturais— para ver perder a Jesus, curiosa aliança!
Com sua ação, Jesus libera também o sábado das cadeias com as que o tinham amarrado os mestres da Lei e os fariseus e, lhe restituem seu verdadeiro sentido: dia de comunhão entre Deus e o homem, dia de liberação da escravidão, dia da salvação das forças do mal. Santo Agostinho disse: «Quem tem a consciência em paz, está tranquilo e, essa mesma tranquilidade é o sábado do coração». Em Jesus Cristo, o sábado abre-se já o dom do domingo.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Porque a verdade é que n´Ele, que tinha verdadeiro corpo e verdadeira alma de homem, essa afeição [entristecido] não era falsa. Por isso diz-se a verdade quando se afirma que Ele se indignou com ira perante a dureza de coração dos judios» (Santo Agostinho)

- «Outro motivo pelo qual se endurece o coração é o fechar-se sobre si mesmo; construir um mundo sobre si próprio. Estes “narcisistas religiosos”, que têm o coração duro, procuram defender-se com os muros que constroem ao seu redor» (Francisco)

- «O Evangelho relata numerosos incidentes em que Jesus é acusado de violar a lei do sábado. Mas Jesus nunca viola a santidade deste dia (cf. Mc 1,21; Jn 9,16). É com autoridade que Ele dá a sua interpretação autêntica desta lei: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (Mc 2, 27) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.173)

Reflexão

A primazia de Deus no “Reino”. Erro do marxismo

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje assistimos o começo do ministério público de Jesus Cristo: Explicava o Reino de Deus com parábolas, escolheu os apóstolos e realizou curas milagrosas. Estes “sinais” não eram a redenção mesma, senão que indicavam a chegada do Reino e seu baricentro: Deus.
Poderia se pensar que o primeiro critério para identificar ao redentor seria o “pão” (bem-estar...) para acabar com a “fome”. Pode se chamar “redentor” alguém que não responde a este critério? O marxismo fez precisamente deste ideal o centro de sua promessa de salvação: Acreditava transformar as pedras em pão, mas deu pedras em vez de pão...
—Está em jogo a primazia de Deus. Trata-se de reconhecê-la como uma realidade sem a qual nenhuma outra coisa pode ser boa. Não se pode governar a história com meras estruturas materiais, prescindindo de Deus. Se o coração do homem não é bom, nenhuma outra coisa pode ser boa. E a bondade de coração somente pode vir Daquele que é a Bondade mesma: Deus.

Recadinho

Nosso coração é cheio de bondade para com todos? - Podemos seguramente pedir que Deus tenha atitude igual para conosco? - Lembra-se de reservar espaços especiais para Deus em sua vida? - Em agradecimento a tantos dons, o que temos a oferecer a Deus? - Será que de fato somos todos iguais?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 22/01/2014

Meditação

“Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: ‘Estende a mão’. Ele a estendeu e a mão ficou curada.” Aceitamos que Jesus fique triste diante do sofrimento ou da maldade. Mas estranhamos quando Marcos diz que ficou “cheio de ira” diante da dureza do coração dos adversários. Isso porque, para nós, “ira ou cólera” têm o sentido de ódio, raiva, rancor. Mas ira, no bom sentido, é a reação adequada diante do mal e da injustiça; é o contrário da indiferença e da aceitação, e não se confunde com ódio.
Oração
Ó DEUS, chamastes o abade Santo Antão a vos servir no deserto numa vida heroica, concedei-nos por sua intercessão a graça de renunciar a nós mesmos e de amar-vos acima de tudo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus prioriza fazer o bem em vez de guardar o sábado


Hoje, ficamos desgostosos perante a maldade daqueles fariseus: adaptavam a religião às suas opiniões, em vez de se perguntarem que é que Deus deseja. Os seus corações não se alegraram com o milagre de Jesus: curou um homem que tinha uma mão paralítica. Mas como o fez ao sábado, aborreceram-se.
- Não te parece ridículo? O culto a Deus é autêntico se me leva a amar os outros.

Meditando o evangelho

FAZER O BEM É SEMPRE PERMITIDO

Jesus sabia-se livre para fazer o bem, mesmo atropelando as tradições religiosas de seu tempo. Sua liberdade, entretanto, podia ser mal entendida e tomada como uma forma irresponsável de chocar a sensibilidade religiosa alheia. Ou, então, como uma espécie de anarquismo, onde regras e normas são tranquilamente atropeladas.
Uma consciência profunda de ser servidor do Reino de Deus movia a ação de Jesus. Enquanto servo, ele se colocava à disposição do Pai, cuja vontade estava sempre pronto para cumprir. O desígnio do Pai era que o Reino acontecesse de maneira efetiva na vida das pessoas, resgatando-as de tudo quanto pudesse mantê-las cativas. A doença é uma forma de limitação da força vital concedida a cada ser humano. Libertar-se dela é sinal de resgate do dom original de Deus. Por isso, quando se tratava de recuperar a saúde de alguém, Jesus passava por cima de todas as convenções religiosas.
A pressão sofrida por parte dos fariseus não intimidava Jesus. Ele não curava às escondidas, nem se preocupava de saber se estava agradando ou não a seus críticos. Um homem foi curado no meio da sinagoga repleta, num dia de sábado. Era inadmissível para Jesus vê-lo com sua deficiência física e se omitir. Embora atraísse o ódio de muitos sobre si, escolheu o caminho da fidelidade ao Pai, restituindo ao homem o pleno uso de sua mão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tua liberdade para servir ao Pai e ao Reino são uma referência para mim. Que também eu seja livre para fazer sempre o bem ao meu próximo.
Fonte: Dom Total em 22/01/2014 22/01/2020

Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 22/01/2014

Meditando o evangelho

A MÃO RECUPERADA

A deficiência física do homem encontrado por Jesus, na sinagoga, era mais grave do que, à primeira vista, se podia imaginar. Na antropologia bíblica, a mão está carregada de simbolismo. A partir deste universo simbólico é que se deve interpretar a situação do homem da mão ressequida.
A mão está ligada à ideia de força e de poder. Estar na mão do outro significava estar sob o seu poder. Para falar do poder da língua, um provérbio bíblico refere-se à "mão da língua". A expressão "salvar-se com as próprias mãos" tinha o sentido de salvar-se com as próprias forças. Diz-se que os habitantes de determinada cidade não puderam fugir, por ocasião de um incêndio, porque "as mãos não estavam com eles", isto é, não tinham forças nem possibilidade de escapar. A mão direita era sinal de força, de sabedoria e de felicidade. Já a mão esquerda era sinal de fraqueza, de ignorância e de desgraça.
Entende-se, assim, por que a iniciativa de cura foi de Jesus e não do homem doente. Este havia se tornado uma pessoa sem iniciativa e incapaz de lutar por seus direitos. Nestas condições, era vítima da desumanização.
Curando-o, Jesus tomou a iniciativa de humanizá-lo, de fazê-lo voltar a ser gente, com força e poder para lutar pelos seus direitos. É como se tivesse sido recriado! Com a mão recuperada, estava novamente apto para fazer o bem.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal.
Fonte: Dom Total em 19/01/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Os Moralistas de plantão...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na sinagoga havia muita gente piedosa, mas havia também os moralistas de plantão, aqueles que ficam de olho na vida das pessoas, quem são e o que fazem, para poder condená-las. Naquele dia havia um homem na celebração que sofria de uma enfermidade em uma das mãos, e como era sábado, a "turma do amendoim", dos que gostam de fazer tudo certinho, ficaram de olho em Jesus porque sabiam que ele iria querer curar aquele homem e era dia de sábado.
Jesus sempre percebia as intenções dos seus adversários e então chamou para o meio da comunidade o homem da mão seca, e fez uma pergunta muito provocante "No sábado é permitido fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou matar?". Os seus adversários ficaram sem resposta...
O que está no centro da lei de Moisés é o homem e a sua vida, o resto é relativo. Todo dia e toda hora é hora de se fazer o bem, nenhuma lei poderá cercear a liberdade de se fazer o bem a uma pessoa. Para o homem que teve a sua mão curada, a partir daquele dia o Sábado passou a ter um significado especial, pois foi o dia em que ele fez a experiência com Jesus Cristo, o Deus da Vida que quer o bem de todos.
Já os Fariseus, cumpridores ferrenhos de toda a lei, naquele sábado, longe de estar perto de Deus em seu repouso, premeditaram o mal em seus corações, quando decidiram conspirar contra Jesus para prendê-lo. Quando somos moralistas em excesso, e agimos com rigor ao olhar o comportamento do irmão, não experimentamos o que Deus tem de mais especial para o homem: sua misericórdia e seu infinito amor.
Esse Cristo que coloca a Vida e a dignidade das pessoas acima de qualquer lei ou interesse continua a incomodar a muitos que querem "matá-lo" no coração das pessoas, no seio da família e até nas comunidades.

2. O homem estendeu a mão, que ficou curada - Mc 3, 1-6
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Estamos começando a leitura do capítulo terceiro do Evangelho de Marcos. Num dia de sábado, dia santo de guarda, Jesus cura um homem que tinha uma das mãos atrofiada. Segundo o modo de ver de alguns fariseus e herodianos que lá estavam, Jesus não podia curar num dia de sábado. Seria um trabalho, o que não era permitido no dia santificado. Na cena aparece um homem com deficiência física ao lado da lei sobre o repouso sabático. A lógica dos fariseus dizia: “Não cure hoje. É dia santo. Deixe para curar amanhã. Este homem pode ficar enfermo mais um dia e, assim, não pecar contra a vontade de Deus”.
A lógica de Jesus: leis, princípios, tradições foram feitos para o ser humano, e não o contrário. Santo aos olhos de Deus é a pessoa, e não dias e coisas. Quando duas pessoas estão uma diante da outra, e uma delas tem poder, Jesus espera que tal poder se manifeste em gestos de sensibilidade humana. Jesus olhou irado para os fariseus e os herodianos e ficou triste porque tinham coração de pedra. Homens e mulheres de Deus, chamados a serem pescadores de gente, não podem ser verdadeiros discípulos de Jesus se não tiverem um coração de gente.
Fonte: NPD Brasil em 22/01/2020

HOMILIA

JESUS CURA O HOMEM DA MÃO ALEIJADA

Nesse texto podemos ver claramente como o fanatismo e sectarismo cegam nossa mente. O homem se torna capaz de compreender o real sentido da fé, da espiritualidade e do bem estar da alma. Ele não é capaz de compreender que só com amor e fazendo bem ao próximo é que conseguirá ter a festa no céu. Que é vivendo e praticando a solidariedade com os que passam necessidades, com os doentes, com os que sofrem as catástrofes naturais no Rio de Janeiro, em São Paulo e m tantos outros lugares no Brasil e do mundo possuirá como herança a vida eterna lá no céu.
Sem amor a Lei pouco importa. Ela é morta e os que lhe são submissos estão condenados a desaparecer com ela. Aliás, a Lei não foi criada somente pra punir, mas, pra mostrar os limites ao homem. Quando Deus disse: "Não matarás", ele quis dizer que este ato é ruim, tanto para vitima, quando para o assassino. Mas, nossos desejos, maldades e cegueira não nos deixam compreender isso com facilidade. Assim o imbecil, com uma arma na mão, após matar uma pobre vitima, se acha esperto e até zomba da pobre alma que foi tirada da vida. No entanto, não sabe ele, que matando um inocente, ele está também matando a se próprio. Pois, cada vida tirada é uma penalização aumentada no carma de quem mata. Mesmo sem a antiga máxima de "olho por olho dente por dente", Jesus deixou claro que: "Quem com ferro fere com ele será ferido".
Então o que eleva a alma não são as leis, mas, os sentimentos que tem que ser puros, inocentes e iluminados. Por isso Jesus nos disse que se quisermos entrar no Reino dos céus temos que voltar a sermos crianças. E o que nos faz ser inocentes, puros de coração e de alma é o amor. Pois como nos ensina São Paulo, o amor é o vínculo da perfeição. E para São João, Deus é amor. Quem ama permanece em Deus. E para tal se manifestar o amor de Deus em nós, não temos outro caminho senão colocar seus mecanismos em pratica, que são caridade, humildade, misericórdia e bondade. Diz: dei-vos um exemplo, para que assim como eu fiz façais vós também.
Voltando ao evangelho de hoje, nos perguntamos: Então como Jesus poderia deixar de ajudar o pobre homem só porque era sábado? O sábado no Antigo Testamento que para nós cristãos o Domingo, é um dia consagrado ao Senhor. E o Senhor é o Senhor da vida e não da morte. Da saúde e não da doença. Da alegria e não da tristeza. Do perdão, da misericórdia, da liberdade e na da condenação.
Na verdade o que temos que praticar é o amor, a amizade e a misericórdia, para que o amor divino se manifeste em nós.
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 22/01/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUARTA

Fonte: Liturgia Comentada2 em 22/01/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deixe a graça de Deus fazer morada no seu coração

Fechar o coração para a graça de Deus significa ficar indiferente a dor do próximo, ao sentimento do próximo, a necessidade que o próximo tem!

”E perguntou-lhes: ‘É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?’ Mas eles nada disseram.” (Mc 3, 4)

Meus queridos irmãos e irmãs, nós hoje continuamos a reflexão sobre aquilo que começamos a fazer no dia de ontem: ”o sentido sagrado do sábado”, o repouso sabático para o judeu, para aqueles contemporâneos de Jesus, para os quais observar o sábado estava acima de qualquer coisa.
Por isso, quando o homem de mão seca se aproxima do Senhor, precisando da ajuda de Jesus, do toque de Jesus, da graça de Jesus, eles começam a observar: ”Será que Ele vai fazer o que não é permitido no dia de sábado?”. E aí o Senhor questiona se não seria permitido fazer o bem, se não seria permitido salvar uma vida ou se seria preferível deixá-la morrer, porque no sábado não se podia fazer nada. Eles simplesmente se calaram e nada responderam.
Isso, sim, provocou uma ”ira santa” em Jesus! Ele olhou ao Seu redor, movido por uma tristeza e por um abatimento por causa da dureza do coração daquelas pessoas. A única coisa que não pode acontecer com um homem religioso, uma mulher religiosa, um homem de Deus, uma pessoa que procura ser de Deus, é fechar o coração para a graça de Deus. E fechar o coração para a graça de Deus significa ficar indiferente à dor do próximo, ao sentimento do próximo e à necessidade que o próximo tem!
Não existe ”bitolamento religioso” maior do que nós irmos à Missa, a grupos de oração, rezarmos o nosso terço, adorarmos o Senhor e simplesmente sermos indiferentes à dor, ao sofrimento e à necessidade pelos quais o outro passa.
A religião que vivemos, irmãos e irmãs, deve ser a religião que ”cutuca” o coração, a religião que torna o coração mais sensível às necessidades e ao sofrimento do nosso próximo. Não podemos viver uma religião na qual estamos muito apegados a compromissos religiosos, reuniões para lá e para cá, orações de lá e cá (muitas pessoas se sentem muito religiosas quando rezam muito, quando têm muitos compromissos na Igreja), quando, na verdade, nem nos sobra tempo para cuidar dos sofrimentos daqueles que estão ao nosso lado e, muitas vezes, até dentro da nossa própria casa e da nossa própria família.
A “religião” que leva as pessoas a só rezarem e a não praticarem o amor e a caridade para com o próximo não é a de Jesus!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/01/2014

HOMILIA DIÁRIA

A pedrinha certa para vencermos os gigantes da vida

“Tu vens a mim com espada, lança e escudo; eu, porém, vou a ti em nome do Senhor todo-poderoso, o Deus dos exércitos de Israel que tu insultastes!” (I Sm 17,45)

Davi, o pequeno Davi, está diante de um grande desafio. As batalhas da vida são os desafios que nós temos e, às vezes, somos pequenos diante das grandes batalhas. O pequeno Davi está diante do gigante, do grande Golias, todos em Israel temiam aquele filisteu, sabia que ele era terrível e que ninguém podia vencê-lo.
Mas, desculpe-me, Israel estava olhando apenas os critérios humanos; Israel estava indo para a batalha olhando apenas olhando as aparências humanas. Davi não, pois, ungido pelo Senhor, ele tomou sobre si a responsabilidade.
“É o Senhor que me livrou da garra dos leões, Ele me salvará também deste filisteu”. Ele não estava confiando em suas forças, ele estava confiando na graça de Deus que o conduzia, que o ungia, que o levava, que o escolheu, insignificante, pequeno para ocupar aquele plano em Israel.

É Deus quem nos dá a sabedoria, é Deus quem nos dá a “arma”, a “pedrinha” certa para vencermos os gigantes da vida

Permita-me dizer: nós somos fracos, frágeis, débeis, e os desafios da vida são muitos, eles são grandes como o gigante Golias; quantos “golias” temos nessa vida… Mas nós não precisamos nos tornar gigantes, pelo contrário, temos de nos tornar pequenos porque grande é Deus. Precisamos nos tornar pequenos e humildes, mas profundamente confiantes na graça de que é Deus quem nos impulsiona, quem nos manda para a frente, quem nos unge com o Seu poder; é Ele quem vai conosco para todo e qualquer combate, quando, n’Ele, nós colocamos a nossa confiança.
É isto que Davi faz, ele coloca a sua confiança em Deus; e o gigante vinha pela escada, com as suas armas, com todo o seu poderio bélico; e Davi, com cinco pedrinhas colocadas na sua funda, acerta aquele gigante na testa e o vence.
É Deus quem nos dá a sabedoria, é Deus quem nos dá a “arma”, a “pedrinha” certa para vencermos os gigantes da vida. Por isso, não nos atemorizemos, não desanimemos, não nos sintamos fracassados, desanimados, derrotados porque não fomos para a batalha ou até porque, muitas vezes, perdemos a batalha para a “formiga”, pois, às vezes, somos derrotados até por “formigas”, mas não nos façamos fracos, mas nos façamos pequenos e sejamos fortalecidos pela graça de Deus, para enfrentarmos os “golias” da vida.
É Deus quem nos fortalece, é Ele quem está conosco em todo e qualquer combate.
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/01/2020

HOMILIA DIÁRIA

Permita que Jesus cure a sua mão seca

“Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!”. E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?”. (…) E Jesus disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada.” (Marcos 3, 3-5)

A mão seca, meus irmãos, representa o homem na sua incapacidade de dar e de receber. Mas não basta apenas ter uma mão aparentemente sadia para receber e para dar, porque nós podemos dar e receber de uma forma doentia, de uma forma errada. Jesus, com esse gesto, Ele cura o nosso modo de dar e de receber; Ele cura, muitas vezes, na raiz, um problema que nós temos na hora de oferecer o nosso amor ou na hora de receber o amor dos outros.
A nossa mão ficou doente desde aquela experiência dramática no Éden. Os nossos primeiros pais, Adão e Eva, não souberam receber o dom se ser imagem e semelhança de Deus, eles acabaram roubando, ao invés de acolher o dom. Ao estender a mão para pegar o fruto proibido, eles foram mordidos pela serpente, que os iludiu a respeito do amor de Deus, e suas mãos tornaram-se secas. Adão tornou-se incapaz de amar e ser amado; amor não se rouba; amor se recebe. Os dois achavam que poderiam possuir as coisas, as pessoas e, até mesmo, possuir a Deus. E o resultado foi trágico: nós nos tornamos homens e mulheres de mão seca.

Curar a mão seca é questão de vida ou de morte; se eu a mantenho aberta, recebendo e doando, eu produzo vida; do contrário, eu produzo morte

A vida em si tem um ciclo: alguém é amado, por isso, ama; recebe, por isso, dá. E todos nós recebemos a vida como um dom! Porém, nós sabemos fazer da nossa vida um dom para os outros? Ou será que manipulo o amor das pessoas? Será que quero comprar o amor do outro, o possuir e fazê-lo igual a mim (do meu jeito, da minha forma de pensar, da minha forma de ver as coisas)?
Amor manipulado é estéril, vazio, seco; é um amor que seleciona a quem se vai amar, exclui a quem não se quer amar; vive em guetos, em grupinhos, em círculos fechados. E quem assim ama não ama com o amor de Cristo.
Por isso, Jesus começa trazendo aquele homem para o meio, para que todos nós nos identifiquemos com ele, para que eu e você reconheçamos: “Eu sou essa pessoa; eu tenho a mão seca, eu estou incapacitado de amar; eu estou ainda amando de uma forma defeituosa, interesseira”… Você pode identificar na sua vida todos os motivos que levaram a sua mão a esse estado: egoísmo; fechamento; falta de perdão; orgulho; vaidade; ganancia; ódio; vingança; todas essas coisas podem ter tornado a sua mão em mão seca.
Curar essa mão seca é questão de vida ou de morte; de bem ou de mal. É a forma como se usa a mão, se eu a mantenho aberta, recebendo e doando, eu produzo vida; do contrário, eu produzo morte.
Cristo nos salva do modo doentio com que vivemos o amor; Ele nos faz completos no amor, sabendo receber e sabendo dar!
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 19/01/2022

Oração Final
Pai Santo, a Lei não poucas vezes é aplicada como uma cerca que limita nossa liberdade. Jesus nos aponta o Amor, que é como uma seta a indicar uma direção sem limites, sempre aberta ao mais profundo, ao mais largo, ao melhor para os irmãos. Dá-nos coragem, Pai amado, para seguirmos Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/01/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, a Lei não poucas vezes é compreendida como uma cerca que limita nossa liberdade. Jesus nos aponta o Amor, que é como uma seta a indicar uma direção sem limites, sempre aberta ao mais profundo, ao mais largo, ao melhor para os irmãos. Dá-nos coragem, amado Pai, para seguir Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/01/2020

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