terça-feira, 18 de agosto de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/08/2020

ANO A


Mt 19,23-30

Comentário do Evangelho

Advertência contra a riqueza

Diante do apego do jovem rico a seus bens, Jesus pronuncia severa sentença de advertência contra a riqueza, com a alusão à dificuldade de o rico entrar no Reino dos Céus. A expressão "Reino dos Céus" é exclusiva de Mateus, equivalendo a "Reino de Deus", usada por Marcos e Lucas. Mateus, atendendo a seu auditório judaico, optou por esta expressão para evitar a pronúncia do nome de Deus. Também, adaptando-se a este seu auditório, temos a sua referência exclusiva ao assentar-se dos discípulos seguidores em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. Aquele que coloca o seguimento de Jesus acima de qualquer outro valor tem a vida eterna como herança.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, desapega meu coração das coisas deste mundo, livrando-me da ilusão de buscar segurança nos bens acumulados. E reforça minha fé na Providência!
Fonte: Paulinas em 21/08/2012

Comentário do Evangelho

A salvação é dom de Deus.

O evangelho de hoje apresenta que a riqueza pode se constituir em um obstáculo intransponível para entrar na comunhão com Deus. A preocupação desordenada com o ter entrava a liberdade e impede a pessoa de confiar e depender unicamente de Deus. Nesse sentido, o ter pode ser e é expressão da idolatria. Ante a intervenção dos discípulos, Jesus responde que tudo está remetido à misericórdia divina, pois a salvação é dom de Deus. A teologia da retribuição contaminou desde há muito tempo a relação do povo com seu Deus. A pergunta de Pedro a Jesus, “Que haveremos de receber?”, uma vez que tinham deixado tudo por Cristo, é expressão dessa teologia. A resposta de Jesus aponta para a escatologia e promete, para os que permanecerem fiéis no seu seguimento, a participação no juízo do mundo. O cêntuplo prometido é o reconhecimento de Deus do valor inestimável de cada pessoa e a participação dela na vida divina. É preciso insistir: cada um deve se esforçar, segundo suas possibilidades, para entrar no Reino dos Céus. No entanto, a salvação não é medida por esse esforço, pois ela é dom de um Deus que torna possível o que aos olhos do mundo parece impossível.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, desapega meu coração das coisas deste mundo, livrando-me da ilusão de buscar segurança nos bens acumulados. E reforça minha fé na Providência!
Fonte: Paulinas em 19/08/2014

Vivendo a Palavra

Pedro tinha um longo caminho a percorrer. Ainda havia contabilidade em sua mente: nós deixamos tudo... O que vamos receber? Jesus vive a gratuidade absoluta. Entrega todo o seu ser à missão de anunciar o Reino, cuidando dos irmãos sem preocupação de retornos. Por isto Ele é o nosso Caminho.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/08/2012

Reflexão

A nossa vida é condicionada por muitos fatores que marcam a natureza humana decaída por causa do pecado. Esses fatores, em geral, nos afastam de Deus e nos impedem de viver plenamente a proposta do Evangelho. A maior dificuldade para superarmos esses fatores se encontra no fato de que nós somos seres naturais, portanto submissos às leis da natureza decaída de modo que para nós isso é impossível. Mas Jesus nos diz no Evangelho de hoje: 'Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível'. Somente confiando plenamente na graça divina e procurando corresponder a ela é que poderemos viver o Evangelho apesar das nossas fraquezas e dos desafios que a vida nos impõe.
Fonte: CNBB em 21/08/2012 e 19/08/2014

Reflexão

Na mentalidade da época de Jesus, pessoas ricas eram consideradas favorecidas por Deus. Ora, se é difícil para um rico entrar no Reino dos Céus, quem então “conseguirá salvar-se?”. Deus pode inspirar e mover o rico a distribuir seus recursos de modo mais igualitário, contribuindo assim para significativa transformação social. Deus torna possível a salvação para os que assumem as exigências do seu Reino, no qual os ricos não exploram os pobres. Quanto aos discípulos, que se despojaram de tudo para seguir o Mestre, o que obterão? Não falta nessa pergunta uma pitada de interesse: que vantagens esse novo modo de vida oferece? Jesus não os ilude. Não lhes faltará o suficiente nesta vida. Com um acréscimo: seus fiéis seguidores participarão, com ele, da abundância do Reino de Deus.
Oração
Ó Jesus, afasta de nós o apego às riquezas. Dizias, em outra ocasião, que ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro. Por isso, queremos renovar nosso desejo de assumir teu modo simples e despojado de viver. Assim, estaremos desimpedidos e idôneos para acudir nossos semelhantes. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Quais são os principais perigos da riqueza? - Ela é um bem em si? - O que significam para você partilha e comunhão? - É possível ser dono de reinos deste mundo e querer também o reino dos céus? - Rico ou pobre neste mundo, qual é sua verdadeira riqueza?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 19/08/2014

Comentário do Evangelho

A SORTE DOS RICOS

Pode soar chocante ouvir de Jesus que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. Ele que foi sempre tão misericordioso, teria preconceito contra os ricos? Por que, então, fecha-lhes as portas do Reino?
Rico, no pensar de Jesus, é quem transforma os bens deste mundo em autênticos ídolos e fecha seu coração para Deus e para os irmãos; quem ama suas propriedades sobre todas as coisas, e, para protegê-las e fazê-las multiplicar, não hesita em lançar mão de qualquer artifício, mesmo injusto, desonesto, ilegal. A penúria do irmão necessitado não chega a sensibilizá-lo. Só pensa em si mesmo, em suas necessidades e em seus prazeres. Por conseguinte, não existe espaço para a graça atuar em seu coração. Neste caso, tornar-se impossível Deus chegar a ser, de algum modo, senhor de sua vida. Nele, o Reino de Deus não pode acontecer. Seu coração está bloqueado.
Não é Deus quem fecha as portas do Céu para o rico. É este quem se recusa a entrar no Reino e assimilar sua dinâmica. Os apelos de Deus tornam-se inúteis e ineficazes. Embora Jesus deseje que o rico abra mão de seu projeto de vida egoísta e acolha o Reino, ele persiste em sua idolatria. O amor de Jesus não chega a tocá-lo.
É por esta razão que é mais fácil um camelo atravessar o buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.
Oração
Senhor Jesus, livra-me da mentalidade dos ricos que recusam o apelo do Reino, por causa da idolatria que lhes corrompe o coração.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superem todo desejo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 19/08/2014

Meditando o evangelho

UMA COMPARAÇÃO CONTUNDENTE

Os discípulos ficaram impressionados, quando Jesus, por meio de uma comparação, afirmou ser difícil a salvação dos ricos. É como querer que um camelo atravesse o buraco de uma agulha. Esta forma exagerada de referir-se a algo impossível, era, neste caso, uma constatação e uma advertência. Quem quisesse salvar-se, deveria agir logo, e decidir-se a romper com o apego às riquezas.
O rico está impossibilitado de entrar no Reino dos Céus porque, sendo idólatra, faz pouco caso de Deus, preferindo colocar sua confiança nos bens acumulados, e contar com eles para obter a felicidade. Além disso, ele mantém o coração fechado para os seus semelhantes, sendo incapaz de perceber as necessidades dos outros, tentando socorrê-los com gestos concretos. Sua vida consiste em acumular e usufruir, egoisticamente, sem jamais preocupar-se em partilhar.
Uma vez que a salvação consiste em viver a plena comunhão com Deus, os ricos estão fadados à condenação, porque optaram por um modo de vida que não comporta a comunhão. A condenação deles, pois, já começa nesta vida. A morte simplesmente eternizará uma situação que eles mesmos escolheram.
O ensinamento de Jesus é inequívoco: não existe salvação para um coração apegado às riquezas.
Oração
Espírito de altruísmo, longe de mim deixar meu coração apegar-se aos bens deste mundo, a ponto de perder de vista o amor devido aos meus semelhantes.

HOMILIA DIÁRIA

A riqueza é algo perigoso?

Postado por: homilia
agosto 21st, 2012

Depois de Jesus ter falado com aquele  jovem rico – um estudioso da Lei, que cumpria todos os parágrafos, não era desonesto, nem mentiroso, nem violento e adúltero -, Ele agora nos propõe este texto que fala sobre o perigo das riquezas.
Vendo aquele jovem, Jesus acha-o não distante do Reino dos Céus. Por isso, faz-lhe um convite a vender tudo e destribuí-lo aos pobres: “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, e dê o dinheiro aos pobres, e assim você terá riquezas no Céu. Depois venha e me siga”. Porém, o conceito que aquele homem tinha de “riqueza” divergia do conceito do Mestre.
Para Cristo a Lei é o varal da fraternidade, é resposta à Aliança gratuita e generosa oferecida por Deus. É partilha, é comunhão. Assim, se os bens não forem entendidos como dons que devem ser partilhados com os pobres não teremos direito a herdar o Reino dos Céus.
Ao jovem, que já era fiel observante dos mandamentos, Jesus faz uma proposta radical: vender tudo, distribuir o dinheiro aos pobres e segui-Lo. O jovem se retirou triste, porque era muito rico. Não teve coragem para desvencilhar-se de tudo, tornar-se discípulo e aderir ao compromisso de construir o Reino. E Jesus adverte sobre o perigo que a riqueza pode significar para a liberdade e o desenvolvimento pleno da pessoa.
O Eclesiástico lembra que ela pode se tornar um forte obstáculo para a integridade (cf. Eclo 32,1-11). Certamente, a palavra de Jesus: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19,23-24), além de alertar para o risco que corre o rico em ordem à sua salvação, alude à dificuldade para um seu engajamento mais pleno na construção do Reino, que é vida para todos, no aqui e no agora de nossa existência.
Veja que Jesus, no Evangelho de hoje, nos indica uma dificuldade real, uma necessidade de esforço penoso e não uma impossibilidade.
Os Padres da Igreja – dos primeiros séculos pós-catacumba – explicam que a razão da dificuldade tem a ver com minha relação com Deus, comigo mesmo e com os outros. O que entendem por “rico” e “riqueza” não é quantidade absoluta de bens, mas situação na sociedade. Quem tem 10% dos bodes da tribo de criadores primitivos, é rico; não importa se dispõe de menos bens do que hoje vemos.
Riqueza é condição material concreta adequada ao poder. Mas como o poder em si mesmo, ela em si não é má. O Senhor não condena nem os ricos nem as riquezas; mas adverte os seus discípulos do perigo que correm, se lhes entregarem o coração. Em contrapartida, a atitude desprendida de Pedro e dos outros apóstolos é caminho certo para entrar no Reino de Deus. O mundo novo que o Filho de Deus nos revelou na sua morte e ressurreição inaugurou a regeneração do universo, em que tudo é julgado por outros critérios.
A graça de Deus pode fazer gente rica ser profundamente cristã. Temos como alguns exemplos: Henrique II (imperador da Alemanha), Luis IX (rei da França), Isabel (rainha de Portugal) e a duquesa Edviges, cujo fundo rotativo de ajuda ao camponês encalacrado a fez “Padroeira de todos os endividados”.
Mas ser rico é um risco. Risco em nossa relação com Deus, exposta a duas variantes da mesma tentação: o ateísmo prático e a idolatria.
A riqueza ameaça minha relação comigo. Os bens são nossos servos, para nossa vida e vida plena, nossa e de todos ao nosso redor, para nossa realização como pessoas, também diante de Deus. No momento em que eles não mais nos servem, mas nós servimos a eles, começa o desvio.
A riqueza me separa dos outros, afasta-me deles. Os bens deste mundo em si são bons, presentes carinhosos do Deus que quer que todos os seres humanos tenham vida e vida plena.
Que a verdade proferida por Jesus me ensine a ter um coração mais desapegado dos bens terrenos e mais rico da presença de Deus. Pois o desapego dos bens terrenos é um caminho de sincera humildade e confiança em Deus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 21/08/2012

Oração Final
Pai Santo, reveste as nossas relações com as características do Amor de Jesus: que sejam espontâneas como o nosso respirar; indiscriminadas, incluindo todos os companheiros; gratuitas e generosas; livres e libertadoras. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/08/2012

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