quinta-feira, 16 de junho de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 16/06/2022

ANO C


SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

Ano C - Branco

“Vinde e vede, Ele está no meio de nós!”

Lc 9, 11b-17

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor é a celebração memorial da entrega total de Jesus que doa sua vida para a salvação de todos. Celebrar a Eucaristia é renovar a aliança selada no sangue do Cordeiro, que se entregou pelos seus, fonte de vida que nos impulsiona a servir, fazendo acontecer verdadeira comunhão na doação ao próximo.

FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A Igreja reunida nesta solene Celebração, louva e bendiz ao Pai que enviou seu Fi- lho para nos salvar e que por Ele, quis estar presente conosco todos os dias até o fim dos tempos. Ben- dizemos o Filho que se fez Pão da Vida Eterna e que ergueu para nós o cálice da Salvação. Que venha sobre nós, sobre a criação e sobre os dons que apresentaremos ao Pai, o dom do Santo Espírito para que possamos experimentar aqui e agora dos dons celestes.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebrando hoje, pelas ruas de nossas cidades, a Festa do Corpo de Deus, queremos demonstrar nossa fé na presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados. A Eucaristia chama a atenção para a partilha que deve acontecer no dia a dia do cristão. O pão-Jesus, recebido sacramentalmente, alimenta o discípulo do Reino para estar disposto a partilhar. Receber Jesus eucarístico e permanecer fechado no próprio egoísmo, insensível às necessidades do próximo, é contraditório. O reconhecimento de Jesus na Eucaristia deve se desdobrar no reconhecimento dele no rosto dos sofredores e marginalizados. Por conseguinte, a acolhida de Jesus e a acolhida dos irmãos necessitados são duas faces da mesma moeda. Portanto, celebrar a Eucaristia é colocar-se na escola do Mestre Jesus, para quem a partilha é uma exigência irrenunciável dos discípulos. Participemos deste grande mistério oferecendo nossas vidas em agradecimento pelo dom da vida divina em nós.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebramos hoje a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Juntamente com toda a Igreja, busquemos no Mistério da Eucaristia o alimento para nossa páscoa neste mundo. Rezemos também pelos jovens que se mobilizam para a Jornada Mundial da Juventude. Que a celebração da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor alimente a comunhão missionária de tantos jovens que aceitam o desafio de Cristo: IDE E FAZEI DISCÍPULOS ENTRE TODAS AS NAÇÕES (Mt 28,19).
Fonte: NPD Brasil em 30/05/2013

Mensagem do Cardeal:

Eis o Mistério da Fé!

Celebramos a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo no Ano da Fé. E isso nos leva a refletir sobre os aspectos centrais de nossa fé no "Augusto Mistério" da Eucaristia e a renovar nossa fé nesse dom precioso deixado por Jesus à sua Igreja.
A Eucaristia é o Sacramento do sacrifício de Jesus Cristo, que se entregou à morte de cruz, como "preço pelo nosso pecado". Ele é o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". Toda vez que oferecemos a Deus o Sacrifício Missa, fazermos isso "em memória" de Jesus Cristo, daquela única e suprema doação de sua vida a Deus em favor de toda a humanidade. Nossa participação, com fé, na celebração da Eucaristia, nos dá também os frutos do perdão e da reconciliação com Deus e da vida em Cristo.
É o Sacramento da comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo. Por isso, quando participamos da Eucaristia e recebemos a comunhão, Jesus Cristo nos une mais a si e a Deus Pai e nos concede o dom de sua vida e de sua amizade. Ao mesmo tempo, a Eucaristia nos une como irmãos e estreita os laços vivitais entre todos os que recebem esse mesmo sacramento.
É o "pão da vida", Sacramento do alimento, que nos alimenta desde agora para a vida eterna, que é o próprio Jesus: "quem comer deste pão, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia".
A Eucaristia é, por excelência, o Sacramento de Jesus Cristo, que continua presente com Igreja e a humanidade "até os fins dos tempos". Por isso, sua presença e o significado salvador dessa presença junto a nós é realizado de modo sacramental na Eucaristia.
A Eucaristia é também o Sacramento da Igreja, entendida como a união dos discípulos com Jesus, que está com eles e à frente deles como Mestre, Pastor e Sacerdote. A celebração da Eucaristia torna "visível" o mistério a Igreja e de sua missão no mundo.
Eis, o "mistério da fé"! Nele e por ele anunciamos a paixão e morte de Jesus, proclamamos sua gloriosa ressurreição e nutrimos nossa esperança de participar na vida eterna, na plenitude da salvação, enquanto esperamos com amor a sua vida!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 30/05/2013

IGREJA SINODAL

EM COMUNHÃO

Neste ano, celebramos Corpus Christi no contexto do sínodo universal e da assembleia do nosso 1º sínodo arquidiocesano, que é “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. O Papa Francisco pede que sejamos uma “Igreja sinodal em comunhão, participação e missão”. O tema da “comunhão” aparece em ambos os casos, pois ele é essencial à vida da Igreja, bem como o tema da missão. Sem comunhão, a Igreja se divide e dispersa, deixando de ser como Cristo a quis; sem missão, a Igreja perde a vitalidade e morre, pois é na ação missionária que ela se renova e ganha novo dinamismo.
Nesta festa de Corpus Christi compreendemos melhor o que é “Igreja sinodal em comunhão”. Quem reúne a comunidade para celebrar a Eucaristia é Jesus Cristo, mediante sua palavra e a ação do Espírito Santo. Em torno de Jesus Cristo e com ele formamos um só corpo, um só povo e vivemos a comunhão. A Eucaristia que celebramos é Sacramento da comunhão da Igreja com Cristo e entre nós. Em nenhum outro momento aparece tão bem a realidade da Igreja como na celebração da Eucaristia. Por isso, participar da celebração da Eucaristia, é cultivar e viver a comunhão na Igreja.
Na “Igreja sinodal” caminhamos juntos e unidos, com nossos irmãos de fé e com aqueles que servem a Igreja em nome de Cristo. Uma Igreja sinodal não é dividida em classes, nem aceita discriminações ou divisões internas, que firam a unidade do corpo de Cristo e do povo de Deus. A mesma fé, o mesmo batismo, a mesma Eucaristia e o mesmo Evangelho não admitem divisões, desinteresse de uns pelos outros, preconceitos, falta caridade. Em Cristo, com Ele e por Ele formamos um só corpo, mesmo com nossas diferenças étnicas, culturais e sociais. Muito importante é manter a unidade da fé e da orientação moral, que decorre da vida segundo o Evangelho.
A procissão de Corpus Christi que hoje realizamos nos dá uma boa compreensão da Igreja, povo de Deus que caminha na comunhão e na unidade. Na Igreja sinodal caminhamos juntos, com Cristo, mantendo a comunhão com Ele e a unidade entre nós; procuramos olhar para a mesma meta que o Evangelho e a esperança cristã nos oferecem; buscamos juntos resolver os desafios da missão e do testemunho, do qual Cristo nos encarregou. Numa Igreja sinodal todos devem sentir-se parte e cada um participa de sua vida e missão conforme o dom que o Espírito Santo lhe deu.
A comunhão na Igreja requer também que nos mantenhamos unidos aos legítimos ministros de Jesus Cristo na Igreja: o Papa, os Bispos em comunhão com ele, e os sacerdotes, em comunhão com seus bispos. Eles têm a missão de assegurar a unidade da fé, o ensino autêntico sobre o que cremos e sobre a moral que praticamos, bem como a forma autêntica e correta de celebrar a Liturgia. A fidelidade e obediência ao Magistério da Igreja são expressão visível da unidade espiritual e interior que nos une.
Nesta festa de Corpus Christi, peçamos especialmente a Deus pelo bom êxito da assembleia sinodal arquidiocesana e pelos bons frutos do 1º sínodo arquidiocesano. Que o Espírito Santo nos mantenha unidos, firmes na fé, esperança e caridade, e perseverantes na missão.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

Festa do Corpo e Sangue de Cristo

A festa de “Corpus Christi” é festa de ação de graças, pois a vida entregue do Senhor, seu corpo e sangue, é nosso verdadeiro alimento e sustento. É, igualmente, festa da unidade da Igreja, corpo de Cristo (1Cor 12,12-31), sacramento do Senhor, neste mundo.
O relato da multiplicação dos pães é precedido da acolhida da multidão por Jesus, seu ensinamento sobre o Reino de Deus e gestos que acompanham e autenticam sua palavra.
O diálogo dos discípulos com Jesus, que querem despedir a multidão, possibilita compreender qual é o verdadeiro alimento do povo de Deus, qual o verdadeiro sustento do povo que o Senhor reúne. É preciso uma mudança profunda de mentalidade, pois este alimento não se compra. O verdadeiro alimento do povo que o Cristo reúne é espiritual, “o pão descido do céu” (Jo 6,33), “o pão da vida” (Jo 6,34), a carne, a vida de Jesus entregue para a vida do mundo (Jo 6,51). É um alimento abundante e que sacia plenamente: “Todos comeram e se saciaram” (Lc 9,17).
“A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia.”
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Espírito de solidariedade e partilha, faze-me sensível à lição eucarística da partilha, movendo-me a manifestar minha solidariedade efetiva com os pobres deste mundo.
Fonte: Paulinas em 30/05/2013

Vivendo a Palavra

Paulo nos diz que todas as vezes que comemos do pão e bebemos do vinho feitos Corpo de Deus, anunciamos a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, e nos comprometemos com Ele a fazer com que a fome dos irmãos seja saciada, suas dores aliviadas, sua esperança no Reino do Pai seja restabelecida.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

É rico o simbolismo do pão: apresentado no Ofertório da Missa como ‘fruto da terra e do trabalho’, o pão sintetiza a criação (terra) e a humanidade (trabalho). Jesus, fazendo do pão o ‘sacramento’ do seu Corpo, mostra que a criação e a humanidade se unem à sua missão, que é comunicar a Presença paterno/maternal de Deus e proclamar a sua Glória. Ao comungarmos, pelo sinal do pão que comemos, nós nos unimos à criação e à humanidade para louvar ao Pai e nos tornamos um com o Cristo nesta missão.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/06/2019

Reflexão

A Eucaristia é o grande alimento que Jesus deixou à sua Igreja para ser distribuído, em todos os tempos e lugares, a todas as pessoas, a fim de que sejam satisfeitas no sentido da presença da graça em suas vidas. É da responsabilidade de todos nós, que no sacramento do batismo nos tornamos Igreja, a distribuição desse alimento. Quando se fala em distribuição da Eucaristia, logo as pessoas pensam nos ministros extraordinários da comunhão eucarística, mas todos devem, ao seu modo, colaborar para que todas as pessoas possam receber este sacramento. Porém, o modo comum em que todos podem e devem colaborar é o trabalho evangelizador, a fim de que todas as pessoas conheçam Jesus e queiram recebê-lo sacramentalmente.
Fonte: CNBB em 30/05/2013

Reflexão

Corpus Christi - ALIANÇA DE AMOR

A eucaristia é a celebração da aliança de Deus com o ser humano e deste com Deus e com o próprio semelhante.
O anseio de se aliar, de se relacionar e se comunicar com Deus e com os próprios semelhantes sempre acompanhou o ser humano ao longo de sua atormentada viagem pelas estradas do mundo. Compartilhar derrotas e vitórias, incertezas e esperanças é o desejo próprio do ser social.
A aspiração à fraternidade, à unidade e à comunhão é o selo que Deus deixou em cada coração humano. Assim a celebração da eucaristia profetiza nosso destino futuro e, ao mesmo tempo, aponta-nos o caminho a seguir: repartir a nossa vida com todos, da mesma forma que Deus reparte a si mesmo na eucaristia.
No entanto, esse anseio de aliança e de comunhão universal ficou frustrado no coração de muitos irmãos e irmãs, não passando de projeto falido. Isso porque a voz do egoísmo, com demasiada frequência, grita mais alto do que a voz do amor e da solidariedade. E o pior é que, não raro, chegamos a buscar a aliança com o irmão e até com o próprio Deus só para destruir nossos inimigos.
Mas, se Cristo chegou a tornar-se vítima sacrifical e quis preparar um banquete do qual ninguém é excluído e onde a comida é ele mesmo, quer dizer que toda a inimizade foi aniquilada e ninguém deve mais ser tratado como inimigo, uma vez que a sua ruína é a nossa própria ruína, sendo ele carne de nossa carne.
Celebrar a eucaristia, alimentando-nos do Corpo e do Sangue de Cristo – lado a lado com os nossos irmãos e irmãs –, é com certeza a maneira mais perfeita de entrarmos em comunhão com Deus e com a criação inteira.
Nisso consiste a nova aliança de Deus com a humanidade e desta com o próprio Deus.
Pe. Virgílio, ssp
Fonte: Paulus em 30/05/2013

Reflexão

Jesus acolhe as multidões, fala-lhes do reino e cura os necessitados. O fim do dia, porém, está chegando, e o que fazer com a multidão que necessita de comida e hospedagem? Despedi-la é o mais fácil e cômodo. O Mestre, porém, convoca os discípulos para que não se omitam, mas achem uma solução, a qual consistiu em organizar o povo, recolher o que havia e, depois da bênção de Jesus, repartir entre todos. Resultado: todos comeram e ainda sobrou. Onde não se partilha, poucos acumulam e muitos ficam na miséria. Onde há partilha, todos podem ter o mínimo para uma vida digna. Somente partilhando, teremos um mundo sem miséria e sem miseráveis. Se ainda há fome no mundo, é sinal de que a sociedade ainda não descobriu o valor da partilha. Ao doar sua vida pela humanidade, Jesus nos mostrou a mais sublime partilha. Na celebração do Corpo e Sangue de Cristo, fazemos memória dessa doação suprema do Mestre, o qual nos quer solidários com as necessidades do povo. A cena do milagre da partilha dos pães se perenizou na Eucaristia, como gesto do dom de Deus repartido entre todos, para que todos tenham vida (cf. Jo 10,10).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 20/06/2019

Reflexão

Jesus acolhe as multidões, fala-lhes do Reino e cura os necessitados. O fim do dia, porém, está chegando, e o que fazer com a multidão que necessita de comida e hospedagem? Os discípulos sugerem despedir a multidão, é a solução mais fácil e cômoda. O Mestre, porém, convoca os discípulos para que não se omitam e procurem organizar o povo em grupos, recolher o que havia entre eles e, depois da bênção de Jesus, repartir entre todos. Resultado: todos comeram e ainda sobrou. É o milagre da partilha. No mundo não há falta de alimento, o que existe é a falta da partilha. Onde não se partilha, alguém acumula e muitos ficam na miséria. Onde há partilha, todos podem ter o mínimo para uma vida digna. Somente partilhando, teremos um mundo sem miséria e sem miseráveis. Se ainda há fome no mundo, é sinal de que a sociedade ainda não descobriu o valor da partilha. Ao doar sua vida pela humanidade, Jesus nos mostrou a mais sublime partilha. Na celebração do corpo e sangue de Cristo, fazemos memória dessa doação suprema do Mestre, o qual nos quer solidários com as necessidades do povo. A cena do milagre da partilha dos pães se perenizou na Eucaristia, como gesto do dom de Deus repartido entre todos, para que todos tenham vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Meditando o evangelho

ESTE É O MEU CORPO

A Eucaristia, instituída por Jesus durante a celebração da Páscoa com seus discípulos, foi colocada como um marco na vida da comunidade, de forma a não deixar cair no esquecimento os eventos de sua vida, morte e ressurreição. O Páscoa cristã, mediante a Eucaristia, seria perenizada na contínua memória da vida de Jesus. Esta memória iria convocar os discípulos para a imitação do Mestre, visando conformar a vida atual da comunidade cristã com a vida de Jesus.
O contexto pascal da ceia revestiu de simbolismo pascal os elementos da Eucaristia. O pão transformado em corpo de Cristo estaria, doravante, destinado a ser alimento da caminhada do novo povo de Deus, na sua longa marcha pelos desertos do mundo. O vinho transformado em sangue de Cristo sacramentalizaria a predileção e a proteção divinas de que era objeto a comunidade cristã, como acontecera com o antigo Israel. Os discípulos, reunidos em torno de Jesus, seriam a semente da humanidade nova, redimida pelo sangue do novo cordeiro. Eles estavam sendo convocados a ser, na história, um sinal de que Deus ama a humanidade e não cessa de manifestar, com gestos, este seu amor. O antigo líder, Moisés, estava sendo definitivamente substituído pelo Filho Jesus, na condução do verdadeiro Israel. A Eucaristia torna, pois, a vida da comunidade cristã um êxodo contínuo rumo à casa do Pai.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, possa a Eucaristia recordar-me sempre que pertenço ao povo redimido por ti e a caminho da casa do Pai.
Fonte: Dom Total em 20/06/2019

Meditando o evangelho

EUCARISTIA, FESTA DA PARTILHA

A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa.
A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
O milagre da multiplicação dos pães põe em relevo uma dimensão irrenunciável da Eucaristia: a lição da partilha. Este é seu eixo principal.
Como no deserto, tudo começa com a partilha da palavra. Jesus era incansável no seu afã de falar às multidões a respeito do Reino de Deus, revelando-lhes os mistérios, e abrindo-lhes as mentes e os corações para a grandeza inimaginável da misericórdia divina. As palavras de Jesus preenchiam um vazio na existência daquele povo, abandonado e desorientado, vagando como se fosse ovelhas sem pastor.
À partilha da palavra segue a partilha do pão. Embora, na opinião dos discípulos, fosse mais prudente despedir as multidões, para irem comprar pães nos vilarejos próximos, o Mestre julgou mais conveniente que eles mesmos providenciassem o alimento necessário, sem se importar com a quantidade de pessoas. E aconteceu o milagre: a multidão foi saciada graças à iniciativa de Jesus, e sob sua orientação.
A Eucaristia simboliza a partilha que deve acontecer no dia-a-dia do cristão. O pão-Jesus, recebido sacramentalmente, alimenta o discípulo para que esteja sempre disposto a partilhar. Seria contraditório receber Jesus eucarístico e permanecer fechado no próprio egoísmo, insensível às necessidades das outras pessoas. A festa da partilha eucarística deve ser prenúncio da festa da partilha no mundo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de solidariedade e partilha, faze-me sensível à lição eucarística da partilha, movendo-me a manifestar minha solidariedade efetiva com os pobres deste mundo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. CORPUS CHRISTI - O ALIMENTO NOVO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Entre tantas tarefas sublimes que a vocação de ser mãe confere às mulheres, há uma em especial: a alimentação que vai desde a amamentação no peito, até a idade em que se atinge o uso da razão, onde a criança é totalmente dependente da mãe, para se alimentar. O ato de alimentar um filho requer grande amor e paciência, não só entre os seres humanos, mas também entre os animais, possivelmente seja esse o ato que mais expressa o amor materno, pois sem ele simplesmente a vida não se desenvolve.
Na ótica de alguns profetas Deus é Mãe e uma das particularidades que evidencia esse amor maternal, é a proteção e assistência que Deus dá ao seu povo na travessia do deserto, sobretudo quando sacia a sua fome e sede. Sem alimento e sem água não se caminha e não se chega a lugar algum. Ao desesperado Elias, profeta que fugia da fúria da Rainha Jezabel, após ter derrotado a divindade Baal, em baixo de uma árvore, sobre uma pedra onde o mesmo tinha adormecido por causa do desânimo e do cansaço, o anjo de Deus lhe servirá Pão e água, com a advertência “Levanta-te e come, o caminho é longo!”
O maná e as codornizes, bem como a água que jorrou da pedra, para alimentar e fortalecer a caminhada do povo, o pão e a água que revigorou Elias na sua caminhada de quarenta dias pelo deserto, até o Monte Horeb onde se encontrou com Deus, viria a ser uma prefiguração do verdadeiro e novo alimento.
Caminhar é imperativo cristão de quem vive segundo a Fé e que por isso mesmo têm consciência de que é peregrino nesse mundo, há no livro de canto pastoral uma música que aprofunda o sentido da caminhada “Se caminhar é preciso, caminharemos unidos!”, em meio a essa reflexão sobre a caminhada, não posso deixar de citar meu pai, que gostava de repetir um provérbio italiano “Manjare manjare, camina sempre!” Nosso caminho não tem fim, o infinito é o nosso tempo, há entre nós um sinal de que já chegamos, embora ainda estejamos a caminho.
Esse sinal é precisamente a Eucaristia onde Cristo Jesus, mais do que nos dar um novo alimento, vai além e faz algo que escandaliza os Fariseus e Saduceus: oferece-se a si próprio em alimento, ao dizer “Quem come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele”. Comer a carne de Jesus e beber o seu sangue, só será possível se houver um sacrifício, no ritual judaico um animal morria para expiar pecados, um animal morria para render ação de graças e gratidão a Deus, mas sacrificar uma vida humana seria a maior das loucuras, contudo há nesse gesto algo muito mais do que simples heroísmo pois nele o amor atingirá a sua plenitude “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”.
Eucaristia, o Corpo e Sangue de Cristo presente na hóstia consagrada, Deus se oculta em um pedaço de pão, em um ato supremo de amor, deu a sua vida para que isso fosse possível, e ao descer do céu na forma de pão, trouxe o céu para nós. No ato de alimentar-se humano, o alimento se transforma em parte integrante do nosso ser biológico, a partir do metabolismo, no ato de alimentar-se com a Eucaristia, algo extraordinário acontece: nos transformamos no corpo de Cristo, afirma Paulo na segunda leitura de hoje. Somos o Corpo e Sangue de Cristo, nos divinizamos, a transubstanciação, de certa forma, se prolonga em todo o nosso ser, e ao nosso redor naquele momento, os anjos se ajoelham em adoração. Grande mistério, que nossos sentidos não alcançam, a não ser pela fé!
Sublime Sacramento, o maior de todos os tesouros da terra! Olhemos com ternura para a Hóstia consagrada, que nos alimenta e nos conforta, que nos inspira a caminharmos todos juntos como irmãos, pois só assim iremos romper as fronteira da morte “Quem come desse pão viverá eternamente!”.

2. Todos comeram
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Na solenidade de Corpus Christi professamos nossa fé na presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento. Um belo hino, chamado Sequência, é cantado depois da segunda leitura. Composto por Santo Tomás de Aquino, encontramos nele a expressão de nossa fé no Sacramento do Altar. Somos convidados a louvar o quanto pudermos, com ousadia, o Senhor na Eucaristia. Sua presença será sempre maior que o nosso louvor. Fazemos o que ele fez na Ceia, até que ele volte. “Faz-se carne o pão de trigo, faz-se sangue o vinho amigo. Pão e vinho, eis o que vemos, mas ao Cristo é que nós temos em tão ínfimos sinais.” Verdadeiro alimento, Cristo está inteiro tanto no vinho quanto no pão. O Senhor alimenta o nosso corpo e nos dá o pão da vida. Assim alimentados, estaremos um dia reunidos numa só família lá no céu.
Fonte: NPD Brasil em 20/06/2019

HOMILIA DIÁRIA

Demos a Jesus o culto que só a Ele pertence

Que Jesus Eucarístico seja amado, glorificado, exaltado pelo mundo inteiro, mas, sobretudo, em nosso coração, em nossa vida demos a Jesus o culto que só a Ele pertence.

Hoje, é a festa do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; é dia de Corpus Christi. Essa quinta-feira é, praticamente, a primeira depois das festas pascais, depois do tempo pascal. Ela nos remete à Quinta-feira Santa, quando o Senhor, na Última Ceia, tomou o pão em Suas mãos e disse: “Esse é o meu Corpo”; tomou da mesma forma o cálice e disse: “Esse é o meu Sangue”.
Nós estamos, hoje, depois de passada a Semana Santa e as festas pascais, dando valor, uma grande exaltação àquele presente maravilhoso que o Senhor nos deu, Seu Corpo e Seu Sangue, memorial eterno da nossa salvação.
Celebrando a Eucaristia, estamos dizendo: “Obrigado, Senhor, por Sua presença no Santíssimo Sacramento do altar, obrigado pelo Seu Corpo, obrigado pelo Seu Sangue que é força, salvação para nossa alma”.
Reconheçamos o valor desse mistério sagrado da presença real de Jesus na hóstia consagrada e no vinho consagrado. Glórias e louvores se deem, a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Que Jesus Eucarístico seja amado, glorificado, exaltado pelo mundo inteiro, mas, sobretudo, em nosso coração, em nossa vida demos a Jesus o culto que só a Ele pertence. 
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 30/05/2013

HOMILIA DIÁRIA

A Eucaristia é o mistério do amor

O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória’” (1Cor 11,23-24).

Nesta quinta-feira, fazemos memória àquela quinta-feira em que o Senhor se entregou por nós antes da Sua Paixão. Depois das festividades do tempo da Páscoa, a Igreja nos dá a graça de celebrarmos, numa quinta-feira, a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor.
É a maior dádiva que o Senhor deu à Sua Igreja, a qual vive da Eucaristia, vive do Corpo e Sangue do Senhor. A Igreja é o corpo do Senhor. A Igreja, que é o corpo místico de Cristo, alimenta seus filhos com o Corpo e Sangue do Senhor.
Temos comunhão com Deus por meio do Corpo e Sangue de Cristo. “Quem não comer a minha carne e não beber o meu sangue, não terá a vida em mim” (cf. João 6,53). Por isso, a vida da Igreja é a comunhão com Jesus na Eucaristia.
Hoje, tem um sentido festivo, nossas ruas estão enfeitadas para as procissões, os tapetes de Corpus Christi para celebrar, comemorar e engrandecer Aquele que se deu por nós, para fazermos festa a Deus e louvarmos por tamanho amor.

A vida da Igreja é a comunhão com Jesus na Eucaristia

Que Deus é esse que, além de se fazer carne, de se encarnar no meio de nós, permanece conosco dando-se na forma e na aparência do pão e do vinho? É um Deus escondido, real, vivo, verdadeiro e presente com o Seu Corpo e Sangue.
Algumas confissões cristãs não entenderam as palavras do Evangelho, professam que Jesus está presente de uma forma aparente ou que Ele é apenas um simbolismo. Mas não é isso que a Palavra de Deus fala sobre a promessa da Eucaristia, não fala sobre a presença aparente, quanto menos de uma presença de recordação.
É real, autêntica e verdadeira. Quando Jesus nos diz que é o Seu Corpo, quem vai dizer: “Jesus, não é o Seu Corpo”. Quando Ele nos diz que é o Seu Sangue, não podemos dizer: “Jesus, não é o Seu Sangue, só parece com o Seu Sangue”.
É um mistério da fé, mas não um mistério que ninguém pode saber; é mistério, porque é muito profundo, é lindo, sublime, divino e sagrado. É muito amor.
A Eucaristia é o mistério do amor. É Deus nos amando, é Deus conosco, entre nós. Adoremos Jesus na Eucaristia e, mesmo que, por algum motivo, algo o impeça de receber o Corpo e Sangue do Senhor, por algum impedimento canônico, procure adorar Jesus, procure viver na comunhão com Ele, porque ninguém pode ser impedido de adorá-Lo, amá-Lo, agradecer-Lhe e engrandecê-Lo por presente e dádiva tão sublime.
Tão sublime sacramento, voltamos para Ele todo o nosso coração e nosso amor. Glórias e louvores se deem, a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/06/2019

Oração Final
Pai Santo, nós te pedimos que a nossa comunhão com o Corpo de Cristo não seja razão de orgulho ou busca de privilégio, mas sinal de nosso compromisso com o teu Reino de Amor, de nossa decisão por seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, sem méritos nossos, mas pela tua misericórdia, nós esperamos e desejamos mergulhar no teu Mistério e experimentar a Tua Presença viva e amorosa em nós. Envia, amado Pai, por Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão, o Espírito Santo e acende em nós o fogo do teu Amor. E assim renovaremos a face da terra.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/06/2019

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