ANO A
3º DOMINGO DO ADVENTO
Ano A – Roxo ou Róseo
“És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?”
Mt 11,2-11
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Natal que se aproxima deve ser entendido
como a presença de Deus no meio do povo, é
iniciativa divina que possibilita-nos participar
de sua salvação. Eis o sentido principal do
“Domingo da Alegria”, esta exultação manifesta-se no coração dos homens e mulheres que
aguardam a vinda do Deus menino. Alegremonos todos no Senhor pois ele está perto!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, pouco a pouco os sinais da chegada
do Senhor vão se manifestando e
o nosso coração desde já se alegra
por esta vinda. Por isso, a Liturgia
de hoje nos convida a reavivar
nossa esperança e a expressar
nossa alegria por essa notícia.
Alegremo-nos no Senhor! Depositemos nele nossa esperança e
entremos em sua casa para cantar essa notícia que depois iremos
anunciar.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Natal que se aproxima deve ser entendido como a presença de Deus no meio do povo, é iniciativa divina que possibilita-nos participar de sua salvação. Eis o sentido principal do “Domingo da Alegria”, esta exultação manifesta-se no coração dos homens e mulheres que aguardam a vinda do Deus menino. Alegremo-nos todos no Senhor pois ele está perto!
Fonte: NPD Brasil em (15/12/2019)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, pouco a pouco os sinais da chegada do Senhor vão se manifestando e o nosso coração desde já se alegra por esta vinda. Por isso, a Liturgia de hoje nos convida a reavivar nossa esperança e a expressar nossa alegria por essa notícia. Alegremo- nos no Senhor! Depositemos nele nossa esperança e entremos em sua casa para cantar essa notícia que depois iremos anunciar.
http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-43-c-65-3-domingo-do-advento.pdf (15/12/2019)
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Alegria da volta à Pátria, alegria da saúde readquirida, alegria pela liberdade reconquistada, através da qual se é reintegrado na vida civil e religiosa do povo: eis o fruto da intervenção de Deus que salva. Anunciada pelos profetas (1ª leitura) como novo êxodo, a volta do exílio é vista como um ato do poder e do amor exclusivo de Deus pelo seu povo, embora, depois, na realidade, tenha favorecido apenas a um pequeno resto de deportados, e não correspondido totalmente às suas expectativas. Mas o anúncio permanece sempre válido porque voltado para um tempo em que terá seu pleno acabamento. Cristo vem como aquele que guia, em sua volta para Deus, a humanidade perdida; desanimada e extenuada. Mas essa volta se explicitará no decorrer das gerações; a libertação exige tempo e fadiga; a alegria é antes, a de quem venceu uma das etapas, o que mantém viva sua esperança de atingir a meta final.
ALEGRIA E DÚVIDA.
Neste Terceiro Domingo do
Advento, chamado domingo “da
alegria”, a Palavra de Deus convida-nos, por um lado, à alegria e,
por outro, à consciência de que
a existência inclui também momentos de dúvida, nos quais é difícil acreditar. Alegria e dúvida são
experiências que fazem parte da
nossa vida.
Ao convite explícito do profeta Isaías à alegria: “O deserto e a terra
árida vão alegrar-se, a estepe exultará e dará flores” (35, 1), opõe-se
no Evangelho a dúvida de João
Batista: “És Tu aquele que há de
vir, ou devemos esperar outro?”
(Mt 11, 3). Com efeito, o profeta
vê para além da situação: tem à
sua frente pessoas desanimadas,
mãos cansadas, joelhos tremulantes, corações confusos (cf. 35,
3-4). É a própria realidade que em
qualquer época põe a fé à prova.
Mas o homem de Deus olha para
além, porque o Espírito Santo leva
o seu coração a sentir o poder da
sua promessa e anuncia a salvação: “Animai-vos, não temais! Eis
o vosso Deus [...] Ele vem para
vos salvar” (v. 4). E então tudo
se transforma: deserto floresce,
a consolação e a alegria apoderam-se dos desanimados, o coxo,
o cego e o mudo ficam curados
(cf. vv. 5-6). É o que se realiza com
Jesus: “Os cegos veem e os coxos
caminham, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos
ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres” (Mt 11, 5).
Esta descrição mostra-nos que a
salvação abrange o homem todo e
o regenera. Mas este novo nascimento, com a alegria que o acompanha, pressupõe sempre um
morrer para nós mesmos e para o
pecado que existe em nós. Daqui
deriva o apelo à conversão, que
está na base da pregação, tanto do
Batista como de Jesus; em particular, trata-se de converter a ideia
que temos de Deus. E o tempo do
Advento estimula-nos a isto precisamente com a pergunta que João
Batista faz a Jesus: “És Tu aquele
que há de vir, ou devemos esperar
outro?” (Mt 11, 3). Pensemos: durante a vida inteira, João esperou
o Messias; o seu estilo de vida, o
seu próprio corpo é plasmado por
esta espera. Também por isto Jesus o elogia com estas palavras:
ninguém é maior do que ele entre
os nascidos de mulher (cf. Mt 11,
11). E no entanto também ele teve
que se converter a Jesus. Como
João, também nós somos chamados a reconhecer o rosto que Deus
quis assumir em Jesus Cristo, humilde e misericordioso.
O Advento é tempo de graça. Diz-
-nos que não é suficiente acreditar
em Deus: é necessário purificar a
nossa fé todos os dias. Trata-se
de nos prepararmos para receber
não um personagem de conto de
fadas, mas o Deus que nos interpela, nos envolve e diante do qual
se impõe uma escolha. O Menino
que jaz na manjedoura tem o rosto dos nossos irmãos e irmãs mais
necessitados, dos pobres, que
“são os privilegiados deste mistério e, muitas vezes, aqueles que
melhor conseguem reconhecer
a presença de Deus no meio de
nós” (Carta Apostólica Admirable
signum, 6).
A Virgem Maria nos ajude para
que, ao aproximarmo-nos do Natal, não nos deixemos distrair pelas coisas externas, mas abramos
espaço no nosso coração para
Aquele que já veio e ainda quer
voltar para curar as nossas enfermidades e para nos conceder a
sua alegria.
Papa Francisco
Ângelus, dezembro - 2019
DEVEMOS ESPERAR OUTRO MESSIAS?
Este 3º Domingo do Advento é marcado pela figura de João Batista, já preso, que envia mensageiros a Jesus para perguntar: “és tu aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?” (Mt 11,3). João obteve esta resposta de Jesus: “ide contar a João o que estais ouvindo e vendo” (11,4-6). E os mensageiros foram contar a João Batista: “os cegos vêem, os surdos ouvem, os doentes são curados, os mortos ressuscitam”...
Era a citação da profecia de Isaías sobre os tempos messiânicos. João entendeu que Jesus era mesmo o Messias de Deus no meio dos homens, a partir das palavras e das obras de Jesus. Não era uma resposta teórica, mas muito concreta: em Jesus, Deus está em ação no meio dos homens. As obras de Jesus testemunham em favor dele.
O tempo do Advento nos coloca sempre de novo diante desta questão central de nossa fé: Quem é Jesus? Quem é Aquele que anunciamos como o Salvador do mundo? Também hoje há pessoas que se perguntam, se Jesus é mesmo “o Cristo de Deus”, Aquele que nasceu para ser Emanuel - “Deus-conosco”. Cremos nele, de fato? Quem vai falar de Jesus a essas pessoas hoje? Somos nós as testemunhas de Jesus Cristo no nosso tempo!
João Batista preparou o povo para acolher o Salvador e ficou feliz quando soube que Jesus era o Cristo, o Ungido de Deus. E ajudou as pessoas a se aproximarem dele, seguindo-o pelos caminhos do Evangelho. João representa o verdadeiro missionário, que não atrai as pessoas simplesmente para si, mas as atrai para Jesus Cristo, “Aquele que devia vir a este mundo”. Assim devemos ser todos nós também.
E o Advento é um “tempo favorável” para sermos missionários de Cristo e do seu Evangelho. Também nós podemos ajudar as pessoas a se aproximarem dele, mediante o reencontro com a fé, os Sacramentos e a vida da comunidade da Igreja.
Hoje, em todas as igrejas católicas do Brasil, é feita a coleta para a evangelização. Com o nosso gesto generoso podemos apoiar a Igreja na realização de sua missão. A evangelização depende da nossa fé, do nosso fervor cristão e do nosso amor à Igreja.
Mas essa obra também necessita de recursos materiais. Façamos o nosso gesto concreto de apoio ao trabalho evangelizador da Igreja como uma expressão de nossa fé e como homenagem a Jesus Cristo Salvador, cuja vinda ao mundo lembramos novamente no Natal que se aproxima. Bom Domingo e boa preparação para o Natal!
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 15/12/2019
Comentário do Evangelho
A alegria da vinda do Messias
Terceiro domingo do Advento – domingo gaudete, domingo em que todos somos chamados a suplicar e viver a alegria da proximidade do nascimento do Verbo que assumiu a nossa humanidade: “Alegrem-se o deserto e a terra seca… Dizei aos aflitos: Coragem! Nada de medo! Aí está o vosso Deus […], ele vem para vos salvar” (Is 35,1.4).
As obras de Cristo são desconcertantes até para João Batista. Elas exigem discernimento para poder reconhecer o tempo da visita salvífica de Deus e acolhê-lo com alegria. Por isso João, estando na prisão (v. 2), envia alguns dentre os discípulos para perguntar a Jesus: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” (v. 3). Jesus responde sobre a base do texto do profeta Isaías: “... cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova” (vv. 4-5; cf. Is 35,5-6). A resposta de Jesus a João é suficiente para que este reconheça que o “hoje” da salvação se realiza nas palavras e em tudo o que Jesus faz. Em outros termos, Jesus é o Messias, não é preciso esperar outro. Os discípulos de João retornam a ele para comunicar não só a resposta de Jesus, mas também aquilo de que eles mesmos são testemunhas: a vida vai sendo transformada pela presença do Senhor. É a vez de Jesus dar testemunho de João. É preciso não se deixar levar pela aparência – João é mais que um profeta, é o precursor do Messias (cf. v. 10): “... entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior” (v. 11).
É tempo de firmar o coração, pois a vinda do Senhor está próxima (cf. Tg 5,8). Alegrai-vos!
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me discernimento para reconhecer a condição messiânica de teu Filho Jesus, enviado para devolver a esperança ao coração da humanidade abatida pelo sofrimento.
Vivendo a Palavra
Os homens dos nossos dias estão nos perguntando: a Igreja que vocês vivem é a Igreja de Jesus – ou devemos procurar outra? Será que nós podemos responder como o Mestre, lembrando a profecia: ‘Vejam como nós anunciamos a Boa Notícia do Reino de Deus aos pobres; ajudamos os cegos a enxergar; os coxos a andar; os doentes a sarar e os aflitos a esperar no Senhor’?
VIVENDO A PALAVRA
Os homens de hoje também nos perguntam: «Essa Igreja de vocês é a Igreja de Jesus – ou devemos procurar outra?» A nossa resposta deve ser como a do Mestre, lembrando a profecia: «Vejam como nós vivemos: nós ajudamos os cegos a enxergar; os coxos a andar; os doentes a sarar, os aflitos a esperar no Senhor e anunciamos aos pobres a Boa Notícia do Reino de Deus.»
Reflexão
A VINDA DO SENHOR SE APROXIMA
I. INTRODUÇÃO GERAL
As leituras de hoje têm um tom festivo. O destaque vai para os que se escandalizam com as ações de Jesus porque esperavam um messias rigoroso. A práxis de Jesus, ao contrário do que se esperava, está alicerçada na misericórdia, portanto sua mensagem é uma boa notícia que alegra e anima aqueles que estavam sobrecarregados com o peso do sofrimento.
Na primeira leitura, o profeta nos encoraja a confiar no Deus fiel que está empenhado em redimir o seu povo. E a carta de Tiago nos pede paciência para suportar as demoras de Deus.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. Evangelho (Mt 11,2-11): És tu aquele que deveria vir?
Nesse terceiro domingo do advento, o evangelho destaca as ações de Jesus como testemunho de que ele é o Messias. A pergunta: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos espera outro?” (v. 3), revela uma dúvida sincera e profunda. João havia anunciado a vinda do reino de Deus como um julgamento, simbolizado pelo machado e pelo fogo, ou seja, a pregação de João sobre o Messias enfatizava o juízo final (cf. 3,1-10). A pregação de Jesus era diferente, e isso causou espanto em João, talvez Jesus não fosse o Messias, cogitava ele.
A maneira como Jesus contestou a pergunta de João é muito mais convincente do que uma resposta direta. Em vez de dizer que sim, fez algo melhor. Ofereceu aos discípulos de João evidências irrefutáveis de sua identidade. Em sua resposta, Jesus faz referência aos sinais que realizou (cf. Mt 8-9). Esses sinais, à luz dos oráculos proféticos (Is 35,5-6; 42,18; 61,1), revelam melhor que qualquer outra resposta que Jesus é o Messias, o esperado por Israel.
No entanto, a resposta de Jesus não é uma afirmação formal de messianidade. Alude a alguns fenômenos que, no AT e no judaísmo, eram característicos da era messiânica.
A resposta de Jesus também expressa que sua mensagem é uma boa notícia. O messianismo e a compreensão de João sobre o fim dos tempos necessitavam ser corrigidos pela proclamação de Jesus. Sua messianidade não consiste em um juízo escatológico de ira, nem na instauração de um império sobre todos dos reinos da terra, nem numa guerra de extermínio contra todos os inimigos do povo eleito. A messianidade que aqui se sugere consiste em distribuir bênçãos. Por isso, Jesus convida João a olhar os sinais e perceber, neles, a ação salvífica de Deus em prol do seu povo.
2. I Leitura (Is 35,1-6a.10): Ele vem para salvar
O texto de Isaías é um hino de alegria pela redenção de Sião (Jerusalém) que simboliza o povo da aliança exilado na Babilônia (587-538 a.C.). Esse hino é marcado por vários temas do êxodo, a saída do Egito. Isso significa que o profeta quer inculcar nos leitores a ideia de que o retorno do exílio é um novo êxodo. O texto começa com o anúncio de uma festa que chega até o deserto mediante a travessia dos exilados, numa peregrinação santa de volta à terra de Israel.
No grupo que sai em viagem há pessoas frágeis, vacilantes, medrosas (v. 3-4), mas também há quem esteja mais seguro e, por isso, deve animar os mais fracos. O fundamento desse ânimo é a certeza da proximidade do Senhor. Essa certeza de que o Senhor está próximo é o que os põe a caminho. Até mesmo os coxos se deixam contagiar pelo entusiasmo e conseguem manter-se no ritmo da marcha.
Poder andar, ver e ouvir (situações contrárias às de coxos, cegos e surdos) era extremamente necessário para fazer parte de uma caravana. O caravaneiro (guia) gritava e gesticulava sinais para conduzir a caravana na qual a maioria andava a pé. Somente quando os fracos, vacilantes e medrosos são fortalecidos é que se podem perceber os sinais do Senhor que está com eles a caminho. É por isso que os sinais dados por Jesus a João mencionam a cura das pessoas com essas limitações para participar da caravana.
A alegria vai vivificando o caminho, o motivo do júbilo é a redenção trazida pela proximidade do Senhor. A transformação do deserto unida à mudança no ânimo das pessoas também é sinal de que Deus está agindo, pois a descrição desses fatos é o oposto do que foi afirmado em Is 33,9 quando a trajetória era inversa, ou seja, quando saíram de Jerusalém para a Babilônia e as terras férteis se transformavam em deserto.
3. II Leitura (Tg 5,7-10): Ele está às portas
A segunda leitura nos pede paciência para suportar a demora da parusia (a vinda do Senhor). Mas paciência não deve ser entendida simplesmente como resignação diante daquilo que não podemos fazer. Tampouco significa apenas submissão ou tolerância diante das fraquezas do próximo. A paciência que o texto descreve é a capacidade de “ampliar o ânimo” (macrotimia) para suportar a demora. A paciência, nesse texto, se refere à constância, à perseverança e integridade na vida cristã enquanto o Senhor não vem.
O agricultor é o grande exemplo de paciência, pois é quem amplia o próprio ânimo enquanto o fruto cresce vagarosamente e aguarda as chuvas que possibilitam fazer boa colheita. A menção das chuvas temporãs e tardias, frequentemente citadas no Antigo Testamento para elencar os benefícios de Deus (Dt 11,14; Os 6,3), mostra como eram extremamente importantes para o agricultor na Terra Santa. Se Deus não as enviasse não haveria colheita.
A atitude do cristão durante o tempo da espera pelo Senhor deve ser análoga à do agricultor. Os cristãos devem manter a grandeza de ânimo fortalecendo seus corações no evangelho de Jesus Cristo. Fortalecer o coração é unificar todas as dimensões da existência sob uma meta que é o reino de Deus e sua justiça.
A amplitude de ânimo mencionada por Tiago evita, nos cristãos, atitudes de murmuração e julgamentos contra o próximo e os mantém em continuidade com a vocação dos antigos profetas.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
A homilia deve manter o tom da alegria dentro do tempo penitencial do Advento. As leituras apontam para essa temática, sem deixar de enfocar a perspectiva da vinda de Cristo, que deve ser alimentada pela certeza da ação de Deus em prol dos fracos e vacilantes.
Muitas pessoas ainda hoje esperam que Deus seja rigoroso com os pecadores. Creem mais num Deus juiz do que misericordioso. Por isso acabam afastando as pessoas da Igreja com seus discursos moralistas. É importante ressaltar que a pregação de Jesus não vai por esse caminho. Suas ações dizem por si mesmo qual é a postura de Deus em relação aos pecadores.
O advento é tempo propício para a tomada de consciência do papel do cristão no mundo, que não consiste em julgar as pessoas, mas animar os que sofrem e exigir dos acomodados que saiam do seu conforto para ajudar os sofredores, e não esperar que as soluções dos problemas caiam automaticamente do céu.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Reflexão
“DEVEMOS ESPERAR OUTRO?”
“És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” O eco desta pergunta de João Batista feita a Jesus, por intermédio de alguns de seus discípulos, nunca se apagou, mesmo tendo passado mais de dois mil anos. Ainda é corrente na humanidade a ânsia de messias e redentores, a pretensão de obter a libertação por meios exclusivamente humanos, a busca de sólida e definitiva segurança em certa ideia de bem-estar e no consumismo desenfreado e a supervalorização da tecnologia como solução para todos os problemas modernos.
Nossa fé, ao contrário, vê em Jesus o Filho de Deus e o único salvador do homem e da mulher e de toda a história humana, a qual se converte assim em história da salvação.
Por causa da dimensão social da fé que professa, o cristão não pode ficar alheio aos problemas do mundo nem se conformar como as situações de injustiça vividas por grande parte dos homens e mulheres da sociedade; tampouco se resignar ao fatalismo ou se refugiar num pseudoespiritualismo tranquilizante. Ele é continuamente instado a captar os sinais dos tempos, principalmente os sinais de libertação que acompanham a edificação do reino de Deus na terra.
Por isso, diz-nos o Vaticano II,“afastam-se da verdade os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da futura, pensam que podem por isso descuidar de seus deveres terrenos, sem atenderem a que a própria fé ainda os obriga mais a cumpri-los, segundo a vocação própria de cada um” (GS 43,1).
A dinâmica de mudança comportamental e de mentalidade que orienta a vida cristã em todos os momentos, também neste tempo do Advento, é conversão tanto de cunho pessoal como social; é conversão a Deus, aos irmãos e irmãs, tendo em vista a construção da sociedade justa e fraterna.
Nós, cristãos, sabemos que a alienação máxima do ser humano e da sociedade não vem de Deus nem de seu projeto, mas do pecado do egoísmo e da idolatria do dinheiro e do poder presentes no mundo, que acabam fechando os corações ao amor, à fraternidade e à justiça.
Com certeza, a mesma resposta que Jesus deu a João Batista no evangelho de hoje é válida também para nós. Em sua resposta, o anúncio da boa-nova aos mais necessitados aparece ligado a sinais de cura, tal como já havia ocorrido na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16s). Ao ressaltar a íntima união entre a palavra que anuncia a boa-nova e os sinais que concretizam a mensagem anunciada, Jesus deixa-nos claro que é impossível se dizer cristão e permanecer alheio a um sistema que escraviza irmãos e irmãs.
Jorge Alves Luiz
Reflexão
TEMPO DE ALEGRIA
O terceiro domingo do Advento é chamado “domingo da alegria”. Na caminhada de preparação ao Natal, somos convidados à alegria dos que, com fé, esperando e preparando a vinda do Senhor, conseguem enxergar, já aqui e agora, os sinais do amor divino.
Alegrar-se no Senhor é reconhecer que, apesar das tribulações e incertezas, somos amados por Deus, que se manifesta nas ações de libertação, no resgate da vida, no anúncio da boa-nova aos pobres.
O próprio João Batista, profeta anunciador do Messias, teve suas dúvidas. Ele nos faz pensar em nossas incertezas, na dificuldade de enxergar os sinais de vida do reino de Deus em meio a tantas situações de injustiça e morte.
A alegria cristã não é acreditar que tudo é um mar de rosas e que tudo dará certo. Muitos continuarão sendo injustiçados, muitos continuarão sendo vítimas do preconceito, muitos continuarão sofrendo os efeitos da ganância humana. Mas a alegria que somos convidados a viver hoje nos projeta para um tempo em que Deus terá a última palavra. Um tempo em que a bondade triunfará sobre todo mal, em que o amor vencerá todo ódio, em que Deus será tudo em todos.
Até lá, na alegria, preparamo-nos preparando a vinda definitiva do Senhor. Como João Batista, que preparou o caminho do Senhor vivendo vida simples e austera, convidando à conversão, à mudança de mentalidade. Suas incertezas não o impediram de realizar a missão que Deus lhe havia confiado. Levado à prisão por sua coerência de vida, João nos mostra que mesmo aprisionados, nas adversidades, podemos enxergar os sinais do Messias na vida e na ação de quem se compromete com a causa dos doentes, sofredores e pobres.
Aos que se abrem a Deus, a fé leva à autêntica alegria. A alegria de poder preparar a vinda de Jesus com ações de bondade e vida. E quanto a nós: Jesus é motivo de escândalo, uma pedra de tropeço, ou a razão do nosso caminho e da nossa alegria?
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Reflexão
O evangelho nos dá a notícia de que João Batista está preso e que, da prisão, ele envia mensageiros para saber a respeito de Jesus se seria ele o Messias ou se era preciso esperar por outro. É a dúvida que está na cabeça dele e de muitos outros. Jesus não responde sim ou não aos discípulos do precursor, mas pede que levem a João a notícia das obras que são realizadas por ele: revela-se não por palavras, mas por obras. Pelos frutos, diz Jesus, vocês conhecerão a árvore. Jesus é realmente o verdadeiro Messias tão esperado: cura os doentes, liberta do mal e dá esperança aos pobres. É a nova realidade proposta pelo Mestre. Nele se cumpre o plano divino, pois ele nos revela o amor e a ternura de Deus, como fora anunciado pelos profetas. Num segundo momento, o próprio Jesus apresenta a identidade de João. O Batista não é um caniço agitado pelo vento, que age conforme as circunstâncias; não é alguém representante da classe dominante, pois se fosse não estaria vivendo no deserto; ele é mais que profeta: é o mensageiro que denunciou o luxo e a arrogância dos poderosos e anunciou e preparou a chegada do Mestre.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 15/12/2019
Reflexão
O Evangelho nos dá a notícia de que João Batista está preso e que, da prisão, ele envia mensageiros para saber a respeito de Jesus se seria ele o Messias ou se era preciso esperar por outro. É a dúvida que está na cabeça dele e de muitos outros. Jesus não responde sim ou não aos discípulos do precursor, mas pede que levem a João a notícia das obras que são realizadas por ele: revela-se não por palavras, mas por obras. Pelos frutos, diz Jesus, vocês conhecerão a árvore. Jesus é realmente o verdadeiro Messias tão esperado: cura os doentes, liberta do mal e dá esperança aos pobres. É a nova realidade proposta pelo Mestre: aliviar a dor e o sofrimento das pessoas e dar esperança ao povo. Jesus espera que essa missão seja assumida pela Igreja e por cada um que se compromete a segui-lo. Nele se cumpre o plano divino, pois ele nos revela o amor e a ternura de Deus, como fora anunciado pelos profetas. Num segundo momento, o próprio Jesus apresenta a identidade de João. O Batista não é um caniço agitado pelo vento, que age conforme as conveniências; não é alguém representante da classe dominante, pois não mora em palácio, mas vive no deserto; ele é mais que profeta: é o mensageiro que denunciou o luxo e a arrogância dos poderosos, e anunciou e preparou a chegada do Messias.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Recadinho
Quem é grande para o Reino de Deus? - João Batista mostrou para o povo quem era Jesus e indicou os prodígios que ele realizava. Procuro mostrar a meu próximo quem é Jesus em minha vida? - É difícil? - Será que não vejo os doentes que são curados? Não vejo quantos que eram surdos para as coisas de Deus e passaram a ouvi-lo? Não sinto a ação de Deus em minha vida?
Meditando o evangelho
AS OBRAS DO MESSIAS
Ao ser interrogado a respeito de sua condição messiânica, Jesus não se perdeu em longas considerações teóricas para justificar sua identidade e missão de Messias. Sugeriu que referissem a João Batista, cujos emissários tinham sido enviados para questioná-lo, tudo quanto estava realizando e que era de conhecimento público. Por obra sua, os cegos recuperavam a vista, os paralíticos punham-se a caminhar, os leprosos viam-se livres de sua enfermidade, os surdos passavam a ouvir, os mortos voltavam à vida, os pobres escutavam a Boa-Nova do Reino.
Tratava-se, portanto, de fazer um discernimento sobre a prática de Jesus e reconhecer sua verdadeira identidade. Uma simples resposta positiva, mesmo saindo da boca de Jesus, seria insuficiente. Outros, antes dele, já haviam se apresentado com pretensões messiânicas, autoproclamando-se messias. E todos falsos messias. Jesus seguiu um caminho contrário: revelava sua condição messiânica com suas obras.
Os fatos indicados aos discípulos do Batista eram simbolicamente importantes, pois correspondiam às obras atribuídas pelos antigos profetas ao Messias vindouro. Todos eles tinham a ver com a restauração da vida e da dignidade humana, com a superação da marginalização social e religiosa, com a recuperação da esperança nos corações abatidos. Tudo isto era sinal de que o Reino estava irrompendo na história humana, por obra do enviado de Deus.
Fonte: Dom Total em 15/12/2013, 15/12/2019 e https://domtotal.com/religiao/liturgia-diaria.jsp?dia=11&mes=12&ano=2022
Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Pai, dá-me discernimento para reconhecer a condição messiânica de teu Filho Jesus, enviado para devolver a esperança ao coração da humanidade abatida pelo sofrimento.
Oração
Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, daí chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 15/12/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. AS DÚVIDAS DA NOSSA FÉ
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Muita gente pensa que a Fé não suscita dúvidas porque que com ela , sempre as coisa dão certo, sem erros ou tropeços. O evangelho desse terceiro domingo do advento apresenta-nos novamente João Batista, aquele mesmo do evangelho do domingo anterior, que nos foi nos apresentado como um pregador muito bem sucedido, atraindo as multidões ao deserto e convencendo-as a se converterem recebendo o Batismo Penitencial, João Batista um homem rústico que se vestia rudemente e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre: que não tinha “papas na língua” e chamou os Saduceus e Fariseus de cobras venenosas, e que também denunciou a Herodes o pecado do adultério, que ele cometia contra o próprio irmão. Mas no evangelho de hoje o quadro mudou drasticamente, o pregador do deserto, Profeta vigoroso e fiel, voz do que clama no deserto, está na prisão, e ainda como se isso não bastasse tem dúvidas se Jesus é realmente o Messias que ele anunciou e envia discípulos para confirmarem. Quantas vezes nossos trabalhos pastorais cheiram o fracasso, parece que tudo deu errado... Se Jesus não fosse o Messias, a missão de João Batista teria sido um fracasso total, e eu vou ainda mais longe, se João visse Jesus morrer na cruz, poderia acabar achando que ele não era o Messias, pois o que fora anunciado não conferia com o que estava acontecendo, anunciou um Messias Forte e Poderoso, implacável com os maus....
O que teria acontecido com João Batista? Nada de mais! As dúvidas fazem parte da nossa fé. A Bíblia nos traz outros exemplos, ao ser anunciada que iria ser a Mãe de Deus, Maria, por exemplo, teve dúvidas “Como isso vai acontecer?”. Os apóstolos foram outros que também duvidaram e por conta disso, cometeram “gafes” terríveis, basta lembrar a figura de Pedro – Chefe dos Apóstolos, o tal que não queria que Jesus morresse, ou Tiago e seu irmão, que queria um lugar de honra ao lado do novo Rei, quando ele fosse reinar. E quem achar que a ressurreição do Senhor acabou de vez com esse problema, está enganado, Jesus em mais de uma vez foi confundido com um Fantasma ao aparecer aos discípulos, e o exemplo mais bonito de quem teve dúvidas, o apóstolo Tomé, que enquanto não viu e não tocou no Senhor, não acreditou.
Depois disso vieram as dúvidas sobre a missão, os apóstolos não viram com bons olhos o início da pregação de Paulo em outras terras fora de Jerusalém, a lógica da missão em terras distantes não fazia parte do raciocínio de nenhum deles, e se alongarmos a lista, veremos quantos santos e santas de Deus, em sua vida de Fé, algum dia tiveram dúvida, passaram por uma crise, tiveram que fazer perguntas, como João Batista.
Pronto! Agora podemos olhar a nossa vida de Fé , vivida principalmente na comunidade, e admitir com sinceridade que muitas vezes duvidamos, cometemos o mesmo pecado de João, vimos os sinais mas ficamos na dúvida. João não se enganara em sua pregação, anunciara um tempo novo por conta do Reino que já estava no meio do povo, e pregara com veemência a necessidade de uma profunda conversão, para acolher a Salvação que esse novo Reino iria trazer. João só se equivocou em uma coisa, no modo como Jesus iria fazer a salvação acontecer. O amor grandioso e a infinita misericórdia de Deus, plenamente manifestada em Jesus o Filho, surpreendeu João e continua a surpreender a nós todos. Certamente nós também imaginamos e até queremos um Deus que no final dos tempos, venha arrebentando com as forças do mal, varrendo todos os homens maus da face da terra, destruindo-os no fogo do inferno. Os sinais não conferem, o Messias é humano demais, solidário com os pobres, marginalizados, anda com gente mal vista, e os que têm a “marca” do pecado, por conta de alguma deficiência, são curados e libertos, coxos, cegos, paralíticos, mudos e surdos, mortos ressuscitam....
O amor de Deus é desconcertante e isso gera muitas dúvidas em nossa Fé, porque acreditamos muito mais no Deus vingativo, que pune cruelmente os maus e os que não crêem, e com isso fazemos da religião um esconderijo seguro para fugir da ira Divina, achando que na comunidade, cumprindo com todas nossas obrigações, estaremos a salvo. A descoberta de um Deus que é puro amor, nos enche de alegria. A liturgia desse 3º Domingo do Advento, quer nos levar a essa descoberta, Jesus revela um Deus extremamente amoroso, que age sempre com misericórdia e paciência com os homens.
Nossas comunidades cristãs, não só devem ser sinais, mas também perceber a presença do Reino nas pessoas que promovem e valorizam a Vida como dom Sagrado, buscam a verdade, promovem a paz e lutam corajosamente pela Justiça, pois esses são os autênticos sinais libertadores do Reino que Jesus inaugurou. Podemos ter dúvidas como o Batista, mas o que não pode acontecer é perdermos de vista esses valores e deixarmos de lutar por eles, daí, nossas pregações e testemunhos cairão no vazio, porque sempre gerarão dúvidas entre o Cristo que anunciamos, e a Fé que vivemos, pois a Fé sem obras é morta, nos diz Tiago. (3º Domingo do Advento)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Eis que envio meu mensageiro - Mt 11,2-11
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Neste terceiro domingo do Advento olhamos para o Cristo que vem até nós e dá sinais de sua presença em nosso meio. São os sinais messiânicos, que indicam que Jesus é o Messias prometido a Israel. Aquele que virá no fim dos tempos e que veio no passado em Belém de Judá está vindo cada dia no hoje da nossa existência. Sua presença se torna visível sempre que um cego recupera a vista, que um paralítico começa a andar, que um leproso é curado, que um surdo ouve, que um morto ressuscita, que os pobres recebem a Boa Notícia do Evangelho. Quando isto tudo acontece, podemos dizer: “Ele está no meio de nós”. João Batista estava preso por ordem do rei Herodes, que tinha medo da liderança popular de João. João ouvira falar das obras de Jesus e queria certificar-se de que ele era mesmo o Messias. Jesus responde aos discípulos de João com palavras e expressões do profeta Isaías, mostrando que as profecias estavam se realizando. O profeta Isaías chama à alegria a terra que era deserta e intransitável, levanta o ânimo dos deprimidos, dos fisicamente enfraquecidos. “Criem ânimo e não tenham medo porque o Salvador está chegando, e o sinal da sua presença”, diz o profeta, “será visto quando se abrirem os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos, quando os coxos começarem a pular e a língua dos mudos se soltar e eles começarem a falar”.
A notícia boa alegra o coração de quem a recebe. O profeta vê alegria por toda parte, cânticos de gozo e rostos brilhando de contentamento, sem dor nem pranto. A vinda do Senhor está próxima, escreve São Tiago a todos os cristãos. O juiz está às portas. Se ele parece demorar, tenhamos paciência como o agricultor que espera o fruto da terra. Tenhamos também paciência uns com os outros enquanto esperamos. Esperamos a vinda final do Senhor e esperamos ver os sinais da sua presença hoje e agora entre nós. Onde estão os sinais? E preciso procurar por eles e é preciso fazer com que aconteçam e apareçam. Temos por modelo João Batista, que caminha conosco no Advento juntamente com Isaías e Maria. Quem é João e que exemplo nos dá? O Senhor mesmo nos diz que ele não era um caniço agitado pelo vento, mas demonstrava firmeza permanente em suas ações. Não era um homem instável que se deixava levar pelas ideias de qualquer um, mas tinha liberdade de espírito, numa austeridade de vida. Também não era um homem elegante vestido de roupas finas, morador de palácios, mas um profeta. E mais do que profeta, foi o precursor do Senhor. João compreendeu os sinais do Messias porque foi capaz de fazer com que eles surgissem e acontecessem. Compete a nós hoje, homens e mulheres do Advento, dar ao mundo os sinais da presença de Deus entre nós, transmitindo a quem precisa uma Boa Notícia que cause alegria.
Liturgia comentada
Ou devemos esperar por outro? (Mt 11,2-11)
João Batista está preso. Intui que não sairá vivo do cárcere. Ele pretende encaminhar seus discípulos para Jesus. Daí a decisão de enviá-los ao Mestre com esta pergunta: “És tu o que há de vir [o Messias]? Ou devemos esperar por outro?”
Esta foi a pedagogia de João. Ele bem sabia que Jesus era o Messias, mas era preciso que seus discípulos testemunhassem pessoalmente os “sinais” anunciados pelos profetas: os cegos vendo, os surdos ouvindo, paralíticos andando, a Boa Nova anunciada aos pobres...
Ao longo dos séculos, Israel esperou pelo Messias. Um povo que não girava em círculos, mas vivia uma história que seguia em linha reta para o futuro, até que os tempos ficassem maduros e viesse o Ungido do Senhor. Por isso mesmo, a pergunta de João Batista era essencial para encontrar o sentido da existência: “És tu o que há de vir?”
Como observa Lev Gillet, “a oração cristã durante o tempo do Advento poderia resumir-se em uma só palavra: ‘Vem!’ É o ‘Vem, Senhor Jesus!’ que encerra o Apocalipse. Se este grito de apelo é pronunciado por nós com sinceridade e fervor, ele se torna uma verdadeira ascese. De fato, a esperança e expectativa do Senhor assumem então um lugar crescente em nossa alma. [...] Ele devia dar à nossa oração, no decorrer do Advento, sua tonalidade especial. Possamos nós, a cada dia do Advento, proferir este apelo de modo cada vez menos imperfeito!”
Enquanto isso, de costas para o Senhor que vem, uma grande multidão prefere esperar por “outro”: um filósofo da moda, um novo líder político, um astro do mundo pop, um craque da bola. Nestes estaria a “salvação” - ainda que esta palavra seja evitada. Deles viria a alegria, o júbilo, o sentido da existência. Por eles, grandes “sacrifícios” são realizados: gastos materiais, esforços, romarias artísticas e esportivas, extremados gestos de culto e adoração, sem economizar sangue e suor.
O cristão é diferente. Ele sabe que “não existe debaixo dos céus outro Nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12). Por isso mesmo, não se deixa iludir pelos falsos “messias” do mundo pagão e não corre atrás de suas promessas e de seus paraísos terrestres.
Vamos permanecer sobre a muralha: vigias à espera da aurora...
Orai sem cessar: “Só em Deus repousa a minha alma.” (Sl 62,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
HOMILIA
AQUI ESTÁ O MEU MENSAGEIRO
Estamos no Advento, que é a espera desse momento maravilhoso. É a espera da comemoração do aniversário daquele que quer a nossa felicidade terrena e celeste. Mas, às vezes, infelizmente somos nós quem estragamos tudo isso com o nosso egoísmo e com as nossas preferências. Preferências essas que às vezes só satisfazemos as nossas vontades, em vez de fazermos vontade do Pai, como Jesus nos ensinou.
João Batista queria mostrar a todos que, Aquele a quem ele havia aberto o caminho já estava operando os milagres e prodígios no meio do povo. Às vezes, nós, como os discípulos de João Batista, pomos dúvidas quanto a obra salvífica que Jesus Cristo realiza na nossa vida. Isso acontece, porque nem todos nós, assumimos o reino de Deus dentro dos nossos corações, No entanto, os sinais são evidentes. Hoje, como naquele tempo, também os doentes são sarados, os cegos recuperaram as vistas, os paralíticos passaram a andar, os leprosos foram curados, os surdos começaram a ouvir, os mortos foram ressuscitados e os pobres foram evangelizados e os pecadores alcançam o perdão. Isto porque o poder de Deus na pessoa de Jesus Cristo é inquestionável. João Batista foi o profeta que veio ara anunciar Jesus e preparar o povo para recebê-lo.
Isso tudo prova que Jesus Cristo já está no meio de nós realizando, por meio do Espírito Santo, obras muito maiores do que nós podemos imaginar. Se, já estamos vivendo no reino de Deus, com certeza, somos ainda maiores que João Batista.
Quem seria o João Batista dos dias de hoje? Somos todos nós que anunciamos a pessoa de Jesus, seus feitos espetaculares, e sua mensagem de amor e de salvação da humanidade. É importante que levemos as pessoas até Jesus e não as retemos para nós. João é servo de Jesus, foi alguém que servia Jesus. Devemos imitar a João. Levando as pessoas até Jesus, e depois nos afastamos, dizendo como disse o profeta João: “É preciso que Ele cresça e eu diminua”.
Endireitar as colinas e os vales. Essa famosa expressão de João Batista também pode ser interpretada da seguinte forma: Colinas e vales são altos e baixos da nossa espiritualidade. Um dia estamos com Deus, e no outro dia o expulsamos de nós pelo pecado cometido. Em outras palavras, o que João nos pede hoje é que paramos com esta vida de nos aproximar e de nos afastar de Deus. Pecamos, e confessamos. Pecamos e confessamos. O amor de Deus é infinito, porém não devemos abusar da sua misericórdia, da sua graça. “Ou tu és por mim ou tu és contra mim”. Decida! Caríssimos. Vamos parar de vacilar na nossa caminhada, e deixar Jesus entrar em nossa vida de uma vez por todas!
Estradas, veredas ou caminhos tortuosos podem ser comparados também com os nossos vacilos de fé. Uma guinada para a direita, quando estamos em alta com a nossa fé. Uma guinada para a esquerda, é quando surgem alguma pequena dúvida, algum questionamento, digno daquele puxão de orelhas que Jesus deu a Pedro. “Por que duvidastes? Homem de pouca fé”! (Quando Pedro afundou na água e pediu socorro).
João nos convida a endireitar a nossa vida espiritual para que nos tornemos menos indignos de receber o Filho de Deus no Natal que se aproxima. Também é bom lembrar que precisamos hoje nos tornar menos indignos de receber Jesus nas aparências de Pão e Vinho, fazendo uma boa confissão. “Convertei-vos porque o Reino está próximo!
É bom o cristão fazer uma boa limpeza de sua alma, periodicamente, e principalmente no tempo do Advento, procurando um sacerdote, para confessar-se e receber a absolvição. “Aqueles a quem vocês perdoarem, serão perdoados. E aqueles a quem vocês não perdoarem, não serão perdoados.”
Os “Joãos Batistas” de hoje devem recomendar a todos a conversão. Para que a nossa alegria neste Natal não seja apenas uma alegria meramente social, mas sim uma alegria celestial. Não uma alegria movida a álcool, mas sim, movida a Jesus, pela alegria de estar na presença de Jesus! Uma alegria que nos brota de dentro, e não pelo presente que recebemos, ou pela embriagues das bebidas consumidas, uma alegria de quem está comemorando o aniversário de Cristo o nosso Salvador, assim como a alegria de TÊ-LO recebido através da Eucaristia.
A alegria de fazer as pazes com o irmão, com o vizinho, com o filho, com o pai, com o amigo, perdoá-los de verdade e desejar-lhes um Feliz Natal cristão em vez de um feliz natal apenas comercial ou interesseiro.
Pai, dá-me discernimento para reconhecer a condição messiânica de teu Filho Jesus, enviado para devolver a esperança ao coração da humanidade abatida pelo sofrimento.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 15/12/2013
REFLEXÕES DE HOJE
3º DOMINGO DO ADVENTO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 15/12/2019
HOMÍLIA DIÁRIA
Nossa missão é apontar ao mundo que só existe um Salvador
Que a nossa única missão seja esta: apontar para o mundo, para as pessoas, que só existe um Salvador, que só existe um Caminho e uma Vida.
“Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mt 11,11).
Neste 3º Domingo do Advento, a Igreja nos apresenta a pessoa, a figura, a missão e o profetismo de João Batista. Não podemos falar do caminho do Messias, da presença de Jesus no meio de nós, sem dizermos – e apontarmos – o papel que teve João Batista para preparar o caminho do Senhor.
João era um profeta. Foi o último dos profetas do Antigo Testamento e o profeta que abriu as portas para o tempo novo, o tempo da graça, o tempo da chegada do Messias.
Nós sabemos, pelos relatos evangélicos, que João era um homem de vida ascética. Era um homem que vivia a disciplina, o rigor, se preparando espiritualmente para Aquele que viria. João foi santificado ainda no ventre de sua mãe, Isabel. O nascimento dele foi anunciado pelo Arcanjo Gabriel, o mesmo que anunciou a Maria que ela seria a Mãe do Salvador.
João foi preparado para o Céu – desde o ventre da sua mãe – com uma missão muito específica: nos mostrar o caminho e a direção do Senhor. João não era a “Palavra”, mas era a “voz”, que nos mostra qual é a verdadeira Palavra de Deus. João não era o “Caminho”, mas era a “seta”, que nos mostra a direção do caminho do Senhor.
Nós precisamos, nos dias de hoje, nas nossas casas, famílias, igrejas, nos grupos, na sociedade, de muitos homens como João Batista! Sim! Homens imbuídos desse espírito profético, que tenham a coragem e a audácia de não apontarem para si mesmos, mas apontarem para Jesus e dizer: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3, 30). A Igreja, hoje, precisa de muitos homens como João Batista! Homens e mulheres que apontem quem é o Messias, quem é o Salvador.
Nós não podemos tomar o lugar de Jesus. Nós não podemos ser o “salvador” e o “libertador”. Nós não podemos fazer de ninguém – padre, pastor, pregador, cantor – o Messias e o Salvador, porque nenhum de nós não é digno nem sequer de desatar as correias sandálias do Senhor! (cf. Jo 1, 27c). Nós somos apenas as “setas”, aqueles que devem mostrar ao mundo quem é Jesus.
Que o Senhor tenha misericórdia e compaixão de nós por todas as vezes em que aparecemos mais do que Ele! Que a nossa única missão seja esta: apontar para o mundo, para as pessoas, que só existe um Salvador, que só existe um Caminho e uma Vida.
A Vida, o Caminho, a Luz do Mundo é Jesus, nosso Senhor e Deus.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
HOMÍLIA DIÁRIA
Sejamos a seta que aponta o caminho de Jesus
“Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mateus 11,11).
João estava na prisão e mandou que seus discípulos perguntassem a Jesus se Ele era mesmo o Messias ou se deveria esperar por outro. Não é que João tivesse dúvida porque Ele sabia quem era Jesus. João queria que os seus discípulos tivessem a convicção de que Jesus estava no meio deles; e precisamos, como discípulos do Mestre Jesus, ter a mesma certeza de que Jesus está no meio de nós.
Por isso, Jesus vai falar quem é João. João é aquele que estava no deserto, aquele que preparou os caminhos do Senhor. João se fez humilde porque era formado na via da ascese, da penitência e da mística do Céu.
Um homem formado pela mística do Céu poda o seu próprio coração para se tornar evangelicamente a seta de Deus. Quando eu digo “seta” quero dizer aquilo que dá a direção, a seta mostra o caminho por onde devemos andar. A seta não é o caminho, a seta nos mostra o caminho, porque João foi a seta que nos mostrou o caminho que é Jesus.
João foi aquele que se tornou a voz por onde a Palavra de Deus ecoou, João era a voz, mas ele não era a Palavra; a Palavra era Jesus. Por isso, João não anunciava a sua palavra, e sim a Palavra de Deus; assim como João não se fazia caminho, mas apontava o caminho que era Jesus.
A seta nos mostra o caminho porque João foi a seta que nos mostrou o caminho que é Jesus
E é assim que precisamos aprender a ser, porque Jesus está dizendo que entre os nascidos de mulher, ninguém foi maior do que João, ninguém anunciou mais o Reino de Deus, preparou o caminho de Deus do que João. Ninguém foi maior profeta do que João, contudo, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.
O Reino dos Céus que João preparou e anunciou não é para os grandes, é para os pequenos, para os humildes, para quem sabe se humilhar para se tornar pequeno e não para quem reclama o crescimento da sua grandeza, do seu orgulho, da sua soberba, desses sentimentos vaidosos que tomam conta da alma e do coração humano.
Aprendemos com João que a via da salvação é a penitência e a humildade, isto é, aprendermos que não somos o caminho, mas precisamos ser a seta para mostrar o caminho; é aprender que não temos a Palavra, mas que a nossa Palavra precisa ser a Palavra de Deus, única, autêntica, libertadora e salvadora.
Olhemos para João que nos aponta o caminho da conversão. Não podemos seguir a Jesus, se não aprendermos com João Batista o caminho da conversão todos os dias da nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência da missão de Cristãos. Que não nos instalemos, pesados, no conforto das nossas paróquias, mas nos lancemos ousadamente a anunciar, com o testemunho da nossa vida, que o Reino do Pai já está em nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a consciência da missão de Cristãos. Que não nos instalemos, pesados, no conforto das nossas paróquias, mas nos lancemos ousadamente nos nossos ambientes naturais para anunciar, com o testemunho da nossa vida, que o Reino do Pai é uma realidade que está dentro de nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
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