quarta-feira, 17 de setembro de 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/09/2014

ANO A


Lc 7,31-35

Comentário do Evangelho

Falta discernimento.

O trecho anterior ao evangelho da liturgia de hoje é o episódio em que João Batista, da prisão, envia seus discípulos a Jesus para perguntar se, de fato, ele era o Messias prometido. Jesus responde a João citando o profeta Isaías (Lc 7,18-23). A pergunta de João mostra a sua dificuldade de discernir e compreender os sinais que revelam a identidade profunda de Jesus. A resposta de Jesus citando Isaías é suficiente para que João compreenda que, efetivamente, o “hoje” da salvação se realiza na pessoa de Jesus, no seu ensinamento e nos seus gestos. Toda a atividade do Batista visava à conversão das pessoas em vista da chegada do Messias. O movimento de João Batista ganhou muitos adeptos, mas também sofreu muita resistência (cf. Lc 7,29-30). No movimento de aceitação/rejeição de João Batista é prefigurada a aceitação/rejeição de Jesus. Trata-se, aqui, de aceitar ou rejeitar o desígnio salvífico de Deus. A incredulidade dos chefes do povo é criticada. Ela ilustra a rejeição da missão e da mensagem de Jesus por parte das autoridades religiosas. Falta a eles o discernimento para, em meio às vicissitudes do tempo, conhecerem a graça de Deus manifestada na pessoa de Jesus Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, purifica-me de toda forma de orgulho que me leva a desprezar meu semelhante e a julgar-me superior a ele. Como Jesus, desejo estar próximo de quem se afastou de ti.

Vivendo a Palavra

A geração do tempo de Jesus se parece com a nossa: quando ouvimos as palavras de Vida do Evangelho, elas nos emocionam e até nos enchemos de boas intenções, mas logo as esquecemos. Com o coração de pedra, continuamos adiando o início do nosso processo de conversão. Até quando?

Reflexão

Todos nós somos cristãos, e muitas vezes nos orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos nos questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de práticas religiosas, mas não vivemos o essencial: não somos capazes de amar, não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em nossos ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas vidas, e a sabedoria fica longe de nós.

Recadinho


Se Jesus lhe aparecesse agora, como reagiria? - Tem consciência de que Ele se faz presente em sua vida de tantos modos? Cite algum. - Será que o mundo tem melhorado? Em que aspectos? - É fácil contentar a todos? - Procura pelo menos fazer a sua parte e seguir sua consciência de cristão(ã) consciente?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

ATITUDES CONTRADITÓRIAS

O modo como era tratado por seus contemporâneos deixava Jesus irritado. A má vontade deles levava-os a interpretar mal tudo o que o Mestre fazia. De forma alguma, deixavam-se convencer pelo messianismo de Jesus, mesmo vendo seus milagres e prodígios.
Uma das atitudes de Jesus, censurada por eles, era sua solidariedade com os pecadores e as pessoas marginalizadas pela sociedade. Jesus não se envergonhava de ser visto na companhia desse tipo de gente, nem de sentar-se à mesa com ela. Sua atitude fundava-se numa profunda consciência de ter sido enviado para trazer a salvação, mormente aos pecadores. Sendo assim, seu tempo deveria ser gasto com estes e não com quem pensava ter assegurada sua própria salvação. Jesus estava com quem o Pai queria que ele estivesse. Ele não haveria de mudar de comportamento por causa das críticas e das maledicências alheias.
Entretanto, o Mestre percebia na reação de seus críticos uma raiz viciada: no fundo, não queriam mesmo era se converter. Qualquer quer fosse a atitude de Jesus, teriam motivos para rejeitá-lo.
João, em sua austeridade de vida, fora chamado de possesso. Jesus, que vivia sem preconceitos, era chamado de glutão e beberrão.
A condenação desses inimigos do Mestre seria conseqüência de sua má vontade, que os levava a fechar-se à salvação oferecida por Deus.
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a ser solidário com os pecadores e marginalizados, de modo a manifestar-lhes a misericórdia de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA 17 DE SETEMBRO-QUARTA


Pai,
purifica-me de toda forma de orgulho
que me leva a desprezar meu semelhante
e a julgar-me superior a ele.
Como Jesus, desejo estar próximo
de quem se afastou de ti.

HOMILIA
GERAÇÃO MÁ E INGRATA Lc 7,31-35
Jesus Cristo está diante da multidão que o cerca para ouvi-lo pura e simplesmente sem saberem qual deve ser o grau de pertença ao reino de Deus. Engraçado é notar que as pessoas que o escutavam eram de renome na matéria da religião. Eram chefes religiosos do judaísmo.
Jesus começou assim a sua pregação Convertei-vos porque o Reino dos céus está próximo (Mt 4,17). João Baptista, seu precursor, tinha começado da mesma maneira: Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo (Mt 3,2). E agora o Senhor censura-os porque eles não se querem converter, quando o Reino dos céus está próximo, este Reino dos céus do qual Ele próprio disse que não vem de maneira visível e também que ele está no meio de vós (Lc 17, 20-21).
Na parábola, o Mestre compara a geração a um grupo de crianças que tenta se comunicar com outro grupo, com brincadeiras de alegria ou de tristeza, porém o outro grupo não corresponde, fecha os olhos, a boca e ouvidos para não ouvir, falar e ver acabando por regeitar todas as tentativas de diálogo com as outras. Por isso: com quem posso comparar as pessoas de hoje? Com quem elas são parecidas?
A pequena parábola dos dois grupos de crianças que disputam nas praças é dirigida a "esta geração". Esta expressão indica uma censura ao povo de Israel de coração duro, conforme a tradição profética. Mas não só! Assim como Jesus censurou a geração do tempo de João Batista assim continua falando hoje: A quem hei-de comparar esta geração. Nós tocamos músicas de casamento, mas vocês não dançaram! Cantamos músicas de sepultamento, mas vocês não choraram. Estamos diante de pessoas que se alegram com o sofrimento dos outros. Não conseguem chorar com os que choram, sorrir com os que sorriem, comer com os que comem, viver com os que vivem. Uma sociedade fechada no seu casul. As pessoas só pensam nos seus interesses e não querem saber nada sobre os outros. O bem, a confiança, a justiça, a fraternidade, a comunhão, o amor, o respeito pela pessoa e pelo que é alheio desapareceram entre as pessoas. Muitos homens e mulheres não se querem converter, não querem abandonar a vida do pecado.
Ao João Batista de hoje faz o seu anúncio da conversão de maneira austera, como um asceta, é chamado de louco. E os ministros sagrados que agem na pessoa de Jesus, que na simplicidade, humildade e solidariedade se abeiram do pobre, do excluído, doente e abandonado chamam-no de pecadores e publicanos, e é chamado de comilão e beberrão.
A sociedade se esquece que, para Jesus o Reino dos céus é para os simples e humildes, que Jesus chama de pobres em espírito. A razão é porque os pobres, pecadores e excluídos, não são escravos da riqueza e do poder, e consequentemente, acolhem o convite à conversão tanto feita por João Batista quanto por Jesus e continuada pelos discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Que tu meu irmão, minha irmã tenhas a prudência de aceitar as advertências de Jesus, para não deixares escapar e passar o tempo da sua missão, este tempo no qual estamos, durante o qual Ele poupa mais uma vez a tua vida. Ela é poupada, é para que te convertas, e que ninguém seja condenado. Porque não sabes quando virá o fim do mundo deves viver o tempo da graça, o tempo da salvação, o tempo da fé. Caso contrário, Jesus gritará bem alto nos teus ouvidos: com quem posso comparar esta geração?
Pai purifica-me de toda forma de orgulho que me leva a desprezar meu semelhante e a julgar-me superior a ele. Como Jesus, desejo estar próximo de quem se afastou de ti.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

Oração Final

Pai Santo, que a Boa Notícia do Reino nos ajude a fazer a opção radical de vida pelo Amor. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, passou pela vida fazendo o bem a todos, entregou-se à missão até a morte de cruz, mas Tu o ressuscitaste. Por Ele, que reina contigo na unidade do Espírito.

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