segunda-feira, 18 de junho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/06/2012

19 de Junho de 2012 


Mateus 5,43-48

Comentário do Evangelho

Apelo de Jesus à conversão

A figura do inimigo esta profundamente enraizada na religião de Israel e são inúmeras as referências hostis aos inimigos no Antigo Testamento. As concepções de povo eleito e de terra prometida fundamentavam a histórica segregação e conflito com os demais povos. O próprio deus assumia o ódio aos inimigos e os destruía: "Se escutares fielmente a voz do anjo e fizeres tudo o que eu disser, então, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários" (Ex 23,22); "Deus parte a cabeça dos seus inimigos e o cabeludo crânio do que anda nos seus próprios delitos" (Sl 68,22). 
O apelo de Jesus à conversão tem o sentido tanto de mudança das referências religiosas da antiga tradição de Israel como dos sentimentos pessoais. A revelação do Deus Amor abre o caminho da perfeição a todos. A compreensão de que somos todos filhos do Deus Pai e Mãe e a percepção de que seu amor é sem limites levam à fraternidade universal, à solidariedade e à partilha, vivendo-se com alegria e tendo como meta a união e a Paz.
José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Jesus mergulha nas profundezas do Reino de Deus: o amor aos inimigos, a oração pelos que nos perseguem. O Mestre propõe aos discípulos, como modelo de vida, o mesmo Amor com que Ele nos amou: passar pela mundo fazendo o bem a todos até entregar a vida pelos irmãos.
Reflexão
Um dos valores mais determinantes da nossa vida é a justiça, mas na maioria das vezes deixamos de lado a justiça de Deus para viver a justiça dos homens, fundamentada na troca de valores e não na gratuidade de quem de fato ama. Quem ama verdadeiramente reconhece que Deus é amor e tudo o que somos e temos vem dele, como prova desse amor gratuito. Assim, as nossas atitudes não podem ser determinadas pelas diferentes formas de comportamento das pessoas que nos rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que deve fazer com que sejamos capazes de superar toda forma de vingança em nome da justiça e procurar dar a nossa contribuição para que o mundo seja cada vez melhor.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “O Pai Celeste é a nossa referência”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus nesse evangelho acrescenta algo ao Amor que vai se tornar inédito e revolucionário: o Amor  que respeita a Liberdade do outro! Claro que o amor já é perfeito em si mesmo, desde que seja autentico, porque na sociedade há certos tipos de “amor”, mais falso do que uma nota de Doze Reais.  Mas a Liberdade torna o Amor ainda mais bonito, poderíamos dizer que ela realça ainda mais a beleza que o Amor tem. No que consiste amar com liberdade, exatamente em não dominar e não sufocar quem nós amamos.


O nosso amor, diferente do amor de Deus, é dominador, exigente, condicionado. Somos capazes de morrer por quem amamos, desde que o outro também seja capaz de morrer por nós. O marido ama a esposa de paixão, desde que ela sempre o ame também. A Mãe ama seus filhos, mas espera deles uma retribuição, que sejam bons, que só lhes deem alegrias e não aborrecimentos, a verdade é uma só, queremos e gostamos de amar as pessoas que são boas para nós.  Dizia-me outro dia uma mãe “Olha Diácono, meus dois filhos são uns amores, só me dão alegria, nunca me deram aborrecimento”, ou seja, precisamos que as pessoas nos deem boas razões para que a amemos.


Esse amor mercantilizado infesta todos os outros amores, conjugal, filial, paternal, maternal, filial, inclusive o modo de amar os irmãos e irmãs na comunidade, e o grande problema é que confundimos isso com o amor Cristão, achamos que foi isso que Jesus quis dizer com o mandamento novo “Amai-vos uns aos outros”. Esse evangelho desmascara esse amor que é medíocre e que está muito longe do Amor de Deus. Basta que cada um de nós se pergunte, com toda sinceridade, que motivos nós damos para que Deus nos ame?  Certamente vamos concluir rapidinho, que ao contrário, nossas ações merecem muito mais o castigo Divino.


Por isso que nesse evangelho, ao ensinar os  seus discípulos a amarem seus inimigos, e fazer o bem aos que os odeiam....Jesus imediatamente acrescenta “Deste modo sereis Filhos do Vosso Pai do Céu....e no final completará “sedes perfeitos, assim como o vosso Pai Celeste é perfeito”. Em Deus não há maldade, crueldade, espírito vingativo, ranços e ressentimentos. Muitos cristãos ainda não pensam dessa forma porque não experimentaram esse Amor de Deus manifestado em Jesus Cristo.


Quando amamos verdadeiramente as pessoas, damos a elas a total liberdade, até de não nos amar, sem que isso comprometa o nosso amor. É assim que Deus nos ama, a ponto de Santa Terezinha dizer em seus escritos “Deus não nos ama porque somos bons, mas para que sejamos bons”. Se amarmos assim, seremos verdadeiramente Filhos e Filhas de Deus, e o nosso amor terá o aval de Deus, o selo de qualidade e o certificado de autenticidade.  Diferente disso, não conseguirá passar no “Controle de Qualidade” final, porque diante de Deus, o que é autêntico permanece, o que é falso se desfaz como as geleiras ao sol.


2. Apelo de Jesus à conversão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)


VIDE ACIMA


Oração

Pai, faze-me teu imitador, e não me deixes cair na tentação de fazer acepção de pessoas. Que eu ame a todos, sem qualquer distinção.

3. A PERFEIÇÃO DO AMOR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).


A exigência de amar os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do Reino. O AT recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente em certas circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do inimigo, caso se tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento, dever-se-ia dar comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a queda do inimigo. No entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar os inimigos. Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica.


O amor evangélico supera o nível do puro sentimento ou o da relação de amizade. Amar consiste em estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu intercessor junto do Pai - "Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam" -, desejar-lhe, ao saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde, prosperidade e bem-estar, e implorar para ele as bênçãos divinas - "Bendizei aqueles que vos maldizem".


O amor recusa-se a nutrir desejos de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se continuamente para fazer-lhe o bem.


A motivação do amor ao próximo funda-se no modo de agir do Pai. Quando se trata de fazer o bem às pessoas, ele não as divide entre más e boas, justas e injustas, de forma a conceder benefícios a umas e punição a outras.


A perfeição do amor consiste na imitação do modo divino de agir. Por isso, o ideal do discípulo é ser perfeito como o Pai dos céus.

Oração

Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem distinção.

Amemos a todos sem distinção


Postado por: homilia

junho 19th, 2012


Amar e rezar pelos nossos inimigos e perseguidores é o conselho de Jesus. Por isso, não podemos nos limitar a amar somente aqueles que nos amam, pois, desta forma, não haveria mérito.
Não somos obrigados a gostar ou admirar todas as pessoas, mas Jesus ordena que as  amemos. E amar é querer o bem, é ajudar, reconhecer que todas as pessoas são objetos do amor de Deus. À primeira vista, nós não encontramos nenhuma coerência nem sentido em rezar pelos inimigos, mas, se nos dizemos filhos do Pai que está no céu e se, de fato, quisermos sê-lo, não podemos agir de outra maneira.
Aqui na terra, quando os nossos pais são pessoas de bem, nós alimentamos o propósito de imitá-los. Mais ainda nós precisamos copiar o Senhor perfeito do céu, que nos ama como somos e não nos cobra nada, mas nos perdoa mesmo quando somos filhos e filhas ingratos.
A perfeição, a grandeza e o poder de Deus estão no amor que foi derramado em nossos corações pelo poder do Espírito Santo, portanto podemos amar os nossos inimigos.
O amor perfeito! Assim é o amor de Deus, porque passa por cima do ódio que deveríamos sentir pelos nossos inimigos: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos’. Mas eu lhes digo: ‘Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu’” (cf. Mateus 5,44-45).  Nestas palavras de Jesus está a perfeição do amor.
Jesus, hoje, nos exorta longamente para que respondamos ao ódio com amor. Esse texto nos ajuda a compreender que Mateus vê, no amor aos adversários, a característica específica dos discípulos de Cristo.
As Palavras de Jesus indicam duas maneiras de viver. A primeira é a dos que se comportam sem referência a Deus e Sua Palavra. Esses agem em relação aos outros em função da maneira como eles os tratam. Dividem o mundo em dois grupos: os amigos e os que não o são, e fazem prova de bondade só em relação aos que são bons para eles. A segunda forma de viver não põe em primeiro lugar um grupo de homens, mas sim o próprio Deus. Ele, por Seu lado, não reage de acordo com a maneira como O tratam; pelo contrário, “Ele é bom até para os ingratos e os maus” (Lucas 6,35).
Jesus chama, assim, a atenção para a característica essencial do nosso Deus, fonte transbordante de bondade. Ele não se deixa condicionar pela maldade de quem está à Sua frente. Diferente dos homens, o Senhor está sempre pronto a nos perdoar: “Os meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os meus caminhos” (Isaías 55,7-8). O profeta Oséias, por seu lado, ouve o Senhor lhe dizer: “Não desafogarei o furor da minha cólera, porque sou Deus e não um homem (cf. Oséias 11,9).
A grande novidade do Evangelho não é tanto o fato de Deus ser fonte de bondade, mas de que os homens podem e devem agir à imagem do seu Criador: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso!” (Lucas 6,36). Pela vinda de Seu Filho até nós, esta Fonte de bondade está agora acessível. Tornamo-nos, por nosso lado, “filhos do Altíssimo” (Lucas 6,35), seres capazes de responder ao mal com o bem, ao ódio com amor. Vivendo uma compaixão universal, perdoando aos que nos fazem mal, damos testemunho de que o Deus de misericórdia está no coração de um mundo marcado pela recusa do outro, pelo desprezo em relação àquele que é diferente.
Impossível para os humanos entregues às suas próprias forças, o amor pelos inimigos testemunha a atividade do próprio Deus no meio de nós. Nenhuma ordem exterior o torna possível. Só a presença, nos nossos corações, do amor divino em pessoa, o Espírito Santo, permite amar assim. Este amor é uma consequência direta do Pentecostes. Não é em vão que Estêvão, cheio do Espírito Santo, termine com estas palavras: “Senhor, não lhes atribua este pecado” (Actos 7,60).
Como Jesus, o verdadeiro discípulo faz com que a luz do amor divino brilhe no país sombrio da violência como é o nosso Brasil.
Este amor, longe de ser um simples sentimento, reconcilia as oposições e cria uma comunidade fraterna a partir dos mais diversos homens e mulheres, da vida desta comunidade sai uma força de atração que pode agitar os corações. É este o amor que eu chamo de perfeito, o amor que perdoa até aqueles que nos podem tirar a vida.
Pai, faça-me Seu imitador, que eu aprenda a amar perfeitamente como o Senhor amou a mim e aos outros. Não me deixe cair na tentação de fazer acepção de pessoas. Que eu ame a todos sem qualquer distinção.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo, com todos os que navegam na internet 
o oferecimento do dia: 

Bom-dia, Senhor Deus e Pai! 

A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que cria vida, 
pela luz que abre nossos olhos. 
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, 
pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. 
Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar, 
as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir, 
a comunicação que vamos realizar. 
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir. 
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer. 
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, 
a esperança que vamos promover, 
a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, 
o amor que vamos partilhar. 
Ajuda-nos, Senhor, a não 
fugir diante das dificuldades, 
mas a abraçar com amor as pequenas cruzes deste dia. 
Queremos estar contigo, Senhor, 
no início, durante e no fim deste dia. 
Amém. 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio, na Bíblia, o texto do dia
 Mt 5,43-48 
A proposta de Jesus é de uma grande atualidade. O "olho por olho", "dente por dente" dos pagãos ficou superado. Agora não se deve revidar ofensa, descontar agressões. No Novo Testamento o amor supera tudo isso. A novidade está em avançar: não apenas amar quem nos ama, mas amar aqueles que não nos amam e até aqueles que são nossos inimigos. O Pai é bom para com todos. 

2. Meditação (Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

A Palavra me faz um convite a viver o amor como o viveu Jesus Cristo. Os bispos da América Latina disseram:
 "A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência através da qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1 Cor 13; Cl 3,12-14)."
 (DAp 161). 

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Rezo a Oração do perdão e da unidade: 

Pai Nosso... 

4. Contemplação(Vida/ Missão) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Hoje, vou procurar olhar as pessoas com o coração de Deus que faz nascer o sol para todos, sem distinção. 
Quero amar a todos porque todos são amados por Deus. 

Bênção
 
- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, faze-nos encantados pela tua Palavra feita Carne – Jesus de Nazaré – e dá-nos força e coragem para torná-la presente neste mundo através do testemunho de nossas relações com os companheiros de viagem. Nós te pedimos, Pai Amado, pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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