terça-feira, 4 de julho de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 03/07/2023

ANO A


Jo 20,24-29

Comentário do Evangelho

Tomé não crê no testemunho dos discípulos.

Costumou-se, entre nós, rotular Tomé de o homem da dúvida, teimoso ou incrédulo. Mas a compreensão do relato de Tomé não pode ser prisioneira da tradição popular que, ainda que legítima, não faz jus à riqueza da perícope. Cremos que a seguinte pergunta pode nos ajudar a entrar na mensagem pretendida pelo autor do relato: Como se chega à fé em Jesus Cristo ressuscitado dentre os mortos? Tomé não crê no testemunho dos discípulos que fizeram a experiência de que Jesus ressuscitado estava presente no meio deles. Tomé tinha a pretensão de chegar à fé por si mesmo. Aí reside, de fato, o problema, pois a fé é, essencialmente, testemunho. Por isso, o Senhor repreende Tomé e, por ele, o seu Gêmeo, isto é, a comunidade cristã (vv. 27-29). É através do testemunho que se chega à fé e que se pode experimentar os frutos da ressurreição do Senhor. A fé é tradição e, como tal, supõe o dinamismo de recepção e transmissão. Dito em outras palavras, é preciso dar crédito ao testemunho para poder experimentar o que ele transmite.
Oração
Pai, não deixe a incredulidade contaminar o meu coração e me impedir de buscar um modo de ser, onde a vida e a esperança falem mais alto que a morte e o desespero.
Fonte: Paulinas em 03/07/2014

Vivendo a Palavra

«Meu Senhor e meu Deus!» É a expressão espontânea da certeza que nasce no incrédulo, quando testado pelo Senhor. É consolador para nós, de fé tão pequenina, mirar no exemplo de Tomé, que também duvidou, mas, depois disso, viveu a fidelidade até o martírio final pela causa do Reino de Deus Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/07/2014

VIVENDO A PALAVRA

Assim são os caminhos de Deus: o mesmo Tomé, aquele amigo e companheiro que duvidou e exigiu provas da ressurreição do Mestre, deixou-nos a expressão mais pura de adoração, a mesma que brota espontaneamente do nosso coração diante do Corpo de Cristo, o Pão Consagrado que quer ser nosso alimento: «Meu Senhor e meu Deus!»
Fonte: Arquidiocese BH em 03/07/2020

VIVENDO A PALAVRA

A tristeza e a decepção tinham sido grandes demais pela morte de Jesus. Tomé ainda não conseguira aceitar a Ressurreição. O Mistério da Páscoa do Senhor superava o limite humano; e ele duvidou. Quantas vezes duvidamos nós – não declarando a nossa dúvida, mas expressando-a através das opções de vida: buscamos avidamente os valores que o mundo oferece e são fugazes, os prazeres que nos degradam e o poder que oprime irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/07/2021

Reflexão

Tomé é organizado e calculista, daqueles que não compram sem ver ou apalpar o produto. Fez parte do grupo dos doze apóstolos e foi aprendendo de Jesus a adaptar-se às circunstâncias conforme as necessidades do povo que o cercava. Tomé leva a fama de incrédulo, talvez por sua forte tendência a verificar a realidade. Entretanto, é ele quem, diante da evidência do Cristo ressuscitado, expressa uma das grandes profissões de fé, que continua ecoando até hoje nos lábios dos que creem: “Meu Senhor e meu Deus!”. E abre a ocasião para Jesus esclarecer como se dá o exercício da fé, isto é, deve-se acreditar sem ver: “Felizes os que não viram e acreditaram”. Não se conhecem as circunstâncias da vida de Tomé após Pentecostes. Acredita-se que tenha sido missionário na Índia, onde sofreu o martírio.
Oração
Ó Jesus, “meu Senhor e meu Deus”, desafias teu apóstolo Tomé, e todos a nós, a acreditar sem ter visto: “Felizes os que não viram e acreditaram”. Esta é a condição de todo cristão: crer no testemunho dos que conviveram contigo e por ti entregaram a própria vida. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 03/07/2020

Reflexão

Tomé aparece nas quatro listas que contêm os nomes dos apóstolos (cf. Mt 10,1-4; Mc 3,13-16; Lc 6,12-16; At 1,13). Foi ele que, com toda franqueza, disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais, como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5). Tal pergunta deu margem para Jesus proferir solene definição de si mesmo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chega ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14,6). Tomé ficou conhecido, sobretudo, como símbolo da incredulidade: exigiu provas para crer que Jesus tinha ressuscitado. Depois, diante da evidência, expressou sua comovida profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus” (v. 28). Após Pentecostes, segundo o bispo e historiador Eusébio de Cesareia, Tomé evangelizou a Pérsia e a Índia, onde também sofreu o martírio. que o exemplo deste apóstolo revigore nossa fé em Jesus Cristo.
Oração
Ó Jesus, meu Senhor e meu Deus, desafias teu apóstolo Tomé, e todos nós, a acreditar sem ter visto: “Felizes os que não viram e acreditaram”. Esta é a condição de todo cristão: crer no testemunho dos que conviveram contigo e por ti entregaram a própria vida. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 03/07/2021

Reflexão

Tomé é organizado e calculista, daqueles que não compram sem ver ou apalpar o produto. Fez parte do grupo dos doze apóstolos e foi aprendendo de Jesus a adaptar-se às circunstâncias conforme as necessidades do povo que o cercava. Tomé leva a fama de incrédulo, talvez por sua forte tendência a verificar a realidade. Entretanto, é ele quem, diante da evidência do Cristo ressuscitado, expressa uma das grandes profissões de fé, que continua ecoando até hoje nos lábios dos que creem: “Meu Senhor e meu Deus!”. E abre a ocasião para Jesus esclarecer como se dá o exercício da fé, isto é, deve-se acreditar sem ver: “Felizes os que não viram e acreditaram”. Não se conhecem as circunstâncias da vida de Tomé após Pentecostes. Acredita-se que tenha sido missionário na Índia, onde sofreu o martírio.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Meu Senhor e meu Deus»

Rev. D. Joan SERRA i Fontanet
(Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra a festa de Santo Tomé. O evangelista João, depois de descrever a aparição de Jesus, no próprio Domingo da Ressurreição, diz que o apóstolo Tomé não estava ali, e quando os Apóstolos —que tinham visto o Senhor— disso davam testemunho, Tomé respondeu: «Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei» (Jo 20,25).
Jesus é bom e vai ao encontro de Tomé. Passados oito dias, Jesus aparece novamente e diz a Tomé: «Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!» (Jo 20,27).
Oh, Jesus, como és bom! Se vês que alguma vez me afasto de Ti, vem ao meu encontro, como foste ao encontro de Tomé.
Estas palavras foram a reação de Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20,28). Que bonitas são estas palavras de Tomé! Chama-lhe “Senhor” e “Deus”. Faz um ato de fé na divindade de Jesus. Ao vê-lo ressuscitado, já não vê somente o homem Jesus, que estava com os Apóstolos e comia com eles, mas o seu Senhor e seu Deus.
Jesus repreende-o e diz-lhe que não seja incrédulo, mas crente e acrescenta: «Bem-aventurados os que não viram, e creram!» (Jo 20,28). Nós não vimos Cristo crucificado, nem Cristo ressuscitado, nem nos apareceu, mas somos felizes porque acreditamos neste Jesus Cristo que morreu e ressuscitou por nós.
Então, rezemos: «Meu Senhor e meu Deus, afasta de mim tudo o que me afasta de Ti; meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxima de Ti; meu Senhor e meu Deus, tira-me de mim próprio para me dar inteiramente a Ti» (S. Nicolau de Flüe).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus, que não via nem tocava. Mas o que via e tocava levava-o a crer naquilo de que até àquele momento tinha duvidado» (Santo Agostinho)

- «O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar das dificuldades, pelo nosso caminho de adesão a Ele» (Bento XVI)

- «A hipótese, segundo a qual a ressurreição teria sido um «produto» da fé (ou da credulidade) dos Apóstolos, é inconsistente. Pelo contrário, a sua fé na ressurreição nasceu — sob a ação da graça divina da experiência direta da realidade de Jesus Ressuscitado» (Catecismo da Igreja Católica, n° 644)

Reflexão

São Tomé, apóstolo. Dúvida de fé

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, dedicamos a nossa atenção a Tomé. Sempre presente nas quatro listas contempladas pelo Novo Testamento. Muito conhecida e até proverbial é a cena de Tomé incrédulo, que aconteceu oito dias depois da Páscoa. Num primeiro momento, ele não tinha acreditado em Jesus que apareceu na sua ausência: «Se eu não vir..., não acredito».
No fundo, destas palavras sobressai a convicção de que Jesus já é reconhecível não tanto pelo rosto quanto pelas chagas. Tomé considera que os sinais qualificadores da identidade de Jesus são agora sobretudo as chagas, nas quais se revela até que ponto Ele nos amou.
O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir pelo nosso caminho de adesão a Ele.

Recadinho

Em que consiste a fé? - Como fortaleço minha fé? - Procuro crer, mesmo sem ver? - Sou portador de paz? - Reze: Obrigado, Senhor. Fortalecei-me na fé!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacion al em 03/07/2014

Meditação

Tomé quer identificar Jesus pelas marcas corporais da crucifixão, pois os outros apóstolos as haviam mencionado. Jesus aparece novamente, mas não sozinho, ou seja, só para Tomé, mas para todos os apóstolos, que estão reunidos em Comunidade. É interessante notar aqui que a salvação nos vem por meio da Comunidade – Igreja. Tomé faz sua profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!” Não podemos crer do nosso modo, mas do modo do Evangelho, como Jesus mesmo nos ensinou. Esse é nosso caminho.
Oração
Deus todo-poderoso, concedei-nos celebrar com alegria a festa do apóstolo São Tomé, para que sejamos sempre sustentados por sua proteção e tenhamos a vida pela fé no Cristo que ele reconheceu como Senhor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

A fé e a descrença de São Tomé: um caminho para a compreensão da verdade


Hoje, escutamos a resposta de Tomé quando os outros Apóstolos lhe dizem que viram Jesus ressuscitado. Deus não merece a resposta de Tomé! “Meter”, “meter” e “meter”: os homens apanharam a mania de, se não tocarem, não acreditarem. Mas, que espécie de Deus desejamos ter? Um boneco?, uma mascote?
- Tratando-se de Deus, não será mais adequado responder: «Meu Senhor e meu Deus»?

Comentário do Evangelho

Tomé é a tipologia do "ver para crer". A esta, Jesus contrapõe a bem-aventurança dos que creram sem ver.
Entre as primeiras comunidades vinculadas à comunidade de Jerusalém, surgiu a tradição do ver o ressuscitado como condição para as primeiras lideranças. A partir daí, somos chamados a crer nestas testemunhas, sem ver.
O episódio do Evangelho de hoje relativiza as narrativas de visões do ressuscitado. Na cena do encontro do túmulo vazio, o discípulo que Jesus amava creu sem ver o ressuscitado. Para crer não é necessário ver. A fé brota da experiência de amor que os discípulos tiveram no convívio com Jesus, e da mesma experiência de amor que se pode ter, hoje, nas relações fraternas de acolhimento, de doação e serviço, de misericórdia e compaixão, na fidelidade às palavras do Mestre.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês
Oração
Deus todo-poderoso, concedei-nos celebrar com alegria a festa do apóstolo são Tomé, para que sejamos sempre sustentados por sua proteção e tenhamos a vida pela fé no Cristo que ele reconheceu como Senhor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 03/07/2014

Meditando o evangelho

É PRECISO TER FÉ

O apóstolo Tomé tornou-se símbolo da comunidade que questiona a Ressurreição de Jesus e exige prova para poder aceitá-la. Ele não aceitou o testemunho da comunidade, para quem Jesus havia aparecido e comunicado o dom do seu Espírito. O apóstolo condicionava sua fé à visão das chagas nas mãos de Jesus e ao tocar na ferida produzida pela lança. Este materialismo crasso o impedia de aderir ao Senhor pela fé.
Jesus proclamou ser feliz quem fosse capaz de chegar ao ato de fé, sem mesmo tê-lo visto. Ou seja, crer pelo testemunho da comunidade. Se a fé em Jesus dependesse de tê-lo visto, na terra, só um grupo privilegiado de discípulos num determinado contexto histórico e geográfico, teria acesso à fé. Uma vez que isto não é necessário, qualquer pessoa, em qualquer tempo ou lugar, pode chegar à fé, tal como a comunidade primitiva. Por conseguinte, a fé no Ressuscitado dá-se pelo testemunho da comunidade e se propaga pela tradição, que vai abarcando o mundo inteiro.
O Ressuscitado já não está limitado a um tempo ou a um lugar específico. Ele pode sempre ser encontrado e acolhido, por quem nele deposita sua fé. Certas exigências inconvenientes, como a de Tomé, podem inviabilizar o processo da fé e impedir um encontro libertador com o Senhor.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, dá-me um coração simples que saiba acolher o testemunho da Ressurreição que me chega pelo testemunho de meus irmãos na fé.
Fonte: Dom Total em 03/07/2020 e 03/07/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Bem-aventurados os que não viram, e creram! - Jo 20,24-29
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os apóstolos se espalharam pelo mundo, e São Tomé, antes de ir para a Índia, passou pelo Brasil e pelo Paraguai. Assim diz o “mito de São Tomé”, contado pelos índios e relatado pelos jesuítas nos tempos da Colônia. São Tomé não acreditou na ressurreição de Jesus e, para pagar a sua incredulidade, teria recebido como castigo pregar aos gentios do Brasil, que “creem tão rapidamente quanto rapidamente descreem”. Os índios falavam aos jesuítas de um Pay Tumé ou Zomé, que deixou marcas de seus passos impressas em vários lugares. Em carta de abril de 1549, o Padre Manuel da Nóbrega escreve que viu quatro pegadas “com seus dedos mui assinaladas”. Em 1657, Padre Vieira conta toda a história no Sermão do Espírito Santo. Padre Anchieta também escreve e diz que: “se acham pegadas de homens impressas em pedra, máxime em São Vicente. Estas é possível que fossem deste santo apóstolo e algum discípulo”. Vieira diz que ficaram as pegadas, mas não ficou o ensinamento, pela inconstância do povo.
Fonte: NPD Brasil em 03/07/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ressurreição: mistério para se acolher e contemplar...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Hoje é Dia de São Tomé e o evangelho evidentemente não traz a ele uma crítica, antes, um elogio e louvor pela sua atitude pois ao contrário do que se pensa, São Tomé deixou-se levar pela Fé no Ressuscitado... mas o modo como está relatado, parece que ele faltou na celebração e depois, ainda duvidou do anúncio e testemunho dos seus irmãos de comunidade.
A atitude de Tomé é a do homem que se deixa levar pela Fé, permitindo que ela seja, a partir de agora, esse novo jeito de se relacionar com Jesus Ressuscitado. Claro que aqui se toma o exemplo de um, que é São Tomé, para falar da experiência de todos e principalmente das comunidades cristãs do primeiro século da Igreja, que fizeram essa experiência.
Sabemos que Jesus Ressuscitado vai á frente de todas nossas comunidades cristãs, mas não podemos vê-lo e nem tocá-lo, mas o vemos pela Fé (sem precisar usar o nosso imaginário sobre o tipo físico de Jesus, do mesmo modo que, a sua presença real na Eucaristia não é fruto da nossa imaginação).
O testemunho da nossa Fé no Cristo Ressuscitado, só se torna mais consistente quando vivemos em comunidade onde celebramos aquilo que Cremos e quem não participa da comunidade não consegue crer na Ressurreição do Senhor. A Comunidade não se reúne de vez em quando, para matar a saudades de Jesus e ficar o recordando, mas a cada oito dias se reúnem em torno da Palavra e do Pão.
E por fim uma observação importante, Jesus não vai dizer a Tomé, ao final do evangelho, “Credes porque me tocastes”, mas sim “Credes porque me vistes...”. Para fazer esta belíssima profissão de Fé, que ainda hoje podemos rezar solenemente diante da apresentação do Cordeiro, por parte do sacerdote, Tomé não precisou tocar nas marcas da paixão que o Senhor lhe apresentou (O evangelho não fala que ele tocou) E Jesus vai dizer que ele o viu “Credes porque me vistes...”.
Trata-se de um modo novo de olhar para Jesus, pois o Crucificado é o Ressuscitado, e agora a Fé, é o único modo de vê-lo, e sentir a sua presença na Igreja. Essa profissão solene de Fé, também é o ato de Fé das primeiras comunidades, que contrariando o poder do império romano, professava o Senhorio de Jesus, Único Deus e Senhor, e não o do Imperador, que tinha as prerrogativas divinas e exigia culto de adoração.

2. Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram! - Jo 20,24-29
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Se a pronta resposta de Mateus ao chamado de Jesus pode ser considerada mais um milagre feito por Jesus, o mesmo se pode dizer da proclamação amorosa de fé que São Tomé fez diante do Cristo ressuscitado. “Meu Senhor e meu Deus”, disse Tomé com amor e humildade. Jesus foi ao encontro de Tomé e mostrou a sua misericórdia. Todos os anos lemos este Evangelho no segundo domingo da Páscoa, chamado por São João Paulo II de “Domingo da Divina Misericórdia”. Hoje o lemos por ser festa de São Tomé, que desafiou Jesus, não acreditando na ressurreição e querendo ver e tocar para crer. Jesus lhe concedeu o que queria e o enviou a anunciar a Boa-Nova da Salvação ao mundo todo. Nossa fé nos diz que somente Deus pode fazer verdadeiros milagres, mas ele pode se servir de intermediários como instrumentos de seu poder. Mateus, Tomé e os outros todos são apóstolos de Jesus e instrumentos de mediação da graça. Os milagres acompanharam a sua missão e ainda hoje intercedem por nós junto de Deus no céu onde se encontram.
Fonte: NPD Brasil em 03/07/2021

HOMILIA

SENHOR AUMENTAI A MINHA FÉ

Jesus escolheu doze apóstolos, todos com características diferentes. Tomé era daqueles que precisava ver para crer. Até aquele dia o discípulo ainda não acreditara na ressurreição de Jesus apesar do testemunho dos seus amigos. Jesus apresentou-se diante dele para que ele se rendesse. Diante da presença real de Jesus, vivo e ressuscitado, Tomé tirou do trono a sua incredulidade e rendeu-se à ordem do Senhor: “E não sejas incrédulo, mas fiel!” Tocar nas feridas do Senhor, colocar a mão no seu lado, fez com que ele tivesse uma experiência com a dor de Jesus. Quando nós também passamos pela dor e nos colocamos em intimidade com Jesus nós podemos sem titubear, reconhecê-Lo: “Meu Senhor e meu Deus”! Aí então, nunca mais seremos os mesmos. A nossa fidelidade a Deus é do tamanho da nossa fé. “Bem aventurados os que creram sem terem visto!” Nós somos os “bem aventurados”, porque, não podendo tocá-Lo fisicamente, nem tampouco vê-Lo, como foi concedido aos discípulos, nós O experimentamos pelo dom da Fé que recebemos no nosso Batismo. O conhecimento de Deus supera toda a inteligência e racionalidade, portanto, deixemo-nos ser íntimos do Senhor. Ele se oferece a nós como confidente de nossos pensamentos e interlocutor de nossas conversas secretas.
Este Evangelho nos chama atenção pela falta de fé do discípulo Tomé que por tanto tempo acompanhou Jesus, que conviveu lado a lado, que partilhou dos mesmos ideais do Mestre.
A incredulidade de Tomé chocou até mesmo os outros discípulos. Mas entenderam a atitude do amigo, afinal nem eles mesmos haviam acreditado que Cristo iria ressuscitar ao terceiro dia, apesar de terem presenciado a ressurreição de Lázaro após quatro dias de morto. Como não teria poder para ressuscitar a Si mesmo para a Glória de Deus?
Jesus, com sua bondade infinita, pediu a Tomé que tocasse em suas chagas, mas não foi preciso, alí mesmo Ele reconheceu o poder imenso do Filho de Deus, que desceu à mansão dos mortos e veio a ressuscitar para também nos ressuscitar das trevas.
A falta de fé muitas vezes nos deixa cegos para o amor, nos deixa cegos para reconhecer Jesus como o verdadeiro Messias e Salvador, a falta de fé nos deixa cegos para reconhecer em cada irmão necessitado a presença viva de Jesus, a falta de fé nos deixa cegos para amar o próximo, a falta de fé nos deixa cegos para crer que a PAIXÃO, MORTE e RESSURREIÇÃO de Jesus foi em nome de toda a humanidade.
Você se considera “incrédulo ou fiel”? Você já teve uma experiência íntima com Jesus Cristo? O que mudou em você depois disso? Você costuma abrir o seu coração a Deus, falar das suas dificuldades, enfim, conversar com Ele?Ore hoje pedindo a Jesus que lhe concede também a Sua paz e experimente levá-la a todos os lugares por onde você for. Depois, mais tarde, antes de dormir pense se o seu dia foi diferente dos outros.
Pai, eu creio em Teu Poder, mas aumentai a minha fé. Não deixe a incredulidade contaminar o meu coração e me impedir de buscar um modo de ser, onde a vida e a esperança falem mais alto que a morte e o desespero!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 03/07/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUINTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 03/07/2014

HOMILIA DIÁRIA

Os olhos da fé nos aproximam de Deus

Os olhos da fé nos aproximam de Deus e nos fazem levar as realidades celestes para o mundo em que vivemos.

Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (João 20, 29).

Nós hoje celebramos o apóstolo São Tomé, santo que, na crendice popular e no dizer do povo, é o símbolo da incredulidade. As pessoas até dizem: “Eu sou igual a São Tomé, se eu não ver, eu não creio, eu não acredito!”. Contudo o apóstolo São Tomé que a Igreja nos propõe como modelo de fé é, acima de tudo, um homem muito sincero e muito convicto daquilo em que ele crê.
São Tomé é um homem que procura crescer na fé, ele ainda não teve um encontro, num primeiro instante, com Jesus Ressuscitado. Ele não duvida de Jesus, mas gostaria de poder experimentar de forma mais autêntica a presença do Ressuscitado; por isso ele quer tocar no Senhor, tocar no Seu lado aberto. Quando o Senhor Ressuscitado ali aparece e lhe permite tocar n’Ele, cai por terra toda a incredulidade, todo o racionalismo e todo o questionamento que vêm ao coração desse apóstolo.
Então, Jesus proclama uma nova bem-aventurança, um novo sentido de felicidade tão necessário para o mundo de hoje. Nós vivemos em um mundo pragmático, no mundo das evidências, no mundo racional, no qual se tudo não for comprovado por “A mais B”, se não for demonstrado cientificamente, não vale.
A Igreja reconhece o valor da ciência, sabe do valor que a ciência tem para melhorar a vida da humanidade, para trazer conquistas para o bem de todos os homens. Como a Igreja recorre e reconhece o valor dos aspectos científicos! Apenas ressalta que a ciência não deve se contrapor à fé e nem a fé se contrapor à ciência. Mas também é verdade que a fé é um grau mais elevado da condição humana por nos pôr em contato com o sobrenatural, não de forma humana e racional, mas naquilo que é o mais íntimo da natureza humana, o espírito humano criado por Deus, a alma humana, para que se comunique, para que esteja em comunhão com o Criador.
As realidades divinas não são tocadas de forma humana. Eu nunca vi o Senhor, e todos nós nunca vimos o Senhor. Humanamente falando, racionalmente falando, os nossos olhos não veem, mas o olhar da fé contempla, percebe, é apoderado e tomado por essa presença divina.
Bem-aventurado quem crê sem ter visto, é quem faz da fé não um baluarte da razão, mas uma condição espiritual. Não uma condição espiritual lógica, boba e sem sentido, mas faz da fé e da mística uma razão de viver, um ponto de encontro com a realidade mais sublime da existência: o ponto de encontro com Deus, o ponto de encontro com a realidade divina, o ponto de encontro com o céu.
O céu está presente no meio de nós, para vê-lo é preciso ter fé! Os olhos humanos não chegam até ele, mas os olhos da fé nos aproximam dele e nos fazem levar as realidades celestes para o mundo em que vivemos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 03/07/2014

HOMILIA DIÁRIA

É hora de amadurecermos a nossa fé no Senhor

Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’” (João 20,28-29).

Hoje, temos a graça de celebrarmos o apóstolo São Tomé. Alguns o denominam “apóstolo da incredulidade”, mas não é não. Ele é o apóstolo da sinceridade.
Todos nós temos incredulidades na alma e no coração, apenas não reconhecemos a nossa incredulidade, escondemos tantas coisas que somos incrédulos em crer, ou então é a falta de fé e confiança que temos no Senhor e na Sua Palavra.
Reconhecemos que Tomé foi incrédulo à primeira vista e, com muita sinceridade, expressou: “Olha, se eu não vir, se não tocar, não vou crer que Ele realmente ressuscitou”. Tomé, viveu, comeu, bebeu e andou na companhia de Jesus. Ele ouviu as palavras do Senhor, os ensinamentos, testemunhou tudo que Jesus realizou, mas não acreditou.
A incredulidade move o coração dos homens em todos os tempos; a incredulidade toma conta também do nosso coração, muitas vezes, fruto da decepção conosco, com a vida, com o mundo, com a Igreja e com a nossa própria relação com Deus.
A decepção é consequência da frustração, quando geramos expectativas nas coisas e elas não acontecem do jeito que quereríamos ou do modo que esperávamos que acontecesse. Não é que o fato seja frustrante, é a expectativa que colocamos no fato, nas pessoas e nos acontecimentos que nos frustram.

Vivemos, muitas vezes, uma fé infantil, imatura, ingênua, e por isso patinamos nas decepções

Coloco as expectativas, fruto da imaginação, naquilo que quero, que espero e não daquilo que, de fato, as coisas são. Imagino a imagem que Tomé formou de Jesus, como muitos apóstolos: um super-herói, um imbatível, alguém que jamais vai passar por uma queda. Mas, de repente, ele contempla um Jesus que sofre, apanha, padece, que é rejeitado, maltratado, crucificado e morto; então, acredita que Ele ressuscitou.
A fé o decepcionou, mas não é porque a fé é decepcionante. O que é decepcionante é o modo como ele conduziu a sua fé. Do mesmo jeito, nós, muitas vezes, decepcionamo-nos na fé, porque a conduzimos para que ela nos dê o que queremos.
Muitas pessoas não podem ter decepções, porque pensam: “Deus vai me honrar”. “Deus vai me dar tudo que pedi”. “Porque Deus vai me conceder do jeito que quero as coisas”. Desculpe, mas você vai se decepcionar, se já não tem se decepcionado! Não é porque Deus decepciona, muito pelo contrário, Ele nos preenche com tudo que precisamos, mas não pense que o que precisamos é o que queremos, porque, muitas vezes, o que queremos não é aquilo que é para recebermos, e por isso nos decepcionamos.
Permitamos que, como o apóstolo Tomé, tenhamos a graça de acordar para a fé verdadeira, para a fé que é capaz de engolir o sofrimento, as dores, as decepções e amadurecer na fé. Vivemos, muitas vezes, uma fé infantil, imatura, ingênua, e por isso patinamos nas decepções, caímos e não levantamos.
É hora de amadurecermos. Aqui para nós, Tomé é o apóstolo do amadurecimento da fé, aquele que sai de uma fé infantil para uma fé autêntica, para além das decepções e esperanças humanas que vêm dos pensamentos e sentimentos vãos.
Coloquemos no Senhor o nosso coração, porque Ele jamais nos decepciona.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 03/07/2020

HOMILIA DIÁRIA

Fé é crer naquilo que não vemos

Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei’” (João 20,25).

Tomé é um homem de fé, mas é também um homem da incredulidade e da fé material. A fé material é aquela que exige ver para crer, que não crê naquilo que não vê, naquilo que realmente não toca. Mas não é para condenarmos Tomé, pelo contrário, é para aprendermos com ele como precisamos purificar a nossa fé, como precisamos avançar na nossa fé. Muitas vezes, ficamos nesse estágio da fé mesmo: só cremos no que vemos, só acreditamos naquilo que nós tocamos, quando as realidades divinas, as realidades de Deus, são sobrenaturais.
Não tocamos de forma sensível e material, nós tocamos na fé, tocamos com o olhar da fé. E não é que Tomé não acreditasse em Jesus e na ressurreição d’Ele, mas ele precisava, na sua pobre maneira humana de pensar, tocar.
A fé não exclui a razão, pois a razão é muito necessária para iluminar, para trazer elementos reflexivos; aliás, a razão é muito importante para não vivermos uma fé ingênua, para não acreditarmos em qualquer coisa, para não vivermos uma fé de mitos, de muitas coisas que não são reais.

A fé mística é sublime, penetra as realidades mais profundas

Então, a razão, com certeza, é importantíssima para que tenhamos uma fé centrada, concreta e real. Porque Deus é real, Jesus é real e Ele se encarnou, assumiu uma realidade material, porém, a fé é muito mais do que isso. A fé é justamente crer naquilo que não vemos, porque o que não vemos os olhos da carne não veem. São nas realidades espirituais e sublimes que nós precisamos cada vez mais crescer, tocar e ser tocados.
Sem mística não há uma fé profunda e verdadeira. A fé humana é justamente essa fé que crê no que vê, mas a fé mística é sublime, penetra as realidades mais profundas; a fé mística é aquela que nos leva para a contemplação, é aquela que nos leva a tocar nas realidades sublimes, não é fantasia, invenção, crendice, porque pode correr esse risco.
Muitos transformam as suas fantasias, as suas neuroses e até psicoses em elementos de fé. Não se trata disso não! Trata-se de uma relação simples, amorosa, profunda e autêntica com Deus.
Tomé tocou e acreditou, mas Jesus diz que mais felizes são aqueles que creem sem ver, porque eles creem e veem o que é mais sublime. As realidades mais sublimes e profundas de Deus são mistérios para nossa fé; e mistério não é aquilo que é misterioso, que nós simplesmente não conhecemos, mas mistério é aquilo que é profundo, íntimo, que nos leva à identidade mais sublime de Deus.
Caminhamos no meio da fé e precisamos, cada vez mais, da mística profunda, sensata e serena para tocarmos nas realidades celestiais enquanto caminhamos nesta Terra.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 03/07/2021

Oração Final
Pai Santo, faze-nos perseverar na fé, superando os momentos de dúvida ou covardia. Queremos ser arautos do Reino de Amor, para proclamar ao mundo que o Cristo Jesus, Teu Filho Ressuscitado que se fez nosso Irmão, é o nosso Senhor e nosso Deus – e que assim seja para sempre!
Fonte: Arquidiocese BH em 03/07/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, que o exemplo de Tomé, apóstolo e companheiro de teu Filho em sua jornada entre nós, tantas vezes lembrado por seu momento de dúvida, seja o nosso exemplo por sua fidelidade e perseverança, até a entrega de sua vida em martírio pela Fé. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/07/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai que amas teus filhos com ternura e que plantaste em nossos corações a semente da Fé, ensina-nos a cultivá-la com carinho, a mantê-la irrigada pela oração, protegida pela escuta permanente da tua Palavra e partilhada com os companheiros de jornada pelos caminhos deste encantado Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/07/2021

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