sexta-feira, 27 de abril de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/04/2012

28 de Abril de 2012 


João 6,60-69

Comentário do Evangelho

"Esta palavra é dura".

Os chefes religiosos de Israel já haviam estranhado as palavras de Jesus. Agora são discípulos os que se manifestam: "Esta palavra é dura". No prólogo do evangelho, temos o anúncio de que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14). Agora Jesus minimiza a "carne" e exalta suas palavras, que são Espírito e vida. A encarnação é grandiosa na revelação da carne unida perfeitamente ao Espírito de Deus, em Jesus. E é o Espírito que dá a vida, que vem do Pai e leva ao Pai. 
O tema da incompreensão de Jesus por parte dos discípulos é uma constante nos evangelhos. Agora, alguns abandonam Jesus. Porém, Pedro, em nome dos demais, confirma sua fé e perseverança. Ir a Jesus e encontrar nele as palavras de vida eterna.


José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Na sinagoga de Cafarnaum, Jesus chega ao âmago da revelação: Ele é o Cristo, enviado pelo Pai, Pão verdadeiro que permanece para a vida eterna. Incrédulos, alguns ouvintes se escandalizam, mas Pedro faz o seu ato de fé. Em que grupo estamos nós: até que ponto chega nossa fé? Que resposta oferecemos ao Pai?


Reflexão
Muitas pessoas querem conhecer Jesus e ouvir tudo o que ele tem para dizer, mas não querem escutar tudo, mas sim apenas alguns pontos que lhes interessam para a satisfação dos seus desejos e necessidades. Quando essas pessoas ouvem tudo o que Jesus tem para dizer, se escandalizam, afastam-se dele e não querem mais segui-lo. De fato, é muito fácil dizer que Jesus tem palavras muito bonitas, mas nem sempre é fácil aceitar as exigências do Evangelho. Porém, não podemos nos esquecer que somente Jesus tem palavras de vida eterna, e que só consegue ouvir de fato as palavras de vida eterna quem crê firmemente que ele é o Santo de Deus e busca imitá-lo verdadeiramente na busca da santidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. "Discípulos em Crise..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O leitor mais atento vai perceber que nesta semana Jesus insistiu muito na necessidade da Fé Nele próprio, que é o Filho de Deus descido do céu, uma Fé que requer intimidade com  ele, comendo sua carne e bebendo seu sangue, para ter a Vida Eterna que ele próprio, revelando-se como alimento que transmite e que dá a aquele que crê a Vida Eterna, mesmo com todas as limitações humanas. Que essas afirmações nos debates com os Judeus, acabou transformando-se em provas para a sua condenação, porque para os Judeus da "gema", para quem a referência máxima do Deus da Aliança era Moisés, isso era uma blasfêmia, passível de condenação.

Hoje alguns discípulos menos preparados também acabam se escandalizando com essa revelação e a crise está estabelecida na comunidade. Pois estes pensam exatamente como os Judeus conservadores, Jesus Cristo é bem concetuado entre eles, como grande profeta enviado por Deus (mas não Deus) homem de grandes prodígios e de uma sabedoria que causava admiração na comunidade, mas ainda o conceituavam em um patamar inferior a Moisés, isso é, estavam presos aos laços da carne e não conheciam outra vida que não fosse a Biológica, onde a grande bênção de Deus se manifestava na prosperidade material e na descendência, exatamente como havia prometido a Abraão.

Por isso, diante da afirmativa de Jesus de "O Espírito é que vivifica, a carne de nada serve, e que suas palavras são espírito e Vida..." desencadeou-se uma crise entre eles. Isso se aplica tanto ao grupo dos discípulos, onde a dificuldade de pensar as coisas de Deus, era muito grande, como também as comunidades do fim do primeiro século do Cristianismo.

E a frase que provocou ainda mais a crise foi esta "Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não for concedido", esse foi o estopim que eclodiu na comunidade, onde no pensamento judaico, as boas obras aproximavam o homem de Deus e o justificavam, Deus era estático, o homem é que se move em sua direção.

Jesus havia acabado de dizer que as "boas obras" e a observância de toda Lei, eram apenas as placas sinalizadoras do Caminho, que era Ele próprio. A essas alturas do campeonato, muitos fizeram as malas e deixaram a comunidade, Judas foi o primeiro, atrás dele foram outros da comunidade de João, no primeiro século da Igreja, e hoje também a toda Hora tem cristão abandonando o barco, porque não concorda com a Fé proclamada por uma Igreja Cristocêntrica, institucional e mística, humana e Divina, onde o elo entre Deus e o Homem é a Eucaristia... Quem comer a minha carne e beber do meu sangue permanece em mim e eu nele...

Diante da crise estabelecida, Jesus fez o contrário de certas lideranças fajutas, que não querendo perder ovelhas, abranda o discurso, ameniza a prática cristã, abre um caminho mais fácil e menos exigente, principalmente em nossos tempos. Mas Jesus encarou os que ficaram e em vez de parabenizá-los e rasgar elogios por não terem abandonado a comunidade, endureceu ainda mais o "jogo": "Quereis vós também retirar-vos?", ou seja, para quem não aceitar esta verdade, vivendo o cristianismo do jeito que ele é, a porta da rua é a serventia da casa...

E nesta hora é belíssimo de Pedro, que não era nenhum super apóstolo, tinha muitas limitações, mas em seu coração professava uma Fé descomunal em Jesus, porque o Via como o próprio Deus "Senhor, a quem iremos se só tu tens palavras de Vida Eterna"...

Talvez muita gente competente e intelectual, gente importante que poderia fazer a diferença na comunidade, a tenha abandonado, e os que ficaram são simples, mas fervorosos, pois em nossas comunidades o que vale é a Fé em Jesus Cristo, e não o brilho das pessoas, ou seu status, poder ou prestígio. Uma Fé assim, uma igreja assim, um Jesus Cristo assim, Real e Verdadeiro como João nos apresenta, é PEGAR ou LARGAR... Não tem meio termo ou mais ou menos...

2. "Esta palavra é dura"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Senhor Jesus, estou disposto a seguir-te sempre, pois só tu tens palavras de vida eterna.



3. A QUEM IREMOS?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A revelação de Jesus como o pão descido do céu e de sua carne dada como alimento para a vida do mundo provocou incompreensão e murmurações entre os judeus (Jo 6,41.52). Muitos de seus discípulos também, sem entender, abandonaram Jesus. Dentre estes, Jesus sabia que havia alguém que o entregaria. O tema da incompreensão de Jesus por parte dos discípulos perpassa todos os Evangelhos. Jesus se faz presente "na carne", concretamente, entre os discípulos. Porém, sua compreensão vai se realizar a partir do Espírito que dá a vida. Contrastando com aqueles que abandonaram Jesus, temos a expressiva confissão de fé de Pedro, que se torna uma oração para nós: "A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna."


Qual tem sido a sua resposta à Palavra de Jesus?


Postado por: homilia

abril 28th, 2012


A revelação de Jesus, como o Pão descido do céu e de Sua Carne dada como alimento para a vida do mundo, provocou incompreensões e murmurações entre os judeus (cf. Jo 6,41.52).
Muitos de seus discípulos também, sem entender, abandonaram Jesus. Ante essa atitude do povo, Jesus – fazendo um pequeno comentário – pergunta aos seus discípulos: “Acaso também vós quereis partir?”. Pelo que nos parece, o abandono foi geral. O lugar ficou praticamente vazio e, então, era o momento de Jesus animar aos que restavam e que Ele tinha escolhido a dedo: os doze apóstolos.
Se a resposta fosse negativa, a pergunta pareceria uma exclusão de todos que, deixando Jesus, foram embora. O Senhor, praticamente, lhes diz: “Vós também sois do tipo pusilânime e covarde que, na dificuldade, desanima e foge?”. Também, hoje, Ele nos faz a mesma pergunta.
Gostaria que você não se esquecesse da resposta de Pedro e fizesse, dela, a sua resposta:“Senhor, a quem iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna”. Veja que a resposta de Pedro tem como sujeito a palavra “Senhor”. Evidentemente, não é o mesmo Senhor do Ressuscitado que recebeu o poder, mas indica que as Palavras de Jesus têm a autoridade, o poder e a capacidade de salvar as nossas vidas; por isso, devemos nos submeter a elas.
É preciso que, como Pedro, você tenha a consciência de que não existe, em nenhum lugar do mundo, outro nome pelo qual possamos ser salvos, senão, em nome de Jesus e em Seu poder. Suas Palavras contêm verdade eterna. São as únicas que, propriamente, podem ser declaradas como verdade. É por essa certeza que eu e você temos de acreditar, assim como Pedro nos mostra, que Ele é o ungido, o Filho do Deus.
Afirmar que Jesus é o Filho do Deus vivo é um ato de fé inusitado entre Seus discípulos, não por aclamá-Lo Messias, mas por declará-Lo Filho do Senhor, aceitando que o Pai é Deus. Assim, Pedro estava disposto a admitir e a acreditar nessas Palavras de vida.
Por outro lado, Jesus pede uma resposta clara a Seus apóstolos. Pedro, em nome de todos, dá a única resposta possível para um seguidor de Cristo: “Este é o Ungido do Senhor” e, como Filho, conhece, perfeitamente, a vontade do Pai, cujo seguimento é a verdadeira vida.
Para os homens de fora, as Palavras de Jesus constituem um fracasso. Eles as escutam não com o espírito de obediência, mas com o critério de uma razão humana que se julga independente e absoluta. É o critério de Tomé: se não vejo, não creio.  “Negá-las, porque não as podemos experimentá-las” é cerrar-se ao mistério que sempre existe na grande verdade divina.
Vemos que Jesus se intitula o “Filho do Homem”. Isso significa que Ele pode ser visto e ouvido como um homem, mas com a particularidade de ser representante da divindade, ou seja, a face humana de Deus. Ele sabe como conduzir a humanidade e Seu exemplo é paradigma de todos os que desejam viver sua vida em conformidade com os planos e desígnios do Senhor. Até dirá: “Aprendei de mim que sou pacífico e humilde em minhas ambições e propósitos”.
Em nossos dias, a Palavra de Jesus tem uma resposta negativa: a incredulidade. É Palavra difícil, que exige uma submissão prática da vida, não só no modo de pensar, mas também no modo de atuar.
A Palavra de Jesus também pode ter uma resposta positiva, como a dada por Pedro: a fé.  Não uma fé no homem sábio e brilhante, mas na testemunha que conta o que viveu no seio de Deus. A Sua Palavra está corroborada por obras admiráveis. Se nelas não acreditarmos, desaparecerá o Filho de Deus e ficará apenas o homem Jesus, admirável em palavras e condutas, mas puramente humano, de quem podemos tomar aquilo que nos convêm e descartar as palavras difíceis que atrapalham o nosso ideal ou a nossa maneira de vida. Jamais esse tipo de fé será vida para nós.
Que Simão Pedro interceda por nós, para que, diante de tantos profetas da falsidade, reconheçamos, nas Palavras de Cristo, a vida, a verdade e o caminho que nos conduz a Deus, nosso Pai, e digamos: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna”.
Padre Bantu Mendonça

Laitura Orante 

Como viver em Cristo 

Jo 6,60-69 
- A quem seguir? 

Preparo-me para rezar a Palavra 
com meus irmãos internautas, 
com a oração: 

Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre 
e compreenda o seu Evangelho. 

Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, 
tem piedade de nós. 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto: 
Jo 6,60-69, 
e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 

Jesus desafia seus ouvintes. Sua preocupação está na capacidade que as pessoas têm de ouvir sua mensagem, compreendê-la e se comprometer com ela. E com razão. Muitos o abandonam. Pedro, porém, pelo grupo dos discípulos, dá uma resposta cheia de comprometimento: "Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou." 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 
Assumo a postura de discípulo/a e missionário/a? 
Qual é a minha missão? 
Ou, prefiro, afastar-me? 

Os bispos, em Aparecida, afirmaram: 
"Os fiéis leigos são "os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo" São "homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja".
 (DAp 209). 

3.Oração (Vida)
 
O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, 
com Paulo VI: 

Jesus, Mestre divino, 
que chamastes os Apóstolos a vos seguirem, 
continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, 
pelas nossas escolas e continuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens. 
Dai coragem às pessoas convidadas. 
Dai força para que vos sejam fiéis como apóstolos leigos, 
como diáconos, padres e bispos, 
como religiosos e religiosas,para o bem do Povo de Deus 
e de toda a humanidade. Amém. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu olhar, hoje, é iluminado pela fé nas Palavras de vida eterna do Mestre Jesus Cristo que me impulsiona para a missão de servir. 

Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp

Oração Final
Pai Santo, envia o teu Espírito e fortalece a nossa fé, ainda tão pequenina. Dá-nos a consciência de que somos Filhos muito amados e nos torna agradecidos e generosos para a partilha dos dons que nos dás, com os companheiros de caminhada. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.


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