ANO C

Lc 11,1-4
Comentário do
Evangelho
A oração do Pai-Nosso é o que o discípulo deve ter presente no seu relacionamento com Deus.
O modo como Jesus vive a sua vida e, em
particular, a sua relação com o Pai provoca os discípulos, pois eles são
chamados a se identificarem com o seu Mestre (cf. Lc 6,40; Mt 10,24-25).
Constantemente, Lucas apresenta Jesus em oração (3,21; 5,16; 6,12; 9,29). Por
isso, depois da sua oração, os discípulos apresentam este pedido: “...
ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos” (v. 1). O que
Jesus ensina é o que, hoje, nós chamamos de Pai-Nosso. A versão de Lucas é mais
breve que a de Mateus (Mt 6,9-13). Não se trata de multiplicar palavras, pois
Deus nos conhece profundamente (cf. Sl 139[138]) e sabe do que necessitamos. A
atitude de escuta (cf. 10,30-42) deve caracterizar a oração do discípulo.
Tantas vezes nós atropelamos Deus com nossas muitas palavras e nossa ansiedade.
A oração do Pai-Nosso é o que o discípulo deve ter presente no seu
relacionamento com Deus: em primeiro lugar, ela exprime, da parte do discípulo,
seu engajamento filial diante do Pai; depois, a súplica por questões
fundamentais da vida concreta do ser humano: pão e perdão das ofensas, como nós
perdoamos aos que nos ofendem; finalmente, como o mal está presente no mundo, a
súplica de não cair no poder da tentação, e de não ser enredado na armadilha do
mal.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oraçao
Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que
a minha oração se expresse em gestos de solidariedade e de reconciliação,
sinais inequívocos de minha comunhão contigo.
Fonte: Paulinas em 09/10/2013
Vivendo a Palavra
O Mestre nos ensina a buscar o essencial em nossa
oração. Sem muitas palavras, de forma simples e direta, somos conduzidos pelo
caminho luminoso da santificação do Nome do Pai; do desejo de que o seu Reino
venha a nós; do compromisso de sermos agradecidos pelo pão de cada dia e
de perdoarmos sempre os nossos irmãos. Uma norma de vida!
Fonte: Arquidiocese BH em 09/10/2013
Reflexão
Jesus ensinou seus discípulos a rezar, mas isso
não quer dizer que Jesus os ensinou a decorar um monte de palavras e a imitarem
papagaio, repetindo as palavras que aprenderam. A oração era uma prática
constante da vida de Jesus, e muito mais importante do que as palavras que os
discípulos deveriam dizer é imitar a atitude de encontro filial de Jesus com o
Pai e uma série de valores que deveriam ser conhecidos e experimentados, de
modo que a oração expresse uma forma de vida segundo valores do Reino, como a
fraternidade, a partilha, o perdão e a própria presença de Deus no coração e na
vida das pessoas, e expresse também a nossa atitude filial diante de nosso
Deus, que também é nosso Pai.
Fonte: CNBB em 09/10/2013
Reflexão
Jesus é homem de oração constante. Seu testemunho desperta nos discípulos
o desejo de aprenderem a rezar. Jesus ensina uma oração de poucas palavras,
porém impregnadas do essencial. Primeiramente, podemos chamar a Deus de Pai, e
pedir que ele seja santificado, isto é, respeitado, que seu nome não seja
profanado. E que seu reinado se estabeleça no mundo: seja de fato Deus a reger
a história humana. Em segundo lugar, pedimos o pão de cada dia, o suficiente
para viver. Depois, pedimos que Deus perdoe os nossos pecados, e lhe damos a
garantia de que nós também perdoamos os que nos ofendem. Não nos deixe desviar
do caminho que conduz a Deus, isto é, o caminho da fraternidade e da paz, já
que somos, a todo instante, tentados pela sociedade que nos cerca a adotar as
práticas da injustiça.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Como santificamos o nome de Deus? - Pense numa
parábola em que Jesus se refere ao Reino de Deus. - Quando somos perdoados de
nossos pecados? - Será que realmente perdoamos nosso próximo? - E o pão nosso
não falta? E o dos outros?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/10/2013
Meditando o evangelho
QUANDO REZAREM, DIGAM ...
A oração era um elemento importante no dia-a-dia de Jesus. Os Evangelhos
observam seu costume de rezar, por exemplo, nos momentos-chaves de seu
ministério, quando deveria dar passos decisivos.
Vendo o seu Mestre rezar, os discípulos interessaram-se também pela
prática da oração. O testemunho de Jesus impele-os a pedir-lhe orientações a
respeito do modo mais conveniente de buscar a intimidade com Deus. Foi a
prática de Jesus, e não uma bela teoria sobre a oração, que motivou os
discípulos.
A oração ensinada pelo Mestre deveria ter como efeito inculcar, nos seus
seguidores uma série de atitudes. Em relação ao Pai: o esforço para
santificar-lhe o nome, ou seja, superar toda idolatria e pôr em prática as
exigências do Reino, de modo que a história humana fosse regida pela vontade
divina. Em relação ao próximo: criar o sentido da partilha fraterna dos bens,
superando a tentação de reter tudo para si; viver o perdão e a reconciliação,
sem dar lugar ao ódio e à violência; não se deixar levar pelas sugestões do
espírito mau, cuja ação principal consiste em desviar o ser humano da vontade
de Deus.
Por conseguinte, a oração cristã é um caminho de compromisso e comunhão,
um projeto de vida. Ela consiste na busca de conformação da própria vida com o
querer divino.
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de intimidade com o Pai, dá-me a graça da oração, pela qual
descubro o caminho do compromisso e da comunhão, como projeto de vida.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Uma Oração que compromete
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz -
Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
No tempo de Jesus havia dois modos de se rezar, um que era a mais pura
ostentação, rezava porque "se achava" justo, piedoso, modelo de
pessoas, quem rezava, se orgulhava de ser bom, e louvava a Deus por isso, tudo
bem que eles observavam a Lei de MOISÉS, que Deus tinha dado, mas acontece que
achavam isso suficiente para a salvação e aí estava o grande problema...
Mas havia também naquele tempo, como também há hoje, uma oração muito
ingênua, conseqüência de uma Fé infantil que quer tudo "mastigado" e
reza para que Deus os atenda desse modo. Os discípulos percebiam que Jesus
rezava diferente, não era uma oração nem só de pedidos e muito menos de
ostentação, pois em sua oração Jesus louvava o Pai do Céu e não a si próprio.
O que Jesus ensina aos discípulos é a oração do compromisso, pede-se o
Reino, mas ao mesmo tempo se compromete em fazê-lo acontecer. O Pai Nosso é a
oração universal de todos os que se dizem, cristãos, mas desde que estejam
comprometidos com a construção do Reino, ou seja, em uma linguagem mais
simples, comprometer-se com o Reino é refletir a imagem de Deus para com o
próximo, em uma relação pautada sempre pela misericórdia, amor, compreensão e
perdão, só isso já é o suficiente para dar uma visibilidade ao Reino que Jesus
inaugurou.
Podemos nessa vida cair em tentação sim, a tentação de ignorar nosso
compromisso com o Reino, deixando tudo por conta de Deus, e a proteção Divina
nesse sentido vai se fazendo sentir em nossa vida, quando Ele coloca-nos diante
de situações onde temos que fazer nossas escolhas e tomar decisões. Deus
sinaliza o Reino, nas pessoas que conosco convivem, nos acontecimentos da nossa
vida, crer nele e estabelecê-lo como parâmetro, é algo que compete a cada
pessoa, lembrando sempre que o Reino de Deus é de todos e para todos, e nesse
sentido a oração nos compromete também com as pessoas, por isso somos
comunidade e dizemos Pai Nosso, e não Pai Meu.
2. Senhor, ensina-nos! - Lc 11,1-4
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva,
‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Os discípulos querem aprender a rezar, e Jesus lhes ensina o Pai-Nosso.
Há duas edições do Pai-Nosso: a de São Mateus e a de São Lucas. A de São Mateus
tem sete pedidos. A de São Lucas, cinco. O texto básico seria o de Lucas.
Mateus acrescentou duas petições: que a vontade de Deus seja feita e que ele
nos livre do maligno. Hoje em dia usamos a fórmula de São Mateus com sete
petições. Com Lucas pedimos a santificação do nome do Pai e que o seu Reino
venha até nós. Não nos falte o pão de cada dia. Que os nossos pecados sejam
perdoados porque também perdoamos os nossos devedores. E que Deus não nos deixe
cair em tentação. Com Mateus acrescentamos que a vontade de Deus seja feita e
que ele nos livre do maligno. Mateus fala do perdão das dívidas. Lucas fala do
perdão dos pecados e dos devedores. Os Evangelistas se baseiam em fontes
comuns, mas conservam sua liberdade de redação. Não há erros nem contradições
nas Escrituras. Fica, no entanto, a pergunta: O que Jesus mesmo teria dito? Os
primeiros discípulos ouviram e anotaram o que Jesus dizia e fazia. Alguns
elaboraram pequenos textos, que outros ampliaram. Consultaram fontes comuns e
também fontes próprias conhecidas pelo escritor e, pensando em suas comunidades
para as quais tinham uma mensagem de fé a transmitir, redigiram os seus livros,
inspirados pelo Espírito.
Liturgia comentada
Pai... (Lc 11,1-4)
No dia em que a Liturgia nos recorda a oração
ensinada por Jesus, o Filho, é preciso reavivar nosso chamado à filiação
divina, chamando a Deus de “Pai”.
Ousados? Pode ser. Pelo menos, sempre o
reconhecemos, a cada missa, quando a assembleia dos fiéis se prepara para rezar
o Pai-Nosso: “instruídos pelos divinos ensinamentos, ousamos dizer”...
E pensar que, em todo o mundo, esses milhões de
fiéis muçulmanos – piedosos e reverentes diante de Alá, o Único, o Verdadeiro,
o Absoluto – jamais ousarão chamar a Deus de “Pai”... E pensar que,
ao mesmo tempo, os filhotes dos cristãos assim o reconhecem desde os
primeiros passos, ou ainda no colo da mãe que aponta e identifica: - “É o Papai
do Céu”...
E é exatamente isso que nós somos: os filhos de
um Pai que nos ama. Afinal, Deus é Amor (1Jo 4,8). E uma “prova” cabal e
definitiva desse Amor que Ele é, foi nossa ADOÇÃO como filhos de Deus.
“Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de
Deus. E nós o somos de fato.” (1Jo 3,1)
Não somos filhos por natureza. Somos filhos por
adoção. Por natureza, ao contrário, éramos “filhos da ira divina” (Ef 2,3b). E
sem merecimento – puro dom gracioso da misericórdia divina – fomos adotados
como filhos num duplo movimento: 1) Jesus Cristo assume a nossa “carne” e se
faz nosso irmão. 2) Recebemos em Pentecostes (e em nosso Batismo individual) o
mesmo Espírito de Jesus, pelo qual nos reconhecemos filhos.
Não é o que escreve o apóstolo Paulo? “A prova de
que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho,
que clama: ‘Abbá’, Pai!” (Gl 4,6)
E João, o evangelista das intimidades com Jesus,
tem termos diferentes para distinguir a Jesus – o Filho único, o Unigênito,
Filho de Deus por natureza divina – de nós outros, filhos adotivos. No seu
grego, São João chama Jesus de “Hyiós”; a nós outros, chama de “tékna” (as
crianças).
Mas isso em nada diminui o amor de Deus Pai por
nós, seus filhos de adoção. Afinal, não entregou Deus o seu Filho “natural” à
morte, para que tivéssemos a Vida, seus filhos “adotivos”?
A vida que vivemos dá testemunho de
nossa filiação?
Orai sem cessar: “Tu és meu Pai, meu Deus!” (Sl 89,27)
Texto de Antônio
Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 09/10/2013
HOMIIA DIÁRIA
Você aprendeu a se relacionar com o Pai?
Na escola de Jesus, um
ensinamento fundamental é aprender a orar, a se relacionar com Deus nosso Pai.
Um dos discípulos pediu: “Senhor, ensina-nos a
rezar, como também João ensinou a seus discípulos” (cf. Lc 11,1).
Na escola de Jesus, um ensinamento fundamental é
aprender a orar, a se relacionar com Deus nosso Pai. Os discípulos de Jesus
observaram que Ele fazia isso com muita frequência: levantava cedo e
colocava-se num período longo de oração, em sintonia com Seu Pai. Fazia isso
durante o dia, ao cair da tarde.
Enfim, os discípulos observaram que Jesus tinha
um modo muito singular de orar. Por outro lado, eles também sabiam que João
Batista tinha ensinado seus discípulos a orar. Por isso, eles fazem o pedido de
que o Senhor ensine-os a rezar. Esse deve ser um pedido particular de cada um
de nós.
Humildemente reconhecemos que somos fracos na
oração, além de não sabermos orar como convém de uma forma agradável a nós, a
Deus, a quem estamos nos relacionando. Muitas vezes fazemos da nossa oração uma
coisa “pesada”, de difícil acesso entre nós e o Senhor.
Jesus, hoje, não está nos ensinando a rezar o Pai
Nosso, a repetir uma fórmula de oração. Ele está nos ensinado uma fórmula de
nos relacionarmos com Deus. Primeiro, chamando-o de Pai, chamando esse Pai que
é de todos nós, glorificando o Seu nome, exaltando-o no céu, bendizendo,
louvando e adorando esse Deus que é maravilhoso. Clamando para que o Seu Reino
se faça presente no meio de nós, que nós vivamos aqui na Terra as graças
reservadas aos que já participam do Reino Celeste.
Que esse Deus maravilhoso nos conceda o pão
necessário, o pão para o nosso sustento. Pedimos o pão para todos, pois o mesmo
Deus que é “Pai Nosso”, é o mesmo Deus que nos dá o “pão nosso”, o pão para nosso
sustento, para nossa sobrevivência e o pão que vamos repartir uns com os
outros.
Que Deus nos perdoe por nossos inúmeros pecados,
da mesma forma que nós abrimos o nosso coração para perdoar a quem nos tem
ofendido. E não podemos deixar de pedir que Ele não nos permita cair na
tentação. É só Ele que pode nos segurar pela mão, e não nos permitir cair nas
diversas tentações que durante o dia visitam o nosso coração.
Que a nossa relação com o Pai seja a nossa
fórmula de orar de uma forma contínua em nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Oremos, como Jesus nos ensinou: “Pai, santificado
seja o teu nome. Venha o teu Reino. Dá-nos a cada dia o pão de amanhã, e
perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos aqueles que nos
devem; e não nos deixes cair em tentação.”
Fonte: Arquidiocese BH em 09/10/2013

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