ANO B
Mt 9,14-17
Comentário do Evangelho
Controvérsia sobre o jejum
O jejum era uma das mais simbólicas observâncias do judaísmo, as quais davam margem à hipocrisia da classe religiosa dirigente. Proclamavam-se fiéis observantes da Lei, mas faltava-lhes o amor para com o povo humilde e frágil. A tônica desta narrativa, também encontrada em Marcos e Lucas, é o questionamento sobre a observância do jejum. Em contraposição a esta tradicional observância, Jesus destaca que é chegado o momento do banquete nupcial, com a presença do noivo entre os convidados. Jesus usa esta expressiva imagem, tradicional no Antigo Testamento, para designar a alegria e felicidade e o desabrochar da vida que sua presença traz para seus discípulos.
As duas parábolas domésticas, sobre a roupa e sobre os odres, que são anexadas à narrativa como seu complemento, apresentam a chegada do Reino em uma dimensão revolucionária e não reformista: o velho sistema ideológico de dominação e poder não suporta a nova mensagem e a prática de Jesus, reveladoras do amor libertador e vivificante de Deus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Fonte: Paulinas em 07/07/2012
Comentário do Evangelho
O jejum recebe, no novo tempo, um sentido cristológico.
Qual jejum é objeto da controvérsia? É difícil imaginar que se trate do jejum prescrito pela Lei por ocasião da festa do perdão dos pecados (Lv 16,29-31; 23,27-32). É bastante provável se tratar das práticas devocionais do partido dos fariseus que eles visavam impor como obrigatórias para todo o povo. Dos fariseus nós sabemos que eles jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12), mas da prática dos discípulos de João não temos nenhuma informação. Seja como for, a resposta de Jesus situa a questão noutra perspectiva. Na plenitude dos tempos (Gl 4,4) a questão do jejum encontra seu sentido em referência à presença ou ausência do Messias. A imagem da festa de casamento para simbolizar os tempos messiânicos é atestada no Antigo Testamento (Is 61,10; 62,5). Ainda que a metáfora do Messias como esposo não se encontre nos textos veterotestamentários, a ideia que essas imagens transmitem é o que importa: as práticas penitenciais devocionais para apressar a vinda do Messias são obsoletas, pois ele já se encontra presente. O jejum recebe, no novo tempo, um sentido cristológico: quando o Messias for tirado, referência à morte de Jesus, aí será o tempo de jejuar. Para essa novidade é que as duas parábolas (vv. 16-17) são convites a se abrir.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Fonte: Paulinas em 05/07/2014
Vivendo a Palavra
Jejum significa o correto domínio do espírito sobre a matéria. Não se trata de mais um preceito a ser cumprido com data e hora determinadas, mas a ordenação permanente dos nossos interesses entre o essencial e o acidental. Certamente ao seguirmos Jesus, não vamos “fazer” jejum, mas esquecemo-nos de nós mesmos, ocupados em servir ao próximo.
Vivendo a Palavra
O vinho novo trazido por Jesus – a Boa Notícia do Reino do Pai entre nós – não pode ser guardado nos nossos velhos barris. Não poucas vezes nós tentamos ‘ajeitar’ o Mandamento Novo à nossa antiga maneira acomodada de viver. Não é possível. Seguir o Mestre exige a opção radical de vida pelo Amor.
VIVENDO A PALAVRA
Jejum significa o correto domínio do espírito sobre o corpo. Não se trata de mais um preceito a ser cumprido em datas e com prazos determinados, mas a ordenação permanente dos nossos interesses entre o essencial e o acidental. Seguir Jesus não é “fazer jejum”, mas, esquecidos de nós mesmos, assumir nossa missão de servir ao próximo.
VIVENDO A PALAVRA
Nós temos que renascer pela água e pelo Espírito! O Vinho Novo trazido pelo Cristo deve ser recolhido por seres renovados pela Palavra de Vida, encantados pelo Reino de Deus, misericordiosos com os irmãos e cuidadosos com a natureza – pois tudo isso são presentes generosos do Pai. Para estes, o jejum, a esmola e a oração não serão o cumprimento de meras obrigações legais impostas de fora, mas um jeito novo de existir, uma relação harmoniosa do próprio ser consigo mesmo, com os irmãos, com a natureza e com o Criador.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/07/2020
Reflexão
Muitas vezes somos totalmente incapazes de compreender o momento que estamos vivendo e a graça que Deus está nos proporcionando. Assim aconteceu com os judeus no tempo de Jesus e acontece hoje. Enquanto Jesus estava mostrando a presença do Reino e a atuação de Deus na vida do povo, os judeus estavam mais preocupados com práticas religiosas tradicionais como o jejum. É claro que a história e a tradição, assim como as práticas religiosas em geral possuem seus valores, mas é importante que não nos fixemos na tradição pela tradição ou na prática religiosa pela prática em si ou por ser costume, mas é necessário que saibamos descobrir os valores do Reino presentes, pois caso contrário podemos reduzir até mesmo a eucaristia a uma prática religiosa como as demais, sendo apenas remendo novo em pano velho.
Reflexão
A expressão dos discípulos de João mais parece lamento do que alegria: “Nós e os fariseus jejuamos tanto…”. Jesus compara o jejum com o luto (v. 15). Então, acaso o jejum não é prática recomendável? Tudo dependerá do motivo por que se faz jejum. Jejuar, na tradição judaica, estava muito ligado à necessidade de obter favores de Deus. Cumprir os mandamentos para ganhar o céu. Ora, Deus não depende da quantidade de coisas boas que fazemos para nos acudir com suas graças. Graça vem de graça; não por nossos méritos. É o que Jesus nos ensina. E o apóstolo Paulo insiste: “É pela graça que vocês foram salvos… E isso não provém de vocês, mas é dom de Deus” (Ef 2,8). Quanto ao jejum que agrada a Deus, confira o luminoso capítulo 28 do profeta Isaías.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
A expressão dos discípulos de João mais parece lamento do que alegria: “Nós e os fariseus jejuamos tanto…”. Jesus compara o jejum com o luto (v. 15). Então, acaso o jejum não é prática recomendável? Tudo dependerá do motivo por que se faz jejum. Jejuar, na tradição judaica, estava muito ligado à necessidade de obter favores de Deus. Cumprir os mandamentos para ganhar o céu. Ora, Deus não depende da quantidade de coisas boas que fazemos para nos acudir com suas graças. Graça vem de graça; não por nossos méritos. É o que Jesus nos ensina. E o apóstolo Paulo insiste: “É pela graça que vocês foram salvos… E isso não provém de vocês, mas é dom de Deus” (Ef 2,8). Quanto ao jejum que agrada a Deus, confira o luminoso capítulo 28 do profeta Isaías.
Oração
Ó Jesus Mestre, os fariseus se incomodam porque teus discípulos não agem como eles, que jejuam. Esclareces que já passou o tempo da espera do Messias. Não percebem que estás presente e atuante no meio do povo. És o “noivo” portador de “vinho novo” e ocasião de festa e alegria. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Reflexão
A exemplo dos fariseus, os discípulos de João estão preocupados porque os discípulos de Jesus não jejuam. O jejum é importante no momento certo e com objetivos claros. Jesus considera o jejum não como prática religiosa, mas como expressão de luto e tristeza. O esposo, Jesus, ainda está presente na comunidade, por isso ainda não é momento para ficar de luto e jejuar. Os fariseus e os discípulos de João não reconhecem em Jesus o Messias-Esposo, por isso eles continuam jejuando. Seu jejum é sinal de rejeição do Mestre de Nazaré. As duas comparações – pano novo em vestido velho e vinho novo em vasilhas velhas – mostram claramente a diferença entre o velho e o novo, que chegou com o Mestre. Jesus liberta uma religião fundamentada no legalismo para propor a novidade do seu Reino: vivência do amor, da solidariedade e da justiça.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Recadinho
Tenho tido oportunidades de jejuar de vez em quando? - Em que consiste meu jejum? - Que motivos me levam a jejuar? - Comente a afirmação de que “a vida com Deus é uma festa contínua!” - Peço sempre a Deus que renove meu espírito e meu coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 05/07/2014
Comentário do Evangelho
Várias são as controvérsias em que Jesus e seus discípulos são envolvidos em torno do tema do comer: comer com pecadores e publicanos; não observar o jejum; colher espigas no sábado e comê-las; comer com as mãos impuras. O destaque no texto de hoje é o jejum. Jesus é questionado por discípulos de João Batista: "Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?". O episódio, narrado por Mateus, exprime as dificuldades de alguns grupos de discípulos de João em aderirem às comunidades do movimento de Jesus. Estes discípulos são convidados a participar da alegria pela presença do noivo, Jesus, que oferece o banquete da vida. A referência à retirada do noivo e ao retorno ao jejum é uma interpretação tardia de discípulos de Jesus que, como os discípulos de João, regrediram a algumas práticas do antigo judaísmo. Com as parábolas do remendo e do vinho, Jesus exprime que sua novidade não é suportada pela antiga tradição de Israel.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erra, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 05/07/2014
Meditando o evangelho
É HORA DE ALEGRAR-SE!
Jesus não admitia intromissões na sua maneira de formar os discípulos. Por isso, muitas vezes foi obrigado a enfrentar os fariseus e outros grupos que queriam comparar-se com os discípulos de Jesus, apresentando-se como modelo. A questão da prática do jejum era um dos muitos pontos de conflito. Porque jejuavam, essas pessoas não podiam admitir que os discípulos de Jesus não fizessem o mesmo. Em última análise, não podiam aceitar que o Mestre os orientasse para um evidente desrespeito à prática já consagrada.
A resposta de Jesus deixa entrever que os seus adversários viviam num tempo de tristeza e de incerteza, preparando-se ainda para a chegada do Messias. Os discípulos estavam dispensados disto. Afinal, tinham junto de si o Messias esperado. Não era necessário que se entregassem a jejuns prolongados, pois viviam num tempo de alegria. Consequentemente, para eles não tinha valor o ultrapassado esquema farisaico.
O jejum cristão é outra coisa. Seu contexto é a espera da volta de Jesus. Num clima de preparação para acolhê-lo, é que os cristãos jejuarão. Só quem passou por uma radical renovação interior será capaz de compreender este ensinamento do Mestre.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito que renova interiormente, torna-me apto para assimilar o ensinamento de Jesus, sem querer enquadrá-lo em esquemas humanos inconvenientes.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. PENITÊNCIA E SALVAÇÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
As práticas de penitência, em geral, são entendidas como mérito pessoal a fim de ganhar a salvação. É uma concepção no modelo de troca comercial. Com este sentido eram exigidas as inúmeras observâncias da Lei. Particularmente, no Templo de Jerusalém, com as ofertas sacrificais pretendia-se obter o perdão dos pecados. João Batista anunciara o batismo da conversão à justiça como caminho para a libertação dos pecados. Porém, após a sua prisão, seus discípulos ainda se mantêm atrelados à algumas antigas observâncias judaicas, como esta do jejum. De sua parte, Jesus continua seu empenho em libertar seus próprios discípulos destas práticas. Jesus usa a imagem das núpcias, extraída do Primeiro Testamento, com a presença do noivo entre os convidados, para designar a alegria e a felicidade que sua presença traz para seus discípulos, promovendo a libertação e o desabrochar da vida. Com a imagem do remendo novo em roupa velha, Jesus afirma a contradição entre sua prática e a antiga doutrina dos fariseus.
HOMILIA
JESUS E O JEJUM
João Batista, cujo ministério tinha por finalidade preparar o povo para a chegada do Messias, tinha discípulos que ainda haviam ficado com ele durante o princípio do ministério do Senhor Jesus.
Eles observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também haviam sido de João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de João e os fariseus faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava muito para eles.
Para compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos lembrar que João Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os seus discípulos ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e rituais. Ele apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era, ou dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a propiciação feita com o Seu sangue.
O curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo durante o qual Ele anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos para a nova dispensação.
Os "filhos das bodas" mencionados na resposta são uma expressão idiomática da época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os judeus era um ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os convidados não podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu casamento, também não era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza enquanto o seu Salvador estivesse junto com eles.
Mas haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu, completada a obra de redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente ausente dos seus discípulos.
Não existe um mandamento para jejuar como havia no Velho Testamento. O jejum é encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em ocasiões em que a direção de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões. Também, nas versões mais antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um ato de abnegação diante de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em seguida o Senhor usa duas ilustrações para mostrar a mudança da dispensação do Velho Testamento para a do Novo Testamento, e para ensinar que os seus princípios não devem ser misturados: Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho.
A utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no fim, e o Senhor Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns remendos pois estes só podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não podia conter o Evangelho da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora de Cristo.
O Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um vinho completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela época. O apóstolo João abrevia isso assim "a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo".
Pelo jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar que só encontramos sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é terreno e material. O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em Deus.
Pai dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
REFLEXÕES DE HOJE
SÁBADO
HOMILIA DIÁRIA
O jejum é autêntico quando praticado em espírito de entrega
Postado por: homilia
julho 7th, 2012
Geralmente, quando ouvimos falar em jejum e abstinência, o primeiro sentimento que temos não é muito agradável. Normalmente, o sentimento é o de privação. A primeira ideia que nos vem à cabeça é ter de abdicar de coisas que nos agradam e, talvez, de outras que até já nem sabemos viver sem elas, e claro, consideramos isso muito desagradável. Isso se nos apresenta como um impedimento à satisfação das nossas necessidades, ou como uma restrição à nossa liberdade de escolha.
É preciso saber, porém, que o nosso inimigo (o demônio) não perde nenhuma oportunidade de alimentar-se com os nossos vãos pensamentos. Pois, em nossas imaginações, desejos e fantasias, ou seja, o nosso psíquico “olhar” interior, é onde o demônio encontra munição e facilidades para as suas armadilhas e sugestões. É urgente vigiar a mente e exercitar a prática de pensamentos virtuosos, objetivos e realistas.
O resultado disso é que, espiritualmente, de fato, mata-se de fome o demônio. Sublime maravilha! Nós nos recusamos a alimentar o inimigo e, como recompensa deste cerrado combate, ficamos com a alma nutrida pela graça. Esta é a abstinência que sacia a alma e, com ela, o corpo.
Esse é o profundo e definitivo jejum. Todos os jejuns e abstinências que a Igreja nos pede são, inicialmente, apenas jejuns exteriores, do corpo carnal. Porém, sabemos que o homem não é somente carne; junto com ela coexiste o – ainda desconhecido – homem interior de cada um.
Na verdade, a abstinência de alimentos serve como uma espécie de ferramenta para a purificação da alma. Abstemo-nos dos alimentos carnais para nos fortalecermos espiritualmente para a abstinência da alma e dos pensamentos. Nós diminuímos a ingestão de matéria para o corpo e, em contrapartida, o Senhor derrama, na alma, Suas graças espirituais. Assim, ela se ilumina e fortalece todo o ser.
Como podemos ver, o jejum é considerado autêntico quando praticado em espírito de entrega. Assim fazendo, estaremos mais receptivos para receber as bênçãos gratuitas de Deus. Não devemos fazer do jejum um ato meritório, ou seja, para alcançar os favores divinos. Isso é mesclar a Boa Nova do Evangelho com o formalismo do Judaísmo antigo; até porque jejuar e orar, quando imbuídos de um espírito de justificação própria, é uma abominação aos olhos de Deus.
A essência do jejum, retomada por Jesus – o vinho e o pano novos -, está em Isaías 58,6:“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras das servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?”
Oxalá, transformados pelo poder da Palavra de Jesus, sejamos realmente odres novos para receber o vinho novo e o pano novo, para receber Aquele que vem para remendar a nossa vida cheia de rasgões e furos feitos pelo nosso inimigo que anda à solta como “o leão que ruge procurando a quem devorar”.
Padre Bantu Mendonça
HOMILIA DIÁRIA
Abramos o coração para acolher a novidade de Deus
Abramos o coração para acolher a novidade Deus. Não fiquemos com os velhos conceitos de outrora. Estejamos dispostos todos os dias a aprender com Jesus o Seu modo de ser!
“Também não se põe vinho novo em odres velhos. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam.” (Mateus 9,7)
Jesus hoje nos mostra de que forma podemos acolher o Reino de Deus, porque a Boa Nova, transmitida pelo Evangelho, a mensagem de Jesus, é a grande novidade que salva toda a humanidade. Deixe-me dizer: como Deus deseja que a Sua Palavra penetre em nosso coração e, quando a Palavra de Deus, a mensagem de Deus, a mensagem do Evangelho, entra, de fato, em nossa vida e em nosso interior, ela vai nos lavando, nos renovando e nos purificando e, assim, vamos nos tornando novos pela graça de Deus!
Mas se não abrimos a cabeça, se não abrimos o coração, se ficamos com aqueles velhos argumentos, com aquelas velhas explicações ou com aquelas justificativas de sempre a novidade de Deus não acontece em nossa vida. Cada vez que nos aproximamos da Palavra de Deus ela é uma novidade para nós, por mais que a tenhamos lido e a escutado mil vezes – as mil vezes que ela se apresenta a nós se tornam sempre uma novidade quando temos a mente nova, o coração novo e a disposição nova para a [Palavra de Deus] acolher como novidade.
Se antes tínhamos essa postura, se pensávamos dessa forma, a sabedoria não é termos a cabeça dura, não é ficarmos fechados nas nossas tradições, conceitos e em nosso ponto de vista. Ser sábio é sabermos nos abrir para o novo, é acolher a novidade de Deus.
Algumas vezes, as pessoas perguntam: “Por que Deus não me renova? Por que Deus não me faz de novo? Por que eu não experimento as novidades de Deus em minha vida?”. Isso acontece porque não abrimos a mente e o coração.
O novo, quando é colocado no velho, fica velho também. Então, se se põe um remendo novo em uma calça velha, ninguém vai perceber o novo. Da mesma forma, vinho novo precisa de odres novos, para que o sabor se conserve (cf. Mt 9,7).
Para que a Palavra de Deus se conserve em nós, para que a novidade de Deus tenha efeito em nós, abramos o nosso coração e a nossa mente. Não sejamos fechados, não fiquemos com as velhas posturas e com os velhos conceitos de outrora, mas que estejamos dispostos, todos os dias, a aprender com Jesus o Seu modo de ser!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Só aprenderemos o novo se nosso coração estiver revestido de humildade
Quando aprendemos algo novo, não estamos desprezando o que já aprendemos, mas ampliando o novo que aprendemos
“Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam.” (Mateus 9,16-17)
O que é novo vamos colocar no que é novo, porque se colocarmos algo novo naquilo que está velho, tornamos aquilo que está novo em velho; e se estiver estragado, estraga também. Vinho novo precisa de um vasilhame novo; numa roupa nova vamos colocar um remendo novo.
Aquilo que o Mestre está dando como comparação proverbial é para nos ensinar como devemos acolher o Reino de Deus. Desculpe-me se a minha mentalidade é velha, se os meus conceitos são velhos e arcaicos, não estou desprezando o que é velho e arcaico. Tudo precisa ser renovado, revisto, revisado para que seja sempre atualizado. Nunca desprezando, mas renovando e, assim, a graça de Deus em nós vai ser sempre nova.
Muitas pessoas se apegam ao passado, a alguma situação, àquilo que aprenderam, e não querem aprender mais nada, não se abrem para ampliar o que aprenderam. Quando aprendemos algo novo, não estamos desprezando o que já aprendemos, mas estamos ampliando, tendo uma consideração maior pelo novo que aprendemos.
Quem conheceu o Antigo Testamento, quem sabe de tudo e viveu a antiga Lei, não é para desprezar a antiga Lei, mas é para aperfeiçoar com a nova Lei, com a plenitude da Lei que já aprendeu. Assim vale para a nossa vida: não sejamos pessoas de mente arcaica, de mente atrasada. Não vivamos somente de um passado, tragamos o passado para o hoje e para o agora.
O Evangelho é sempre Boa Nova e muitos não puderam acolher a Boa Nova de Jesus, porque ficaram somente no passado e no que já sabiam. Aprendemos tanto com pessoas que, às vezes, não damos nada por elas. Aprendemos com as crianças, com o idoso, com uma pessoa de rua, com o irmão que vem com a sua simplicidade de vida derrubar nossos conceitos, nossas teorias de vida e tudo que aprendemos.
Só aprendemos o novo que o outro nos ensina se o coração for revestido pela humildade, que é a novidade do Evangelho que derruba todos os conceitos para que o Espírito sopre onde quer que esteja, sempre nos renovando, atualizando e colocando-nos aos pés do Mestre Jesus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Abramos o nosso coração para o novo de Deus
“Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos.” (Mateus 9,17)
A provocação do Evangelho de hoje é porque os fariseus estão criticando Jesus, porque eles jejuam duas vezes por semana e estavam observando que Jesus não. Jesus estava comendo quando era para jejuar.
Mas Jesus jejuava sim. No início do Seu ministério público, foram 40 dias de jejum, mas não é o jejum pelo jejum, não é a penitência pela penitência, não é a oração pela oração, mas é o jejum que liberta o coração, a penitência que renova os sentimentos, a oração que nos coloca em comunhão com Deus.
Muitas vezes, você pode fazer penitência porque tem conveniência para dizer: “Eu sou uma pessoa penitente”, e até se sente herói porque pratica a penitência. Você jejua porque faz com esse propósito: “Com jejum, alcançarei aquilo” e, muitas vezes, você ora e a sua oração é porque você já costuma fazer ou porque quer esperar algo dessa oração.
Isso é mentalidade velha e atrasada, é mentalidade mundana dentro dos nossos sentimentos religiosos, porque toda prática religiosa deve nos conduzir à renovação interior. Muitas vezes, jejuamos e nos tornamos pessoas mais grossas, egoístas, soberbas e orgulhosas. Muitas vezes, oramos e nos tornamos piores do que as pessoas que não oram.
O Evangelho é a boa nova e nos torna novos a cada dia quando o acolhemos com o coração novo
A oração está vindo de fora para dentro e de dentro para fora, a oração não está partindo do coração; a oração está partindo de outras intenções.
Para que a graça nova de Deus esteja em nós, é preciso também que o coração seja novo. É preciso que os odres para se colocar o vinho, para que ele não se perca, sejam novos para que o vidro não se arrebente e o vinho se conserve novo. Para que a graça de Deus, que é sempre nova, renove-nos a cada dia, é preciso que tenhamos postura e mentalidade nova.
Não importa a idade que você tenha, mas não fique preso àquela mentalidade do homem velho que sempre pensa da mesma forma e do mesmo jeito. Não seja aquela pessoa bitolada, que não consegue dialogar, que não consegue absorver o novo. Não seja aquela pessoa que não consegue entrar no coração do outro, porque você se fechou tanto em si, nos seus conceitos e preceitos, que se encheu de preconceitos, porque o mundo é do seu jeito, é como você crê e acredita.
Muitas vezes, passamos na igreja 30, 40 anos e não nos renovamos, porque nos apegamos às práticas religiosas e achamos que elas nos salvam. Não temos amor, misericórdia, capacidade de diálogo e conversa.
Olhemos como os relacionamentos se rompem, como o odre velho se rompe porque não se abrem para a graça do novo. Por isso, o Evangelho é a boa nova e nos torna novos a cada dia quando o acolhemos com o coração novo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
HOMILIA DIÁRIA
Acolha a novidade do Pai em seu coração
“Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam.” (Mateus 9,16-17)
Querido irmão e querida irmã, o Evangelho de hoje nos aponta para este coração que eu devo ter, que você deve ter para acolher Jesus. Um coração novo, um coração aberto à novidade que é Ele: Jesus.
O Senhor enfrentava aqui alguns fariseus, alguns que se opunham a Ele, porque estavam muito presos ali à regra, mas se esqueceram de ler as profecias e entendê-las. E eles não entendiam que a profecia se cumpriria em Nosso Senhor, em Jesus Cristo. E por isso eles desconfiavam do Senhor, por isso eles questionavam o Senhor. Ainda estavam fechados.
E na verdade, meu irmão e minha irmã, quem tem um coração em Deus, tem um coração aberto às novidades de Deus. E o Senhor então queria entrar naqueles corações, mas o coração que não se abre, não consegue acolher a Deus, não consegue acolher a Jesus Cristo. Por isso Nosso Senhor, que é a novidade, apresenta aqui essa pequena parábola: “Não se coloca um remendo novo em roupa velha”.
Jesus é a novidade do Pai, Ele é a bênção do Pai, Ele é a nossa salvação
A roupa velha é essa mentalidade velha, é a prisão, a lei pela lei que, infelizmente, os fariseus e os mestres da Lei estavam. Esses odres velhos também são representados, aqui, através desses fariseus que não estavam acolhendo a novidade, o vinho novo que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso o Senhor dizia que não combina, não dá certo o remendo novo em roupa velha, porque repuxa, rasga, o estrago fica maior ainda. Por isso o vinho novo deve ser colocado em odres novos. Ou seja, o recipiente novo, a pessoa deve ser nova para receber Nosso Senhor Jesus Cristo.
Os fariseus e os mestres da Lei precisavam fazer essa leitura: o novo (Jesus), n’Ele conseguimos enxergar que se cumpre a Sagrada Escritura, mas o coração fechado infelizmente não consegue reconhecer.
Meus irmãos, Nosso Senhor, hoje, nos chama a abrir a nossa mente e o nosso coração a Ele; Ele é a novidade do Pai, Ele é a bênção do Pai, Ele é a nossa salvação. Que o nosso coração esteja dilatado e aberto a Jesus, porque acolhendo-O, acolhemos a salvação.
E acolhendo Ele (a salvação), que também nos tornemos instrumentos de salvação na vida dos nossos. Levamos também a novidade, Jesus Cristo, aos nossos!
A bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a profunda e exata compreensão do espírito de tua Lei, e coragem para vivê-lo plenamente. Que as imposições humanas não perturbem a nossa vivência única do Amor que nos foi proclamado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem para atravessar a porta estreita e seguir pelo caminho áspero da conversão. Que vivamos nesta terra, alegres e agradecidos, a certeza de já estarmos, ainda que não em plenitude, no teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/07/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a profunda e exata compreensão do espírito de tua Lei, e coragem para vivê-lo plenamente. Que as imposições humanas não perturbem a nossa vivência única do Amor que nos foi proclamado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/07/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai amantíssimo, ensina-nos a viver a Misericórdia, praticando-a com os nossos irmãos. Afasta de nós o medo ou o respeito humano de assumir que a santidade é a nossa vocação verdadeira e nos conduze cheios de gratidão, coragem e alegria para caminhar pela vida afora seguindo o Caminho de Jesus de Nazaré, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/07/2020
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