ANO A
Mt 18,1-5.10.12-14
Comentário do Evangelho
O maior é o menor
O capítulo 18 do evangelho segundo Mateus é denominado “discurso eclesial” ou discurso sobre a Igreja. Trata-se de instrução para a vida comunitária.
“Quem é o maior no Reino dos céus?” (v. 1). O maior é o menor. Por isso, Jesus afirma que é preciso converter-se. É preciso mudar de mentalidade porque o maior no Reino dos céus é o que serve a todos: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35). A “criança” é símbolo do próprio Cristo, que se fez servo de todos e que “sendo de condição divina não se apegou ao ser igual a Deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo” (Fl 2,6-7a).
Os versículos 12-14 identificam os “pequenos com as ovelhas”. Os “pequenos” são também os membros do povo de Deus. Da comunidade é exigido empenho para que os seus membros não se dispersem. Se acontecer, a comunidade deve fazer todo esforço possível para recuperá-los (vv. 10-14; ver Ez 34,11-16).
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 13/08/2013
Vivendo a Palavra
Num tempo em que as crianças não eram contadas como gente, Jesus surpreende mais uma vez e ensina que todos nós devemos nos converter, tornando-nos como crianças para sermos dignos do Reino do Pai. Quais seriam os modelos escolhidos pelo Cristo hoje? Quais são os mais marginalizados?
Fonte: Arquidiocese BH em 13/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
Num tempo em que as crianças nem eram contadas como gente, Jesus surpreende mais uma vez e ensina que todos nós devemos nos converter, tornando-nos como crianças, para sermos dignos do Reino do Pai. Quais seriam os modelos escolhidos pelo Cristo hoje para serem seguidos? Quais são os mais marginalizados da sociedade que estamos construindo?
Fonte: Arquidiocese BH em 13/08/2019
Reflexão
A nossa vida é constantemente condicionada pelos valores e costumes da sociedade e nós temos a tendência de querer levar os valores do mundo para a Igreja e até mesmo para o Reino de Deus. Entre esses valores do mundo que nos influenciam, podemos citar a hierarquização e a competitividade no dia a dia, que fazem com que haja sempre entre nós um clima de disputa e de busca de superioridade em relação às outras pessoas. É esse clima o principal responsável por muitos mal estares na vida da comunidade. São os valores evangélicos que devem transformar o mundo e não os valores do mundo que devem transformar a Igreja.
Fonte: CNBB em 13/08/2013
Reflexão
Os discípulos de Jesus manifestam a mentalidade corrente: o ser humano tem sede de poder. Jesus revira essa posição e mostra quem tem maior valor diante de Deus. Aponta uma criança, que é símbolo dos pobres, humildes, marginalizados e pecadores; enfim, aqueles que são esmagados pela sociedade injusta. Esses constituem justamente o centro de atenção de Jesus, tanto que seu Reino é constituído por pessoas assim. Mas, cuidado! Não aconteça que a comunidade cristã escandalize ou trate mal os que vão dando os primeiros passos na fé! O Pai do Céu, em sintonia com a escolha de Jesus, tem os olhos voltados para esses pequenos. E no céu haverá festa quando um filho ou filha abandonar o mau caminho e de novo voltar a fazer parte da família de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 13/08/2019
Reflexão
Os discípulos de Jesus manifestam a mentalidade corrente: o ser humano tem sede de poder. Jesus revira essa posição e mostra quem tem maior valor diante de Deus. Aponta uma criança, que é símbolo dos pobres, humildes, marginalizados e pecadores; enfim, aqueles que são esmagados pela sociedade injusta. Esses constituem justamente o centro de atenção de Jesus, tanto que seu Reino é constituído por pessoas assim. Mas, cuidado! Não aconteça que a comunidade cristã escandalize ou trate mal os que vão dando os primeiros passos na fé! O Pai do céu, em sintonia com a escolha de Jesus, tem os olhos voltados para esses pequenos. E no céu haverá festa quando um filho ou filha abandona o mau caminho e de novo volta a fazer parte da família de Deus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Reflexão
«O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos»
Rev. D. Valentí ALONSO i Roig
(Barcelona, Espanha)
Hoje, o Evangelho volta a nos revelar o coração de Deus que nos faz entender com que sentimentos atua o Pai do céu em relação a seus filhos. A solicitude mais fervorosa é para com os pequenos, aqueles com os quais não se presta atenção, aqueles que não chegam aonde todo mundo chega. Sabíamos que o Pai, como bom Pai que é, tem predileção pelos filhos pequenos, mas hoje, nos damos conta de outro desejo do Pai, que se converte em obrigação para nós: «Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus» (Mt 18,3).
Portanto, entendemos que o Pai não valoriza tanto o “ser pequeno”, mas o “fazer-se pequeno”. «Quem se faz pequeno (...), esse é o maior no Reino dos Céus» (Mt 18,4). Por isso, devemos entender nossa responsabilidade nesta ação de nos diminuirmos. Não se trata tanto de ter sido criado pequeno ou simples, limitado ou com mais ou menos capacidade, mas de saber prescindir da possível grandeza de cada um, para nos mantermos no nível dos mais humildes e simples. A verdadeira importância de cada um está em nos assemelharmos a um destes pequenos que Jesus mesmo nos apresenta com cara e olhos.
Para terminar, o Evangelho ainda nos amplia a lição de hoje. Há, e muito perto de nós!, uns “pequenos” que estão mais abandonados do que os outros: aqueles que são como ovelhas que se desgarraram; e o Pai as busca e, quando as encontra, se alegra porque as faz voltar para casa e já não se perdem. Talvez, se contemplássemos a quem nos rodeia como ovelhas procuradas pelo Pai e devolvidas, mais do que desgarradas, seriam capazes de ver, mais freqüentemente, e mais de perto, o rosto de Deus. Como diz Santo Asterio de Amasea: «A parábola da ovelha perdida e do pastor nos ensina que não devemos desconfiar precipitadamente dos homens, nem desistir de ajudar aos que se encontram em risco».
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Sou uma alma muito pequenina que apenas pode oferecer a Deus pequenas coisas» (Santa Teresinha de Lisieux)
- «Em que consiste exatamente, ser-se criança? No sentido de Jesus Cristo, significa aprender a dizer “Pai”. Só se conservar a existência filial vivida por Jesus, o homem poderá entrar com o Filho na divindade» (Bento XVI)
- «Jesus lembrou-o ao terminar a parábola da ovelha perdida: «Assim, não é da vontade do meu Pai, que está nos céus, que se perca um só destes pequeninos» (Mt 18, 14) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 605)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2019-08-13 (13/08/2019)
Reflexão
“Crianças” ante Deus (filiação divina)
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje perguntamo-nos que significa “ser criança” para Jesus que o considera como uma necessidade iniludível. Ser criança, no sentido de Jesus Cristo, significa aprender a dizer “Pai”. O homem quer ser Deus e —dando a esta expressão seu correto sentido— deve sê-lo. Para compreender a enorme força que contem esta palavra, é preciso lê-la na perspectiva de Jesus, o Filho.
Mas, quando o homem tenta sê-lo emancipando-se de Deus e da sua condição de criatura, pondo-se por cima de tudo e se centrando em si mesmo —como no eterno diálogo com a serpente no paraíso terreno— então acaba em nada, porque se coloca em contra de sua mesma verdade, que significa referi-lo tudo a Deus.
—Que apreendeste tu, Jesus, de tua Mãe? O "sim". Não um “sim” qualquer, senão a palavra “sim" que avança sempre, incansavelmente. Tudo o que tu queiras Meu Deus: "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra".
Meditação
Você busca ser simples como as crianças? - Respeita-as? - Dá-se conta de que nelas está o futuro da sociedade? - Você consegue viver sem mágoas e sem rancores? - Conhece algum adulto que vive realmente a simplicidade da vida como uma criança?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 13/08/2013
Meditação
Os discípulos perguntaram, interessados, quem seria o mais importante no “Reino dos Céus”. Jesus colocou entre eles uma criança. As crianças, como as mulheres, não tinham importância, não podiam decidir nada, eram dependentes. Importante, grande no povo de Jesus será quem se reconhece, de fato, sem importância, pobre, pequeno, dependente, sem poder, e se entrega assim a Deus. A humildade e o acolhimento fraterno e sincero atravessam os tempos, pois são valores insubstituíveis.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Meditando o evangelho
FAZER-SE PEQUENO
A mania de grandeza dos discípulos foi fortemente censurada por Jesus. Cada qual se preocupava em saber quem dentre eles seria o maior no Reino dos Céus. Esse interesse nada tinha nada de espiritual. Era preocupação com promoção pessoal, com ocupar cargos importantes no Reino a ser inaugurado por Jesus.
O Mestre, porém, propôs-lhes uma condição para ser maior no Reino dos Céus: fazer-se pequeno como as criancinhas. Era a exigência de renunciar a toda ambição pessoal e a todo desejo de colocar-se acima dos demais para oprimi-los. Era preciso que se tornassem "pobre em espírito", confiados totalmente em Deus, e não nos bens deste mundo. Era uma forma de "renegar-se a si mesmo", colocando a vontade de Deus acima de tudo.
Os discípulos deviam dar-se conta de que os valores do Reino são opostos aos do mundo. Seria inútil ansiar pelas grandezas terrenas. A grandeza do Reino consiste no serviço humilde e gratuito ao semelhante, na solidariedade para com os pobres e marginalizados, na partilha com os desprovidos dos bens deste mundo, no esforço para construir um mundo fraterno e reconciliado.
Engana-se quem, pretendendo fazer-se grande para Deus, envereda por um caminho diferente daquele trilhado por Jesus ao implantar o Reino dos Céus na História.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
Fonte: Dom Total em 13/08/2019
Comentários do Evangelho
1 - “QUEM É PEQUENO AOS OLHOS DO MUNDO É GRANDE AOS OLHOS DE DEUS”! – Olívia Coutinho
O mês de agosto, para nós católicos, é o mês vocacional, um tempo propício para revermos o nosso compromisso diante à Família, à Igreja e a sociedade.
Vocação é um caminho de felicidade e de santidade, é chamado e resposta, é uma semente divina ligada a um “SIM” humano!
Colocar a serviço da vida, já é responder a nossa vocação, é posicionar contrário a qualquer atitude que provoque sinais de morte!
A todo instante, Jesus nos convida a sermos promotores da vida, a esvaziarmos de nós mesmos para ir ao encontro do outro, principalmente dos pequenos, àqueles que o mundo despreza!
Em toda sua trajetória terrena, Jesus sempre foi itinerante, não tinha se quer onde recostar a cabeça. Ele se identificava com os pequenos e esta identificação, começa já na sua gestação, quando Deus Pai, escolhe o ventre fecundo de uma humilde jovenzinha, escolhida no meio dos pobres, para se fazer um de nós! Jesus nasceu pobre, e foi para os podres que Ele dirigiu o seu primeiro olhar, os pastores de ovelhas, pessoas simples, mas que se tornaram grandes, aos serem os primeiros anunciadores do seu nascimento, o acontecimento que marcou o início da mais bela história de amor que já se ouviu no mundo!
Os pequenos são os prediletos do Pai, ser indiferente a eles, é ser indiferente ao Pai!
No evangelho de hoje, os discípulos dão a entender que ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. Ao perguntá-Lo quem é o maior no Reino dos céus, eles demonstraram claramente, que mesmo estando junto de Jesus, estavam muito distantes do seu Reino!
“Quem é o maior no Reino dos Céus?”. Jesus responde: “Em verdade vos digo, se não converterdes e não vos tornardes como uma criança, não entrareis no reino dos céus”.
Jesus censura a mania de grandeza dos discípulos, eles ainda não falavam a linguagem do amor, continuavam presos à mentalidade egoísta do mundo, a grande preocupação deles, não era com a promoção da vida, e sim, com a promoção pessoal.
No final do evangelho, temos a parábola da ovelha perdida, esta pequena parábola, pode falar de duas intenções de Jesus: despertar-nos e tranquilizar-nos. Despertar-nos, para a importância de acolhermos todos aqueles que desviaram do caminho de Deus e que querem voltar e tranquilizar-nos, quando somos nós a ovelha perdida que deseja reencontrar o seu pastor. Jesus nos assegura, de que o Pai acolherá com muita alegria, a todos aqueles que desejam voltar ao seu convívio.
Deus é Pai, e como Pai amoroso, não exclui nenhum de seus filhos, Ele está sempre de braços abertos para nos acolher de volta.
Jesus está sempre a nos revelar a predileção do Pai, pelos pequeninos! E quem são os pequeninos que Jesus se refere? São todos aqueles que o mundo despreza.
Quem é pequeno aos olhos do mundo, é grande aos olhos de Deus!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
2 - Sejam inocentes como uma criança - José Salviano
Dizem que quando envelhecemos nos tornamos crianças. De certa forma, sim. Dificuldade de locomoção que nos dificulta tomar um banho, dependência dos outros para quase tudo, fraqueza da memória, acaba a sexualidade, ouvimos, entendemos, e escutamos mal. Em certos aspectos até que parecemos uma criança, mais em outros, nem pensar. Por exemplo, na inocência, não. Carregamos conosco o peso de todas as nossas aventuras da juventude, o peso dos pecados os quais não nos arrependemos, pelo contrário, até nos vangloriamos quando estamos entre amigos e nos esquecemos que somos cristãos.
Mas Jesus hoje está nos dizendo que "se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus."
Isso é o mesmo que dizer: Temos que nos tornar humildes, Inocentes, de coração puro sem mágoas e sem rancores, sem desejos de vingança, sem apego aos bens materiais, sem nenhuma maldade para com o próximo, sem pecar contra a castidade, em fim, como uma criança. Será que vamos conseguir este estado de espírito? Talvez fosse melhor a gente começar agora uma espécie de preparação, de treinamento, de conversão, mesmo porque não sabemos a hora que vamos dessa vida para a última fase da nossa existência. Começar neste exato momento a mudar o nosso esquema mental, convencidos de que não somos deste mundo. Estamos aqui de passagem, somos como que acampados em um lugar qualquer deste mundo, e um dia sem menos esperar, partiremos, sem estar preparados para a outra fase da nossa existência, que é o Reino dos céus. Caríssimos. Vamos por a mão consciência. Cedo ou tarde teremos de enfrentar a realidade da outra vida. E é bom estarmos preparados para ela. Na verdade não a merecemos. Mais pela graça de Deus, poderemos estar salvos, e fazer parte das maravilhas eternas. Portanto, vamos fazer de tudo para estar menos indignos de receber o perdão de Deus.
Sal
3 - Não desprezeis nenhum desses pequeninos. Padre Queiroz
Não desprezeis nenhum desses pequeninos.
Com este Evangelho, Jesus nos indica como deve ser o relacionamento entre os membros da Comunidade cristã.
O texto começa com a pergunta dos discípulos a Jesus: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”, isto é, na Comunidade de Deus. Jesus toma uma criança, coloca-a no meio deles e diz: “Se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Portanto, quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus”.
Portanto, tornar-se como criança não é só condição para alcançar a maior grandeza na Comunidade de Deus, mas inclusive é requisito indispensável para ser admitido nela.
A criança é um ser fraco e humilde que não possui nada nem tem nada que dizer na Comunidade dos adultos. Como o pobre, ela só pode receber com alegria o que lhe é oferecido, porque depende totalmente dos outros. Esta é a situação do homem diante de Deus e, consequentemente, a atitude que Jesus quer dos seus discípulos: acolhimento, simplicidade e humildade.
Evidentemente, não se trata de voltarmos à condição de criança que tivemos no passado, o que é impossível. Significa optar pelo acolhimento, simplicidade, humildade e serviço, como fazem naturalmente as crianças. Além da criança, temos como modelo Jesus, o pobre de Deus, o mais pequeno e o servidor de todos. “Aprendei de mim que sou mando e humilde de coração”. “Quem recebe em meu nome uma criança como esta é a mim que recebe.”
E no final da parábola da ovelha perdida Jesus fala: “O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”. Não podemos desprezar as crianças, mas ir atrás delas, cuidar delas e educá-las no caminho de Deus e do bem. Esse cuidado, no contexto do Evangelho, não se restringe às crianças, mas abrange os pobres, os analfabetos, os doentes... isto é, a todos os “pequenos”.
A gente se lembra da fuga de Maria e José para o Egito, a fim de proteger o Menino Jesus. Uma família que se desloca para um País estranho, fazendo os maiores sacrifícios, porque a vida da criança estava ameaçada. Hoje, muitas vezes, não é a vida física mas a vida moral e espiritual das crianças que está ameaçada, pelas drogas, más companhias etc. Elas merecem o mesmo cuidado e sacrifício.
A Bíblia está cheia de exemplos de Deus protegendo crianças. Protegeu Isac (Gn 22,11-14), Ismael (Gn 21,17), Moisés (Ex 1,15-22)...
Na Comunidade de Deus, as crianças não morrerão antes do tempo (Is 65-20), e brincarão na cova das serpentes venenosas, sem serem picadas (Is 11,6).
Três pecados comuns nossos, junto às crianças: falar palavrões perto delas, mimá-las demais e deixá-las sem ocupação. A ociosidade é a mãe de todos os vícios.
O principal que uma criança precisa para crescer de forma saudável, é da união dos pais. Uma criança não precisa tanto que os pais as amem, mas que os pais se amem. Ela nasceu do amor de um homem e de uma mulher, e só cresce de forma integrada, vendo que aquele amor dos pais continua vivo.
Se um dos pais vem a falecer, ou, por um motivo justo, vive longe do filho, isso não o prejudica, porque o filho ou a filha sabe que os pais continuam unidos. Deus é providente e faz com que, na falta de um dos pais, outro ou outra cumprirá o seu papel.
Hoje nós celebramos a memória de Santa Clara. Ela foi contemporânea de S. Francisco de Assis, também conterrânea e amiga dele. Viveram no Séc. XIII.
Quando Clara tinha dezoito anos, ouviu umas pregações de S. Francisco e se entusiasmou pelo ideal da pobreza evangélica. Procurou Francisco e lhe pediu que a ajudasse a viver segundo o Evangelho. O santo propôs a ela abandonar o mundo e tornar-se religiosa. Clara topou. Cortou seus longos e belos cabelos e passou a usar roupas de pano pobre e rústico.
O pai de Clara era falecido. Sua mãe, Dona Ortolana, já havia escolhido um moço para casar-se com a filha. Mas todos aceitaram a decisão dela. Clara ingressou provisoriamente no convento da irmãs Beneditinas. Anos mais tarde, já com várias moças tendo o mesmo ideal de pobreza, elas fundaram uma nova família religiosa, que hoje tem o nome de clarissas.
Uma das normas é que não deviam guardar nada que fosse de comer para o dia seguinte. Tinham de distribuir tudo aos pobres. Com isso, elas queriam por em prática as palavras de Jesus: “Não vivais preocupados com o que comer ou beber... Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,25-33). Clara faleceu dia 11/08/1253. Tinha apenas 59 anos de idade.
Quinhentos anos depois de Clara e Francisco, a Mãe de Jesus apareceu no Brasil, nas águas do Rio Paraíba, e apareceu como negra, para dizer que é Mãe de todos, especialmente dos pequenos. E Maria cuidou muito bem do seu Filho Jesus. Que Maria Santíssima e Clara intercedam junto de Deus por nós, a fim de que aprendamos as virtudes das crianças, e amemos os pequenos.
Não desprezeis nenhum desses pequeninos.
Padre Queiroz
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/2013/07/nao-desprezeis-nenhum-desses-pequeninos.html
4 - “os pequeninos dos reino” - Helena Serpa
Quem é grande no céu é pequeno no mundo, pois no reino dos céus não existe maior ou menor, todos somos os pequeninos a quem o Pai atrai e sustenta com o Seu Amor. Jesus é muito claro quando nos aponta o ser criança como condição para que possamos usufruir o Seu reinado. Em diversas ocasiões Jesus usou a figura da criança para identificar as pessoas que têm acesso ao reino dos céus. A mentalidade evangélica é totalmente contrária ao modo de pensar do mundo. No mundo, o mais e o maior sempre prevalecem. No reino do céu o maior tem sentido de menor, isto é quem quer ser grande no reino de Deus terá que ser pequeno que nem uma criancinha aqui na terra. Ser como as crianças, é ser simples e dócil para assumir encargos e, ao mesmo tempo, ser capaz de entregar-se, de abandonar-se para ser dependente de Deus. É ser também, verdadeiro (a), transparente e saber comunicar as emoções com naturalidade e sem fingimento. Diante disso não podemos pensar que ser criancinha é ser, tolo, infantil, imaturo (a) e turbulento (a), sem coerência. Existe, pois, uma grande diferença entre ser infantil e ser como a criança. A pessoa infantilizada recusa-se a assumir a plena responsabilidade pelas próprias ações e, sempre deseja receber o prêmio. Ser infantil exige pouco esforço, porém o ser como criança exige de nós muito mais coragem porque, embora sejamos homens e mulheres maduros (as), necessitamos nos abrir às emoções como elas o fazem. “Os atos infantis afastam, enquanto que as ações próprias das crianças atraem”. O homem que se converte, torna-se como criança aos olhos do Pai, pois para Deus somos como filhos pequenos e amados, dependentes do Seu amor. Aquele que não confia na proteção do Senhor através dos seus anjos não pode ser considerado pequenino, portanto não entrará no reino dos céus. Saber que temos no céu, diante do trono do Pai o nosso anjo da guarda fará com que também sejamos como crianças dependentes da proteção, da ajuda e da assistência dos anjos de Deus. – Você já experimentou ser como uma criança? - Será que você está perdendo tempo querendo ser “grande” e deixando passar a graça de viver aqui o reino de Deus? – Você se sente dependente de Deus, abandonado (a) em Suas mãos? - Você é auto suficiente? – Em quem você confia?
Helena Serpa
5 - “Servir com alegria aos menos importantes” -Diac. José da Cruz
A gente está habituado a servir, ser gentil e acolhedor, com gente importante, no trabalho profissional buscamos agradar ao chefe e demais superiores, quando mais importante o cargo e a função de quem nos pede algo, mais que vamos nos esforçar para atendê-lo. Talvez não só por questão de obediência, mas muito mais porque, sendo importante, aquela pessoa pode nos ajudar a subir dentro da empresa, nomeando-nos quem sabe para algum cargo. Quando esse modo de agir é uma obsessão, determinando nossas relações com essas pessoas, acaba se tornando puxa - saquice sem tamanho, mas no fundo é isso mesmo, gostamos de servir a quem pode nos retribuir com algo vantajoso.
Podem reparar que trazemos esse modo de agir para a comunidade, o pessoal da liturgia trata o Padre de um jeito, o Diácono de outro, e o coitado do Ministro da Palavra é o último que fala e o primeiro que apanha. Por que isso? Por que se observa as pessoas através de uma visão hierarquizada. Conforme se tem um cargo maior, mais “servidores” vão aparecer.
Não sou contra, dar uma atenção maior ao sacerdote, ao arcebispo, quando está em uma comunidade, são nossos pastores que nos orientam, nos apontam caminhos. Não há nada de errado nisso. Mas as pessoas são iguais e o espírito cristão tem que nos levar a agir dentro dessa igualdade.
No evangelho de hoje Jesus vai além e coloca como referência as criancinhas e os meninos, que naquele tempo eram insignificantes na sociedade, além das mulheres. Criança nem entrava nas estatísticas e eram totalmente dependentes dos adultos, começando pelos pais e parentes. Não tinham nenhuma autonomia e só lhes restava obedecer e fazer o que os adultos mandavam, diferente de hoje quando há até leis específicas que garante o direito das pessoas, crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Os discípulos fizeram uma pergunta “Quem é o maior no Reino dos Céus?” porque seguiam essa lógica da submissão a quem é o maior. Jesus, entretanto desmonta esse esquema de domínio sobre as pessoas e afirma que no Reino, os pequenos, pobres, insignificantes, é que devem ser servidos. Esse ensinamento, tanto nos tempo dos discípulos e das primeiras comunidades, como em nossos dias, parece absurdo porque na lógica humana somente as pessoas importantes são valorizadas. Mas Jesus não está fazendo um belo discurso demagógico como o de alguns políticos, pois na conclusão do evangelho, com a parábola da ovelha desgarrada, ele nos mostra que o Pai do Céu age assim com todos nós,buscando a ovelha perdida e a valorizando mais que as outras.
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 13/08/2013
Liturgia comentada
Ai do mundo! (Mt 18,1-5.10.12-14)
Esta passagem do Evangelho tem como eixo nossa relação com os pequeninos. Estes nos são apresentados por Jesus como modelo de vida: “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.
Claro que Jesus usa a imagem da criança para dizer que somos filhos de Deus, suas crianças [tékna, no grego, como gosta de usar o evangelista João]. Assim, Deus é nosso Abbá, o paizinho querido. Quem se relaciona como filho: confiante, mas obediente, esse entra no Reino.
Mas a mesma passagem traz uma séria advertência a respeito das ofensas contra os pequeninos. Jesus emite uma verdadeira cominação: “Ai do mundo por causa dos escândalos!” Esta palavra [skándalon] designava uma pedra, de tamanho pequeno, mas suficiente para levar alguém a tropeçar e cair. Também pode ser traduzida por “cilada” e “obstáculo”.
Nosso tempo assiste – com a maioria indiferente – a uma série de agressões contra os pequeninos que Deus ama. A justiça holandesa acaba de considerar “constitucional” a formação de um partido político pró-pedofilia. Numerosos parlamentos, em todo o mundo, vão seguidamente legalizando o aborto intencional. Na mesma linha, autorizam o uso de embriões humanos como cobaias de laboratório. O último escândalo (por enquanto) consiste na legalização de uniões conjugais entre pessoas do mesmo sexo, ainda que seja uma opção contrária à natureza da própria pessoa humana, incluindo o direito de adotarem crianças que, obviamente, sofrerão os prejuízos psico-afetivos derivados da ausência da mãe ou do pai.
A médio prazo – quem viver, verá... –, estas decisões equivocadas, baseadas em uma mentalidade neopagã, produzirão efeitos destrutivos sobre todo o tecido social, repetindo a história de antigos grupos sociais cuja decadência é sobejamente conhecida.
O que está ao nosso alcance, além da luta política e da conscientização da sociedade? Temos o dever de investir em nossas crianças, assim como faria o próprio Senhor se estivesse na Terra. Elas pedem nossa presença, educação de bons hábitos, formação religiosa e espiritual e, acima de tudo, o exemplo edificante dos pais e formadores.
Vale lembrar que, no início da pregação do Evangelho, as crianças não eram valorizadas entre gregos e romanos. Cabia ao paterfamílias decidir se os recém-nascidos iriam, ou não, ser mantidos vivos. O aborto era coisa banal. Crianças deficientes eram sumariamente eliminadas. O hábito de expor (abandonar ao relento) os recém-nascidos iria perdurar até o Séc. XVIII. A pregação do Evangelho e a atitude das famílias cristãs começaram a corrigir esse estado de coisas, lançando as primeiras sementes daquilo que hoje chamamos de “direitos humanos”.
Proteção ao idoso, escola para pobres, hospitais para indigentes, fidelidade matrimonial – são “novidades” trazidas pela evangelização. Sem o Evangelho, voltamos todos às cavernas...
Orai sem cessar: “Defendei antes o fraco e o órfão!” (Sl 82,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 13/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
Precisamos valorizar as nossas crianças
A sabedoria de Deus vem até nós por meio dos nossos pequeninos; é por isso que precisamos saber valorizar as nossas crianças.
Perguntaram a Jesus: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.
Meus irmãos e minhas irmãs, não existe bênção maior no meio de nós do que nossas crianças. Eu gosto de pegar bebê no colo, gosto de estar no meio das crianças, gosto de brincar com elas, porque elas trazem Deus para perto de nós. A inocência, a pureza de uma criança representam Deus para nós.
Quero chamar a atenção de todos que não sabem dar a devida atenção que nossas crianças merecem. Muitas vezes, até as desprezam, deixando-nas afastadas.
A sabedoria de Deus vem até nós por meio dos nossos pequeninos; é por isso que precisamos saber valorizar as nossas crianças. O pai e a mãe têm de saber abençoar seus filhos e não fazer deles pessoas mal acostumadas. Saber valorizar uma criança não é dar tudo o que ela quer, mas reconhecer nelas a bênção que elas representam e significam para nós.
É saber olhar em cada criança e descobrir nelas a pureza que nós perdemos, a singeleza que deixamos passar. Que nós saibamos amar as nossas crianças do fundo do nosso coração e que saibamos encontrar nelas a pureza do Reino de Deus. Que não se despreze nenhum dos nossos pequeninos.
Peço que Deus abençoe cada uma das suas crianças, cada um dos seus filhos. Onde houver uma criança, cuide dela, não deixe que ela seja explorada, não permita que seus filhos passem por qualquer abuso nessa terra; muito pelo contrário, que eles sejam protegidos, amados e cuidados, porque as crianças trazem o Reino de Deus para perto de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
Olhemos o mundo com a pureza de uma criança
“Os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos Céus?’. Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus.’” (Mateus 18,1-3)
As condições para entrarmos no Reino dos Céus, de fato, são essas: precisamos nos converter e nos tornar como crianças.
A conversão é uma mudança de mentalidade. Se pensávamos como o mundo, se aprendemos como o mundo, agora, precisamos pensar como Deus, com a lógica do Seu Reino.
Nós, que estamos na causa de Deus, trabalhando e vivendo para Ele, o quanto precisamos ainda nos converter, o quanto ainda temos de mentalidade mundana, o quanto somos pessoas que ainda vivem de intrigas, de conversas, fofocas, sentimentos e pensamentos mundanos!
Precisamos nos converter, porque, se não nos convertermos, não entraremos no Reino de Deus, e ele não entrará em nós. Quem entra em nós é o mundo, são as propagandas, as competições, os pensamento mundanos. Estamos no mundo, mas precisamos entrar no Reino dos Céus.
Precisamos da simplicidade das crianças, porque o Reino do Céus é dos simples
Jesus não está se referindo ao Seu Reino para quando alguém morrer ou for morar nos Céus. Jesus está se referindo ao Reino d’Ele que está neste mundo, no qual nós precisamos entrar. Se a primeira condição é a conversão, é, de fato, uma mudança de vida. Jesus nos dá o modelo de como devemos nos converter; e para nós as crianças são o modelo essencial.
Quem é o maior no Reino dos Céus? É quem se torna como as crianças, porque elas são pequenas, insignificantes; elas, muitas vezes, não têm valor. Por isso, a mentalidade do Reino é a mentalidade das crianças.
Precisamos nos converter para uma vida e uma mentalidade simples. Temos de parar de ser aquelas pessoas complicadas, que veem maldade em tudo, que veem tudo da forma mais complexa.
Precisamos da simplicidade das crianças, porque o Reino do Céus é dos simples. As crianças são puras, elas não agem com maldade nem são “temperadas” com a maldade que temos em excesso.
Para entrar no Reino dos Céus, precisamos, de fato, ser purificados de toda a maldade que aprendemos e que está dentro de nós. Olhemos o mundo com a pureza da criança, porque o Reino dos Céus é dos puros.
Precisamos ser autênticos e verdadeiros. Veja que criança não disfarça. Criança é verdadeira. Às vezes, ela até tenta contar uma mentirinha, mas não consegue. Nós, no entanto, disfarçamos, enganamos, mentimos, nos iludimos e iludimos os outros. Precisamos ser autênticos e verdadeiros, precisamos nos converter para a verdade se quisermos entrar no Reino dos Céus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de que devemos ser pequenos para entrar em teu Reino de Amor. Ajuda-nos, Pai amado, a vencer a tentação de nos tornarmos inteligentes aos olhos do mundo, cultivando a simplicidade de vida, a modéstia e a humildade, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/08/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a consciência de que devemos ser pequenos para entrar em teu Reino de Amor. Ajuda-nos, amado Pai, a vencer a tentação de buscar pomposos títulos universitários ou de sermos considerados inteligentes e eruditos pelo mundo, para cultivar a simplicidade de vida, a modéstia e a humildade, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/08/2019
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