quarta-feira, 16 de setembro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 16/09/2020

ANO A


Lc 7,31-35

Comentário do Evangelho

Falta discernimento.

O trecho anterior ao evangelho da liturgia de hoje é o episódio em que João Batista, da prisão, envia seus discípulos a Jesus para perguntar se, de fato, ele era o Messias prometido. Jesus responde a João citando o profeta Isaías (Lc 7,18-23). A pergunta de João mostra a sua dificuldade de discernir e compreender os sinais que revelam a identidade profunda de Jesus. A resposta de Jesus citando Isaías é suficiente para que João compreenda que, efetivamente, o “hoje” da salvação se realiza na pessoa de Jesus, no seu ensinamento e nos seus gestos. Toda a atividade do Batista visava à conversão das pessoas em vista da chegada do Messias. O movimento de João Batista ganhou muitos adeptos, mas também sofreu muita resistência (cf. Lc 7,29-30). No movimento de aceitação/rejeição de João Batista é prefigurada a aceitação/rejeição de Jesus. Trata-se, aqui, de aceitar ou rejeitar o desígnio salvífico de Deus. A incredulidade dos chefes do povo é criticada. Ela ilustra a rejeição da missão e da mensagem de Jesus por parte das autoridades religiosas. Falta a eles o discernimento para, em meio às vicissitudes do tempo, conhecerem a graça de Deus manifestada na pessoa de Jesus Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, purifica-me de toda forma de orgulho que me leva a desprezar meu semelhante e a julgar-me superior a ele. Como Jesus, desejo estar próximo de quem se afastou de ti.
Fonte: Paulinas em 17/09/2014

Vivendo a Palavra

A geração do tempo de Jesus se parece com a nossa: quando ouvimos as palavras de Vida do Evangelho, elas nos emocionam e até nos enchemos de boas intenções, mas logo as esquecemos. Com o coração de pedra, continuamos adiando o início do nosso processo de conversão. Até quando?
Fonte: Arquidiocese BH em 17/09/2014

vIVENDO A PALAVRa

Hoje, nós continuamos como os meninos naquelas praças: ansiosos, vazios, insatisfeitos, sem vontade de cantar, dançar, até mesmo de chorar… vivemos sem ânimo, sempre em busca de alguma coisa que dê um sentido para a vida, de uma razão que nos encha de entusiasmo. Jesus nos mostra o Caminho, a Verdade e a Vida. Nele encontramos a Alegria e a Paz.

Reflexão

Todos nós somos cristãos, e muitas vezes nos orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos nos questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de práticas religiosas, mas não vivemos o essencial: não somos capazes de amar, não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em nossos ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas vidas, e a sabedoria fica longe de nós.
Fonte: CNBB em 17/09/2014

Reflexão

Crianças birrentas ficam emburradas e ninguém consegue fazê-las entrar na brincadeira. Imagem escolhida por Jesus para classificar seus conterrâneos. Permaneceram indiferentes e inertes, seja diante da pregação de João Batista, seja com relação à obra libertadora de Jesus. Chamaram João Batista de louco, e apelidaram Jesus de “amigo de cobradores de impostos e pecadores”. Nada os fez sair de seu comodismo. O recado de Jesus atingia sobretudo os líderes religiosos, que não acolheram Jesus e seu Reino de justiça; pior: impediam o povo de seguir os passos do Mestre. As pessoas simples, porém, os cobradores de impostos e os pecadores aceitaram Jesus, o Enviado de Deus. Somente os “filhos” da Sabedoria reconhecem e acolhem o Messias em sua maneira simples de agir.
Oração
Ó Jesus, comparas “as pessoas desta geração”, principalmente os dirigentes do povo, a crianças manhosas: nada as satisfaz. Põem defeito no Batista e no Messias. Típica atitude de quem não quer assumir nenhum compromisso. Ainda bem que ao menos os pequeninos estão abertos aos planos de Deus. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Se Jesus lhe aparecesse agora, como reagiria? - Tem consciência de que Ele se faz presente em sua vida de tantos modos? Cite algum. - Será que o mundo tem melhorado? Em que aspectos? - É fácil contentar a todos? - Procura pelo menos fazer a sua parte e seguir sua consciência de cristão(ã) consciente?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 17/09/2014

Meditando o evangelho

ATITUDES CONTRADITÓRIAS

O modo como era tratado por seus contemporâneos deixava Jesus irritado. A má vontade deles levava-os a interpretar mal tudo o que o Mestre fazia. De forma alguma, deixavam-se convencer pelo messianismo de Jesus, mesmo vendo seus milagres e prodígios.
Uma das atitudes de Jesus, censurada por eles, era sua solidariedade com os pecadores e as pessoas marginalizadas pela sociedade. Jesus não se envergonhava de ser visto na companhia desse tipo de gente, nem de sentar-se à mesa com ela. Sua atitude fundava-se numa profunda consciência de ter sido enviado para trazer a salvação, mormente aos pecadores. Sendo assim, seu tempo deveria ser gasto com estes e não com quem  pensava ter assegurada sua própria salvação. Jesus estava com quem o Pai queria que ele estivesse. Ele não haveria de mudar de comportamento por causa das críticas e das maledicências alheias.
Entretanto, o Mestre percebia na reação de seus críticos uma raiz viciada: no fundo,  não queriam mesmo era se converter. Qualquer quer fosse a atitude de Jesus, teriam motivos para rejeitá-lo.
João, em sua austeridade de vida, fora chamado de possesso. Jesus, que vivia sem preconceitos, era chamado de glutão e beberrão.
A condenação desses inimigos do Mestre seria conseqüência de sua má vontade, que os levava a fechar-se à salvação oferecida por Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a ser solidário com os pecadores e marginalizados, de modo a manifestar-lhes a misericórdia de Deus.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Alegria e Graça
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Meninos sentados na praça e que gritam aos outros "Tocamos flauta e não cantais, cantamos uma lamentação e não chorais..."
Com essa expressão talvez estranha para nós, Jesus diz uma grande verdade: queremos sempre que as pessoas dancem conforme a nossa música, isso é, que pensem e ajam como nós, e se for uma religião ou até mesmo aspecto cultural, que não mudem nada e nem venham com coisas novas.
João Batista, o Precursor de Jesus, tinha algo novo a anunciar, mas como vivia de um jeito meio estranho e não se alimentava, diziam que ele estava possesso de um demônio. (Qualquer fenômeno que não conseguimos definir, atribui-se ao demônio).
Jesus de Nazaré é diferente de João Batista, aliás, não se encaixa no perfil de Messias anunciado, em vez de acabar com os pecadores e homens maus, tem amizade com eles, senta-se para tomar refeição com eles, e come e bebe com eles. Por isso o rotularam de comilão e beberrão.
E assim, o Novo que se encarnou em meio a humanidade, acabou rejeitado justamente porque era humano demais. Esse evangelho traz um forte apelo á conversão, mas o que é a conversão? Justamente purificar o olhar e o coração, para ver e sentir a presença de Jesus e do seu Reino nas pessoas e nos acontecimentos da história e da nossa vida. Mas tenhamos cautela, Jesus não está formatado do jeito que nós queremos e o imaginamos, a conversão interior é primeiramente dom de Deus, que vem com a Graça oferecida em Jesus.
Quando olhamos o mundo e as pessoas com os olhos de Jesus, não exigimos que as pessoas "dancem só conforme a nossa música", pois o Reino a todos renova e se refaz nas virtudes e nos valores que cada um tem e disponibiliza para os irmãos e irmãs.

2. A sabedoria é reconhecida por todos os seus filhos - Lc 7,31-35
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O capítulo sétimo de Lucas é marcado pela afirmação: “Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo”. Em quatro relatos, Lucas nos faz ver em Jesus a revelação da misericórdia salvadora de Deus: a cura do servo do centurião, a ressurreição do filho da viúva de Naim, João Batista; em seguida, o texto de hoje é um comentário à atitude negativa dos fariseus e dos doutores da Lei diante da oferta divina de salvação proposta por João e por Jesus; e, por fim, há o relato da pecadora perdoada. As gerações se parecem. Não há muita novidade debaixo do sol. A sabedoria, porém, se deixa ver naqueles que a acolhem. As pessoas se contradizem com desculpas para não aceitarem o que não lhes agrada. Com dificuldade assumem para valer um projeto que supõe a renúncia de si mesmo. Com questões secundárias criticam quem propõe algo para não aceitar o que é proposto. No entanto, os que acolheram Jesus, a Sabedoria do Pai, demonstram na prática que o projeto de Deus é a contínua construção do mundo. Daí a importância da sabedoria também naqueles que se dispõem a trabalhar no projeto de Jesus em favor da humanidade. É sábio quem tem juízo e bom senso nas decisões que toma, e sabe distinguir entre o transitório e o permanente. “A sabedoria é reconhecida por todos os seus filhos.”

HOMILIA

GERAÇÃO MÁ E INGRATA

Jesus Cristo está diante da multidão que o cerca para ouvi-lo pura e simplesmente sem saberem qual deve ser o grau de pertença ao reino de Deus. Engraçado é notar que as pessoas que o escutavam eram de renome na matéria da religião. Eram chefes religiosos do judaísmo.
Jesus começou assim a sua pregação Convertei-vos porque o Reino dos céus está próximo (Mt 4,17). João Baptista, seu precursor, tinha começado da mesma maneira: Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo (Mt 3,2). E agora o Senhor censura-os porque eles não se querem converter, quando o Reino dos céus está próximo, este Reino dos céus do qual Ele próprio disse que não vem de maneira visível e também que ele está no meio de vós (Lc 17, 20-21).
Na parábola, o Mestre compara a geração a um grupo de crianças que tenta se comunicar com outro grupo, com brincadeiras de alegria ou de tristeza, porém o outro grupo não corresponde, fecha os olhos, a boca e ouvidos para não ouvir, falar e ver acabando por regeitar todas as tentativas de diálogo com as outras. Por isso: com quem posso comparar as pessoas de hoje? Com quem elas são parecidas?
A pequena parábola dos dois grupos de crianças que disputam nas praças é dirigida a "esta geração". Esta expressão indica uma censura ao povo de Israel de coração duro, conforme a tradição profética. Mas não só! Assim como Jesus censurou a geração do tempo de João Batista assim continua falando hoje: A quem hei-de comparar esta geração. Nós tocamos músicas de casamento, mas vocês não dançaram! Cantamos músicas de sepultamento, mas vocês não choraram. Estamos diante de pessoas que se alegram com o sofrimento dos outros. Não conseguem chorar com os que choram, sorrir com os que sorriem, comer com os que comem, viver com os que vivem. Uma sociedade fechada no seu casul. As pessoas só pensam nos seus interesses e não querem saber nada sobre os outros. O bem, a confiança, a justiça, a fraternidade, a comunhão, o amor, o respeito pela pessoa e pelo que é alheio desapareceram entre as pessoas. Muitos homens e mulheres não se querem converter, não querem abandonar a vida do pecado.
Ao João Batista de hoje faz o seu anúncio da conversão de maneira austera, como um asceta, é chamado de louco. E os ministros sagrados que agem na pessoa de Jesus, que na simplicidade, humildade e solidariedade se abeiram do pobre, do excluído, doente e abandonado chamam-no de pecadores e publicanos, e é chamado de comilão e beberrão.
A sociedade se esquece que, para Jesus o Reino dos céus é para os simples e humildes, que Jesus chama de pobres em espírito. A razão é porque os pobres, pecadores e excluídos, não são escravos da riqueza e do poder, e consequentemente, acolhem o convite à conversão tanto feita por João Batista quanto por Jesus e continuada pelos discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Que tu meu irmão, minha irmã tenhas a prudência de aceitar as advertências de Jesus, para não deixares escapar e passar o tempo da sua missão, este tempo no qual estamos, durante o qual Ele poupa mais uma vez a tua vida. Ela é poupada, é para que te convertas, e que ninguém seja condenado. Porque não sabes quando virá o fim do mundo deves viver o tempo da graça, o tempo da salvação, o tempo da fé. Caso contrário, Jesus gritará bem alto nos teus ouvidos: com quem posso comparar esta geração?
Pai purifica-me de toda forma de orgulho que me leva a desprezar meu semelhante e a julgar-me superior a ele. Como Jesus, desejo estar próximo de quem se afastou de ti.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia Diária em 17/09/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

A caridade nos ajuda a vencer a inveja, a vaidade e o orgulho

A caridade nos ajuda a sermos benignos uns com os outros e a vencermos a inveja, a vaidade e não sermos tomados pelo veneno do orgulho.

Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine” (I Coríntios 13, 1).

Nós hoje meditamos a carta suprema de São Paulo sobre o dom mais sublime e mais alto: o dom do amor, do amor caridade. Nós podemos ter muitos dons, talentos, capacidades para isso e para aquilo. Podemos cantar bem, pregar bem, falar bem, ser cheios de reconhecimento por aquilo que sabemos fazer. Podemos ter muitos tesouros, muitas aspirações, mas se não tivermos o dom essencial, que é o amor dentro de nós, nada seremos!
Aqui não se trata de um amor qualquer, não é um amor paixão, não é o amor fugaz, não é o amor momentâneo. É o amor supremo, é o amor que vem do coração de Deus, é o amor caridade, é o amor que está acima dos dons e da capacidade humana. Porque precisamos da fé e da esperança para chegar até Deus! Todavia, a fé vai ser substituída pelo encontro com o próprio Deus; a esperança vai nos fazer chegar até Ele e vai passar, mas a caridade não, ela jamais passa, ela permanece para sempre!
Sim, a caridade é a única coisa que vai nos restar no fim de tudo; no entardecer da vida, no momento único do nosso encontro eterno com Deus, só a caridade vai nos salvar! A caridade como dom e amor supremo, que vem do coração de Deus, nos ajuda a sermos pacientes, nos ajuda a suportarmos as dificuldades e as tribulações. A caridade nos ajuda a sermos benignos uns com os outros e a vencermos a inveja, a vaidade e não sermos tomados pelo veneno do orgulho.
Sim, o amor caridade não é inconveniente, não é interesseiro, não é movido pela cólera, pelo rancor, pela raiva e não guarda ressentimento. A caridade tudo perdoa, tudo apaga, tudo renova (cf. I Cor 13, 4-7). A caridade nos cura, nos liberta, nos dá uma nova visão, um novo olhar, um novo coração.
Se nós precisamos de um batismo nesta vida é do batismo da caridade, que vem do coração de Deus. Ela [caridade] nos renova por dentro e por fora, faz de nós homens novos, mulheres renovadas e, assim, nós somos capazes de fazer o bem até a quem nos faz o mal, nós somos capazes de falar bem até de quem fala mal de nós. Por isso ela não é um sentimentalismo, não é um sentimento qualquer; a caridade, o amor caridade, vem do coração de Deus! Que nós hoje sejamos renovados por esse dom sublime.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
(Canção Nova – 17 SET 2014)

Oração Final
Pai Santo, que a Boa Notícia do Reino nos ajude a fazer a opção radical de vida pelo Amor. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, passou pela vida fazendo o bem a todos, entregou-se à missão até a morte de cruz, mas Tu o ressuscitaste. Por Ele, que reina contigo na unidade do Espírito.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/09/2014

oRAÇÃO FINAl
Pai misericordioso, que plantaste em nossos corações o precioso embrião do Amor, ensina-nos a arte de cultivar carinhosamente essa sementinha, para que ela germine, cresça, dê frutos e que possamos partilhá-los com a comunidade. Ajuda-nos, amado Pai, a seguir os passos de Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive na unidade do Espírito Santo.

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