REDAÇÃO CENTRAL, 20 Ago. 13 / 08:51 am (ACI).-
Nos últimos meses, o Grupo ACI recebeu
centenas de denúncias de usuários sobre a permanente tolerância do Facebook a
conteúdos obscenos dirigidos a atacar a fé católica, uma situação que levou a
muitos usuários a questionar as políticas desta empresa e inclusive
perguntar-se se deveriam continuar ou não usando a conhecida rede social.
Carlos Wadsworth, da Costa Rica, em resposta a uma pergunta aberta
realizada pelo diretor do Grupo ACI, Alejandro Bermúdez, assegurou que denuncia
páginas anticatólicas com frequência. "É tão grotesco que reporto um
comentário onde textualmente insultam a mãe do Bispo e/ou a de todos os
católicos" e a única resposta que recebeu por parte da rede é que estas
publicações ofensivas não violam as políticas do Facebook.
Por sua parte, Mario Gallardo, escreve desde León (México) que
"infelizmente no Facebook há uma política altamente tolerante ao
anticatolicismo".
Gallardo assinalou que Facebook bloqueou a sua conta pessoal
"várias vezes. A princípio pensei que fosse por queixa dos irmãos
protestantes pelo que publicava na minha linha do tempo", porém,
"penso, hoje em dia, que no Facebook se tolera o anticatolicismo".
Outro usuário, Rodrigo Perez, da Colômbia, assegura que no
Facebook "promovem-se todo tipo de perversões morais, pornografia, aborto, satanismo
toda a loucura do mundo. Um anticatolicismo aberto, sem controle, sem
medida".
"Estou quase fechando a minha conta, perturba-me ver tanto
ódio e veneno contra a Igreja Católica. Não há
nenhum tipo de controle, e pelo contrário, se você fizer um comentário
alertando sobre as seitas satânicas o primeiro que o Facebook
faz é bloquear a sua conta temporalmente, como foi o meu caso".
Os usuários criticam que aqueles que difundem conteúdos
anticatólicos, não enfrentam sanção alguma por parte dos administradores do
Facebook e, paradoxalmente, a rede atuou contra páginas católicas positivas.
Uma das páginas católicas mais populares em espanhol, "Memes
Católicos", foi eliminada pelo Facebook pouco depois de superar os 110 mil
seguidores. Esta página, criada pelo jovem peruano Yhonathan Luque Reyes,
difundia conteúdos católicos em forma de imagens com textos sugestivos.
Em outubro de 2012, Facebook notificou a Luque que vários usuários
tinham denunciado sua página acusando-o de promover uma linguagem que incitava
o ódio religioso. A rede social lhe ofereceu a alternativa de colocar a página
sob a categoria de "humor polêmico" para permanecer no Facebook.
Entretanto, em janeiro de 2013, grupos anticristãos fizeram uma
campanha para que Facebook proibisse esta página, atacando inclusive a conta
pessoal de Luque que foi fechada pelo Facebook e assim conseguiram retirar
definitivamente a página de "Memes Católicos". Luque decidiu abrir
uma nova página que em poucos meses teve mais de 20 mil seguidores.
O caso de "Memes Católicos" atraiu a atenção do
Pontifício Conselho para as Comunicações, do Vaticano, que soube da notícia de
sua eliminação pela sua conta no Twitter.
Enquanto isto ocorre com sites católicos, Facebook tolera a
publicação de páginas como "Peneadicto XVI" onde em nome de promover
o ateísmo se publicam insultos e montagens obscenas contra Jesus, a Virgem Maria e os Papas. Esta página obscena conta
com mais de 44 mil seguidores.
"Peneadicto XVI" apresenta o Papa Francisco e Bento XVI como pedófilos, promove o ódio contra
a religião e incita atos de agressão física contra o Papa e outros líderes
religiosos.
Apesar da proibição da pornografia no Facebook, por um tempo a
imagem de capa de "Peneadicto XVI" era uma montagem fotográfica que
simulava um ato sexual entre o Papa Bento XVI e um homem nu no altar maior da
Basílica de São Pedro. Mesmo com as denúncias dos usuários, Facebook nunca
eliminou essa imagem nem a polêmica página.
O criador de "Peneadicto XVI" foi identificado como
Carlos Alberto Becerra Mendoza do Peru, que está enfrentando uma denúncia
judicial por um ataque cibernético contra o site do Grupo ACI orquestrada desde
sua página no Facebook.
A divisão do Facebook para a América Latina se negou a responder
as acusações específicas sobre se essa página violou alguma política da rede
social.
"As conversar que acontecem no Facebook, assim como as
opiniões que seus usuários expressam, são um reflexo da diversidade das pessoas
que fazem uso do Facebook", disse o chefe de comunicações do Facebook para
a América Latina, Alberto Arébalos ao Grupo ACI.
Arebalos assegurou que "com o propósito de nivelar os
interesses e as necessidades de um público mundial, Facebook protege a
expressão de opiniões e conteúdos que cumprem com as normas descritas em nossas
políticas".
"Posso assegurar que não há nenhum espírito anticatólico na nossa
empresa", disse o chefe de comunicações do Facebook ao Grupo ACI, evitando
responder sobre os incidentes específicos assinalados por este meio.
Alberto Arebalos disse que "cada denúncia da comunidade se
estuda e se analisa de acordo com nossas políticas, sem nenhum tipo de
inclinação em um sentido ou outro".
Em maio deste ano, Facebook anunciou uma revisão de suas políticas
para retirar conteúdo ofensivo e linguagem de ódio, indicando que escutou as
sugestões de grupos de mulheres e judeus, muçulmanos e grupos de lésbicas,
gays, bissexuais e transgêneros (LGBT).
Isto parece ter surtido alguns efeitos, incluindo a eliminação de
páginas anticristãs em inglês como "Cristãos aos que gostaria de
socar" ("Christians I’d Like to Throat Punch", em inglês).
Entretanto, esta política parece não incluir os ataques obscenos
contra os líderes católicos.
Em 10 de junho deste ano, Alison Schumer, membro da seção de
comunicações e política pública do Facebook, disse ao Grupo ACI que suas normas
contra a perseguição "não cobrem figuras públicas".
Schumer citou as normas de comunidade do Facebook, que permitem
"aos usuários falar livremente sobre assuntos e pessoas de interesse
público, mas tomamos ação sobre todos os reportes de conduta abusiva dirigida a
indivíduos privados".
As normas também proíbem "expressões de ódio", que
significam "ataque diretos e sérios sobre qualquer categoria protegida de
pessoas", incluindo categorias religiosas. A companhia diz que o
"humor de mau gosto" não se qualifica como expressões de ódio.
Ante a pergunta sobre se Facebook está trabalhando com algum grupo
católico ou cristão para obter feedback sobre sua política, Schumer disse que a
começos de junho, o escritório do Facebook em Washington D.C. (Estados Unidos)
teve uma reunião com "líderes religiosos nacionais", coordenada sob a
guia dos líderes da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.
Schumer disse que a reunião de 19 de junho foi "privada"
e "um exemplo de muitos nos que nos reunimos com grupos externos sobre
nossas políticas". A Conferência dos Bispos Católicos Americanos confirmou
que a reunião se realizou, mas também a descreveu como "privada".
Facebook esteve operando por nove anos, chegando a dominar as redes
sociais. Entretanto, mostrou sinais de estancamento em seu crescimento, e de
declínio no entusiasmo entre os usuários mais jovens.
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