segunda-feira, 24 de julho de 2023

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 13,24-43 - 23/07/2023


Potencialize as boas sementes em seu coração

Naquele tempo, Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ O dono respondeu: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer um e outro até a colheita!” (Mateus 13,24-30)



Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é domingo, dia do Senhor, e a Palavra de Deus nos oferece essa passagem que já é bem conhecida de todos nós.
Quando olhamos para as nossas realidades interiores, como é bom reconhecer em nós a semente do bem, não é verdade?! Como é bom ver frutificar dentro de nós as boas ações, ver o quanto somos capazes de amar, de perdoar, de querer o bem, de fazer o bem para as pessoas, de acreditar de novo após uma decepção, de tratar bem quem não gosta tanto de nós. É muito bom constatar os frutos da obra de Deus dentro do nosso coração!
Mas como é duro ter que reconhecer o joio dentro de nós, o joio que está dentro de cada um de nós e que, muitas vezes, nos leva a cometer atos que jamais esperamos! Como é difícil acolher dentro de nós a nossa incapacidade de amar, o nosso desejo de vingança, de querer o mal para certas pessoas, a nossa incapacidade de perdoar uma ofensa, a nossa mania grosseira de resolver as coisas.

Quando olhamos para as nossas realidades interiores, como é bom reconhecermos em nós a semente do bem!

O mistério do mal, presente em nossos corações, é difícil acolhê-lo, o mistério desta iniquidade. Muitas vezes, perguntamo-nos: “Por que ajo assim, Senhor?”, “Por que fui capaz de cometer esse ato? Eu que sou uma pessoa tão boa, que sou uma pessoa religiosa, que rezo, que faço a comunhão, que me confesso. Como fui capaz de cometer isso?”.
Existem atitudes em nós que são frutos de sementes más, que outros plantaram em nós, mas também existem outras que nós plantamos, que nós alimentamos.
O Evangelho não quer culpabilizar ninguém, nem os outros nem nós mesmos, nem mesmo o demônio, que nós chamamos de inimigo. Aliás, é muito fácil culpar o demônio, é muito fácil culpar o demônio pelos nossos erros e pecados. Difícil é reconhecer o joio dentro de nós, o joio da mediocridade, da mentira, da traição e da maldade. É mais fácil atribuir para o inimigo!
O Evangelho pede para deixar crescer. Mas como assim? Deixar o mal crescer dentro de nós? Não! Deixar que se apresente tanto o bem quanto o mal para que, tomando consciência, vejamos as coisas com realismo e saibamos enxergar, dentro de nós, as sementes do bem, mas também as sementes do mal, e sejamos capazes de potencializar o bem que existe dentro de nós para vencermos aquelas más inclinações que estão dentro do nosso coração.
O mal não se vence com a violência, mas com a potência do bem. E a potência de Deus se chama misericórdia; ela é capaz de nos dar a consciência de quem somos e nos dar também a força para que nós sejamos quem devemos ser de verdade, e superemos todos os nossos limites.
Sobre vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Nenhum comentário:

Postar um comentário