ANO B
Lc 6,1-5
Comentário do Evangelho
O poder de dar e proteger a vida.
Uma vez mais o descanso sabático está no centro da controvérsia. Os fariseus, pelos dados que o Novo Testamento nos oferece, se tornaram legalistas: trata-se, pura e simplesmente, de cumprir um a um os preceitos da Lei. É bastante provável que o sentido da Lei tenha ficado esquecido, como ficou esquecido o amor de Deus que permanece velado atrás da letra da Lei. A pergunta de alguns dentre os fariseus é esta: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” (v. 2). Segundo Jesus, no dia de sábado é exigido fazer o bem e salvar a vida (vv. 8-9). Jesus responde recorrendo a um episódio de Davi (1Sm 21,1-10). O que justificou a atitude de Davi foi a fome e a necessidade de manterem a vida em boas condições (cf. Lc 6,3-4). O exemplo de Davi ilustra a argumentação de Jesus contra os fariseus e em favor dos discípulos. “O Filho do Homem é Senhor também do sábado” (v. 5), isto é, o sábado, dia de se lembrar da misericórdia de Deus, é tempo privilegiado da manifestação do seu poder, poder de dar e proteger a vida, poder de libertar da escravidão do mal.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 07/09/2013
Comentário do Evangelho
O sábado ponto de controvérsia.
O descanso sabático está no centro da controvérsia de Jesus com os fariseus. O que predominam, segundo os evangelhos, na visão dos fariseus sobre o sábado, são as interdições. Fica esquecida a finalidade primeira do sábado: recordando o dom da vida e de toda criação e os sofrimentos da escravidão do Egito, da qual o povo foi libertado por Deus, deviam imitar a misericórdia de Deus (Lc 13,15-16). Diante do rigorismo legalista, a concepção do sábado como dom de Deus (Ex 16,29), para fazer a memória do dom da vida e da liberdade, praticamente desaparece. Para os fariseus, arrancar espigas para comê-las, no dia de sábado, era transgredir o descanso sabático. No entanto, a Torá permite a colheita de espigas contanto que não se utilize a foice (Dt 23,36). À objeção dos fariseus, Jesus responde recorrendo ao exemplo de Davi (1Sm 21,1-10). A fome e a necessidade de manterem a vida em boas condições justificaram a atitude do monarca. O exemplo de Davi é um exemplo de peso que justifica e ilustra a defesa que Jesus faz da atitude dos seus discípulos. No novo tempo da presença do Senhor que assumiu a nossa humanidade, o sábado é tempo privilegiado de manifestação do seu poder salvador.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me sensato na prática das exigências religiosas, para eu buscar, em primeiro lugar, o que realmente é do teu agrado e está a serviço da vida, cuja fonte és tu.
Fonte: Paulinas em 06/09/2014
Vivendo a Palavra
É suave o jugo e leve o peso do fardo que Jesus entregava aos seus discípulos. Assim também deve ser a vida proposta pela Igreja aos seus fieis: ultrapassar a letra morta das prescrições, amando os irmãos que estão ao nosso lado e cuidando da natureza que nos foi emprestada pelo Criador e Nosso Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2013
VIVENDO A PALAVRA
Os fariseus apanham Jesus em outra ‘transgressão’ à Lei – Ele permitia que seus seguidores violassem o preceito sabático, arrancando e saboreando espigas de trigo! Seus corações de pedra não haviam sido substituídos por corações de carne, que sejam capazes de compreender que nosso Pai deseja misericórdia e não sacrifícios.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/09/2020
Reflexão
É muito fácil a gente ver o que as pessoas estão fazendo e, a partir da aparência dos seus atos e de princípios previamente estabelecidos, emitir os nossos juízos e opiniões. O Evangelho de hoje mostra para nós os erros que podemos incorrer com este tipo de comportamento. Podemos fazer com que Deus se torne o grande opressor da humanidade, porque é um grande ditador e está à espera para punir a todos os que lhe desobedecem e não um Pai amoroso e podemos também deixar de olhar a realidade das pessoas e as suas motivações, que podem modificar profundamente a nossa opinião a respeito delas.
Fonte: CNBB em 07/09/2013 e 06/09/2014
Reflexão
Na Antiga Aliança, o sábado era reservado ao culto religioso e ao descanso; ninguém estava autorizado a trabalhar. Nem mesmo os animais (cf. Ex 20,8-11; Dt 5,12-15). Jesus não falta com o respeito ao sábado. É que ele põe o ser humano acima das prescrições sabáticas. Assim, ele liberta da doença algumas pessoas, em dia de sábado. Neste episódio, os fariseus confundem colheita da produção agrícola com o simples catar algumas espigas para matar a fome (necessidade urgente e inadiável). Jesus corrige a mentalidade dos fariseus dizendo que eles desconhecem as Escrituras, que eles tanto prezam e citam: “Vocês nunca leram o que fez Davi quando estava com fome?”. Jesus é maior do que Davi, que eles muito admiram e valorizam: “O Filho do Homem é Senhor do sábado”.
Oração
Ó Jesus, “Filho do Homem”, os fariseus fazem tempestade num copo d’água: acusam teus discípulos como se tivessem cometido grave escândalo. Apenas debulhavam espigas para matar a fome, em dia de sábado. Citando as Escrituras, argumentas que as leis foram criadas para favorecer a vida humana. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 05/09/2020
Reflexão
A lei do sábado, com o passar do tempo, tornou-se instrumento de opressão. Havia um tipo de tradição rígida, encabeçada por um grupo chamado fariseu, especialista em exigir dos outros o cumprimento de 613 preceitos. Com tanta lei assim, a vida ficava impossível de ser sentida. A liberdade com a qual Deus dotou o homem tornava-o refém de um emaranhado de práticas vazias. A comunidade dos discípulos de Jesus é chamada a viver na sua profundidade, sem a necessidade de se enrolar em falsos preceitos, inventados unicamente para satisfazer formalidades. O seguidor de Jesus vai ao essencial, naquilo que toca a existência e a enche de significado. Jesus é o sentido.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 03/09/2022
Recadinho
Em que consiste seu repouso dominical? - Coloca realmente Deus no centro de tudo? - Será que nossa sociedade se preocupa com o tempo de descanso e tempo também para se dedicar a Deus? - Você considera realmente um dia santo e domingo como oportunidade de dedicar mais tempo a Deus, à Igreja? - É possível repousar e testemunhar sua fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 06/09/2014
Comentário do Evangelho
O SENHOR DO SÁBADO
Sendo Jesus o Filho do Homem, pleno de poderes recebidos do Pai, podia agir com liberdade diante da tradição. Pouca importância tinha para ele as distinções minuciosas e as interpretações casuístas que corriam nos ambientes farisaicos. No caso do repouso sabático, colocava-se acima dos limites sutis entre as ações proibidas e aquelas permitidas, no dia consagrado ao Senhor.
Daí sua atitude de indiferença quanto ao fato de seus discípulos, ao atravessar um trigal em dia de sábado, terem apanhado espigas e comê-las. Em que este gesto representava um desrespeito a Deus? Por que classificá-lo como pecaminoso e, por isso, proibi-lo? Jesus não via nele motivos para censurar seus discípulos, e impedi-los de praticar esta ação.
Se Davi tomou a liberdade de saciar sua fome com pães consagrados, que só aos sacerdotes era permitido comer, o Filho do Homem estava agindo muito mais corretamente com os seus discípulos! Sua superioridade em relação ao antigo rei de Israel permitia-lhe liberá-los da submissão às prescrições judaicas.
Jesus concedia, assim, aos discípulos uma liberdade desconhecida no mundo dos mestres da Lei e dos fariseus. A ação de Jesus fundava-se num dado que seus adversários desconheciam: sua condição de Filho de Deus.
Fonte: Dom Total em 06/09/2014 e 03/09/2022
Oração
Espírito que liberta, desata as amarras que mantêm o povo fanaticamente apegado a certas tradições, diante das quais o Pai permite agir com liberdade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 06/09/2014
Meditando o evangelho
UMA LEI COMPLICADA
A Lei do repouso sabático tornava-se cada vez mais complicada na medida em que havia o perigo de não ser respeitada. A partir do cativeiro babilônico, quando os judeus correram o risco de perder a sua identidade de povo eleito, os mestres procuraram acrescentar à Lei do sábado prescrições cada vez mais rígidas e minuciosas. Essas regras foram posteriormente recolhidas e organizadas em forma de tratado, ao qual se deu o nome de Shabbat. Foi o mais longo e o mais importante de todos os tratados da literatura rabínica. Para ser fiel ao mandamento, era preciso assimilar tudo quanto aí era prescrito.
No episódio referido pelo Evangelho, os fariseus queriam enredar Jesus num casuísmo legal. O fato de os discípulos, em dia de sábado, terem apanhado espigas de trigo para comer, não lhes podia ser imputado como roubo. Segundo eles, os discípulos tinham infringido a norma que proibia a preparação de alimentos em dia de sábado. Esta preparação supunha a colheita e a debulha do trigo. Daí serem estas ações também proibidas.
A atitude de Jesus pôs abaixo este rigorismo perfeccionista, procurando abrir a mentalidade dos discípulos para o bom senso e a verdadeira fidelidade a Deus. O bom senso aconselhava-os a não passar fome, quando tinham comida à disposição. Sendo assim, a Lei da sobrevivência mostrava-se ser mais fundamental que a Lei do repouso sabático. Esta só seria válida quando não entrasse em conflito com aquela. O mesmo seria necessário dizer de todos os demais mandamentos.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Pai, torna-me sensato na prática das exigências religiosas, para eu buscar, em primeiro lugar, o que realmente é do teu agrado e está a serviço da vida, cuja fonte és tu.
Fonte: Dom Total em 05/09/2020
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Lei e a Necessidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Alimentar-se quanto se está com fome é uma das necessidades básicas e essenciais de qualquer ser humano e por isso, “passar fome” é uma expressão que nem deveria fazer parte do nosso vocabulário pois é um pecado contra a vida. A falta de alimentação traz a desnutrição e consequentemente á morte, se a pessoa não se alimentar.
Jesus era um pregador itinerante e seus discípulos o acompanhavam, ás vezes aparecia as almas generosas que lhe ofereciam um lanche ou uma refeição mais caprichada, mas naquele dia de sábado, em que o Judeu guardava o preceito sabático, não tiveram essa acolhida pois as pessoas preparavam as refeições na véspera e não podiam prever que no sábado aparecia os doze e mais o Mestre para uma refeição extra. Não se sabe de que distância eles vinham caminhando, mas o texto mostra que a “fome” bateu e a turma nem quis saber de quem era aquela roça de milho, foram apanhando as espigas, ali mesmo debulhando-as e “mandando para dentro”, certamente Jesus também comeu algumas pois tinha fome como qualquer outro.
Foi quando de repente apareceram os chatos dos Fariseus para acabar com a alegria do grupo, e já vieram de dedo em riste, para fazer a acusação. E como sempre sobrou para o Mestre, a acusação de que seus discípulos não guardavam o sábado pois estavam acintosamente trabalhando (colhendo espigas de milho) pois o problema não era eles estarem se alimentando, mas sim de estarem trabalhando, o que era rigorosamente proibido em dia de sábado.
Jesus então usa de uma estratégia inteligente, Davi era um nome de peso para eles, uma pessoa de referência, fiel, zeloso das coisas do Deus da Aliança, enfim, alguém intocável. Jesus os lembra que Davi e seus companheiros tiveram fome em um combate, e ao entrarem no templo, comeram os pães da proposição (seria em nossos dias a Hóstia do Padre, que é intocável) a comparação é apenas no sentido, pois uma Hóstia não mata a fome física de ninguém. Mas no caso de Davi eram pães, e de bom tamanho, que ele comeu e deu a turma toda.
E diante da mudez dos tais Fariseus, que não sabiam o que responder, Jesus deu o golpe de misericórdia: “O Filho do Homem é Senhor também no Sábado”, ou seja, a Vida acima de qualquer norma ou lei, mesmo que seja religiosa. É bom pensarmos se em nossas comunidades, nas pastorais e movimentos, a gente muitas vezes não coloca normas e norminhas, mil regrinhas, acima do bem e da Vida das pessoas. Qualquer Lei que não tenha no centro a defesa e a preservação da Vida, não é Cristã!
2. O Filho do Homem é Senhor também do sábado - Lc 6,1-5
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Era sábado. O evangelista relata o que aconteceu para ensinar aos cristãos provenientes do judaísmo como se comportar em relação ao sábado. Passando por um trigal, os discípulos arrancavam espigas e comiam. Ora, sábado é o dia de Deus e deve ser observado segundo o que Deus quer. Parece, porém, que os homens, com suas leis, seus princípios, suas tradições e suas interpretações, acabaram desvirtuando o que Deus queria. Para Deus, o ser humano vem sempre em primeiro lugar e tudo existe para o bem daqueles que ele criou e pelos quais seu Filho Jesus entregou a própria vida. Sagrado para Deus é o ser humano. O sábado é dia sagrado porque nele o ser humano glorifica a Deus. A melhor maneira de glorificar a Deus é a prática do amor fraterno. As observâncias do dia sagrado não podem impedir que, quem tem fome, coma. O sábado foi feito em primeiro lugar para o descanso do ser humano. Esse descanso, porém, não pode se tornar um tormento de observâncias. A intensão de proteger a Lei é boa, mas pode acabar sufocando as pessoas e impedindo que elas façam o bem no dia de Deus, por ser o dia de Deus. Ainda aos gálatas, Paulo diz: “Vocês observam cuidadosamente dias, meses, estações, anos! Receio ter-me cansado em vão por vocês”.
Fonte: NPD Brasil em 05/09/2020
Liturgia comentada
Insurgiram-se contra mim... (Sl 54 [53])
Arrogantes, violentos, os inimigos da Igreja procuram a ruína do povo de Deus, da mesma forma que o Rei Saul tentava eliminar Davi, alvo de seu ódio e seu ciúme.
A introdução deste Salmo registra que o poema-oração foi composto por Davi quando se refugiara entre os zifeus (cf. 1Sm 23), os quais informaram Saul de sua presença. Trata-se de uma dessas situações em que tudo parece perdido e só nos resta a proteção divina. Assim se sentiu a Igreja de Cristo em diferentes épocas e lugares, escolhida como alvo de poderosos inimigos.
Como explicar esse ódio que escorre ao longo dos séculos, desde a pregação dos primeiros apóstolos, quando judeus e pagãos rangiam os dentes, apanhavam pedras ou arrastavam os cristãos até seus tribunais? Afinal, a pregação da Igreja não era, em síntese, o anúncio de uma Boa Notícia para todos? Ora, o anúncio é uma denúncia. A proposta do bem traz o mal ao sol. A luz combate as trevas. Quem defende a vida ofende os mercadores da morte. Daí a reação violenta contra o Evangelho de Cristo.
Exemplo desse “incômodo” causado pela evangelização verificou-se ainda no Império Romano, quando se prestava um culto de adoração ao imperador. O anúncio do Senhorio de Cristo reduzia César a um homem comum, diante de quem o cristão jamais dobraria os joelhos. Sua religião era considerada uma irreligião; sua piedade, uma impiedade.
Ao longo da história, muitos regimes autocratas tentaram impor a ferro e fogo o seu poder sobre as populações. O regime nazista de Hitler encontrou nos cristãos fiéis uma barreira para seus projetos de dominação, que incluíam a eliminação de minorias raciais, deficientes físicos e mentais, supressão da liberdade de pensamento e de expressão, entre outras manifestações de loucura.
Ora, o Evangelho revela a dignidade do homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Esta doutrina era incompatível com os dogmas do nazismo ateu. Daí as perseguições, o fechamento das editoras e escolas católicas e o martírio de numerosos cristãos de diferentes denominações. O governo de inspiração maçônica que assolou o México nos anos 30 seguiria a mesma cartilha, assassinando centenas de padres e religiosas.
Hoje, a Igreja continua sendo o alvo daqueles que se insurgem contra sua mensagem. A Igreja defende a família, vê o matrimônio como uma aliança sagrada entre homem e mulher, defende os fetos e embriões como pessoas com direitos, recusa que o homem seja tratado como matéria-prima ou mão-de-obra escrava. Por isso mesmo, continuará perseguida...
Orai sem cessar: “Por amor de Sião, eu não me calarei!” (Is 62,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
REFLEXÕES DE HOJE
SÁBADO
Fonte: Liturgia Diária em 07/09/2013
HOMILIA DIÁRIA
Oremos pelo nosso Brasil
Oremos pelo nosso Brasil, oremos pelos nossos governantes, para que o Senhor nos dê um país mais justo e solidário.
A carta de São Paulo aos Colossenses, no capítulo primeiro, versículo 23 diz: “Mas é necessário que permaneçais inabalável e firmes na fé, sem vos afastardes da esperança que vos dá o Evangelho”.
Hoje, somos convidados pela Palavra de Deus a permanecermos inabaláveis, firmes, confiantes, sem perder a esperança nem a direção. É necessário que permaneçamos no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos foi anunciado.
Nós recebemos essa Palavra como salvação para a nossa vida, como resgate para a nossa condição de pecadores e fracos que somos sem a presença de Deus.
Não podemos negar que, muitas vezes, o barco da nossa vida balança e a tentação que nós temos é de pensar que vamos naufragar. O desânimo bate à nossa porta, o cansaço vem nos visitar. Nós estamos clamando por socorro, por ajuda, estamos clamando pela misericórdia e pela assistência de Deus em nossa vida.
A Palavra de Deus é para que nós não desanimemos se, de alguma forma, o desânimo nos visitar, o cansaço bater à nossa porta e tivermos vontade de jogar tudo para cima. O Senhor, hoje, quer firmar a nossa fé, Ele quer que permaneçamos confiantes, de uma forma inabalável, n’Ele e na Sua palavra.
Que nós nos levantemos de todo o espírito de desânimo e cansaço que esteja nos atormentando; que voltemos para o Senhor a nossa confiança. Olhamos para aquele que venceu a morte, o Senhor da nossa vida.
Queria também, no dia de hoje, convidar você a orar pela nossa pátria, pelo nosso Brasil. Nós brasileiros somos, muitas vezes, tentados a desanimar diante de tantas circunstâncias e momentos difíceis pelos quais passamos como crise econômica, crise política, crise de valores… Mas não podemos desistir da nossa pátria, não podemos deixar de construí-la, ainda que nossa pátria definitiva seja o céu.
O país que nós moramos se chama “pátria amada Brasil”.
No dia da Independência, que Deus dê a soberania ao nosso país, que Ele dê liberdade àqueles que ainda não a experimentaram.
Oremos pela nossa pátria, oremos pelos nossos governantes, para que o Senhor nos dê um país mais justo e solidário.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/09/2013
HOMILIA DIÁRIA
Jesus é o Senhor do tempo e de tudo o que há
Quando dizemos que Jesus é o Senhor do sábado e do domingo, nós queremos dizer que Ele é o Senhor do tempo e da vida, de qualquer dia e lei.
“E Jesus acrescentou: ‘O Filho do Homem é senhor também do sábado’.” (Lucas 6, 5)
Nesta passagem bíblica, os judeus estão, mais uma vez, tendo dificuldade com Jesus por entenderem que o Mestre, muitas vezes, parece violar o sábado. O sábado e o templo são coisas muito sagradas para a mentalidade e para a religião judaica. Jesus não veio nem para desprezar o templo nem para desprezar o sábado. Ele veio para mostrar que Ele é o Senhor tanto do templo como do sábado e que o homem não foi feito para o sábado, mas sim o sábado para o homem.
Nós estamos falando de um dia da semana, o sábado, para nós, pode parecer um dia comum, mas, na verdade, é o dia sagrado para a religião primitiva dos judeus; assim como é para nós o domingo o dia do Senhor por causa da ressurreição d’Ele. É que nós não nos prendemos à questão do dia da semana, mas sim à questão da observância da Lei de Deus.
Quando dizemos que Jesus é o Senhor do sábado, nós queremos dizer que Ele é o Senhor de qualquer lei, que Ele é o Senhor da vida, que Ele é o Senhor do templo, é o Senhor da nossa fé. Ele é o enviado do Pai e está acima de qualquer preceito e de qualquer lei e é Ele quem, na verdade, nos ensina a interpretar a Lei de Deus como ela deve ser interpretada e vivida no Espírito do próprio Deus, porque, senão, as leis se tornam meramente humanas; preceitos se tornam apenas letras, e as pessoas param nas letras e não absorvem o espírito delas.
Não se trata de desrespeitar o dia do Senhor, mas o que não podemos é virar escravos da lei do sábado nem de lei nenhuma! Chama-nos a atenção para a necessidade de que todos nós temos de guardar o domingo, o dia sagrado para todos nós cristãos. Porém, nós não podemos cair no extremo – o deles é de relaxar, esquecer que domingo é o dia do Senhor e o viver de qualquer jeito, trabalhando, cuidando de suas coisas e não vivem o domingo como o dia do preceito, como um dia sagrado, como o dia de descansarmos em Deus e d’Ele ser o descanso para nós; de vivermos a convivência familiar com tudo aquilo que precisamos viver.
Por outro lado, nós também corremos o risco de ser escravos do dia do Senhor se, nesse dia, não termos tempo para acolher o necessitado, ajudar a quem precisa, prestar um auxílio a quem necessita de nossa ajuda, e assim por diante. Guardar a Lei de Deus é viver o espírito dela; no dia do Senhor vivemos para o Senhor e permitimos que Ele conduza os nossos passos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/jesus-e-o-senhor-do-tempo-e-de-tudo-o-que-ha/?sDia=6&sMes=9&sAno=2014 (06/09/2014)
HOMILIA DIÁRIA
A essência de Deus é o amor e a misericórdia
“Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos.” (Lucas 6,1)
Primeiro, é preciso entender que o sábado na mentalidade judaica, na cultura, na tradição judaica, ocupa um lugar central, porque observar a lei acima de tudo é guardar o sábado. A lei para quem vive a radicalidade da compreensão da letra está acima de todas as coisas: não se pode abrir mão do sábado, não se pode trabalhar aos sábados, não se pode, de forma alguma, realizar nada.
Eles entenderam a lei escrita, mas não entenderam o espírito dela. Eles entenderam que era para guardar o sábado, mas não entenderam por que o guardar. Guardar em honra, em respeito, em amor ao Senhor nosso Deus, mas a palavra fundamental é compreender o amor.
O amor a esse Deus não pode nos levar a sermos pessoas cegas, bitoladas, rigoristas, que estão preocupadas com a letra, mas não estão preocupadas com a essência da letra.
Aquilo que fazemos para Deus, em honra e amor a Ele, é para entrarmos na essência d’Ele. Então, eu cumpro os meus preceitos religiosos, vou à Missa, faço as minhas orações, mas não entro na essência de Deus, a qual nos revela justamente Jesus.
A essência de Deus é aquilo que Ele é: amor e misericórdia. Deus não é a lei pela lei, Ele não é o rigorismo pelo rigorismo. Deus não nos forma para sermos cegos, mas para abrirmos os nossos olhos.
O amor a esse Deus não pode nos levar a sermos pessoas cegas, bitoladas e rigoristas
Do que adianta guardarmos o sábado ou observarmos a lei se não enxergamos o pobre, o sofrido… Se não enxergamos quem está na nossa casa, se não enxergamos a dor do outro? “Eu sei que é sábado, mas os discípulos estão com fome, não comeram e estão arrasados. Debulhem as espigas e comam”. E Deus estava ali sendo agraciado, louvado e exaltado porque cuidou da fome e da necessidade do outro.
Jesus mesmo dá o exemplo de Davi: os pães estavam reservados aos sacerdotes, mas Davi, na sua fome, comeu aquilo que estava reservado somente a eles. A lei que não nos ensina a cuidar do outro, a nos voltarmos para o outro, a atender a necessidade do outro, essa lei não é divina ou não tem o espírito da graça.
Não é o problema da lei, mas o problema de quem a interpreta, é de quem olha a letra pela letra, é de quem olha as Escrituras pelas letras, mas não pelo Espírito. Por isso, que Deus nos conceda hoje o Espírito da graça, do amor e da misericórdia para entendermos que a pessoa humana, que o ser humano na fome, na sede, na carência e em tudo que vive é mais importante.
Quem ama a Deus cuida do seu próximo!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 05/09/2020
HOMILIA DIÁRIA
Viva a lei da caridade e do amor
Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães”. E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado.” (Lucas 6,4-5)
O episódio do Evangelho de hoje mostra os discípulos colhendo algumas espigas porque estavam com fome, então, os fariseus criticaram o Senhor: “Não se pode fazer um trabalho em dia de sábado!”. E Jesus, mais uma vez, explicou a eles que Ele é o Senhor do sábado, ou seja, Ele tem a autoridade, Ele é a Lei.
E, naquela ocasião, por conta da fome, por conta da caridade — a caridade está acima da lei, está acima da regra, aliás, a regra é a caridade ou deve ser a caridade —, a lei pela lei mata; e, se não for vivida na caridade, aprisiona; e a lei, na verdade, é para vida; a lei deve ser para a vida. E a lei estava ali aprisionando — “Não se pode fazer um trabalho em dia de sábado!”. Ora, mas os discípulos estavam com fome! O que era melhor: viver a lei pela lei ou viver a lei da caridade e dar a vida àqueles discípulos? É claro que Jesus fez a opção de dar a vida àqueles discípulos, Ele queria libertar aqueles homens daquele formalismo. Jesus quis libertar aqueles homens que estavam presos à lei pela lei.
Jesus é a nova Lei, que prega o amor, que prega a misericórdia
Ele, Jesus, é a nova Lei. Ele, Jesus, é a nova Lei, que prega o amor, que prega a misericórdia. Que nós também façamos assim na nossa vida, vivamos a lei da misericórdia, vivamos a lei do amor, vivamos a lei da caridade, vivamos a lei ao exortar os nossos irmãos, mas exortar também com caridade, exortar também com misericórdia, porque nós não podemos perder ninguém. Vamos exortar sim, mas exortar também para ganhar aquele irmão, para ganhar aquela irmã.
Ele é a Lei, Jesus é a Lei e nos manda viver o amor, manda-nos viver a solidariedade, manda-nos viver a misericórdia. Que o Senhor nos ajude a viver na liberdade de filhos de Deus, e vivamos a Lei d’Ele, coloquemos Ele na nossa vida; vivamos a caridade e a misericórdia com o nosso próximo. E, quando tivermos que exortar, exortemos também na misericórdia.
A bênção de Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 03/09/2022
Oração Final
Pai Santo, dá à tua Igreja a sabedoria e o coragem de ir além da letra da Lei, mergulhando no seu Espírito e, assim, vivermos, já nesta terra, os sinais do Amor que um dia saborearemos em plenitude no teu Reino. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai misericordioso, dá-nos Sabedoria para procurar o essencial, jamais colocando o acidental em posição de primazia. Que em nossa vida, sigamos a Jesus de Nazaré na convivência fraterna, sempre atentos e dispostos para cuidar do próximo. Ensina-nos, amado Pai, a discernir, para seguir o Espírito Vivo da Lei, não limitados a cumprir apenas a sua letra morta. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/09/2020
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