Desde os primeiros séculos
os cristãos usaram a rosa com um significado místico. As catacumbas de São
Calisto, encontradas no século III, em Roma, mostram que eles tinham o costume
de desenhar rosas indicando o paraíso. Porém, São Cipriano de Cartago usava a
rosa como sinônimo de martírio. A partir do século V, a rosa passou a
simbolizar a Virgem Maria. Tanto assim que os ícones marianos mais antigos do
oriente representam a Mãe Imaculada com o Divino Filho nos braços e uma rosa na
mão, ou emoldurando o quadro.
O ocidente enriqueceu ainda mais essa iconografia
mariana. As mais divulgadas são as obras pintadas por: Tiziano, Schongauer,
Cantarini entre outros, no período medieval. Sob título de "Madona da
Rosa" ou "Madona das Rosas", foram executadas especialmente para
ilustrar os magníficos Santuários e hoje acervo de vários museus do mundo.
Todavia, a devoção à Nossa Senhora "das
Rosas" remonta o século XV e está ligada a dois fatos prodigiosos
ocorridos na noite de 03 e na madrugada de 04 de janeiro de 1417, na região da
Brescia, Itália.
Dois mercadores forasteiros se aproximavam da
cidade de Bérgano, quando ficaram perdidos no bosque de Albano, sem sinal da
estrada já coberta de neve. Não imaginavam que estavam bem próximos do destino,
apenas à oito quilômetros do centro da cidade.Ttemendo os salteadores, pediram
ajuda ao Senhor invocando com confiança a Mãe Santíssima, prometendo erguer uma
capela à Maria assim que saíssem daquela situação aflitiva.
Imediatamente do céu saiu um feixe de luz
quebrando a escuridão do bosque e trazendo uma neblina luminosa, que os
conduziu à porta da cidade. Certos de que lhes acontecera era um milagre, ainda
rezavam ao Senhor e à Virgem, quando um clarão surgiu com a aparição: viram
Nossa Senhora sentada num trono de nuvens toda rodeada de rosas, nos joelhos
tinha o Divino Filho e também Ele com rosas na mão.
Ao amanhecer, foram ao encontro do Bispo de
Bérgamo e contaram sobre o milagre do bosque, a aparição da Mãe Celeste e a
promessa da construção do templo mariano. Logo, com a doação dos dois
forasteiros, no Monte de Bérgamo, hoje Monte Róseo, foi erguida a igreja à
Virgem das Rosas, inaugurada em maio de 1418. Mas os mercadores compraram um
terreno no bosque de Albano, onde aconteceu o milagre da luz noturna e
construíram uma outra capela dedicada à Nossa Senhora das Rosas.
Nessa capela, em 1855, os habitantes de Albano
rezaram pedindo a intercessão da Mãe Santíssima para terminar com a cólera que
acabava com a população. Cessada a epidemia foi construído o Santuário de Nossa
Senhora das Rosas de Albano. Em 1877, o Vaticano decretou a celebração própria
do culto, em 04 de janeiro. E depois, em 1920, concedeu a coroação canônica da
Virgem das Rosas.
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