sexta-feira, 6 de julho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/07/2012

7 de Julho de 2012 


Mateus 9,14-17

Comentário do Evangelho

Controvérsia sobre o jejum

O jejum era uma das mais simbólicas observâncias do judaísmo, as quais davam margem à hipocrisia da classe religiosa dirigente. Proclamavam-se fiéis observantes da Lei, mas faltava-lhes o amor para com o povo humilde e frágil. A tônica desta narrativa, também encontrada em Marcos e Lucas, é o questionamento sobre a observância do jejum. Em contraposição a esta tradicional observância, Jesus destaca que é chegado o momento do banquete nupcial, com a presença do noivo entre os convidados. Jesus usa esta expressiva imagem, tradicional no Antigo Testamento, para designar a alegria e felicidade e o desabrochar da vida que sua presença traz para seus discípulos. 
As duas parábolas domésticas, sobre a roupa e sobre os odres, que são anexadas à narrativa como seu complemento, apresentam a chegada do Reino em uma dimensão revolucionária e não reformista: o velho sistema ideológico de dominação e poder não suporta a nova mensagem e a prática de Jesus, reveladoras do amor libertador e vivificante de Deus.

José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Jejum significa o correto domínio do espírito sobre a matéria. Não se trata de mais um preceito a ser cumprido com data e hora determinadas, mas a ordenação permanente dos nossos interesses entre o essencial e o acidental. Certamente ao seguirmos Jesus, não vamos “fazer” jejum, mas esquecemo-nos de nós mesmos, ocupados em servir ao próximo.

Reflexão

Muitas vezes somos totalmente incapazes de compreender o momento que estamos vivendo e a graça que Deus está nos proporcionando. Assim aconteceu com os judeus no tempo de Jesus e acontece hoje. Enquanto Jesus estava mostrando a presença do Reino e a atuação de Deus na vida do povo, os judeus estavam mais preocupados com práticas religiosas tradicionais como o jejum. É claro que a história e a tradição, assim como as práticas religiosas em geral possuem seus valores, mas é importante que não nos fixemos na tradição pela tradição ou na prática religiosa pela prática em si ou por ser costume, mas é necessário que saibamos descobrir os valores do Reino presentes, pois caso contrário podemos reduzir até mesmo a eucaristia a uma prática religiosa como as demais, sendo apenas remendo novo em pano velho.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
..................

2. Controvérsia sobre o jejum
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.


3. PENITÊNCIA E SALVAÇÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

As práticas de penitência, em geral, são entendidas como mérito pessoal a fim de ganhar a salvação. É uma concepção no modelo de troca comercial. Com este sentido eram exigidas as inúmeras observâncias da Lei. Particularmente, no Templo de Jerusalém, com as ofertas sacrificais pretendia-se obter o perdão dos pecados. João Batista anunciara o batismo da conversão à justiça como caminho para a libertação dos pecados. Porém, após a sua prisão, seus discípulos ainda se mantêm atrelados à algumas antigas observâncias judaicas, como esta do jejum. De sua parte, Jesus continua seu empenho em libertar seus próprios discípulos destas práticas. Jesus usa a imagem das núpcias, extraída do Primeiro Testamento, com a presença do noivo entre os convidados, para designar a alegria e a felicidade que sua presença traz para seus discípulos, promovendo a libertação e o desabrochar da vida. Com a imagem do remendo novo em roupa velha, Jesus afirma a contradição entre sua prática e a antiga doutrina dos fariseus.

O jejum é autêntico quando praticado em espírito de entrega


Postado por: homilia

julho 7th, 2012


Geralmente, quando ouvimos falar em jejum e abstinência, o primeiro sentimento que temos não é muito agradável. Normalmente, o sentimento é o de privação. A primeira  ideia que nos vem à cabeça é ter de abdicar de coisas que nos agradam e, talvez, de outras que até já nem sabemos viver sem elas, e claro, consideramos isso muito desagradável. Isso se nos apresenta como um impedimento à satisfação das nossas necessidades, ou como uma restrição à nossa liberdade de escolha.
É preciso saber, porém, que o nosso inimigo (o demônio) não perde nenhuma oportunidade de alimentar-se com os nossos vãos pensamentos. Pois, em nossas imaginações, desejos e fantasias, ou seja, o nosso psíquico “olhar” interior, é onde o demônio encontra munição e facilidades para as suas armadilhas e sugestões. É urgente vigiar a mente e exercitar a prática de pensamentos virtuosos, objetivos e realistas.
O resultado disso é que, espiritualmente, de fato, mata-se de fome o demônio. Sublime maravilha! Nós nos recusamos a alimentar o inimigo e, como recompensa deste cerrado combate, ficamos com a alma nutrida pela graça. Esta é a abstinência que sacia a alma e, com ela, o corpo.
Esse é o profundo e definitivo jejum. Todos os jejuns e abstinências que a Igreja nos pede são, inicialmente, apenas jejuns exteriores, do corpo carnal. Porém, sabemos que o homem não é somente carne; junto com ela coexiste o – ainda desconhecido – homem interior de cada um.
Na verdade, a abstinência de alimentos serve como uma espécie de ferramenta para a purificação da alma. Abstemo-nos dos alimentos carnais para nos fortalecermos espiritualmente para a abstinência da alma e dos pensamentos. Nós diminuímos a ingestão de matéria para o corpo e, em contrapartida, o Senhor derrama, na alma, Suas graças espirituais. Assim, ela se ilumina e fortalece todo o ser.
Como podemos ver, o jejum é considerado autêntico quando praticado em espírito de entrega. Assim fazendo, estaremos mais receptivos para receber as bênçãos gratuitas de Deus. Não devemos fazer do jejum um ato meritório, ou seja, para alcançar os favores divinos. Isso é mesclar a Boa Nova do Evangelho com o formalismo do Judaísmo antigo; até porque jejuar e orar, quando imbuídos de um espírito de justificação própria, é uma abominação aos olhos de Deus.
A essência do jejum, retomada por Jesus – o vinho e o pano novos -, está em Isaías 58,6:“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras das servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?”
Oxalá, transformados pelo poder da Palavra de Jesus, sejamos realmente odres novos para receber o vinho novo e o pano novo, para receber Aquele que vem para remendar a nossa vida cheia de rasgões e furos feitos pelo nosso inimigo que anda à solta como “o leão que ruge procurando a quem devorar”.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante 

Mt 9,14-19

Estar com Jesus é uma festa! 

Preparo-me para a Leitura Orante, 
rezando com todos que fazem esta oração: 


Creio, meu Deus, que estou diante de Ti. 
Que me vês e escutas as minhas orações. 
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. 
Tu me deste tudo: eu te agradeço. 
Foste tão ofendido por mim:eu te peço perdão de todo o coração. 
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as 
que sabes serem necessárias para mim. 


Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 

1. Leitura(Verdade) 


O que a Palavra diz? 


Leio com calma o Evangelho de hoje:

 Mt 9,14-19. 
O texto diz que Jesus vem trazer clima de festa, de alegria. 
O jejum que ele pede não é como o fazem os fariseus. 
O jejum que ele quer é um coração arrependido, 
é a atitude de perdão e de partilha do que se tem com os mais necessitados. 
Estar com Jesus é uma festa! 

2. Meditação (Caminho) 


O que a Palavra diz para mim? 


Que atitudes a Palavra me propõe?

 
Procurarei ter o coração em festa como recomenda Jesus com atitudes de perdão e de partilha. Os bispos, em Aparecuda disseram: 
"Os cristãos precisam recomeçar a partir de Cristo, a partir da contemplação de quem nos revelou em seu mistério a plenitude do cumprimento da vocação humana e de seu sentido. Necessitamos fazer-nos discípulos dóceis, para aprendermos dele, em seu seguimento, a dignidade e a plenitude da vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão proporcionar-lhe. Em Cristo Palavra, Sabedoria de Deus (cf. 1 Cor 1,30), a cultura pode voltar a encontrar seu centro e sua profundidade, a partir de onde é possível olhar a realidade no conjunto de todos seus fatores, discernindo-os à luz do Evangelho e dando a cada um seu lugar e sua dimensão adequada."

 (DAp 41). 

3. Oração (Vida) 


O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 


Bom é louvar-vos, Senhor, 
nosso Deus, 
que nos abrigais à sombra de vossas asas, 
defendeis e protegeis a todos nós, 
vossa família, 
como uma mãe, 
que cuida e guarda seus filhos. 

4. Contemplação (Vida) 


Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 


Procurarei viver diante de Deus,na alegria de ser seu filho,sua filha. 

Bênção 


- Deus nos abençoe e nos guarde. 

Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 

Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 

Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 

Amém. 
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a profunda e exata compreensão do espírito de tua Lei, e coragem para vivê-lo plenamente. Que as imposições humanas não perturbem a nossa vivência única do Amor que nos foi proclamado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

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