quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 22/02/2018

ANO B


Mt 16,13-19

Comentário do Evangelho

A fé de Pedro

O relato da "profissão de fé de Pedro" pertence à tríplice tradição. Jesus vai com seus discípulos em território pagão: Cesareia de Filipe. É Jesus quem toma a iniciativa de interrogar os discípulos: "Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?" (v. 13b). Não se trata de curiosidade. A resposta a tal pergunta situa a existência de cada um em solo firme ou não. O que eles dizem da opinião das pessoas coloca Jesus na linha profética: João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos Profetas que ressuscitou (v. 14). No entanto, todos falam do passado. Não reconhecem em Jesus a realização da promessa. A segunda pergunta visa diretamente aos discípulos: "E vós?" (v. 15). A resposta de Pedro é clara: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v. 16). "Messias" deixou, então, de ser apenas um título ou uma promessa, para ter um rosto concreto, um rosto de Filho do Deus vivo, Jesus de Nazaré. A rocha sobre a qual a Igreja está construída, é esta fé de Pedro. A resposta de Pedro vem da acolhida, em si, da fé que Deus dá.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
Fonte: Paulinas em 22/02/2013

Vivendo a Palavra

‘Não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu.’ Assim é a nossa fé. Um dom do Pai Misericordioso que devemos reconhecer, acolher carinhosamente, cultivar com orações, vigílias constantes e partilhar generosamente com os companheiros de caminhada.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

O testemunho de Pedro mostra que o reconhecimento do Cristo, o ungido de Deus, em Jesus de Nazaré não é obra da carne ou do sangue, mas do Espírito Santo. Estes versículos de Mateus são fundamentais para a compreensão de que a origem e a missão da nossa Igreja são a vontade e um mandato do Pai, que é cheio de misericórdia.

Reflexão

Os valores que Jesus pregou durante toda a sua vida e que chegaram até nós graças ao trabalho apostólico não podem ser somente objetos do nosso conhecimento, mas precisam ser encarnados na nossa vida e na nossa história. Esses valores precisam de uma mediação institucional para fazer parte da vida das pessoas. Jesus Cristo escolheu como mediação para essa encarnação a Igreja, conforme nos revela o Evangelho de hoje. Deste modo, fica claro para todos nós qual é o papel da Igreja e de todos os seus membros no processo de construção do Reino de Deus, como também a responsabilidade de todos no sentido de procurar fazer com que cada vez mais a Igreja seja fiel aos ensinamentos de Jesus.
Fonte: CNBB em 22/02/2013

Reflexão

Cátedra é o símbolo da autoridade e do magistério do bispo, e catedral é a igreja-mãe da diocese, sede permanente do pastor. A cátedra de São Pedro é o reconhecimento de sua autoridade sobre a Igreja: “Você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha igreja”. Essa investidura dada por Jesus foi reforçada depois da ressurreição: “Alimente os meus cordeiros… Alimente as minhas ovelhas” (Jo 21,15.17). Os evangelhos fazem inúmeras referências a Pedro, mas são escassas as informações sobre seu ministério em Jerusalém, em Antioquia da Síria e em Roma. Entretanto, sua presença e martírio em Roma são comprovados por muitos estudiosos. A autoridade de Pedro (e de seus sucessores, os papas) se expressa pelo serviço, à semelhança do Mestre e Pastor, que veio para servir e não para ser servido.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

FÉ E MISSÃO

A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.
Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.
Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.
Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.
Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Cátedra de São Pedro
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Cátedra significa Cadeira, não uma cadeira qualquer, mas aquela onde deve sentar-se quem têm a responsabilidade do pastoreio, quem vai conduzir o rebanho, quem vai defendê-lo dos ataques dos lobos vorazes. Quem vai guardar, preservar e defender com todo rigor, os ensinamentos do Mestre, mantendo-os íntegros. Pedro não tinha perfil para ser Chefe dos discípulos, mas a sua profissão de Fé no Messianismo de Jesus foi que o credenciou para ser o nosso primeiro Papa.
São Pedro é chamado o príncipe dos apóstolos, isso é, aquele que iniciou o apostolado, e vemos no evangelho de hoje, porque o próprio Cristo o constituiu chefe da sua igreja. Ele conseguiu enxergar em Jesus algo muito mais do que se falava, o povo via nele um Messias Profeta, comparável a João Batista ou a Elias, outro grande profeta na História de Israel, mas esse pensamento era fruto de uma ideologia, e a era messiânica que todos aguardavam com ansiedade, representava uma nova política, uma inversão do quadro, o Messias era um libertador Político, enviado por Deus sim, porém, com uma missão terrena.
O apóstolo Pedro, que fala em nome do grupo, consegue fazer essa transição, do Messias Histórico e Ideológico, para o Messias Espiritual, ele não era enviado por Deus mas sim o próprio Deus. O que Jesus falava e fazia, todos viam, e a partir disso embalavam o sonho e a esperança de dias melhores para o povo de Israel, mas sempre em uma perspectiva terrena.
A confissão de Pedro manifesta pela primeira vez no meio do grupo, a Fé em uma Salvação que supera toda e qualquer realização humana, onde o homem atinge a plenitude do seu ser, divinizando aquilo que é humano. Cesaréia de Filipe é terra de pagãos, cercado por rochas sobre as quais há edificações habitadas pela elite do império romano. A igreja de Cristo está no meio do mundo, porém edificada sobre a fé professada por toda comunidade, que tem como base a fé professada por Pedro, naquele dia.
Como Pedro, que sejamos nessa igreja um apoio seguro para os que ainda não crêem, porque não conhecem a Cristo e acima de tudo, nunca nos esqueçamos de que Jesus Cristo edificou o reino sobre pessoas como Pedro , instrumentos aparentemente fracos, mas que pela ação da graça operante e santificante do Batismo que receberam, tornaram-se perenes, transpondo fronteiras e todas as barreiras que separa os homens, para anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus, aquele que plenificou o nosso existir.

2. Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Interrompemos as celebrações quaresmais para festejar a Cátedra de São Pedro, festejar a cadeira na qual São Pedro se sentava para governar na caridade todo o povo de Deus, para partilhar os ensinamentos que ele mesmo tinha recebido de Jesus, para confirmar seus irmãos na fé. Aceitamos, como verdade de fé, que Jesus deu a Pedro a primazia, colocando-o à frente da sua Igreja, e aceitamos que essa primazia passou a seus sucessores, que até hoje levam o barco de Pedro ao porto seguro. É uma alegria ouvir que não foi nenhum ser humano que revelou a Pedro quem é Jesus, e sim o Pai que está no céu. É isso que os sucessores de Pedro continuam fazendo. Dizem com segurança quem é Jesus e mostram onde ele se encontra para que ninguém se engane nem seja enganado. É também uma alegria ver Jesus confirmando a Igreja e dando a Pedro as chaves do Reino dos Céus. Pedro e os apóstolos levaram avante essa Igreja, que não tem outro fundador a não ser o próprio Senhor Jesus Cristo.

HOMILIA DIÁRIA

Somos indispensáveis e insubstituíveis… Em quê?

Postado por: homilia
fevereiro 22nd, 2013

Quem verdadeiramente sou para Deus e seu plano de salvação e bênçãos? Quem nunca se perguntou… Eis um bom dia para tal!
O Evangelho de Mt 16, 13-19, para além de ser o coração e o gonzo do Evangelho sinóptico mais completo e catequético, não deixa de apontar pistas para responder as questões apresentadas no princípio desta nossa partilha da Palavra. Claro que este trecho mateano registra a revelação quanto às palavras fundantes do Novo Israel e quanto ao Primado de Pedro frente aos demais Apóstolos, mas também fornecem elementos existenciais, que apontam para o lugar, ou melhor, à Pessoa certa, portadora de um Mistério que transpassa o nosso: «O Cristo, o Filho do Deus vivo» (Mt 16, 16).
O Concílio Vaticano II, que não teve documento a tratar unicamente do homem, no entanto considerou-o em todo o seu corpo textual, por isso forneceu-nos também esta pérola polida e bem apresentada por sábias expressões: «Na realidade, só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem. Adão, o primeiro homem, era efetivamente figura daquele futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, nº 22).
Não foi esta a descoberta da pessoa de Simão? De quem ele poderia, já adulto, receber um novo nome e missão? E qual destas duas realidades permaneceria com Pedro no Céu? O ser ou o agir? De fato, as palavras de Cristo iluminaram a sua existência e o seu agir como discípulo e missionário da Boa Nova. Só Jesus, o Novo Adão poderia dizer assim ao coração de Simão: «…tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la» (Mt 16, 18).
A descoberta que fazemos da nossa pessoa em Cristo, será sempre surpreendente, comprometedora e de uma responsabilidade que ultrapassa as nossas forças naturais, ainda que as suponham. Pensemos novamente em Pedro: quando que seu ‘sim’ ao seguimento fiel a Cristo poderia supor que ele seria escolhido para ser o primeiro Papa da Igreja de Cristo? Nenhum Evangelista e Comunidade, criaria estas palavras e depositaria sobre “as costas de alguém”: «Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus» (v. 19).
E não pensemos que tenha sido uma recompensa às palavras acertadas de Simão, as quais o próprio Cristo deu a entender que não poderia ser resultado dos estudos, nem de capacidades meramente humanas: « …porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu» (v. 17).
Também é preciso considerar pela Tradição Viva, história da Igreja Católica e os fatos mais próximos do nosso tempo, que este lugar de Pedro não seria insubstituível para o governo da Igreja. O Primado, daquele que não é o primeiro entre os iguais, mas sim Chefe do Rebanho universal, pai (Papa) para todos e mestre universal, necessitaria de sucessão, passível até de uma declaração de renúncia. Isto foi e será possível como ato livre, consciente e público, por parte de quem ocupe o serviço de Vigário de Cristo, principalmente quando movido pela razoabilidade, humildade, coragem correspondente à vontade de Deus e o bem da Igreja, como fez o Papa Bento XVI.
Quanto a nós, ficamos interpelados pelo Evangelho de Mt 16, e iluminados pelos últimos acontecimentos da Igreja de Cristo, os quais nos apontam para o essencial, fundador e fundamento eterno da Igreja de Cristo e sustentáculo do serviço eclesial. Neste tempo de Quaresma, somos chamados mais do que servir ao Senhor e aos irmãos em Nome do Senhor – até quando Ele quiser! – mas a redescobrirmos o nosso valor enquanto pessoa, no encontro pessoal com Aquele único que é a Cabeça da Igreja e o Pastor Eterno, insubstituível no ser e agir. Só Jesus, com o Pai e o Espírito Santo!
Ele, antes de tudo, nos quer sendo e agindo, a partir do essencial: nossa pertença a Ele! Nisto somos todos indispensáveis e insubstituíveis: «Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer» (Jo 15,5).
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 22/02/2013

Oração Final
Pai Santo, fortalece a nossa fé, para que possamos proclamar ao mundo, como Pedro, que Jesus de Nazaré é o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão, passou pelo mundo fazendo o bem, foi condenado pelos homens, morreu na cruz e hoje, ressuscitado, reina contigo, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós damos graças pela Igreja que teu Filho nos legou. Pedimos a tua bênção para que sejamos uma comunidade disposta a servir, aberta ao diálogo, corajosa no anúncio do teu Reino e pronta para partilhar a vida com os que estiverem próximos. Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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