quarta-feira, 13 de setembro de 2023

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 18,15-20 - 10/09/2023


Através da correção fraterna, recupere o irmão que pecou

“Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: ‘Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público.’” (Mateus 18,15-17)



Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é o Dia do Senhor, dia de preceito, dia de dedicarmos o nosso tempo também à oração, à Palavra de Deus, à caridade e a estarmos em família. É domingo, o Senhor está vivo no meio de nós!
E o Evangelho de hoje apresenta-nos o manual da caridade, as regras da recuperação do nosso irmão, ou seja, aqui, aparecem pelo menos três fases graduais de tentativa de recuperar esse irmão que errou, esse irmão que se afastou.
Normalmente, isso não tem acontecido muito na nossa Igreja, na nossa vida, nos nossos grupos e nas nossas comunidades, porque o último a saber é a pessoa que errou. Certamente, essa palavra toca muito a nossa realidade. Certamente e imediatamente, o nome dela e o seu erro já foram parar no grupo de conversas de rede social, num vídeo produzido com muita rapidez, mas aquela pessoa não foi corrigida.
Normalmente, pulamos as etapas; pulamos as etapas indicadas por nosso Senhor, nosso Mestre — isso está no Evangelho, foi Ele quem nos ensinou e pediu que nós fizéssemos desta forma. É a Palavra de Deus e ela precisa ser guardada!
Fazemos esses comportamentos de forma errada e equivocada, tratamos a pessoa que errou como um pagão e um pecador público, expondo a sua fraqueza sem chances de retratação. Então, Jesus apresenta esse manual da caridade, apresentando essas etapas.

Nosso Senhor prefere, a todo custo, as tentativas para resgatar um irmão e não expor a miséria dele

O primeiro passo é enfrentar “cara a cara” quem errou, é dizer para quem errou o que ela fez e ajudá-la, através da correção fraterna, a voltar, a reconhecer o seu erro e a se emendar. Se isso falir — diz a Palavra —, traga uma segunda ou uma terceira pessoa, na tentativa de sanar esse erro. Se ainda não se resolver, é hora de dizer as coisas num juízo mais amplo. A Palavra diz: “Dize-o à Igreja”, ou seja, chame as autoridades, as pessoas que são responsáveis por aquele que errou.
E, depois, finalmente, é hora de abandonar a causa, é hora da distância. Mas não é uma distância que nasce da indiferença, é uma distância que nasce do sofrimento de ter que respeitar a escolha do outro, até mesmo a escolha de cometer um erro e ficar no erro. É aqui que nasce a distância, mas que se torna um sofrimento: “Não gostaria que aquele irmão estivesse no erro”, “Não gostaria que aquele irmão estivesse naquela situação”.
Porque, se a pessoa corrigir-se, temos de ser os primeiros a dar o passo e nos reconciliarmos com ela. Se alguém que está afastado pede a reconciliação, estenda a sua mão. Você precisa ser o primeiro, foi assim que nosso Senhor nos ensinou! Precisamos ler mais esse manual da correção fraterna, deixado por Jesus.
Estamos escolhendo, muitas vezes, o diabo como nosso pedagogo e mestre, estamos, muitas vezes, lendo o manual do diabo ao fazer a correção fraterna. E o manual do diabo gosta muito da humilhação, gosta muito do recurso da humilhação contra o erro das pessoas. Não foi assim que nosso Senhor nos ensinou.
Nosso Senhor prefere, a todo custo, as tentativas para resgatar um irmão e não expor a miséria dele publicamente. Que a graça de Deus nos ajude!
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

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