segunda-feira, 2 de outubro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/10/2017

ANO A


Lc 9,51-56

Comentário do Evangelho

Viu a cidade e chorou sobre ela.

O versículo 51 do capítulo 9 é o início da seção central do evangelho segundo Lucas. Trata-se de um versículo importante, pois ele dá o sentido da subida de Jesus para Jerusalém. A melhor tradução do v. 51, a nosso ver, é a seguinte: “Tendo chegado o tempo em que ia ser arrebatado, ele endureceu a sua face para caminhar para Jerusalém”. A expressão “endurecer a face” tem um sentido de julgamento (Is 50,7; Jr 3,12; 21,20), especialmente como se encontra em Ezequiel (6,2; 13,17; 20,46; 21,2). Em outras passagens do seu evangelho, Lucas utiliza Ezequiel (Lc 19,41-44; 21,20-24; e Ez 4,1-3; 21,6-12.22). Certamente é do texto grego de Ezequiel que Lucas tira a expressão do versículo 51. A passagem de Ezequiel na qual, muito provavelmente, Lucas se inspirou é Ez 21,2-7. Tanto num como noutro livro, o “endurecimento da face” está referido a Jerusalém. Como Ezequiel sofreu e disse uma palavra de julgamento contra Jerusalém e seus santuários, do mesmo modo Jesus vai fazê-lo ao chegar próximo da cidade santa: “Como estivesse perto, viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: ‘Ah! Se neste dia também tu conhecesses a mensagem de paz!’” (Lc 19,41-44; Ez 21,2-6). Jesus vai a Jerusalém para julgá-la!
Fonte: Paulinas em 01/10/2013

Vivendo a Palavra

Como nós, também os apóstolos ainda tinham muito a aprender. E Jesus, que caminhava pela derradeira vez para a Cidade Santa, onde seria crucificado, transborda sua mansidão e ensina o que é o Amor – o seu Amor: devemos amar não apenas os amigos, mas também os diferentes, até os inimigos que não nos quiserem receber.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/10/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Mestre toma a difícil e corajosa decisão de ir a Jerusalém. Ali enfrentaria a ira das autoridades, acomodadas em seus privilégios e decididas a suprimir qualquer ameaça que pudesse abalar sua segurança. Seria a última viagem. Mas em Jesus cabe ainda o perdão aos samaritanos que não O receberam.

Reflexão

A mentalidade dos homens é bem diferente da mentalidade de Deus e o Evangelho de hoje nos mostra muito bem essa verdade. Deus não abandona o homem ao poder do pecado e da morte, mas vem em seu socorro através do seu próprio Filho que, com sua morte, destrói o pecado e a morte, e conquista para todos nós a vida. Os apóstolos agem de maneira completamente diferente. Diante da resistência do povo da Samaria em receber Jesus, querem que caia fogo do céu e devore a todos. Os homens querem punição e morte, enquanto Deus quer misericórdia e vida.
Fonte: Canção Nova em 01/10/2013

Meditação

Ao querer evangelizar alguém, será que não corremos o risco de ser insistente demais perturbando em vez de demonstrar amor verdadeiro? --e que o respeito deve estar acima de tudo? perturbando em vez de demonstrar amor verdadeiro? Lembra-se que o respeito deve estar acima de tudo? - Comente o dito popular: “Pega-se mais mosca com uma gota de mel que com um barril de vinagre!” - Lembra-se que Deus não força ninguém, não castiga, não obriga? - Acha difícil demais seguir o Evangelho?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 01/10/2013

Meditando o evangelho

A CAMINHO DE JERUSALÉM

A viagem rumo a Jerusalém representou uma guinada importante nas andanças missionárias de Jesus. Lá se encontrava o centro da religião judaica: o templo com todo o universo que se estabeleceu ao redor dele, especialmente os defensores da fé, a aristocracia sacerdotal e outros grupos empenhados em manter viva a tradição religiosa.
Entretanto, no correr do seu ministério, Jesus introduziu uma visão nova de relação com Deus, a partir do ideal de Reino, que acabou por relativizar, ou mesmo, invalidar inúmeros elementos da fé tradicional. A prática de Jesus não seguia os padrões da piedade em voga. De fato, ele não era um revolucionário, demolidor das veneráveis instituições religiosas do povo. A novidade de sua ação consistia em viver, na qualidade de Filho, os elementos da fé judaica de modo radical, ultrapassando o prescrito na letra da Lei. A ação de Jesus se pautava pelo espírito que inspirava a fé judaica e, há muito, havia sido esquecido. Este projeto de vida, porém, era contestado pelas lideranças religiosas da época. E Jesus não tinha dúvida da rejeição que lhe estava reservada. Não nutria ilusões a respeito do seu futuro. Isto, porém, não o impediu de seguir adiante, no caminho querido pelo Pai.
Já no início da viagem, Jesus fez a experiência de rejeição. No entanto, assim como os samaritanos, que o rejeitaram, foram poupados, também o seriam as autoridades de Jerusalém.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, dá-me força e coragem para seguir em frente, no caminho querido pelo Pai, mesmo quando eu me sentir incompreendido e rejeitado.

Liturgia comentada

Fogo do céu... (Lc 9,51-56)
A memória religiosa dos hebreus registra alguns exemplos não muito edificantes. O “zelo furioso” do profeta Elias é um desses casos. Seu remédio para a idolatria dos adoradores de Baal foi passar a fio de espada 450 profetas daquela divindade cananeia (cf. 1Rs 19). Para acabar com o pecado, acaba-se com o pecador...
Nada mais estranho aos projetos de Deus, que “não se compraz com a morte do pecador, mas antes com a sua conversão, de modo que tenha a vida” (cf. Ez 33,11). É difícil separar o zelo pela ortodoxia de algum impulso de odiosa intolerância.
O episódio do Evangelho de hoje deve ser situado no contexto da secular inimizade entre judeus e samaritanos, existente desde o repovoamento da Palestina no Séc. VIII a.C. Os samaritanos eram mal vistos por seu sincretismo religioso e práticas supersticiosas, além de “competirem” com o culto de Jerusalém, construindo um Templo rival no Monte Garizim.
Natural que também reagissem com sentimentos similares. Há o registro histórico de uma incursão de samaritanos em Jerusalém, na véspera da Páscoa, para jogar a carcaça de um cachorro sobre os muros do Templo, tornando o local ritualmente impuro e impedindo a celebração pascal.
Assim, quando perceberam que Jesus e seu grupo iam para Jerusalém, os aldeões de Samaria lhes recusaram pousada. Inflamados, dois discípulos se oferecem a Jesus para invocarem o fogo do céu sobre os “inimigos”. O Mestre não só os repreendeu, mas, daquele dia em diante, com boa dose de humor, passou a chamar Tiago e João de “Boanerges”, isto é, “filhos do trovão” (cf. Mc 3,17).
Ainda hoje, com todo o nosso (pós)modernismo, temos discípulos de Elias, Boanerges do 3º milênio. Falo de cristãos que se sentem em permanente combate contra outras Igrejas ou denominações religiosas. Assumindo uma reação de defesa, sofrem ao terem notícia do crescimento de outros grupos e mostram-se avessos a todo tipo de diálogo e convivência. Claro que não seria esta a atitude de Jesus, se vivesse hoje entre nós...
Ah! O fogo do amor seria bem mais apropriado que o fogo do céu!
Orai sem cessar: “Que todos sejam um, Pai, como estás em mim e eu em ti.” (Jo 17,21)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 01/10/2013

Oração Final
Pai Santo, nós somos tentados a revidar ofensas recebidas, a julgar e condenar nosso próximo. Envia, Pai amado, o teu Espírito sobre nós, que somos a tua Igreja nesta terra, para que sejamos capazes do Amor – Amar como amou Jesus, o Cristo teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/10/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos força e coragem para enfrentar os desafios que o mundo antepõe ao anúncio do teu Reino de Amor. Ajuda a tua Igreja a vencer o comodismo e o medo, fazendo-nos discípulos evangelizadores, alegres anunciadores da tua Presença em nós e entre nós desde o início dos tempos. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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