segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 25/12/2022

ANO A


NATAL DO SENHOR

Missa da aurora

Lc 2,15-20 – Hoje, nasceu para vós um Salvador.


HOMILIA

Apesar de sua mensagem ser quase abafada pela euforia do consumismo e materialismo que transforma a grande festa cristã do Natal do Senhor numa verdadeira orgia pagã de esbanjamento e exclusão, a história do nascimento do Senhor, contada nas palavras singelas de Lucas, perdura ainda com a sua mensagem profunda de paz, união, solidariedade e amor, que o néo-paganismo pós-moderno da nossa sociedade é incapaz de ofuscar.
As Missas da vigília e da aurora usam dois textos contínuos da Lucas, que realmente formam um mosaico teológico de grande beleza, através da sua habilidade literária.  Lucas pega as tradições que põe a origem de Maria e José em Nazaré e junto-as às que colocam o nascimento de Jesus em Belém, e as insere na história humana e universal, através das suas referências a grandes figuras históricas da época, César Augusto, Herodes o Grande e o governador da Síria, Quirino.  Nesse contexto ele tece uma rede que contem oito dos seus temas preferidos – alimento, graça, alegria, pequenez, paz, salvação, “hoje”, e universalismo, para trazer à humanidade de todos os tempos “uma boa notícia, uma alegria para todo o povo”(2, 10).
Embora haja uma confusão sobre as referências cronológicos na Lucas, pois Quirino não foi governador no tempo de Herodes e não se tem informações extra-bíblicas sobre um recenseamento feito por Augusto, a finalidade de Lucas é situar o nascimento do Salvador bem dentro da história humana – e especialmente a história humana dos pobres e excluídos.  Jesus nasce filho de viajantes, forcados a sair da sua casa pela força opressora do império, pois a finalidade dum recenseamento era alistar todos para cobrança de impostos.  Assim o Messias nasce em condições subumanas e indignas – como nascem e se criam milhões de crianças todos os anos na nossa sociedade atual.  Como não teve lugar para eles na “hospedaria” (um tipo de albergue para viajantes, onde os animais ficavam no pátio, no primeiro andar tinha cozinha comunitária e no segundo andar dormitórios, algo ainda comum em certas regiões do Oriente hoje), Maria dá à luz numa gruta ou estrebaria e deita Jesus numa manjedoura.
Logo Lucas introduz mais personagens tirados dos excluídos da religião e sociedade de então – os pastores.  No tempo de Jesus eram considerados como delinqüentes, dispostos sempre ao roubo e à pilhagem, por isso não mereciam confiança alguma e nem podiam testemunhar em juízo.  É importante notar que em Lucas são pessoas pertencentes a duas categorias proibidas de dar testemunho em juízo (pastores e mulheres) que Deus escolhe para testemunhar os dois eventos mais importantes da história – o nascimento e a ressurreição do Salvador.  Natal se torna festa de inclusão dos que a religião oficial e a sociedade dominante excluía – enquanto a maioria da classe abastada da nossa sociedade atual celebra o Natal exatamente nos templos de consumo de hoje – os Shoppings, onde pessoas pobres são excluídas do banquete de poucos.  Que contradição!!!
É importante também por em relevo a mensagem dos anjos: "Glória a Deus no alto, e na terra paz aos homens que ele ama” (v 14).  Aqui Lucas cria um binômio – dois elementos conjugados, ou seja, uma maneira de dar glória a Deus no alto é a criação da paz entre as pessoas aqui na terra.  Atrás do termo “paz” há um cabedal de reflexão teológica, vindo do Antigo Testamento.  O nosso termo “paz” capta somente uma parte do que significava a palavra hebraica “Shalôm", que não se limita a uma mera ausência de violência física, mas inclui a realização de tudo que Deus deseja para os seus filhos e filhas.  Portanto o texto natalino nos convida e desafia para que demos glória a Deus através do nosso esforço em criar um mundo de Shalôm – onde todos possam “ter a vida e a vida em abundância!” (cf Jo 10,10)
É importante também refletir como Lucas nos apresenta a pessoa da Maria neste texto. Enquanto todos os que ouviam os pastores “assombravam-se” (v. 18), “Maria porém conservava isso e meditava tudo em seu íntimo”(v 19).   Dois textos do Antigo Testamento usam o mesmo verbo grego (synetèrein): Gn 37,11 e Dn 4, 28, para descrer a perplexidade íntima duma pessoa que procura entender o significado profundo dum fato.  Assim Lucas enfatiza que Maria não captou de imediato todo o sentido do que ouviu, mas meditava as palavras, contemplando-as, para descobrir o seu significado.  Maria cresceu na fé, acolhendo e discernindo o sentido profundo dos acontecimentos – se torna peregrina na fé, modelo para todos nós, nos convidando a nos mergulharmos nos relatos evangélicos, contemplando os mistérios da vida de Jesus e o que eles podem significar para nós hoje.
A festa de Natal é uma oportunidade ímpar para nos aprofundarmos no sentido do amor de Deus por nós, expressado na Encarnação.  Mas, se fizermos dele somente uma festa de consumismo e materialismo, jamais colheremos os seus frutos.  Sem deixar do lado o seu lado lúdico, familiar e festivo, cuidemos para não sermos seduzidos pelos ídolos do ter e do prazer tão bem promovidos pelo marketing dos Shoppings – mas retornemos à singeleza da gruta de Belém e redescubramos o motivo duma verdadeira “alegria para todo o povo”, - nasceu para nos o Salvador!
Pe. Tomaz Hughes SVD
e-mail: thughes@netpar.com.br

Missa do dia

SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR - missa do dia

Ano A - Branco

"A Palavra se fez carne e habitou entre nós." João 1, 14

Jo 1,1-18

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: . É Natal! As promessas de Deus se cumprem: um menino nasceu para nós! Na pessoa do Filho, Palavra encarnada que armou sua tenda em nosso meio, Deus fala-nos face a face, e podemos contemplá-lo como um de nós. Somos gratos ao Pai, pois na Palavra feita gente recebemos o poder de nos tornarmos filhos de Deus, nós que acolhemos Jesus e acreditamos em seu nome.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Nasceu-nos hoje um Menino, o Filho nos foi dado! Este é o nosso canto neste dia que o Senhor preparou para que experimentássemos a sua fidelidade no cumprimento de suas promessas. O Esperado das Nações, o Cristo que vem, veio armar sua tenda entre nós. A divindade invisível tornou-se visível em nossa carne e neste dia a história ganhou novo sentido. Com este nascimento, nossa esperança é renovada e nossa fé robustecida pela certeza de que Deus nos ama e que, nascendo pobre, fez-se pobre entre os mais pobres para nos oferecer o caminho de nossa salvação.

E O VERBO DIVINO SE FEZ CARNE!

É Natal, nasceu-nos o Menino Deus que estabelece a presença do altíssimo em nosso meio, é o “Deus conosco”! A encarnação do verbo divino permanece grande mistério de amor: Jesus se absteve de sua glória aparente assumindo nossa humanidade. O texto seguinte, extraído de uma canção natalina, resume com esmero as motivações que levaram o Senhor a interferir na história humana:
“No começo Deus criou a humanidade segundo sua imagem e semelhança. Os primeiros pais eram felizes porque participavam da vida do próprio Deus. O mal, porém os afastou do criador, de agora em diante haveriam de comer o pão com o suor do seu rosto e estavam sujeitos ao sofrimento e a morte. A fraqueza humana não lhes permitia regressar a Deus, o infinito amor do criador prometeu resgatar a criatura. A salvação foi anunciada pelos profetas, a humanidade sofredora bem espera...”.
O Senhor vem para Salvar e, segundo os Padres da Igreja, resgatou-nos das amarras da morte ao fazer-se um de nós, pois “o que não foi assumido pelo verbo, não foi redimido”. O profeta Isaías, anunciador da esperança, prevê não somente a restauração da cidade de Jerusalém, destruída pelos babilônicos no tempo do exílio, mas sua refundação. A nova Cidade Santa deve ser alicerçada nos valores do altíssimo de modo que o próprio Deus reine. Cristo Jesus concretiza tal empreita e, de certa forma, recria-nos, devolvendo-nos a verdadeira humanidade perdida com o pecado. Não fomos feitos para o erro, somos filhos da Palavra Eterna que é luz e verdade! Jesus é a meta de todos os seres humanos e suas atitudes devem ser imitadas. Ele vive em nós fazendo-nos anunciadores da luz capazes de tornar o mundo, corrompido pelo pecado, um mundo novo!
Deus armou sua tenda entre nós, seu nascimento é motivo de muita alegria! UM SANTO E ABENÇOADO NATAL PARA VOCÊ E TODA A SUA FAMÍLIA!

Comentário do Evangelho

A visita salvífica de Deus

O Benedictus, conhecido como hino de Zacarias, é o cântico que a Igreja entoa todas as manhãs durante a celebração das Laudes. Postos nos lábios de Zacarias, é um cântico inspirado (cf. v.67): repleto do Espírito Santo é que ele o pronuncia. Trata-se, como o Magnificat, de um cântico pré-lucano, tipicamente judeu. Provavelmente, o próprio Lucas fez nesse hino os retoques necessários para que ele pudesse dizer a nova realidade dessa etapa da história da salvação e ser inserido no relato evangélico. O motivo do hino é a visita salvífica de Deus. O acento do hino repousa sobre dois aspectos: sobre a aliança abraâmica, tida como fundamento da história da salvação, e sobre as testemunhas dessa aliança. De João, propriamente, se diz que ele é profeta do altíssimo, cuja missão é preparar os caminhos do Senhor. Daí que o Batismo para a conversão dos pecados propostos por João, encontra, aqui, no Benedictus, o seu fundamento. É pelo perdão dos pecados que João faz conhecer a salvação de Deus e prepara os caminhos do Messias.
Pe. Contieri
Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.
Fonte: Paulinas em 25/12/2014

REFLEXÃO

Cristo revela o Pai

“Ninguém jamais viu a Deus; o Filho Unigênito que está no seio do Pai no-l’O deu a conhecer” (Jo 1, 18). Quem desde o princípio nos dá a conhecer o Pai é o Filho, porque desde o princípio está com o Pai: as visões proféticas, a diversidade de graças, os ministérios, a glorificação do Pai, tudo isto, como uma sinfonia bem composta e harmoniosa, Ele o manifestou aos homens, no tempo próprio, para seu proveito. Porque onde há harmonia tudo sucede no tempo próprio; e quando tudo sucede no tempo próprio, há proveito. Por isso o Verbo tornou-Se o administrador da graça do Pai em proveito de homens, em favor dos quais Ele pôs em prática a sua tão sublime economia da graça, mostrando Deus aos homens e apresentando o homem a Deus. Manteve, no entanto, a invisibilidade do Pai, para que o homem se conserve sempre reverente para com Deus e tenha um estímulo para o qual deve progredir; mas, ao mesmo tempo, mostrou também que Deus é visível aos homens por meio da economia da graça, para não suceder que o homem privado totalmente de Deus, chegasse a perder a sua própria existência.
Porque a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem, é a visão de Deus. Com efeito, se a manifestação de Deus, através da criação, dá a vida a todos os seres da terra, muito mais a manifestação do Pai, por meio do Verbo, dá a vida a todos os que vêem a Deus!
Fonte: Liturgia da Palavra em 25/12/2013

Reflexão

O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS

I. INTRODUÇÃO GERAL

A liturgia de hoje realça não apenas o nascimento de Jesus, mas sua origem divina. Aquele que estava presente na criação do mundo veio até nós para nos tornar filhos de Deus. Essa vinda já tinha sido anunciada pelos servos de Deus durante a primeira aliança. Agora, por meio do Verbo eterno feito existência humana, Deus nos fala definitivamente e efetiva sua presença soberana na humanidade. Jesus não é apenas mais um mensageiro de boas notícias, ele mesmo é o evangelho de Deus, ele é a salvação prometida.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Jo 1,1-18): A luz resplandeceu nas trevas

João está descrevendo um novo começo. Se o livro do Gênesis registra a primeira criação, este primeiro versículo do Evangelho de João descreve a nova criação. Em ambas as ocasiões, o agente da obra criadora é o mesmo Verbo (ou Palavra) de Deus. “Palavra” e “luz” são duas formas de falar da mesma realidade, a saber, que Deus entrou na história humana para reconduzi-la à plenitude.
A Palavra (ou o Verbo) se fez carne (v. 14). Na mentalidade hebraica a palavra é o meio através do qual alguém se revela ou expressa seus pensamentos e vontade. No Antigo Testamento o termo “carne” certamente não tem conotação pejorativa, não é a antítese de Deus; porém, representa tudo o que é transitório, mortal e imperfeito e, à primeira vista, incompatível com Deus (cf. Is 40,6-8). Dessa forma, a Palavra de Deus se opõe à carne.
Conforme o evangelista João, a melhor forma pela qual Deus se expressou foi na existência humana de Jesus. Nele, o que Deus é e o que ele espera da humanidade foram revelados. Jesus é o Verbo, o ser de Deus narrado em uma vida humana.
Em vez de uma força impessoal, ou um princípio abstrato e distante da situação humana, João utiliza o termo “Verbo” em um sentido muito pessoal, de um Deus que ama, se compadece e se identifica com os seres humanos, tomando sobre si sua natureza, e sofrendo uma morte vergonhosa com o fim de prover um meio para a reconciliação do homem com seu Criador.
A luz veio ao mundo (v. 9). O Antigo Testamento se refere a Deus como a fonte da luz e da vida em várias passagens. O salmista indica que Deus é a fonte da vida e da luz (Sl 36,9). João, seguindo o conceito do salmista, afirma que o Verbo é a vida e a luz dos homens.
O termo “mundo” nesse texto significa o mundo dos homens e seus assuntos, o qual, concretamente, está submetido ao pecado e às trevas. A função da luz é basicamente combater ou vencer a obscuridade. “Trevas” é um termo metafórico que, no quarto evangelho se refere a tudo o que se opõe à mensagem de Jesus, é a obscuridade moral e espiritual. Por isso, o tema da primeira parte do quarto evangelho é a fé e seu contrário, a incredulidade (como resultado da influência das trevas).
A totalidade da missão de Jesus foi uma espécie de conflito entre a luz e as trevas, culminando no Getsêmani e na cruz. Por isso, o verbo “vencer” cabe bem neste contexto. A luz brilha nas trevas e as trevas não tinham o poder para detê-la (v.5), muito menos para vencê-la.

2. I Leitura (Is 52,7-10): A verdadeira luz veio ao mundo

O profeta elogia a atividade de alguém que traz uma mensagem de salvação, o mensageiro vem correndo e gritando enquanto atravessa os picos das montanhas: “teu Deus reina!”.
As sentinelas que estão de guarda nas muralhas de Jerusalém começam a vislumbrar o mensageiro. Ele se antecipa à caravana dos exilados que voltam à terra natal. Metaforicamente Deus é descrito como um rei vencedor com seu exército voltando da guerra para a terra da promessa. O grito do mensageiro alerta para o fato de que Deus saiu vitorioso.
As sentinelas em uníssono repetem o grito do mensageiro e exortam às ruínas da cidade para unirem-se ao coro com gritos de júbilo porque o Senhor resgatou o seu povo que estava sob o poder do dominador estrangeiro. Aos poucos, a notícia da restauração de Sião (Jerusalém) vai se espalhando pelo reino inteiro e por todas as nações.

3. II Leitura (Hb 1,1-6): O resplendor da glória de Deus

Fundamental para a Carta aos Hebreus é o fato de que Deus se revelou constantemente ao longo da história, dando-se a conhecer, para que o ser humano o amasse. Mas agora, por meio de seu Filho, Deus fez sua revelação final, definitiva e superior a tudo que foi revelado anteriormente.
Os primeiros versículos mencionam alguns contrastes entre o que foi revelado no passado e o que está sendo mostrado agora através do Filho. Primeiramente, aquelas revelações eram parciais, “em muitos fragmentos”, literalmente falando. A revelação efetivada pelo Filho é completa.
Também há uma oposição entre o outrora e o hoje, ou seja, aquilo que é revelado pelo Filho será sempre atual, nunca estará ultrapassado, jamais dará lugar a nenhuma outra revelação, porque não há um mensageiro superior ao Filho, o qual é a “expressão do ser” do Pai. Com essa afirmação, Hebreus enfatiza a correspondência exata entre a natureza do Filho e do Pai, porque o termo grego ali empregado significa algo semelhante a um carimbo que deixa impresso no papel a figura que traz em alto relevo.
As revelações nos tempos antigos vieram de muitas maneiras, a atual veio de um único modo, por meio de Jesus Cristo. Aquelas foram muitas, a última é única.
Com o vocábulo “profetas” o autor de Hebreus se refere a todas as pessoas da antiga aliança que transmitiram às gerações seguintes a fé de Israel. Nenhuma dessas pessoas realizou a obra de Jesus Cristo, a saber, possibilitar nosso acesso à presença de Deus. Ao oferecer sua própria vida a Deus, Jesus realizou a purificação dos pecados de toda a humanidade, tornando possível nossa aproximação ao trono da graça.
A inclusão da obra de redenção na descrição de Cristo como agente de Deus na criação e na revelação definitiva indica a unidade básica entre esses dois eventos. Aquele que estava presente na criação é o mesmo a nos purificar dos pecados no momento da ascensão, quando penetra o santo dos santos no céu.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O Natal e a Páscoa são as duas grandes solenidades do calendário litúrgico. Uma remete à outra. Não se pode falar do Natal sem mencionar a Páscoa, pois na cruz a encarnação de Jesus aparece de forma mais concreta. A “prova” de que Jesus encarnou-se é sua morte. E uma morte infligida por aquilo que ele viveu.
Isso nos remete a uma nova reflexão sobre o seu nascimento. Jesus veio ao mundo para plenificar a criação de Deus. Para resgatar o ser humano do poder das trevas e reconduzi-los à luz, mediante uma vida nova, ressuscitada. A Páscoa é a celebração dessa vitória da luz sobre as trevas. Por isso, já no Natal celebramos a ressurreição.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 25/12/2013 e 25/12/2014

Reflexão

NATAL - TEMPO DE NASCER

Quem nasce hoje? Este é um mistério grande, profundo. Tão grande, que enche o mundo de espanto. Não espanto de medo, mas de alegria. Sabe aquela alegria que nos faz até chorar? É a alegria verdadeira, brotando do fundo de nosso ser.
Quem nasce hoje é o amor. Deus é amor. Ele, na sua infinita bondade, assume a nossa frágil condição. Das alturas ele se inclina e desce ao chão da vida humana. Em tudo semelhante a nós, menos no pecado.
Menos no pecado, porque o Deus da vida não negocia com o mal. Deus é o Bem! Ele nasce, vem de mansinho bater à porta de nosso coração. Chega como um amigo, suavemente pede licença para entrar em nossa vida. Jamais entra onde não lhe dão permissão. Ele poderia chegar empurrando portas e janelas. Mas não. Pede licença, porque o amor é liberdade, respeito.
Deus está nascendo. O mundo barulhento pode não se dar conta disso. Pode até inventar outro natal, mas o Natal de verdade é Deus nascendo em nós, em nossa casa. O risco é perder de vista o nascimento do amor. Risco maior é não se entregar a esse amor.
Sim, porque inventaram um natal do “comprar” e esqueceram que o Natal de verdade não se compra. O Natal de verdade é presente. Ele se oferece! Natal é amar.
Ah, bom demais seria se nossos olhos focassem a beleza desse presente que dá sentido à vida! Bom demais seria se em cada batida do nosso coração pulsasse a alegria de pertencermos ao amor e essa alegria transbordasse em nossas ações, semeando paz, espalhando esperança.
O mundo tem futuro porque o amor está nascendo. Ele nasce para dizer não aos poderosos que impõem fardos pesados aos ombros dos pobres. Nasce para derrotar o sistema que fadiga homens e mulheres e lhes incute falsas ofertas de felicidade. Nasce para dizer que a morte não manda em nada e em ninguém. Quem nasce é maior que a morte e vence não pela sorte nem pelas armas. Quem nasce tem a vitória pelo poderio do amor. Seu arsenal é o olhar compassivo, o abraço de ternura, o beijo materno. Quem nasce traz em suas mãos o céu, o eterno.
É tempo de nascer! Que em nossas famílias haja mesa farta de pão e o coração alimentado de amor. Que em nós nasça Deus e nos deixemos surpreender por sua graça, por sua paz.
Feliz Natal!
Padre Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Fonte: Paulus em 25/12/2013

Reflexão

Natal do Senhor

A Igreja celebra com a solenidade do Natal a manifestação do Verbo de Deus aos homens. É este de fato o sentido espiritual que decorre da própria liturgia, que oferece para a nossa meditação o nascimento eterno do Verbo (o Filho, Jesus) no íntimo dos esplendores do Pai (1ª Missa); a aparição temporária na humildade da carne (2ª Missa); a sua volta no juízo final (3ª Missa).
Um antigo documento, o Cronógrafo do ano de 354, atesta a existência em Roma desta festa a 25 de dezembro, que corresponde à celebração pagã do solstício de inverno, isto é, o nascimento do novo sol que, após a noite mais longa do ano, retomava novo vigor.
Celebrando neste dia o nascimento daquele que é o verdadeiro Sol, a luz do mundo, que surge da noite do paganismo, pretendeu-se dar significado novo, totalmente novo, a uma tradição pagã vivida pelo povo, pois coincidia com as férias de Saturno, durante as quais os escravos recebiam presentes dos seus senhores e eram convidados a se sentarem à mesa de seus donos como cidadãos livres.
Os presentes natalinos, porém, pretendem chamar a atenção para os presentes dos pastores e dos reis magos ao Menino Jesus.
No Oriente o nascimento de Jesus era festejado no dia 6 de janeiro, com o nome de Epifania, que quer dizer manifestação. Depois também a Igreja oriental começou a celebrá-lo na data de 25 de dezembro, conforme encontramos em Antioquia pelo ano de 376 no tempo de são João Crisóstomo, e em 380 em Constantinopla. Enquanto isso, no Ocidente, era introduzida a festa da Epifania, última festa do ciclo natalino, para comemorar a revelação da divindade de Cristo ao mundo pagão. Os textos da liturgia natalina, formulados numa época de reação à heresia de Ário sobre a Trindade, enfocam com a força de uma calorosa poesia e com rigor teológico a divindade do Menino nascido na gruta de Belém, a sua realeza e onipotência para convidar-nos à adoração do insondável mistério do Deus revestido de carne humana, filho da puríssima Virgem Maria.
A encarnação de Cristo marca a participação direta dos homens na vida divina. A restauração do homem mediante o nascimento espiritual de Jesus nas almas é o tema sugerido pela devoção e pela piedade cristãs que, além das comoventes tradições natalinas florescidas às margens da liturgia, convidam a meditar anualmente sobre o mistério da nossa salvação em Cristo Senhor.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Fonte: Paulus em 25/12/2013

Reflexão

FESTA DO NATAL - JESUS É NOSSA LUZ!

Jesus é nossa luz. Não temos por que viver na escuridão. A grande festa de hoje é a celebração de que Deus não está longe. Ele é nosso próximo, nosso vizinho. É um de nós. Quando dizemos estar alegres porque Jesus nasceu, estamos dizendo que Deus se fez nosso parente, gente nossa. Gente como a gente. Não precisamos olhar para longe, buscando sua presença. A força de Deus, que é amor, está disponível para nós. Não precisamos ter medo de nada! Não há noite que não possa ser iluminada pela presença do Filho de Deus! Não há pecado que não possa ser vencido! Não há falta que não possa ser perdoada para quem faz do coração o presépio para acolher o Salvador!
Podemos, sim, festejar! É verdade que ainda há problemas no mundo, pois nem todos os corações se converteram em presépios. Há ainda corações com muitas grades, com muito medo. Há ainda corações preocupados demais com o conforto, com o luxo, e que não “dão a mínima” à tristeza, dores e carências dos outros. Há corações que ainda são prisões de pecado, verdadeiras fortalezas de egoísmo, mansões de solidão. Mesmo assim, há a esperança de que tudo isso vá por terra e esses corações se transformem em presépios, lugares que recebam a vida com simplicidade.
Por isso, vamos festejar, pois não precisamos ser prisioneiros de nada nem de ninguém! Podemos ter o coração livre. Não precisamos ficar na escuridão. A Luz está entre nós! A glória de Deus está por toda parte, e Jesus trouxe a paz para a humanidade! Recebamos a Luz, para que sejamos luz!
Rezemos com Jesus, nestes dias de festa especial, rogando que mais corações se transformem em presépios, mais corações de pedra sejam transformados em coração de carne. Que a simplicidade do sorriso de Jesus nos desarme, nos desconcerte, de modo que percebamos quanto tempo, quanta energia desperdiçamos com coisas sem importância: discussões, rixas, vaidades. A luz que vem do presépio nos indica um novo caminho de simplicidade, harmonia, perdão, justiça e paz. Vamos caminhar por ele!
FELIZ NATAL!
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
Fonte: Paulus em 25/12/2013

Reflexão

O prólogo do Evangelho de João, apresentado para a missa do dia de Natal, inicia da mesma forma que o Gênesis: no princípio. Isso nos dá a ideia de que, com a chegada do Messias, surge nova criação. O autor apresenta a Palavra existente desde antes da criação: ela estava junto a Deus, era o próprio Deus. Essa Palavra tem força criadora, tudo foi feito por meio dela. Há dois mil anos, essa Palavra se fez carne e habitou entre nós: fez-se gente como nós e nos revelou o Pai. Jesus é a imagem visível do Deus invisível (cf. Cl 1,15). Conhecendo a vida de Cristo, sua mensagem e suas opções, conheceremos o Pai de Jesus e de todos nós. A seguir, o evangelista apresenta a figura e a missão de João Batista, que veio preparar o caminho e apontar a chegada da Palavra. Ela é luz que dissipa as trevas, mas nem todos se dispuseram a acolhê-la, preferindo as trevas à luz. A celebração do Natal nos ensina que Deus não está mais distante e invisível, mas encontra-se encarnado entre nós. Ele é o Emanuel, o Deus sempre conosco. Aquele que era desconhecido tornou-se presente no meio de nós e se comunica com a humanidade.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 25/12/2019

Reflexão

A liturgia do dia de Natal nos põe em contato com o prólogo do Evangelho de João. Nesse relato, temos a presença da Palavra junto de Deus, pela qual tudo foi feito. Ela cria e recria e se transforma em carne, na sua fragilidade humana, armando a tenda no meio da humanidade. Ao se fazer carne, a Palavra torna-se visível e pode ser ouvida e tocada. Deus não só está conosco, mas se fez um de nós, assumindo a fragilidade humana. O divino e o humano não se excluem, antes se complementam. Jesus tornou visível e conhecido o rosto do Pai, rosto que transpira amor, misericórdia, perdão e alegria. Conhecendo as palavras e as obras de Jesus, teremos o retrato de Deus. Com o nascimento de seu Filho, Deus nos deu sua Palavra e também sua vida, isto é, tornou-nos seus filhos e filhas (“A Palavra deu o poder de se tornarem filhos de Deus”). Celebremos com alegria essa festa do Deus que se torna gente com a gente. Ninguém deve se sentir excluído dessa festa e da alegria que ela proporciona.
Oração
Ó Jesus, Filho unigênito do Pai, Palavra eterna, “luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todos os seres humanos”. Aceita nossa gratidão, pois abres para nós as portas do Céu e nos dás um Pai onipotente e misericordioso. És bendito para sempre. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 25/12/2020

Reflexão

Este é o prólogo do Evangelho segundo João. É uma composição literária destinada a oferecer uma síntese sobre o protagonista (Jesus Cristo), que ocupará as páginas de todo o quarto Evangelho. Jesus Cristo é a Palavra que vem de junto de Deus. O próprio Jesus afirmava: “Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo” (Jo 16,28). Pois bem, a Palavra eterna do Pai, na “plenitude do tempo” (Gl 4,4), vem ao mundo na condição humana: “A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós”. Sua vinda é precedida por João Batista, que dava testemunho da “luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todos os seres humanos”. Jesus nos revela os planos do Pai e dá o poder de se tornarem filhos de Deus a todos os que acreditarem em seu nome. O Filho único do Pai espera de nós uma resposta de amor.
Oração
Ó Jesus, Filho único que estás junto do Pai e o revelas a nós; Palavra eterna; “Luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todos os seres humanos”, aceita nossa gratidão, pois abres para nós as portas do céu e nos dás um Pai onipotente e misericordioso. És bendito para sempre. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 25/12/2021

Reflexão

O prólogo do Evangelho de João, apresentado para a missa do dia de Natal, inicia da mesma forma que o Gênesis: no princípio. Isso nos dá a ideia de que, com a chegada do Messias de Nazaré, surge nova criação. O autor apresenta a Palavra existente desde antes da criação: ela estava junto a Deus, era o próprio Deus. Essa Palavra tem força criadora, tudo foi feito por meio dela, do caos ela cria o cosmo. Há dois mil anos, essa Palavra se fez carne e habitou entre nós: fez-se gente como nós e nos revelou o Pai. Jesus é a imagem visível do Deus invisível. Conhecendo a vida de Cristo, sua mensagem e suas opções, conheceremos o Pai de Jesus e de todos nós. Jesus é a fonte que nos aproxima do mistério de Deus. Através da humanidade de Jesus poderemos chegar à divindade. A seguir, o evangelista apresenta a figura e a missão de João Batista, que veio preparar o caminho e apontar a chegada da Palavra. Ela é luz que dissipa as trevas, mas nem todos se dispuseram a acolhê-la, preferindo as trevas à luz. A celebração do Natal nos ensina que Deus não está mais distante e invisível, mas encontra-se encarnado entre nós. Ele é o Emanuel, o Deus sempre conosco. Aquele que era desconhecido tornou-se presente no meio de nós e se comunica com a humanidade.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

HOMILIA

Espiritualidade Bíblico-Missionária

Celebramos o mais profundo mistério de nossa fé: um Deus veio morar entre nós. Um Deus se dignou se aproximar de nossa frágil e volúvel humanidade. Um Deus quis se fazer um de nós. Qual é seu nome? “Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz”.
É preciso contemplar o amor de Deus, manifestado a nós numa Pessoa, e seu nome é Jesus Cristo. Nele está a vida em plenitude, a salvação. Jesus nasceu da Virgem Maria, que foi concebida pelo Espírito Santo, pois foi assim que Deus Pai quis nos mostrar seu amor e sua salvação. Ele poderia ter escolhido outro modo de nos manifestar seu amor salvífico, mas escolheu o jeito humano para que compreendêssemos a magnitude de sua bondade, de seu amor.
Ele é a Palavra que se fez carne, se fez pessoa, se fez gente para nos resgatar e nos fazer filhos e filhas dignos de Deus. Seu projeto, que é realçado em sua Palavra que está diante de nós. Ele espera e deseja que sejamos homens e mulheres novos, e reavivemos em nós a relação com nosso Deus e Pai, relações mais amorosas e agradecidas.
O Emanuel, o Deus Conosco, é o Filho de Deus que veio realizar todas as promessas do Pai, e nos levar à plenitude da vida. Por isso, quando estamos diante de um presépio, com toda a sua apoteose e beleza, não estamos diante de um fato que seja meramente histórico. É histórico também, pois Jesus nasceu entre nós, naquele dia, em Belém. Mas, ao nos aproximarmos do presépio, estamos nos aproximando do mistério encarnado do Filho de Deus, Amor vivo, Amor salvífico que é uma pessoa: Jesus. Assim compreendiam e viviam as primeiras comunidades cristãs.
É preciso viver o Natal a cada ano, e como quem nada sabe, admirar a grandeza simples e humilde de um Deus que quis encarnar-se entre nós. O mistério do nascimento de Cristo torna-se palpável, pois é uma Pessoa. É o que nos lembra a Carta a Timóteo 3,4: “Mas um dia apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e seu amor para com os homens”. Essa bondade divina se torna visível em Jesus, que assumiu nossa condição humana, menos o pecado, assumiu nossa fragilidade.
Outro momento importante da encarnação desse mistério salvífico é que Deus se fez próximo de nós. Aproximou-se ao extremo, fazendo-se criança entre nós. Por isso, é muito triste ver a rejeição de Cristo, tanto ontem quanto em nossos dias: “Veio para o que era seu, e os seus não o acolheram” (Jo 1,11).
Diante de nós está a oportunidade que Deus nos dá para contemplar de novo o mistério da encarnação de Cristo. Ele é nosso Salvador, o Verbo eterno que veio para nos elevar à plenitude da vida. Humildemente, acolhamos esse amor eterno manifestado entre nós, para nosso bem e salvação.
Redação “Deus Conosco”

Meditando o evangelho

O VERBO SE FEZ CARNE

Pelo mistério da Encarnação, estabeleceu-se uma comunhão indissolúvel entre a divindade e a humanidade. Jesus foi o ponto de encontro deste movimento que ligou a Terra ao Céu, o homem a Deus, a história à eternidade.
Vindo de junto do Pai, Jesus é a Palavra de Deus que se tornou visível na história humana. Sua existência iria manifestar os desígnios divinos, tanto no seu falar quanto no seu agir. A vida que haveria de transmitir, mediante gestos poderosos, provinha da abundância da vida herdada do Pai. Sua presença se constituiria em luz para orientar a humanidade dacaída, ansiosa de salvação. Por meio dele, seria possível chegar até Deus e experimentar a comunhão divina.
Todavia, este Jesus era plenamente humano, excluindo-se apenas a experiência do pecado. Não lhe foram concedidas regalias, pelo fato de ser o Filho de Deus. Por isso, experimentou a rejeição exatamente daqueles para os quais fora enviado. Sua não-acolhida revelar-se-ia em forma de perseguição, hostilidades e abandono, para culminar na morte de cruz. Na medida em que descia aos porões da humanidade, Jesus ia comunicando ao ser humano, ferido pelo pecado, o lenitivo da salvação. Desta forma, as pessoas reconciliavam-se com Deus e recuperavam sua dignidade original. Nisto consiste o mistério do Natal!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, vieste ao mundo para reconciliar a humanidade com Deus. Que eu saiba colher os frutos de teu gesto de amor, deixando a divindade transparecer em mim.
Fonte: Dom Total em 25/12/2019 e 25/12/2020

Meditando o evangelho

A TENDA DIVINA ARMADA ENTRE NÓS

Só uma reflexão atenta sobre o nascimento de Jesus permitiu ao evangelista compreender, em profundidade, o que se passou na humildade de Belém. Aí, o Filho de Deus armou sua tenda entre nós, na qualidade de enviado para nos falar de Deus e nos levar a conhecê-lo. Ele veio para nos transmitir tudo quanto aprendeu do Pai.
Sua condição divina foi descrita num linguajar elevado. Ele era a Palavra de Deus, estava em Deus e gozava da condição divina. Toda a Criação traz a sua marca, por ser obra sua. Nenhum ser existe independente de seu querer, pois nele estava a fonte da vida. Foi ele que arrancou o ser humano das trevas do erro, sendo uma luz brilhando nas trevas. Desde então, toda pessoa pode beneficiar-se desta luz, oferecida abundantemente.
Fazendo-se carne, em Jesus de Nazaré, a Palavra divina tornou-se visível. E assim, toda a humanidade passou a ter acesso a Deus, de maneira nova, por meio do Filho único, “cheio de graça e verdade”. Só ele pode nos falar do Pai.
Todas estas credenciais não foram suficientes para que os seus acolhessem Jesus. Antes, movidos pelas paixões humanas – "a vontade da carne" –, muitos o rejeitaram recusando-se a partilhar da plenitude que lhes tinha sido oferecida.
Contudo, a insensatez humana não foi suficientemente forte para anular o projeto do Pai. A tenda do Verbo encarnado continua armada entre nós. Aproximemo-nos dela!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, em teu Filho Jesus tu te fazes presente no meio de nós. Que eu saiba reconhecer-te e acolher-te na fragilidade humana do Verbo encarnado.
Fonte: Dom Total em 25/12/2021

Comentário ao Evangelho

NÓS VIMOS SUA GLÓRIA

Pouco a pouco, a comunidade cristã foi compreendendo a verdadeira identidade de Jesus. Até então, na história da salvação, ninguém havia se apresentado como Messias Filho de Deus. Na verdade, os reis de Israel eram considerados filhos de Deus. Entretanto, jamais alguém havia manifestado tal proximidade com Deus, no falar e no agir, como acontecia com Jesus. Ninguém havia chamado Deus de Pai, servindo-se de um termo familiar, Abba, usado pelas crianças para se referirem a seus genitores. Ninguém se apresentara com o poder de perdoar pecados, restituir a vida aos mortos e enfermos, libertar as pessoas da opressão do demônio. Ninguém, como Jesus, mostrava-se livre diante da Lei e das tradições religiosas.
Na raiz da ação de Jesus, estava sua condição divina. Esta conferia-lhe a liberdade para não se submeter ao legalismo religioso da época, muitas vezes incapaz de levar as pessoas a uma real experiência de Deus; levava-o a desbaratar as forças do anti-Reino, por cuja ação os indivíduos se tornavam cativos do mal e do pecado; dava-lhe um coração misericordioso, como o de Deus, para amar os pecadores e abrir-lhes os caminhos da salvação; tornava-o sensível e solícito aos sofrimentos da humanidade.
Nestas ações humanas de Jesus, resplandecia sua glória de Filho de Deus.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Mais do que um teólogo, acho que o evangelista João era um poeta dos melhores, essa frase é a palavra chave do seu evangelho, proclamado na Missa do dia de Natal, mais parece uma poesia, coisa de quem sentiu um encantamento com o nascimento de Jesus. O evangelho da missa da vigília mostra-nos como Deus vai se movendo em meio a situações desencontradas na vida de duas pessoas: Maria e José. O noivado com José, a gravidez inesperada, a reação de José, que abre mão do seu direito de denunciar Maria, para não lhe causar nenhum mal e resolve abandona-la. Um amor que quer o bem da esposa, ainda que isso signifique viver longe dela, um amor que não quer dominar ser o dono da verdade, ter toda a razão, mas um amor que quer preservar a vida de quem ama, ainda que isso lhe traga dores, dúvidas e amarguras. Deus escolheu o homem certo, José era justo, mesmo que não entendesse os fatos envolvendo sua noiva, fez prevalecer o amor. O amor a Deus e aos irmãos não explica, mas aceita e só quer o bem do outro.
E por trás de um amor puro e devotado, está à vontade de Deus, que vai realizar tudo o que os profetas haviam falado – eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa “Deus conosco”. José aceita, não porque compreende racionalmente os fatos, mas porque sabe que Deus está agindo e isso lhe basta.
Costuma-se dizer sempre que “Deus escreve sempre certo, por linhas tortas” e isso é mesmo a mais pura verdade, o grande rei Davi havia nascido em Belém, e seria lá também que o messias haveria de nascer, José e Maria não são pessoas especiais, diferentes das demais, mas vivem em meio a história, dentro das estruturas do mundo, o cristão não pode alienar-se do mundo e fugir do seu destino humano, José e Maria, sujeito às leis do império romano, sobem até Belém para serem recenseados, e lá Jesus acaba nascendo em uma estrebaria, nas grandes cidades nem sempre há um cantinho para o migrante que tem de se virar em qualquer canto, no banco de uma praça ou em baixo de uma ponte, nos barracos e favelas e assim, do mesmo modo que os moradores de rua partilham suas alegrias, quando as tem, Deus quis partilhar com uma classe marginalizada a grande alegria do nascimento do seu filho – e assim, os pastores são os primeiros a serem informados. Logo eles, que tinham fama de serem brigões e mentirosos, homens sem palavra que jamais seriam ouvido como testemunhas nos tribunais, foram os privilegiados.
Para gente simples o sinal é também simples, encontrareis um menino envolto em faixas e deitado nas palhas de uma estrebaria. Não é uma criança sobrenatural, mas excluído e rejeitado igual eles, que eram proibidos de entrarem no templo ou na sinagoga.
Deram glória a Deus porque sentiram a alegria de serem lembrados por ele, chegou enfim a salvação, que não vem da corte ou dos palácios, que não vem das pomposas cerimônias do templo, mas de uma criancinha deitada em uma humilde estrebaria.
Infelizmente o natal do consumismo vai por um outro caminho, e só leva boas notícias aos ricos e poderosos, que podem se banquetear na noite de natal, e trocar ricos presentes, pois ainda temos entre nós tantos “pastores” banidos da sociedade e das igrejas, gente desprezada e deixada de lado por um sistema injusto e pecaminoso, gente que não conhece e nem faz idéia de que Deus os ama apaixonadamente e que essa declaração de amor acontece e é renovada na noite de natal. A igreja é por excelência portadora desse anúncio onde os últimos da sociedade deverão ser os primeiros a receber esta boa nova.

2. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! - Lc 2,1-14
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Com Cristo ressuscitamos na Páscoa, com ele morremos na cruz e com ele nascemos no Natal. O mistério do nascimento de Cristo é nosso próprio mistério, tanto mais quando renascemos pela graça; quando, deixando a velha criatura decidimos, nós e o Espírito Santo começarmos uma vida nova de justiça e santidade. Se antes vivemos no pecado, hoje nascemos com Cristo, pequenos e frágeis, envoltos na alegria da vida que se manifesta.
Fonte: NPD Brasil em 25/12/2020

Liturgia comentada

E habitou entre nós… (Jo 1, 1-18)
A antiga profecia falava de uma Virgem que daria à luz um menino, como sinal de que Deus estava presente e acompanhava os caminhos do povo da Aliança. E o nome do menino seria Emanuel, isto é, Deus conosco. É comum traduzir este nome profético (pois aponta a descida do Verbo ao nosso mundo) apenas em sentido social: Deus entre nós, no meio do povo. Mas é muito mais amplo e profundo o sentido do nome Emanuel: Deus-conosco quer dizer Deus-em-nós, na carne dos humanos. Com certeza, desde a Anunciação – quando Maria ouviu do Anjo Gabriel: “O Senhor está contigo” -, tão logo disse seu sim, Maria teve consciência de que Deus estava em seu íntimo de forma palpável. Estava cumprida a promessa do Emanuel…
Diferente da outra forma de “presença” do Antigo Testamento, quando Deus se “mostrava” na sarça ardente, na nuvem luminosa, nos trovões do Sinai, agora se trata de uma presença corporal, pois o Filho de Deus se encarnou e nasceu de Mulher.
Não podemos imaginar o cenário de Belém, quando dormia sobre a palha da manjedoura um Menino que era Deus, mas tinha um corpo de homem. Não sabemos recuperar aquele olhar de Maria sobre o recém-nascido, pura contemplação do Deus encarnado. No máximo, nos aproximamos disso, quando fitamos Jesus eucarístico presente na Hóstia consagrada. De qualquer modo, o verbo grego que traduzimos por “habitou entre nós” – eskénosen – esconde em seu interior a palavra “tenda” – skéne. E eu gosto de pensar que Deus se agradou de nós a tal ponto, que veio acampar conosco, fincando definitivamente em nosso solo humano a sua barraca, a sua tenda.
Podemos encerrar o ano com o hino natalino composto por Santo Afonso de Ligório – “Tu scendi dalle stelle” -e traduzido por Dom Marcos Barbosa:

Desceste das estrelas, Rei celeste,
e à gruta escura e fria tu vieste:
ó divino Pequenino, eu te vejo aqui tremer,
Deus encarnado…
O quanto te custou me haver amado!

Tu, que plasmaste a terra e o céu fizeste,
faltam-te, agora, ó Deus, coberta e veste.
Ó querido estremecido, a que extremos queres vir:
esta pobreza
mostra, do teu amor, toda a riqueza.

Orai sem cessar: “Os que olharam para o Senhor estão radiantes! ” (Sl 34, 6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 25/12/2016

HOMILIA

A PALAVRA DA VIDA

No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la. “Ninguém jamais viu a Deus; o Filho Unigênito que está no seio do Pai no-l’O deu a conhecer” (Jo 1, 18). Quem desde o princípio nos dá a conhecer o Pai é o Filho, porque desde o princípio está com o Pai: as visões proféticas, a diversidade de graças, os ministérios, a glorificação do Pai, tudo isto, como uma sinfonia bem composta e harmoniosa, Ele o manifestou aos homens, no tempo próprio, para seu proveito. Porque onde há harmonia tudo sucede no tempo próprio; e quando tudo sucede no tempo próprio, há proveito. Por isso o Verbo tornou-Se o administrador da graça do Pai em proveito de homens, em favor dos quais Ele pôs em prática a sua tão sublime economia da graça, mostrando Deus aos homens e apresentando o homem a Deus. Manteve, no entanto, a invisibilidade do Pai, para que o homem se conserve sempre reverente para com Deus e tenha um estímulo para o qual deve progredir; mas, ao mesmo tempo, mostrou também que Deus é visível aos homens por meio da economia da graça, para não suceder que o homem privado totalmente de Deus, chegasse a perder a sua própria existência.
A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós. Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é Jesus, “cheio de graça e de verdade!”. Jesus veio revelar quem é este nosso Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação. Porque a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem, é a visão de Deus. Com efeito, se a manifestação de Deus, através da criação, dá a vida a todos os seres da terra, muito mais a manifestação do Pai, por meio do Verbo, dá a vida a todos os que vêem a Deus!
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
Postado há 31st December 2010 por Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Paulus em 25/12/2013

Mensagem de Natal, por Pe. Paulo Ricardo


A alegria do Céu que vem nos visitar

Deus, em Sua felicidade infinita, vem chorar o choro do homem, para que ele, em seus gemidos, possa viver a alegria celeste.
No Natal, é comum que as pessoas se saúdem, desejando às outras um "Feliz Natal". Mas, qual o sentido dessa expressão?
Na verdade, tais votos fazem referência à felicidade do Céu que vem visitar a humanidade. São João da Cruz, em um poema sobre o mistério do Natal, escreve:

"Deus, porém, no presépio
Ali chorava e gemia;
(...)
E a Mãe se assombrava
Da troca que ali se via:
O pranto do homem em Deus,
E no homem a alegria"

Eis, nas palavras do Doutor Místico, o "admirabile commercium" de que falam os latinos: Deus, em Sua felicidade infinita, vem chorar o choro do homem, para que ele, em seus gemidos, possa viver a alegria celeste. Por isso, os anjos, desde o primeiro Natal, não cessam de anunciar aos homens "gaudium magnum – uma grande alegria": "Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é Cristo Senhor!" (Lc 2, 11). Nesta grande festa da Igreja, Deus Se inclina dos céus, como uma mãe que se inclina sobre um berço para resgatar o seu filho que, abandonado a si mesmo, estaria perdido. Inclina-Se para, como uma mãe, colocar o ser humano sob o seu regaço e dar-lhe a salvação.
Ao contemplar o presépio nesta noite, ao ver a Santíssima Virgem diante do indefeso e inerme menino Jesus, possamos enxergar aquilo que Deus fez por todos nós, quando, em Sua infinita misericórdia, veio arrancar-nos da condenação à morte e trazer-nos a alegria do Céu.
Neste tempo do Natal, não temos o direito de falar de solidão. Emanuel, Deus está conosco, Aquele que nos amou de forma perfeita está conosco. "Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança!" (Sl 22, 4). Por isso, somente por isso, o Natal pode ser feliz. Se esquecermos de Jesus, esta festa não será nada mais que um evento social. Mas, se estivermos com Ele, podemos dizer, de coração e de verdade: Um Feliz e Santo Natal!
Fonte: Reflexoes Franciscanas em 25/12/2014

REFLEXÃO

O Natal na mística franciscana

A encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, mudou o curso da história, o destino do homem e do mundo. O tempo foi fecundado pelo eterno e os atos humanos ganharam uma significação decisiva: nos fatos se constrói a salvação ou a perdição da vida. Crer num Deus que assumiu a condição humana é crer que toda pessoa tem uma dignidade e um valor fundamental, pelo simples fato de viver, porque a vida é sagrada.
Depois de Cristo, tudo tem a ver com Deus: as criaturas, a natureza, as diferentes culturas, as raças, e todas as coisas mais comuns que constituem a vida humana. “Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada se fez de tudo o que foi feito” (Jo 1,3). Hoje, a encarnação tem um caminho de volta: por meio de cada pessoa e do mundo em que vivemos, podemos descobrir a presença do Deus que assumiu nossas feições e tornou-se um de nós. “Entre nós armou sua tenda e nós vimos sua glória” (Jo 1,14).
Quando São Francisco de Assis, em sua intuição original recriou no presépio de Greccio, a expressão poética do natal, desejava experimentar e reviver na própria carne, o mistério e o encantamento, o amor e a dor, a contradição da glória divina revelada na pobreza do Filho de Deus. Desde então, compor um presépio com figuras e materiais comuns e ordinários, tornou-se um ato de fé, vislumbrando a presença do Deus encarnado em tudo aquilo que constitui a vida. Para contemplar o presépio e nele descobrir a revelação divina no cotidiano humano, há uma condição: é preciso mudar o coração e o olhar, porque o mundo tornou-se presépio.
É este o sentido de compor e imaginar a cena do nascimento de Jesus Cristo nas mais diferentes situações e culturas. É Ele o índio, é Ele o negro, é Ele o pobre, o homem comum na cidade, na favela, no campo… Porque todo ser humano tornou-se sacramento do Filho, e todo lugar e cultura tornaram-se sacramento da manjedoura de Belém. Universal não é o presépio, é sim o mistério da vida que só tem uma morada: o coração humano.
Natal e presépio revelam uma contradição: ao assumir na carne as limitações da vida humana, Deus eliminou toda distância e superou toda separação. Porque é livre, cada pessoa pode não viver nesta mesma dinâmica divina do amor e, de algum modo, vai experimentar o paradoxo de uma vida fechada em si mesma. Natal é linguagem divina. Presépio é pedagogia humana para que, na abertura ao mundo, se possa descobrir o que é essencial. Então seremos capazes de sentir, mesmo na precariedade da vida que, “Deus armou sua tenda entre nós, e vimos sua glória, e da sua plenitude TODOS nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1,14.16).
Frei Regis Daher, ofm - http://www.franciscanos.org.br/
Fonte: Liturgia da Palavra em 25/12/2014

REFLEXÕES DE HOJE

25 de DEZEMBRO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 25/12/2013

REFLEXÕES DE HOJE

25 DE DEZEMBRO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 25/12/2014

REFLEXÕES DE HOJE

25 DE DEZEMBRO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 25/12/2016

HOMÍLIA DIÁRIA

Natal é alegria, é festa plena!

Natal é alegria, é festa plena, rica de significados e certezas para a nossa vida.
Hoje, 25 de dezembro, nós celebramos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós. Contemplamos a Sua glória, a qual Ele recebe do Pai como Filho Unigênito; cheio da graça e da verdade. Natal é alegria, é festa plena, rica de significados e certezas para a nossa vida. A primeira certeza é de que Deus nos ama muito, e Ele nos ama de tal modo que enviou o Seu Filho único para ser o nosso Salvador.
A certeza de que Deus nos ama é que Ele se faz um de nós. Quando Jesus Cristo se encarna, Ele assume a nossa natureza humana. E por que Ele a assume? Assume-a para ser solidário com a nossa fraqueza, com o nosso sofrimento e com tudo aquilo que a natureza humana sofre por causa do pecado.
Jesus Cristo, ao se fazer um de nós, nos aponta o caminho para a redenção da humanidade, para a redenção da nossa natureza humana, para a nossa salvação, porque Ele nos mostra o caminho, pois Ele mesmo é o caminho!
Quando, hoje, contemplamos Jesus, quando olhamos para Ele e vemos a Sua presença no meio de nós, podemos dizer: Nós temos o nosso Salvador, nós não estamos perdidos, nós não estamos condenados; a nossa vida tem sentido, tem salvação, tem solução! A nossa vida encontra a sua plenitude na Pessoa de Jesus Cristo. Deus feito carne, Deus feito homem, Deus feito a nossa salvação.
Hoje o grande presente de Natal não é aquilo que nós ganhamos das pessoas, nem aquilo que damos para as pessoas. O grande presente é Ele mesmo: Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador. Nós contemplamos Jesus vivo no meio de nós, nós O adoramos, O glorificamos, o bendizemos; damos graças ao Pai por toda a eternidade e nos juntamos ao coro dos anjos e ao coro dos pastores que glorificavam a Deus no mais alto dos céus. Esse coro, hoje, se junta a nós, que também queremos louvar, bendizer e agradecer a Deus porque nos deu um bendito Salvador.
Que Deus abençoe a sua casa, a sua família e o seu lar. Deus conceda a todos nós um Natal repleto de bênçãos e graças do céu!
Um feliz Natal para você, para sua casa e sua família!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 25/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Glória nos céus, porque Jesus está no meio de nós!

Glória nos céus” cantam os anjos porque Jesus está no meio de nós! Nós, hoje, contemplamos a beleza e a fragilidade de uma criança que se apresenta como Deus entre nós.

“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho Unigênito, cheio de graça e de verdade” (João 1, 14).

Estamos hoje na alegria e no júbilo de celebrar o nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Glória a Deus no mais alto dos céus, glórias e louvores ao Nosso Deus, Pai eterno, Pai de imensa bondade e misericórdia, que teve compaixão de nós, de nossas misérias e dos nossos pecados. Ele olhou para a nossa fragilidade humana e se compadeceu de nós!
Glória ao Nosso Deus que nos deu o maior dos presentes, o único e necessário presente para que a nossa vida fosse resgatada e transformada! Glória a Deus, Nosso Pai, que nos deu Jesus, Seu Filho Unigênito para ser o nosso Salvador.
Glória a Deus porque quis morar e habitar no meio de nós. Glória ao Deus eterno que escolheu Sua filha, a bem-aventurada Virgem Maria para ser o lugar da morada do Seu Filho entre nós. Glórias ao Espírito Paráclito, Espírito santificador, força nova, renovadora de Deus. É Ele quem entra no ventre de Maria e opera este grande e único milagre jamais visto em toda a humanidade: faz nascer de um seio virginal o Filho eterno de Deus.
“Glória nos céus!” cantam os anjos porque Jesus está no meio de nós, porque Ele veio a nós! Nós, hoje, contemplamos a beleza e a fragilidade de uma criança que se apresenta como Deus entre nós. É o Nosso Deus Menino, Nosso Deus Salvador, é o Nosso Deus Redentor.
Nós Te adoramos, Jesus, Te glorificamos e Te bendizemos, porque o Senhor veio habitar no meio de nós para resgatar a nossa humanidade.
Qual é a resposta que nós hoje queremos dar à grandeza do amor de Deus para conosco? Qual é o presente com o qual nós queremos retribuir a Deus por ter sido tão generoso para conosco? Que nossa vida corresponda ao tamanho do amor que o Senhor tem para conosco.
Um feliz e santo Natal para você, sua casa e sua família!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 25/12/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Celebremos com intensidade o nascimento de Jesus

E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (João 1,14).

A Palavra eterna, sublime e única de Deus se fez homem, se fez um de nós e mora no meio de nós, e queremos acolher a Palavra de Deus.
É aquela mesma Palavra que, no princípio, criou todas as coisas; é a mesma Palavra que recria e faz nova todas as coisas. É a Palavra que nos salva e nos restaura. É a Palavra divina, pessoa de Deus, que se faz homem, que se faz humano como nós.
Por que Deus realiza tamanha misericórdia? Por que Deus realiza algo tão grandioso para a nossa humanidade decaída? Para nos salvar, nos redimir, nos libertar e nos socorrer.

Busquemos viver a santidade como compromisso de vida, para que Jesus não seja apenas um nascimento histórico

Hoje, queremos contemplar Jesus Nosso Salvador, queremos adorá-Lo, amá-Lo, venerá-Lo e nos rendermos a Ele de todo o nosso coração para dizermos: “Bendito seja Deus. Louvado seja Deus que teve misericórdia e compaixão de nós, que nos deu um divino Salvador”. Depois para nos unirmos aos anjos que cantam noite e dia glória a Deus no mais alto dos Céus, para glorificar somente a Deus porque as glórias humanas não levam a nada. Queremos render glórias somente ao nosso Deus, ao nosso Salvador, depois, queremos adorar a Jesus como nosso Senhor e Salvador.
Queremos nos voltar de todo o nosso coração para reverenciá-Lo com toda a humanidade da nossa alma e queremos neste dia festivo, de tantas coisas acontecendo, de tanta gente celebrando de tantos modos, abrir o nosso coração, rasgar o nosso coração para dizer: “Jesus, more em mim. Jesus, habite em mim. Jesus, nasça no meu coração e permaneça em mim”.
O lugar que Jesus nasceu foi o ventre humilde e santo da Virgem Maria, busquemos a humildade com toda a intensidade da nossa alma, busquemos viver a santidade como compromisso de vida, para que Jesus não seja apenas um nascimento histórico do passado, mas Ele faça história em nossa vida, transformando o nosso viver, a nossa realidade, a casa, a família, o lar, a sociedade onde todos estamos.
Celebremos, hoje, com toda a intensidade do nosso coração, o nascimento de Jesus, o nosso Salvador.
Feliz e Santo Natal para todos!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal CançãNova.
Fonte: Canção Nova em 25/12/2019

HOMÍLIA DIÁRIA

Assumamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador

“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (João 1,14).

Bendito seja o Senhor, nosso Deus! Bendito seja o Senhor, nosso Deus amado, que nos deu Seu Filho único: nosso Salvador e Jesus Cristo, no qual contemplamos Sua presença gloriosa no meio de nós.
Bendito seja Deus porque a Sua Palavra eterna se encarnou, ela está no meio de nós. Palavra de vida, Palavra que salva, Palavra que restaura, Palavra que traz salvação para todos nós.
Alegremo-nos com todo o nosso coração, que possamos encher a nossa alma de júbilo para contemplar Deus presente no meio de nós.
Sei que todos nós sabemos que hoje é dia do Natal, mas a palavra “Natal” talvez se revestiu de tantos outros significados que fugiu do seu sentido essencial. Não podemos apenas chamar hoje de “Dia do Natal”, porque só Natal não significa nascimento, mas hoje é Natal de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, hoje o Verbo Encarnado, a Palavra eterna de Deus, o nosso Salvador nasceu.

Não basta dizer que hoje é Natal, é preciso, de fato, assumir a Jesus como nosso Senhor e Salvador

Sabemos a alegria que representa o nascimento de uma criança, o nascimento de um filho, de uma filha… E que alegria representa para toda a humildade o nascimento de Jesus, Nosso Salvador!
Não são apenas bons sentimentos que revestem o dia de hoje, é muito mais do que isso, é sublime o acontecimento que celebramos; é sublime pela graça, pela importância, por tudo aquilo que Ele realiza em nossa vida. Jesus no meio de nós é a certeza de que Deus assume a nossa natureza humana, que Ele assume ser humano como cada um de nós; assume ser igual a nós para nos tornar semelhantes a Ele, para recuperar a nossa natureza divina que recebemos por imagem e semelhança d’Ele quando fomos criados, mas que foi ofuscada pelo pecado.
Deus desce até nós para nos trazer a salvação e libertação, por isso, não cabe no nosso coração a tristeza, o medo, a frustração, a decepção, porque onde é que colocamos o nosso coração? Onde está a nossa fé e nossa confiança?
Não basta saber que Jesus nasceu, não basta dizer que hoje é Natal, é preciso, de fato, assumir a Jesus como nosso Senhor e Salvador. É isso que faz a diferença! O fator “Jesus nasceu” é um acontecimento histórico, mas Ele muda a história da humanidade, e a minha humanidade, quando O assumimos como Senhor e Salvador todos os dias da nossa vida.
Bendito seja Deus que nos deu Jesus como nosso Senhor e Salvador.
Deus abençoe você! Feliz Natal!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 25/12/2020

HOMÍLIA DIÁRIA

Que a alegria do nascimento de Jesus preencha o seu coração

“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (João 1,14).

Hoje é Natal, nascimento de Jesus, nosso Salvador! A Palavra eterna de Deus se encarnou, se fez carne e entre nós habitou. O Senhor está no meio de nós! Ainda estamos envolvidos pelos sentimentos natalinos que, muitas vezes, são envoltos em comidas, bebidas, presentes, festas e, para alguns, até numa certa ressaca depois de uma noite de tantas comemorações.
É preciso que, hoje, nos voltemos para a Palavra que se faz carne, a Palavra que entra em nossa carne para que ela se encarne na nossa vida. Por isso, convido você: não deixe de pegar a sua Palavra e colocá-la à frente, à disposição de todos. A Palavra hoje é para ser louvada e exaltada, porque a Palavra não é simplesmente letras, a Palavra é Deus, o Verbo de Deus, é a Palavra de Deus que está aqui entre nós.

Que a alegria do nascimento de Jesus tome conta de todo o nosso ser, que hoje seja um dia de cura e de restauração

A Palavra está encarnada, assumiu a nossa carne e, uma vez que essa Palavra se fez carne, ela liberta a nossa carne, transforma a nossa humanidade, traz luz, direção, sabedoria; ela traz graça por graça para a nossa vida.
Contemplamos Jesus Cristo, nosso Salvador, vivo e presente no meio de nós. Hoje, não é mais um dia, mas é o dia de nos voltarmos como nunca para nos rendermos à Palavra encarnada, à Palavra viva de Deus. Ela tem nome, ela se chama Jesus, nosso Divino Salvador.
Que a alegria do nascimento de Jesus, possa estar alegrando nossa alma e nosso coração. Que a alegria do nascimento de Jesus tome conta de todo o nosso ser, que hoje seja um dia de cura e de restauração. Que Deus nos liberte de toda a tristeza, de toda depressão e de todo o medo.
Que Deus, neste dia abençoado, onde Ele se faz um de nós, traga a libertação que o nosso coração tanto precisa. Não sei qual é a sua aflição, o seu medo ou a sua preocupação, tudo que posso te dizer é que se renda ao amor de Deus que se encarnou, ao amor de Deus que nos visitou, ao amor de Deus que está entre nós para nos curar, nos libertar e nos restaurar.
Deus abençoe imensamente você! Um santo e um feliz Natal!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 25/12/2021


QUE O MENINO JESUS NASÇA,


TODOS OS DIAS EM SEU CORAÇÃO.


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