sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 28/02/2025

ANO C


Mc 10,1-12

Comentário do Evangelho

O Ensinamento de Jesus sobre Divórcio


Jesus inicia sua jornada ao deixar a Galileia e seguir em direção à Judeia, onde atrai grandes multidões. Juntamente com o povo, surgem os fariseus, que tentam pôr à prova seus ensinamentos. Desta vez, o debate gira em torno das controvérsias sobre o casamento, com foco no tema do divórcio e do repúdio da mulher.
Os fariseus, com seus corações endurecidos, se apoiam nos detalhes da Lei de Moisés (Deuteronômio 24:1-4) para justificar suas atitudes, distorcendo a verdadeira intenção de Deus. A carta de divórcio, prevista pela Lei, é utilizada de forma a favorecer os interesses dos homens, muitas vezes em detrimento da mulher.
Jesus, no entanto, recorre ao princípio mais profundo da Lei e apresenta um argumento sólido e transformador. Ele nos remete ao “princípio da criação”, quando Deus, em Seu amor criador, uniu o homem e a mulher. A união entre ambos não é apenas um vínculo humano, mas uma aliança sagrada, representando a união de Deus com Seu povo. Dessa forma, a união matrimonial deve ser inquebrantável, como o pacto de Deus com Seu povo, sem espaço para repúdio, divórcio ou adultério. A dureza dos corações humanos é quebrada pela força do amor de Deus, que renova e restaura.
https://catequisar.com.br/liturgia/o-ensinamento-de-jesus-sobre-divorcio/

Comentário do Evangelho

Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe


Jesus se despede da Galileia e se dirige à Judeia. O ensino atrai as multidões. Com elas, também surge a presença dos fariseus que querem pôr o Mestre à prova. O tema dessa vez é sobre controvérsias do casamento, especificamente o repúdio da mulher. A dureza dos corações faz os piedosos legalistas se apoiarem em detalhes da Lei em vista dos próprios interesses, justificando ser a vontade de Deus. A carta de divórcio, embasada na Lei de Moisés (Dt 24,1-4), busca remediar uma situação, tornando-a favorável ao homem. Jesus recorre ao mais originário da Lei, apresentando um argumento bem convincente. No “princípio da criação”, há o amor criador de Deus que faz unir homem e mulher. Duas histórias são fundidas porque viverão uma só vida, “uma só carne”, uma aliança inquebrantável, a exemplo da relação de Deus com seu povo. Não há espaço para repúdio, divórcio e adultério, porque a dureza do coração é quebrantada pela fonte do amor de Deus.
Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.

Reflexão

A indicação geográfica dada por Marcos no início do Evangelho de hoje é muito importante. Jesus conclui o ministério na Galileia e parte agora para a Judeia, indo em direção a Jerusalém. Na Galileia, Jesus foi reconhecido como Mestre, e sua fama já chegou do outro lado do rio Jordão. Na Judeia, porém, iniciam novos desafios, como a provocação dos fariseus maldosos que põem o Mestre à prova: é licito ou não se divorciar? Pergunta capciosa. Moisés legalizou o divórcio, mas o que Deus uniu, jamais deveria ser separado pelo ser humano. Eis um dilema que Jesus responde com sabedoria e prudência: no matrimônio, homem e mulher constituem uma só carne, que jamais poderá ser separada. Apesar de todos os ataques, a Igreja permanece firme na doutrina dada por Jesus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«Como de costume, as ensinava»

Rev. D. Miquel VENQUE i To
(Solsona, Lleida, Espanha)

Hoje, Senhor, gostaria de fazer um momento de oração para te agradecer os teus ensinamentos. Tu ensinavas com autoridade e fazia-lo sempre que te deixávamos, aproveitavas todas as ocasiões: claro! Compreendo-te, a tua missão básica era transmitir a Palavra do Pai. E assim o fizeste.
Hoje, “pendurado” na Internet digo-te: Fala-me, quero fazer um momento de oração como fiel discípulo. Em primeiro lugar, queria pedir-te capacidade para aprender o que nos ensinas e em segundo, para saber ensiná-lo. Reconheço que é muito fácil cometer o erro de fazer-te dizer coisas que Tu não disseste e, com ousadia malévola, tentar que Tu digas aquilo que eu gosto. Reconheço que provavelmente sou mais duro de coração que esses ouvintes.
Eu conheço o teu Evangelho, o Magistério da Igreja, o Catecismo, e recordo aquelas palavras do Papa João Paulo II, na Carta às Famílias: «O projeto do utilitarismo assente numa liberdade orientada segundo o sentido individualista, quer dizer, uma liberdade vazia de responsabilidade, é o constitutivo da antítese do amor». Senhor, rompe o meu coração desejoso de felicidade utilitarista e faz-me entrar dentro da tua verdade divina, que tanto necessito.
Neste local de observação, como desde o cimo da montanha, compreendo que Tu digas que o amor matrimonial é definitivo, que o adultério —apesar de ser pecado como toda a ofensa grave cometida contra ti, que és o Senhor da Vida e do Amor— é um caminho errado para a felicidade: «Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira» (Mc 10,11).
Recordo um jovem que dizia: «Mossèn o pecado promete muito, não dá nada e rouba tudo». Que eu te compreenda bom Jesus, e que o saiba explicar: Aquilo que Tu uniste, o homem não o pode separar (cf. Mc 10,9). Fora daqui, fora dos teus caminhos, não encontrarei a autêntica felicidade. Jesus ensina-me de novo!
Obrigado Jesus, sou duro de coração, mas sei que tens razão.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Eis aqui como ele convence aos judeus de que não deve se repudiar a esposa com as palavras de Moisés, quando eles acreditavam que agiam segundo a sua lei ao repudiá-la. Do mesmo modo e pelo mesmo testemunho de Cristo sabemos que foi Deus quem fez e uniu ao homem e a mulher» (Santo Agostinho)

- «Um dos maiores serviços que os cristãos podem prestar aos nossos semelhantes é oferecer-lhes o nosso sereno e firme testemunho de família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a, visto que é da máxima importância para o presente e o futuro da humanidade» (Bento XVI)

- «O carácter imoral do divórcio advém-lhe também da desordem que introduz na célula familiar e na sociedade. Esta desordem traz consigo prejuízos graves: para o cônjuge que fica abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais e, muitas vezes, objeto de contenda entre eles; e pelo seu efeito de contágio, que faz dele uma verdadeira praga social» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.385)

Reflexão

Divorcio? Não há amor sem eternidade

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, o Evangelho nos convida a situar a realidade do amor em geral – e do matrimônio em particular – em sua genuína perspectiva: a do criador. Deus é amor – só Ele -, e Ele tem instituído o matrimônio. O amor humano, se não queres morrer afogado, necessita viver acolhido dentro de um amor mais amplo: o amor eterno de Deus. Não há amor sem eternidade.
O amor humano, contém sempre uma pretensão de eternidade. Nada poderia dizer (nem aceitar): “Te amo por N anos” (por limites ao “te amo” soa como um insulto). Em consequência: prometer “te amo” só se converte em uma realidade cumprida si se inclui em um amor que proporcione verdadeiramente eternidade. O amor humano é, em si, uma promessa incumprível: querer eternidade e só poder oferecer limitações. Mas, essa promessa não é insensata nem contraditória, se a eternidade vive nela.
- Jesus, fica conosco para que nosso amor seja autêntico: necessitamos a espera de Deus eterno.

Reflexão

As várias formas hodiernas de dissolução do matrimónio (as uniões livres, o "matrimónio de prova"...)

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, as várias formas hodiernas de dissolução do matrimónio, como as uniões livres e o "matrimónio de prova", até ao pseudomatrimônio entre pessoas do mesmo sexo, são ao contrário, expressões de uma liberdade anárquica, que se faz passar indevidamente por verdadeira libertação do homem.
Uma tal pseudoliberdade funda-se sobre uma banalização do corpo, que inevitavelmente inclui a banalização do homem. O seu pressuposto é que o homem pode fazer de si o que quer: o seu corpo torna-se assim uma coisa secundária, manipulável sob o ponto de vista humano, a ser utilizado como se deseja. O “libertinismo”, que se faz passar por descoberta do corpo e do seu valor, é na realidade um dualismo que torna o corpo desprezível, colocando-o por assim dizer fora do ser autêntico e da dignidade da pessoa.
—A verdadeira expressão da liberdade é a capacidade de decidir por uma doação definitiva, na qual a liberdade, doando-se, se reencontra plenamente a si mesma.

Comentário sobre o Evangelho

«O que Deus uniu o homem não separe!»


Hoje, os fariseus voltam à carga e preparam uma armadilha a Jesus. Ironicamente dizem-lhe que Moisés aprovou o divórcio. Mas Jesus não os poupa: - Aí Deus teve que ceder porque tendes um coração duro, egoísta.
- Deus não fez o matrimónio para o divórcio, mas para o Amor: esse amor autêntico que nem se apaga nem se acaba!

Meditação

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

Até o tempo de Jesus, muitos viam a esposa como propriedade do marido. Se este se desagradasse dela, Moisés permitia que se divorciasse (Dt 24,1). Com base nisso, os fariseus testam Jesus, perguntando-lhe se o homem podia divorciar-se. Jesus diz que Moisés permitiu o divórcio pela dureza de coração do Povo, o que não estava nos planos de Deus, que criara homem e mulher, e sonhava uni-los no matrimônio, a tal ponto de não mais serem dois, mas uma só carne. O marido amar a esposa é amar a si mesmo, a sua própria carne, pois ninguém despreza a própria carne (Ef 5,28s). Se quem encontra um amigo fiel, “encontrou um tesouro”, muito mais se um homem encontra uma esposa fiel, e a mulher, um esposo fiel.
Oração
CONCEDEI-NOS, DEUS TODO-PODEROSO, meditar sempre as realidades espirituais, e praticar em palavras e ações o que vos agrada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

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