segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 23 /01/2022

ANO C


3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

O Espírito do Senhor está sobre mim”. (Lc 1,18)

Lc 1,1-4;4,14-21

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Nos reunimos para partilhar a mesma fé e partir o pão da Eucaristia. Ao lado do pão consagrado, a Palavra ocupa o centro de nossas atenções, ensinando-nos a construir o mundo novo que nasce da partilha dos bens da criação, da mesma forma como Jesus partilha seu corpo entre os membros da comunidade cristã. Hoje, em nossas celebrações, se realiza a Escritura que ouviremos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Nos reunimos para partilhar a mesma fé e partir o pão da Eucaristia. Ao lado do pão consagrado, a Palavra ocupa o centro de nossas atenções, ensinando-nos a construir o mundo novo que nasce da partilha dos bens da criação, da mesma forma como Jesus partilha seu corpo entre os membros da comunidade cristã. Hoje, em nossas celebrações, se realiza a Escritura que ouviremos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, nos reunimos no dia do Senhor para ouvir a Boa Notícia que é esta: Deus nos ama e está conosco em Jesus, na força do Espírito Santo. Ele veio para permanecer para sempre em nossas vidas e na vida do mundo! Presente o Senhor está em nossa assembleia reunida, sua Igreja, por meio de tantos dons e carismas; presente Ele está em sua Palavra que acolheremos com carinho no coração; presente também está no seu Corpo e Sangue, sacramento de sua Páscoa e certeza de nossa esperança. Nós que formamos o Corpo de Cristo nos unimos neste dia santo para cantar nosso hino de louvor e para celebrar o sacramento da oferta que Jesus fez de sua vida por nós.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O cristianismo é revelação. Deus se revela e se comunica ao homem histórico. Essa revelação-comunhão se torna presente na história através do sinal da Palavra (palavra e gesto) cujo cerne é Jesus de Nazaré, a Palavra de Deus viva encarnada. Não é tanto o esforço que o homem faz para atingir e conhecer a Deus, quanto o ato de Deus que se dá e se une ao homem.
Fonte: NPD Brasil em 27/01/2019

HOJE SE CUMPRIU A PALAVRA...

Os livros de Esdras e Neemias formam uma unidade. Relatam como foi a retomada da vida quando os judeus foram autorizados pelo edito de Ciro, em 538 a.C., a retornarem a Israel e iniciarem a reconstrução do Templo. O exílio chegara ao fim. Neemias era governador e Esdras, sacerdote e escriba. Ambos procuravam unir o povo, e o caminho foi a Palavra de Deus, a Lei. O texto relata a leitura e explicação do Livro da Lei por Esdras diante de uma grande assembleia formada de “homens, mulheres e todos os que eram capazes de compreender”.
O choro da comunidade revela a sensibilidade diante da Lei que não havia sido vivida com fidelidade. O exílio sempre fora interpretado como consequência da falta do povo perante a vontade de Deus. Agora, reunidos em torno da Palavra, a comunidade dos judeus é convidada a deixar no passado a tristeza porque um novo tempo é inaugurado, tempo de comer, de beber, de partilhar porque a alegria do Senhor é a força que conduzirá a nação.
A segunda leitura que nos é proposta serve muito bem para mostrar a solidariedade que existe na Igreja, retratada como um grande corpo cujos membros somos cada um de nós. No corpo existe sintonia e sincronia, e assim deve ser a vida comunitária. Cada membro é dotado de capacidades próprias para o bom funcionamento do corpo, assim o Espírito suscita dons diversos que devem ser usados e promovidos para o bem comum de toda comunidade.
No Evangelho, Lucas fala da solidez dos ensinamentos que nos foram transmitidos por aquelas testemunhas oculares dos acontecimentos relacionados a Cristo. A história humana é marcada pela história da nossa Salvação. Deus age através dos fatos, e Cristo não é um fantasma, mas uma Pessoa real. Nele, o Antigo Testamento encontra realização plena. Na sinagoga, Jesus lê o texto do capítulo 61 de Isaías, que trata da vocação do profeta, e o interpreta relacionando-o a si: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura que acabaste de ouvir”. De fato, o trecho bíblico em questão funciona como uma síntese de toda atividade missionária de Jesus a ser desenvolvida no Evangelho de Lucas. Ungido pelo Espírito, toda sua atividade se volta para a promoção da vida, a valorização do ser humano, especialmente os pobres e esquecidos. Por Ele veio a Salvação e a libertação definitiva de toda humanidade.
Texto: Equipe Diocesana - Diocese de Apucarana - PR
Fonte: NPD Brasil em 27/01/2019

A IGREJA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO

O Filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua morte e ressurreição, remiu o homem e transformou-o em nova criatura (cfr. Gál. 6,15; 2 Cor. 5,17). Pois, comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de todos os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o Seu Corpo.
É nesse corpo que a vida de Cristo se difunde nos que creem, unidos de modo misterioso e real, por meio dos sacramentos, a Cristo padecente e glorioso(6). Com efeito, pelo Batismo somos assimilados a Cristo; «todos nós fomos baptizados no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo» (1 Cor. 12,13). Por este rito sagrado é representada e realizada a união com a morte e ressurreição de Cristo: ; «fomos sepultados, pois, com Ele, por meio do Batismo, na morte»; se, porém, ; «nos tornamos com Ele um mesmo ser orgânico por morte semelhante à Sua, por semelhante ressurreição o seremos também (Rom. 6, 4-5). Ao participar realmente do corpo do Senhor, na fração do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com Ele e entre nós. ; «Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão» (1 Cor. 10,17). E deste modo nos tornamos todos membros desse corpo (cfr. 1 Cor. 12,27), sendo individualmente membros uns dos outros» (Rom. 12,5).
E assim como todos os membros do corpo humano, apesar de serem muitos, formam no entanto um só corpo, assim também os fiéis em Cristo (cfr. 1 Cor. 12,12). Também na edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e de funções. É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja (cfr. 1 Cor. 12, 1-11). Entre estes dons, sobressai a graça dos Apóstolos, a cuja autoridade o mesmo Espírito submeteu também os carismáticos (cfr 1 Cor. 14). O mesmo Espírito, unificando o corpo por si e pela sua força e pela coesão interna dos membros, produz e promove a caridade entre os fiéis. Daí que, se algum membro padece, todos os membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se, alegram (cfr. 1 Cor. 12,26).
A cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n 'Ele foram criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e todas n'Ele subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogênito de entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cfr. Col. 1, 15-18). Pela grandeza do Seu poder domina em todas as coisas celestes e terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e ação, enche todo o corpo das riquezas da Sua glória (cfr. Ef. 1, 18-23) (7).
Todos os membros se devem conformar com Ele, até que Cristo se forme neles (cfr. Gál. 4,19). Por isso, somos assumidos nos mistérios da Sua vida, configurados com Ele, com Ele mortos e ressuscitados, até que reinemos com Ele (cfr. Fil. 3,21; 2 Tim. 2,11; Ef. 2,6; Col. 2,12; etc.). Ainda peregrinos na terra, seguindo as Suas pegadas na tribulação e na perseguição, associamo- nos nos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, sofrendo com Ele, para com Ele sermos glorificados (cfr. Rom. 8,17).
É por Ele que «o corpo inteiro, alimentado e coeso em suas junturas e ligamentos, se desenvolve com o crescimento dado por Deus» (Col. 2,19). Ele mesmo distribui continuamente, no Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios, com os quais, graças ao Seu poder, nos prestamos mutuamente serviços em ordem à salvação, de maneira que, professando a verdade na caridade, cresçamos em tudo para Aquele que é a nossa cabeça (cfr. Ef. 4, 11-16 gr.).
E para que sem cessar nos renovemos n'Ele (cfr. Ef. 4,23), deu-nos do Seu Espírito, o qual, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres compararem a Sua ação à que o princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano(8).
Cristo ama a Igreja como esposa, fazendo-se modelo do homem que ama sua mulher como o próprio corpo (cfr. Ef. 5, 25-28); e a Igreja, por sua vez, é sujeita à sua cabeça (ib. 23-24). «Porque n'Ele habita corporalmente toda a plenitude da natureza divina» (Col. 2,9), enche a Igreja, que é o Seu corpo e plenitude, com os dons divinos (cfr. Ef. 1, 22-23), para que ela se dilate e alcance a plenitude de Deus (cfr. Ef. 3,19).
Vaticano II
Constituição Dogmática Lumen Gentium, 7
Fonte: NPD Brasil em 27/01/2019

Comentário do Evangelho

Jesus interpreta Isaías

O que dá sentido ao texto de Isaías não é tanto o fato de ter sido lido por Jesus, mas de ser interpretado por ele. O narrador oferece ao leitor condições de compreender que Jesus é o enviado do texto de Isaías e que sua palavra é profética por excelência (cf. v. 21).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito missionário, conforma minha vida com a de Jesus, colocando-me a serviço da libertação dos mais pobres e sofredores.
Fonte: Paulinas em 27/01/2013

Vivendo a Palavra

O texto define o que é evangelizar: é estar ungido pelo Espírito do Senhor; anunciar a Boa Notícia aos pobres; libertar os presos, dar a visão aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar a chegada do ano da graça. Um retrato que é de Jesus e deve ser modelo para a nossa Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/01/2013

VIVENDO A PALAVRA

O texto define o que é evangelizar: é estar ungido pelo Espírito do Senhor; é anunciar a Boa Notícia aos pobres; é restaurar a visão aos cegos, é libertar os presos e os oprimidos e proclamar a chegada do ano da graça. Um retrato que é de Jesus e deve ser modelo para toda a nossa Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/01/2019

Reflexão

QUEM É MAIS IMPORTANTE?

Utilizando-se da metáfora do corpo, Paulo nos fala sobre quem é mais importante na comunidade (1Cor 12,12-30). Assim como fez aos coríntios, ensina-nos que todos são igualmente importantes. Tal qual na comunidade de Corinto, hoje em nossas comunidades ainda vivemos o dilema da hierarquia e das disputas por cargos e status, tanto entre os membros dos grupos como entre as pastorais e os movimentos. O apóstolo nos mostra que todos podemos colaborar para o crescimento mútuo e juntos edificar o reino no mundo.
Não é difícil compreender a metáfora do corpo usada pelo apóstolo Paulo para falar da importância de cada pessoa na comunidade. Basta que observemos o nosso próprio corpo dos pés à cabeça. Cada parte tem a sua importância e função para a vida de todo o corpo. Não há disputa entre elas. Assim como o corpo humano, é formada a sociedade, a comunidade, os grupos e movimentos. Cada qual é chamado a dar a sua contribuição.
Na comunidade, por exemplo, há as pessoas que executam as tarefas pesadas, de menor destaque – são “pau para toda obra” (os pés); há aquelas atentas, que nada dizem, mas têm o dom de escutar (os ouvidos); há as mais ativas, mais capazes (as mãos); há as visionárias, intuitivas, inspiradas (os olhos). Conscientes da diversidade, não podemos menosprezar nenhum dom. Não nos é permitido marginalizar nem impedir os mais humildes de dar sua colaboração. Com efeito, do mais fraco ou menos capaz ao mais capacitado, todos são igualmente necessários na formação do corpo.
Sabedores de que Deus dá maior honra ao aparentemente mais fraco e menos digno, aprendamos a acolher a todos indistintamente, pondo em primeiro lugar os pobres e humildes. Assim, poderemos alcançar um ideal de comunidade pautada pela comunhão: solidariedade no sofrimento e nos momentos de alegria.
Não desistamos de lutar por uma comunidade fraterna, onde todos tenham o seu espaço e o seu dom valorizados. Não somos nada sozinhos. Cada membro da comunidade, pastoral ou movimento tem importância insubstituível. Não há hierarquia de méritos. Quando, por meio dos trabalhos das pastorais e dos movimentos, fazemos acontecer a vida, a graça e a esperança, a vitória é da Palavra que nos impulsiona e nos faz caminhar. Caminhemos juntos, agradecidos a Deus pelos dos que nos deu! Amém.
Benedito Antônio Bueno de Almeida, ssp
Fonte: Paulus em 27/01/2013

Reflexão

Ao longo deste ano C do calendário litúrgico, estamos lendo o Evangelho de Lucas. O texto para este domingo é constituído de duas partes bem distintas: o motivo pelo qual o autor decidiu escrever o livro; o discurso na sinagoga, com o qual Jesus define sua missão. Ao mostrar as fontes que utilizou para escrever o Evangelho, Lucas tem em mente propor a solidez dos ensinamentos dos apóstolos, apresentando ao leitor condições para conhecer Jesus. Seu objetivo, portanto, é fazer com que todos os que amam a Deus (Teófilo) percebam a solidez da mensagem. O texto apresenta Jesus frequentando a sinagoga aos sábados. Num desses encontros, fundamentado no profeta Isaías e ungido pelo Espírito, ele apresenta a essência da sua missão: libertar os pobres das condições que os escravizam. Esse é o ponto de partida para uma nova humanidade. A missão de Jesus deve ser continuada por seus discípulos e discípulas. Fazer o bem, promover a vida e ser solidário com o necessitado, eis o compromisso de todo cristão. A Igreja de Jesus é a Igreja dos que sofrem, ou como diz o papa Francisco, “a Igreja para os pobres”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 27/01/2019

Reflexão

Lucas teve a feliz ideia de deixar-nos uma Boa Notícia a respeito da vida e missão de Jesus. O texto de hoje é constituído de duas partes bem distintas: o motivo pelo qual o autor decidiu escrever o livro; o discurso na sinagoga, com o qual Jesus define sua missão. Ao mostrar as fontes que utilizou para escrever o Evangelho, Lucas tem em mente propor a solidez dos ensinamentos dos apóstolos, apresentando ao leitor condições para conhecer Jesus. Seu objetivo, portanto, é fazer com que todos os que amam a Deus (Teófilo) acolham essa bonita mensagem que nos deixou. A seguir, Jesus foi a Nazaré, e no sábado entra na sinagoga como de costume. Num desses encontros, ele apresenta, fundamentado no profeta e ungido pelo Espírito, a essência da sua missão: libertar os pobres das condições que os escravizam e os desumanizam. Esse é o ponto de partida para uma nova humanidade. A missão de Jesus deve ser continuada pelas Igrejas e por cada discípulo e discípula do Mestre. Fazer o bem, promover a vida e ser solidário com o necessitado, eis aí o compromisso de todo cristão e das pessoas de boa vontade. A Igreja de Jesus é a Igreja dos que sofrem, ou, como diz o papa Francisco, “a Igreja para os pobres”. O papa entendeu muito bem a mensagem de Jesus e procura transmiti-la à humanidade.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Meditando o evangelho

AS ESCRITURAS REALIZADAS

O texto do profeta Isaías, lido na sinagoga de Nazaré, foi usado por Jesus para explicar sua identidade e missão. O profeta, num contexto bem determinado da história de Israel, falara do Messias a ser enviado por Deus, com a tarefa de trazer libertação para a humanidade: libertar as vítimas da pobreza, os encarcerados, os cegos, os cativos de toda sorte de opressão; enfim, todos os que padeciam qualquer sorte de escravidão. Ao longo dos séculos, a esperança pela vinda deste Cristo libertador foi calorosamente acalentada no coração dos oprimidos, sem, contudo, vê-la realizada. Jesus identificou-se com a pessoa messiânica descrita pelo profeta. Sentiu-se, pois, chamado a viver o que, outrora, Isaías tinha anunciado. Sua vida deveria tomar o rumo indicado no texto profético, que também haveria de ser seu referencial inspirador. Sabia-se chamado a concretizar o projeto de Messias libertador, conforme o profeta anunciara. Por isso, colocar-se-ia a serviço de todos os deserdados deste mundo, vítimas do egoísmo, para resgatar-lhes a dignidade e inseri-los no Reino querido pelo Pai. Ao proclamar que esse texto da Escritura havia sido nele realizado, Jesus assumia um compromisso concreto de se tornar servidor dos pobres.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Oração Espírito missionário, conforma minha vida com a de Jesus, colocando-me a serviço da libertação dos mais pobres e sofredores.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A PALAVRA ENCARNADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Ao visitar Nazaré, cidade onde havia se criado, Jesus foi participar de uma celebração na sua comunidade, onde sempre fazia uma leitura e depois ajudava o povo a refletir, como fazem hoje nossos ministros leigos, que celebram a Palavra.
Podemos até imaginar a alegria do chefe da sinagoga quando viu Jesus chegar, ele era muito querido na comunidade, não só por ser uma pessoa simples, mas porque falava muito bem e demonstrava uma sabedoria superior aos sacerdotes, escribas e fariseus, sua catequese era bem prática e logo cativava. Por isso, ao vê-lo entrar na comunidade, o chefe da sinagoga foi logo pedindo para que ele fizesse uma leitura, porque parece que, como acontece me nossas comunidades, naquele dia o leitor escalado não apareceu.
Jesus escolheu o livro do profeta Isaias que era o seu preferido, porque já o havia lido várias vezes e tinha a nítida impressão de que o texto falava dele.
Conforme Lucas que escreveu este evangelho de maneira ordenada e após muito estudo, por este tempo Jesus estava iniciando o seu ministério, já havia sido batizado e enfrentara com muita coragem o diabo, que no deserto tentou desviá-lo da sua missão.
A verdade é que Jesus tinha uma grande vontade de sair pelo mundo, ajudando as pessoas e falando de uma coisa que sentia em seu coração, foi com certeza por isso que naquele dia voltou à comunidade, e quando já no ambão, começou a ler o profeta Isaias, na passagem onde diz “O Espírito do senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para levar a Boa notícia aos pobres, anunciar a libertação aos cativos e aos cegos e anunciar um ano de graças do Senhor”, seu coração começou a bater mais forte, percebeu que Deus não apenas falava para ele, mas falava dele, da sua vida, da sua história e da sua missão. Ele já havia sentido muito forte a presença desse Espírito de Deus no dia do seu batismo, e no confronto com o diabo no deserto, sentiu toda a força que o espírito lhe dava.
Nessa celebração as coisas ficaram muitas claras para ele: a libertação com que tanto sonhava junto com seu povo, ia muito além de uma libertação política, a palavra tinha a força de libertar o homem também e principalmente do mal que havia no coração, e que impedia de amar a Deus e aos irmãos. A opressão e a escravidão do seu povo era conseqüência de todo esse mal que havia dentro de cada homem, não só dos opressores. Precisava dizer isso aos pobres, aos cegos e oprimidos, que um tempo novo estava começando, com essa verdade que o Pai revelara através do profeta.
Todos olhavam fixamente para ele à espera da homilia, o mesmo espírito que o havia ungido acabara de transformá-lo na palavra Viva de Deus e por isso, sentando-se como faziam os grandes Mestres, disse: “Hoje se cumpriu essa passagem que acabastes de ouvir”
Também nós cristãos freqüentamos a celebração da palavra em nossas comunidades onde as leituras, mais do que falar para nós falam de nós, pois a história de Jesus é a nossa história, também nós recebemos a graça de Deus em nosso batismo, também nós recebemos a unção do Espírito Santo, não para termos ataques de histeria e entrarmos em transe, mas para termos a mesma coragem de Jesus para cumprir a nossa missão, anunciar a boa notícia aos pobres, oferecer a palavra libertadora a quem está cego e cativo, e falar de um tempo novo onde Deus manifesta todo o seu amor ao homem que o busca.
Para que haja essa interação entre nós e a palavra, é necessário que nossas celebrações sejam bem participadas e preparadas, de maneira bem organizada pensando em todos os detalhes e aí podemos apreender com o escriba Esdras que na primeira leitura nos oferece um ótimo roteiro para celebração da palavra de Deus, onde a assembléia, tocada pela palavra, corresponde com gestos que manifestam o que está no coração, diferente da liturgia do “oba-oba”, muito usada para se atrair multidões, e que ás vezes, com tantos gestos e movimentos, acaba ficando vazia justamente por não ser uma manifestação espontânea do que se tem no coração tocado pela palavra de Deus.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
Fonte: NPD Brasil em 27/01/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Acusações e Oposição
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nova acusação contra Jesus, agora são os Escribas que já nem sabem o que estão falando, acusam Jesus de estar unido a Belzebú ou Satanás, para expulsar os demônios dos que estavam possessos. A postura dos Escribas nos lembra um termo bastante verdadeiro, que se usa na política mais quem sentido amplo: Oposição burra!
A oposição é importante pois nos ajuda a perceber nossos erros e isso nos faz crescer, mas quando se trata de uma oposição inteligente que aponta os erros e equívocos cometidos por alguém, assim deveria ser na política entre Situação e Oposição, mas não é e nunca será...Até mesmo em nossas comunidades essa postura dos Escribas acontece. Quando não vamos com a cara do Coordenador, ou do Padre, ou do Diácono ou Ministro, ele pode até fazer chover, que vamos ser contra.
No caso das comunidades, uma oposição inteligente faz a correção fraterna, mas uma oposição burra só destrói e causa divisões, isso é pecado grave contra a Igreja! Jesus faz o Bem ao expulsar demônios das pessoas que estavam sofrendo, mas seus opositores os Escribas deturpam a sua ação libertadora atribuindo-a a Satanás. O desejo pérfido de Satanás é sempre possuir e dominar as pessoas e não libertá-las, isso é, o Mal se associa ao Mal, para fazer o Mal e jamais o Bem e pensar o contrário é burrice...
Tem gente que não é contra Jesus mais não o aceita e nem o assume como único Deus e Senhor, em se tratando de Jesus, não basta não ser contra, é preciso fazer por ele uma opção radical e assim comprometer-se com todos os valores do evangelho, viabilizando a prática do bem.
Nossas comunidades são essa casa protegida pelo Homem Forte que é Vencedor por excelência, Satanás só consegue infiltrar-se na comunidade, quando alguém que se diz cristão, agindo como o Escribas, se coloca contra o Evangelho, traindo o ideal Cristão e permitindo que se crie divisões provocadas pela inveja, intriga e calúnia.

2. Se um reino se divide internamente, ele não consegue manter-se
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os escribas diziam que Jesus expulsava demônios pelo poder do chefe dos demônios. Segundo outros evangelistas, Jesus tinha acabado de curar um homem surdo-mudo. Os escribas de Jerusalém não se alegraram com a cura do homem. Ao contrário, passaram a acusar Jesus. Ele então responde com um argumento que mostra a centralidade do ser humano. Se ele expulsa Satanás com o poder de Satanás, o demônio está lutando contra si mesmo e acaba se destruindo. Quem perde, então, é o demônio. Isto não é bom? Não é isto que queremos? Vale sempre a pena ter o ser humano curado e restaurado, mesmo se isso for feito pelo diabo. A realidade, porém, é mais profunda. O que está faltando aos escribas é o amor, é a presença do Espírito Santo no coração deles. Eles não se alegram com a cura do homem possesso, por isso a sua blasfêmia não é contra Jesus, mas contra o Espírito Santo.
Fonte: NPD Brasil em 27/01/2019

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 27/01/2019

HOMILIA DIÁRIA

O início do anúncio da Boa Nova aos pobres

Postado por: homilia
janeiro 27th, 2013

Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: “O tempo se cumpriu e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho”.
São Marcos registra o início do ministério de Jesus com um fato histórico-temporal, no qual, depois de João ter sido preso, o versículo 13 terminou dizendo que Jesus foi tentado por Satanás, foi servido pelos anjos e não diz mais nada.
O Evangelho de Lucas, de maneira exclusiva, apresenta esta cena, na sinagoga de Nazaré, como sendo a fala inaugural e programática de Jesus, em seu ministério. Ao mencionar que Jesus ensinava “nas sinagogas deles”, Lucas sugere que o Senhor não se identificava com eles.
A Bíblia registra que, antes da primeira época no ministério na Galileia, Jesus ministrou em Jerusalém e na Judeia (Jo 1,19-3,36).
Cristo faz uma escolha em Seu ministério, Ele deixa Jerusalém e a região da Judeia, que era o centro político-religioso de Israel, e passa a ministrar na Galileia, região pobre e esquecida. Jesus fez a “opção Galileia”, deixa os grandes centros de poder e influência, e realiza Sua obra entre os marginalizados e esquecidos da região mais pobre da Palestina.
Portanto, as narrativas de milagres de Jesus, ao longo de seu ministério, são a expressão deste programa inaugural. É a prática libertadora dos oprimidos e excluídos, carentes e doentes, restaurando-lhes a dignidade e a vida, integrando-os na vida comunitária e social.
Como cristãos e cristãs, somos chamados a ser continuadores deste programa, pois Ele nos convidou a segui-Lo: “Se alguém quiser seguir-me, pegue a sua cruz todos os dias e siga-me”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 27/01/2013

HOMILIA DIÁRIA

Reacendamos a graça do Espírito que paira sobre nós

Precisamos, com Jesus e n’Ele, reacender a unção da graça que está sobre nós

“Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza” (Lucas 4,14).

Queremos contemplar a ação do Espírito na vida de Jesus, um Homem conduzido pelo Paráclito todos os dias de Sua vida. Foi o Espírito que levou Jesus ao deserto, e lá Ele viveu esse grande retiro de preparação para a Sua vida e missão. Foi o Espírito de Deus que batizou e conduziu Jesus à vida pública, Ele que voltou da Galileia e iniciou a Sua missão por toda aquela região.
Quando Jesus entrou numa sinagoga, era dia de sábado. Ele abriu o livro do profeta Isaías, o livro sagrado, e tomou posse dessa Palavra e dessa verdade: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou”. O Espírito, de fato, estava com Ele, e Ele queria andar sempre conduzido por esse Espírito.
Precisamos tomar posse dessa verdade, porque o Paráclito está sobre nós, Ele repousa sobre nós. Tornamo-nos templo, lugar da morada de Deus, mas deixamos essa graça arrefecer, não tomamos posse dessa verdade, não nos deixamos ser guiados nem conduzidos pelo Espírito que nos ungiu. É na unção que precisamos viver, pregar, anunciar e viver na unção, precisamos que a unção nos dê consciência dos nossos pecados e nos leve para frente.
A unção não nos paralisa, a unção de Deus nos reaviva e nos dá a graça de caminharmos sempre na direção do Senhor. O que fazemos com a chama da graça? O que fazemos com a unção que recebemos de Deus? O que fazemos com a graça do Espírito de Deus que paira sobre nós?
Precisamos com Jesus e n’Ele reacender a unção da graça que está sobre nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/01/2019

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de que no momento em que iniciamos nosso processo de conversão – que dura a vida toda – nós nos tornamos arautos do Evangelho. Que o Espírito esteja em nós e nos faça testemunhas do teu Amor inefável a todos os teus filhos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/01/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a consciência de que no momento em que iniciamos nosso processo de conversão – que dura a vida toda – nós nos tornamos arautos do Evangelho. Que o Espírito esteja em nós e nos faça testemunhas do teu Amor inefável a todos os teus filhos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/01/2019

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