ANO B

Jo 1,1-18
Comentário do
Evangelho
A visita salvífica de Deus
O Benedictus, conhecido como hino de Zacarias, é o cântico que a
Igreja entoa todas as manhãs durante a celebração das Laudes. Postos nos lábios
de Zacarias, é um cântico inspirado (cf. v.67): repleto do Espírito Santo é que
ele o pronuncia. Trata-se, como o Magnificat, de um cântico pré-lucano,
tipicamente judeu. Provavelmente, o próprio Lucas fez nesse hino os retoques
necessários para que ele pudesse dizer a nova realidade dessa etapa da história
da salvação e ser inserido no relato evangélico. O motivo do hino é a visita
salvífica de Deus. O acento do hino repousa sobre dois aspectos: sobre a
aliança abraâmica, tida como fundamento da história da salvação, e sobre as
testemunhas dessa aliança. De João, propriamente, se diz que ele é profeta do
altíssimo, cuja missão é preparar os caminhos do Senhor. Daí que o Batismo para
a conversão dos pecados propostos por João, encontra, aqui, no Benedictus, o
seu fundamento. É pelo perdão dos pecados que João faz conhecer a salvação de
Deus e prepara os caminhos do Messias.
Pe. Contieri
Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a
serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da
libertação a ser realizada em favor da humanidade.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA 25 DE DEZEMBRO – QUINTA
Reflexão
NATAL DO
SENHOR
Por
Aíla Luzia Pinheiro Andrade
I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia de hoje realça não apenas o nascimento de Jesus, mas
sua origem divina. Aquele que estava presente na criação do mundo veio até nós
para nos tornar filhos de Deus. Essa vinda já tinha sido anunciada pelos servos
de Deus durante a primeira aliança. Agora, por meio do Verbo eterno feito
existência humana, Deus nos fala definitivamente e efetiva sua presença
soberana na humanidade. Jesus não é apenas mais um mensageiro de boas notícias,
ele mesmo é o evangelho de Deus, ele é a salvação prometida.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. Evangelho (Jo 1,1-18): A luz resplandeceu nas trevas
João está descrevendo um
novo começo. Se o livro do Gênesis registra a primeira criação, este primeiro
versículo do Evangelho de João descreve a nova criação. Em ambas as ocasiões, o
agente da obra criadora é o mesmo Verbo (ou Palavra) de Deus. “Palavra” e “luz”
são duas formas de falar da mesma realidade, a saber, que Deus entrou na
história humana para reconduzi-la à plenitude.
A Palavra (ou o Verbo)
se fez carne (v. 14). Na mentalidade hebraica a palavra é o meio através do
qual alguém se revela ou expressa seus pensamentos e vontade. No Antigo
Testamento o termo “carne” certamente não tem conotação pejorativa, não é a
antítese de Deus; porém, representa tudo o que é transitório, mortal e
imperfeito e, à primeira vista, incompatível com Deus (cf. Is 40,6-8). Dessa
forma, a Palavra de Deus se opõe à carne.
Conforme o evangelista João,
a melhor forma pela qual Deus se expressou foi na existência humana de Jesus.
Nele, o que Deus é e o que ele espera da humanidade foram revelados. Jesus é o
Verbo, o ser de Deus narrado em uma vida humana.
Em vez de uma força
impessoal, ou um princípio abstrato e distante da situação humana, João utiliza
o termo “Verbo” em um sentido muito pessoal, de um Deus que ama, se compadece e
se identifica com os seres humanos, tomando sobre si sua natureza, e sofrendo
uma morte vergonhosa com o fim de prover um meio para a reconciliação do homem
com seu Criador.
A luz veio ao mundo (v.
9). O Antigo Testamento se refere a Deus como a fonte da luz e da vida em
várias passagens. O salmista indica que Deus é a fonte da vida e da luz (Sl
36,9). João, seguindo o conceito do salmista, afirma que o Verbo é a vida e a
luz dos homens.
O termo “mundo” nesse
texto significa o mundo dos homens e seus assuntos, o qual, concretamente, está
submetido ao pecado e às trevas. A função da luz é basicamente combater ou
vencer a obscuridade. “Trevas” é um termo metafórico que, no quarto evangelho
se refere a tudo o que se opõe à mensagem de Jesus, é a obscuridade moral e
espiritual. Por isso, o tema da primeira parte do quarto evangelho é a fé e seu
contrário, a incredulidade (como resultado da influência das trevas).
A totalidade da missão
de Jesus foi uma espécie de conflito entre a luz e as trevas, culminando no
Getsêmani e na cruz. Por isso, o verbo “vencer” cabe bem neste contexto. A luz
brilha nas trevas e as trevas não tinham o poder para detê-la (v.5), muito
menos para vencê-la.
2. I Leitura (Is 52,7-10): A verdadeira luz veio ao mundo
O profeta elogia a
atividade de alguém que traz uma mensagem de salvação, o mensageiro vem
correndo e gritando enquanto atravessa os picos das montanhas: “teu Deus
reina!”.
As sentinelas que estão
de guarda nas muralhas de Jerusalém começam a vislumbrar o mensageiro. Ele se
antecipa à caravana dos exilados que voltam à terra natal. Metaforicamente Deus
é descrito como um rei vencedor com seu exército voltando da guerra para a
terra da promessa. O grito do mensageiro alerta para o fato de que Deus saiu
vitorioso.
As sentinelas em
uníssono repetem o grito do mensageiro e exortam às ruínas da cidade para unirem-se
ao coro com gritos de júbilo porque o Senhor resgatou o seu povo que estava sob
o poder do dominador estrangeiro. Aos poucos, a notícia da restauração de Sião
(Jerusalém) vai se espalhando pelo reino inteiro e por todas as nações.
3. II Leitura (Hb 1,1-6): O resplendor da glória de Deus
Fundamental para a Carta
aos Hebreus é o fato de que Deus se revelou constantemente ao longo da
história, dando-se a conhecer, para que o ser humano o amasse. Mas agora, por
meio de seu Filho, Deus fez sua revelação final, definitiva e superior a tudo
que foi revelado anteriormente.
Os primeiros versículos
mencionam alguns contrastes entre o que foi revelado no passado e o que está
sendo mostrado agora através do Filho. Primeiramente, aquelas revelações eram
parciais, “em muitos fragmentos”, literalmente falando. A revelação efetivada
pelo Filho é completa.
Também há uma oposição
entre o outrora e o hoje, ou seja, aquilo que é revelado pelo Filho será sempre
atual, nunca estará ultrapassado, jamais dará lugar a nenhuma outra revelação,
porque não há um mensageiro superior ao Filho, o qual é a “expressão do ser” do
Pai. Com essa afirmação, Hebreus enfatiza a correspondência exata entre a
natureza do Filho e do Pai, porque o termo grego ali empregado significa algo
semelhante a um carimbo que deixa impresso no papel a figura que traz em alto
relevo.
As revelações nos tempos
antigos vieram de muitas maneiras, a atual veio de um único modo, por meio de
Jesus Cristo. Aquelas foram muitas, a última é única.
Com o vocábulo “profetas”
o autor de Hebreus se refere a todas as pessoas da antiga aliança que
transmitiram às gerações seguintes a fé de Israel. Nenhuma dessas pessoas
realizou a obra de Jesus Cristo, a saber, possibilitar nosso acesso à presença
de Deus. Ao oferecer sua própria vida a Deus, Jesus realizou a purificação dos
pecados de toda a humanidade, tornando possível nossa aproximação ao trono da
graça.
A inclusão da obra de
redenção na descrição de Cristo como agente de Deus na criação e na revelação
definitiva indica a unidade básica entre esses dois eventos. Aquele que estava
presente na criação é o mesmo a nos purificar dos pecados no momento da
ascensão, quando penetra o santo dos santos no céu.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
O Natal e a Páscoa são as duas grandes solenidades do calendário
litúrgico. Uma remete à outra. Não se pode falar do Natal sem mencionar a
Páscoa, pois na cruz a encarnação de Jesus aparece de forma mais concreta. A
“prova” de que Jesus encarnou-se é sua morte. E uma morte infligida por aquilo
que ele viveu.
Isso nos remete a uma
nova reflexão sobre o seu nascimento. Jesus veio ao mundo para plenificar a
criação de Deus. Para resgatar o ser humano do poder das trevas e reconduzi-los
à luz, mediante uma vida nova, ressuscitada. A Páscoa é a celebração dessa
vitória da luz sobre as trevas. Por isso, já no Natal celebramos a
ressurreição.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em
Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade
Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e
doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona
na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas
as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Reflexão
A alegria do Céu que
vem nos visitar
Deus, em Sua felicidade infinita, vem
chorar o choro do homem, para que ele, em seus gemidos, possa viver a alegria
celeste.
No Natal, é comum que as pessoas se
saúdem, desejando às outras um "Feliz Natal". Mas, qual o sentido
dessa expressão?
Na verdade, tais votos fazem referência
à felicidade do Céu que vem visitar a humanidade. São João da Cruz, em um poema
sobre o mistério do Natal, escreve:
"Deus, porém, no presépio
Ali chorava e gemia;
(...)
E a Mãe se assombrava
Da troca que ali se via:
O pranto do homem em Deus,
E no homem a alegria"
Eis, nas palavras do Doutor Místico, o
"admirabile commercium" de que falam os latinos: Deus, em Sua
felicidade infinita, vem chorar o choro do homem, para que ele, em seus
gemidos, possa viver a alegria celeste. Por isso, os anjos, desde o primeiro
Natal, não cessam de anunciar aos homens "gaudium magnum – uma
grande alegria": "Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o
Salvador, que é Cristo Senhor!" (Lc 2, 11). Nesta grande festa da Igreja,
Deus Se inclina dos céus, como uma mãe que se inclina sobre um berço para
resgatar o seu filho que, abandonado a si mesmo, estaria perdido. Inclina-Se
para, como uma mãe, colocar o ser humano sob o seu regaço e dar-lhe a salvação.
Ao contemplar o presépio nesta noite,
ao ver a Santíssima Virgem diante do indefeso e inerme menino Jesus, possamos
enxergar aquilo que Deus fez por todos nós, quando, em Sua infinita
misericórdia, veio arrancar-nos da condenação à morte e trazer-nos a alegria do
Céu.
Neste tempo do Natal, não temos o
direito de falar de solidão. Emanuel, Deus está conosco, Aquele que nos amou de
forma perfeita está conosco. "Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a
segurança!" (Sl 22, 4). Por isso, somente por isso, o Natal pode ser
feliz. Se esquecermos de Jesus, esta festa não será nada mais que um evento
social. Mas, se estivermos com Ele, podemos dizer, de coração e de verdade: Um
Feliz e Santo Natal! T
http://www.reflexoesfranciscanas.com.br/
Mensagem de Natal 2014
Canal do Youtube
REFLEXÃO
O Natal na mística
franciscana
A encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo,
mudou o curso da história, o destino do homem e do mundo. O tempo foi fecundado
pelo eterno e os atos humanos ganharam uma significação decisiva: nos fatos se
constrói a salvação ou a perdição da vida. Crer num Deus que assumiu a condição
humana é crer que toda pessoa tem uma dignidade e um valor fundamental, pelo
simples fato de viver, porque a vida é sagrada.
Depois de Cristo, tudo tem a ver com Deus: as
criaturas, a natureza, as diferentes culturas, as raças, e todas as coisas mais
comuns que constituem a vida humana. “Todas as coisas foram feitas por Ele e
sem Ele nada se fez de tudo o que foi feito” (Jo 1,3). Hoje, a encarnação tem
um caminho de volta: por meio de cada pessoa e do mundo em que vivemos, podemos
descobrir a presença do Deus que assumiu nossas feições e tornou-se um de nós.
“Entre nós armou sua tenda e nós vimos sua glória” (Jo 1,14).
Quando São Francisco de Assis, em sua intuição
original recriou no presépio de Greccio, a expressão poética do natal, desejava
experimentar e reviver na própria carne, o mistério e o encantamento, o amor e
a dor, a contradição da glória divina revelada na pobreza do Filho de Deus.
Desde então, compor um presépio com figuras e materiais comuns e ordinários,
tornou-se um ato de fé, vislumbrando a presença do Deus encarnado em tudo
aquilo que constitui a vida. Para contemplar o presépio e nele descobrir a
revelação divina no cotidiano humano, há uma condição: é preciso mudar o
coração e o olhar, porque o mundo tornou-se presépio.
É este o sentido de compor e imaginar a cena do
nascimento de Jesus Cristo nas mais diferentes situações e culturas. É Ele o
índio, é Ele o negro, é Ele o pobre, o homem comum na cidade, na favela, no
campo… Porque todo ser humano tornou-se sacramento do Filho, e todo lugar e
cultura tornaram-se sacramento da manjedoura de Belém. Universal não é o
presépio, é sim o mistério da vida que só tem uma morada: o coração humano.
Natal e presépio revelam uma contradição: ao
assumir na carne as limitações da vida humana, Deus eliminou toda distância e
superou toda separação. Porque é livre, cada pessoa pode não viver nesta mesma
dinâmica divina do amor e, de algum modo, vai experimentar o paradoxo de uma
vida fechada em si mesma. Natal é linguagem divina. Presépio é pedagogia humana
para que, na abertura ao mundo, se possa descobrir o que é essencial. Então
seremos capazes de sentir, mesmo na precariedade da vida que, “Deus armou sua
tenda entre nós, e vimos sua glória, e da sua plenitude TODOS nós recebemos
graça sobre graça” (Jo 1,14.16).
Fonte Frei Regis Daher, ofm - http://www.franciscanos.org.br/
HOMILIA
Glória nos céus, porque Jesus está no meio de
nós!
“Glória
nos céus” cantam os anjos porque Jesus está no meio de nós! Nós, hoje,
contemplamos a beleza e a fragilidade de uma criança que se apresenta como Deus
entre nós.
“E a Palavra se fez carne
e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai
como Filho Unigênito, cheio de graça e de verdade.” (João 1, 14)
Estamos hoje na
alegria e no júbilo de celebrar o nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Glória a Deus no mais alto dos céus, glórias e louvores ao Nosso Deus,
Pai eterno, Pai de imensa bondade e misericórdia, que teve compaixão de nós, de
nossas misérias e dos nossos pecados. Ele olhou para a nossa fragilidade humana
e se compadeceu de nós!
Glória ao
Nosso Deus que nos deu o maior dos presentes, o único e necessário presente
para que a nossa vida fosse resgatada e transformada! Glória a Deus, Nosso Pai,
que nos deu Jesus, Seu Filho Unigênito para ser o nosso Salvador.
Glória a Deus porque quis morar e habitar no meio de nós. Glória ao Deus
eterno que escolheu Sua filha, a bem-aventurada Virgem Maria para ser o lugar
da morada do Seu Filho entre nós. Glórias ao Espírito Paráclito, Espírito
santificador, força nova, renovadora de Deus. É Ele quem entra no ventre de
Maria e opera este grande e único milagre jamais visto em toda a humanidade:
faz nascer de um seio virginal o Filho eterno de Deus.
“Glória nos céus!” cantam os anjos porque Jesus está no meio de nós, porque
Ele veio a nós! Nós, hoje, contemplamos a beleza e a fragilidade de uma criança
que se apresenta como Deus entre nós. É o Nosso Deus Menino, Nosso Deus
Salvador, é o Nosso Deus Redentor.
Nós Te adoramos, Jesus, Te glorificamos e Te bendizemos, porque o Senhor
veio habitar no meio de nós para resgatar a nossa humanidade.
Qual é a resposta que nós hoje queremos dar à
grandeza do amor de Deus para conosco? Qual é o presente com o qual nós queremos retribuir a Deus por
ter sido tão generoso para conosco? Que nossa vida corresponda ao tamanho
do amor que o Senhor tem para conosco.
Um feliz e santo Natal
para você, sua casa e sua família!
Deus abençoe você!
http://homilia.cancaonova.com/homilia/gloria-nos-ceus-porque-jesus-esta-no-meio-de-nos/

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