domingo, 5 de julho de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/07/2020

ANO A


14º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano A - Verde

“Pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Mt 11,25-30

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia deste décimo quarto Domingo do Tempo Comum, nos mostrará Jesus que olhando ao seu redor vê muitas pessoas vivendo de um modo cansado. Pessoas para quem a vida é um fardo pesado e que precisam fazer malabarismos para conseguirem sobreviver. A estes, Jesus diz: “Vós que estais cansados, vinde a mim”. Se alguém está cansado, se a vida está sendo um fardo pesado de ser vivida, somos convidados, hoje, a acolher o convite de Jesus e colocar a própria vida no seu Sagrado Coração.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este é o dia do Senhor: dia de encontro com Ele e com os irmãos e irmãs, de encontro com a família. Cansados e fatigados pela semana que passou, atendemos ao convite do Bom Pastor: Ele nos atrai para si, conduzindo-nos para nos alimentar com sua Palavra, seu Corpo e Sangue, e assim participarmos da sua própria Vida. Bendigamos ao Senhor por todas as bênçãos que Ele nos concede e elevemos nosso hino de louvor e gratidão.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A presente liturgia mostra-nos Jesus que olhando ao seu redor vê muitas pessoas vivendo de um modo cansado. A estes, diz: “Vós que estais cansados, vinde a mim”. Quando abatidos pelos pesados fardos da existência, Deus é único refúgio.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este é o dia do Senhor: dia de encontro com Ele e com os irmãos e irmãs; dia de reunir a família de Deus. Cansados e fatigados pela semana que passou, atendemos ao convite do Bom Pastor: Ele nos atrai para si, conduzindo- nos para nos alimentar com sua Palavra, seu Corpo e Sangue, para assim participarmos da sua própria Vida. Bendigamos ao Senhor por todas as bênçãos que Ele nos concede e elevemos a Ele nossos cantos de louvor e de ação de graças.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Nós sabemos que Deus se revela a todos, mas os sábios tornam muitas vezes ineficaz a revelação de Deus. Os inteligentes e os sábios são, aqui, os mestres religiosos daquele tempo: os escribas, os fariseus, conhecedores da lei e manipuladores das tradições. Possuindo o conhecimento da Lei, tornam-se opressores e sobrecarregam os ombros das pessoas com fardos insuportáveis. Mas o ensinamento de Jesus segue outra direção, e ele é claro ao dizer: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.” Alivia-nos do peso da opressão, da tristeza e das culpas do pecado, oferecendo-nos um jeito divino de se viver no mundo.

VINDE A MIM

No Evangelho deste domingo encontramos o convite de Jesus. Ele diz assim: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos e oprimidos, e Eu aliviar-vos- -ei” (Mt 11, 28). Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da Galileia: muita gente simples, pobre, doente, pecadora, marginalizada... Este povo sempre acorreu a Ele para ouvir a sua palavra — uma palavra que incutia esperança! As palavras de Jesus incutem sempre esperança! — mas também para tocar pelo menos numa orla da sua veste. O próprio Jesus ia em busca destas multidões cansadas e desgarradas, como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9, 35-36), e procurava-as para lhes anunciar o Reino de Deus e para curar muitos no corpo e no espírito. Agora, chama-os todos a Si: “Vinde a mim”, prometendo-lhes alívio e consolação.
Este convite de Jesus estende-se até aos nossos dias, para alcançar numerosos irmãos e irmãs oprimidos por condições de vida precárias, por situações existenciais difíceis e às vezes desprovidas de pontos de referência válidos. Nos países mais pobres, mas também nas periferias dos países mais ricos encontram-se muitas pessoas cansadas e abatidas, sob o peso insuportável do abandono e da indiferença. A indiferença: como a indiferença humana faz mal aos necessitados! E pior ainda é a indiferença dos cristãos! Às margens da sociedade há muitos homens e mulheres provados pela indigência, mas inclusive pela insatisfação da vida e da frustração.
Numerosas pessoas são obrigadas a emigrar da sua Pátria, pondo em perigo a própria vida. Um número muito maior delas suportam todos os dias o fardo de um sistema econômico que explora o homem e impõe um «jugo» insuportável, que os poucos privilegiados não querem carregar. A cada um destes filhos do Pai que está no Céu, Jesus repete: “Vinde a mim, vós todos!”. Mas di-lo também àqueles que possuem tudo, mas cujo coração está vazio, sem Deus. Inclusive a eles, Jesus dirige este convite: “Vinde a mim!”. A exortação de Jesus está destinada a todos. Mas de modo especial àqueles que sofrem em maior medida.
Jesus promete dar alívio a todos, mas dirige-nos também um convite, que se parece com um mandamento: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). O “jugo” do Senhor consiste em carregar o peso dos outros com amor fraterno. Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre. A mansidão e a humildade do coração ajudam- nos não apenas a carregar o fardo dos outros, mas também e não pesar sobre eles com os nossos pontos de vista pessoais, os nossos juízos, as nossas críticas ou a nossa indiferença.
Invoquemos Maria Santíssima, que acolhe sob o seu manto todas as pessoas cansadas e abatidas a fim de que, através de uma fé iluminada e testemunhada na própria vida, possamos servir de alívio para quantos têm necessidade de ajuda, ternura e esperança.
Papa Francisco Angelus
(Angelus, 06/07/2014)

Comentário do Evangelho

É Jesus quem revela o Pai.

O profeta Zacarias viveu no século VI a.C., depois do retorno a Judá dos exilados na Babilônia. O livro que leva o nome do profeta Zacarias tem, ao todo, quatorze capítulos. No entanto, o livro não pertence a um mesmo autor. Duas ou mais mãos o escreveram. É geralmente aceito que os oito primeiros capítulos pertencem ao profeta e o restante a outro ou vários outros autores. Os dois versículos de nosso texto falam da volta vitoriosa e triunfante do rei à sua cidade, Jerusalém. Não se trata de um monarca da descendência davídica. O rei de que se fala nesses versículos é o próprio Deus que combate em favor do seu povo, destruindo todos os instrumentos de guerra e violência para selar a paz entre todas as nações.
Teria sido, em certo sentido, surpreendente para Jesus experimentar que aqueles que se diziam sábios, conhecedores e intérpretes da Palavra de Deus fossem os que lhe fizessem oposição, engajando-se em fazê-lo perecer. O contexto da perícope de hoje é a crítica de Jesus às cidades vizinhas ao Mar da Galileia que, beneficiadas pelo ensinamento e pelos atos de poder de Jesus, não se converteram, não se abriram ao sopro de sua palavra nem aderiram à sua pessoa. O hino de louvor de Jesus dirigido ao Pai é uma clara oposição a essas cidades que não se converteram. O que é escondido aos que se pretendem sábios e entendidos e o que é revelado aos “pobres de espírito”? O que está dito no v. 27 pode ser compreendido nesses termos: é Jesus quem revela o Pai. Somente quem se abre para reconhecer e aceitar Jesus como enviado do Pai é que pode conhecer a relação filial que une profundamente Jesus e Deus (cf. Jo 14,10-11; Cl 1,15). Jesus é não somente o Sábio, mas a “Sabedoria de Deus” que atrai todos a si e os instrui na Lei que o Senhor deu ao povo para preservar o dom da vida e da liberdade. O evangelho de hoje termina com um convite de Jesus àqueles que ainda estão fora do grupo dos seus discípulos. O “jugo” (ou fardo) era uma peça de madeira colocada sobre o pescoço do animal para equilibrar o peso que ele carregava. Na tradição bíblica, entre outros significados, ele se refere à Lei (Jr 2,20; 5,5). Jesus critica os escribas e fariseus por amarrarem pesados fardos sobre os ombros dos outros (Mt 23,4). Há um modo de interpretar a Lei e de pô-la em prática que tira a alegria e a vida, como se fosse um enorme peso a carregar. Ora, a Lei de Deus é para a vida e a liberdade, ela é um caminho para a vida e a felicidade (cf. Dt 30,16). Jesus, manso e humilde, se oferece para aliviar tal peso. A lei do Senhor é a lei do amor (Jo 15,12). No amor não há temor nem amargura.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, a mansidão e a humildade de Jesus sirvam de estímulo para mim, no relacionamento com os meus semelhantes. Livra-me da arrogância e da prepotência!
Fonte: Paulinas em 06/07/2014

Vivendo a Palavra

O Filho revelou as coisas do Reino aos pequeninos. Façamo-nos crianças, desistamos da pretensão de sermos sábios e inteligentes, para nos jogarmos, leves e confiantes, nos braços do Pai, que sabemos ser misericordioso. E o nosso fardo será suave, nossa carga, leve.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/07/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus nos ensina a assumir corajosamente a simplicidade e a inocência. Pois é quando somos frágeis e humildes que Ele revela as coisas que o Pai escondeu aos sábios deste mundo. E é levando a Jesus o peso dos nossos fardos que encontramos o repouso para o espírito e conforto para o coração.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/07/2017

VIVENDO A PALAVRA

Jesus nos ensina e dá coragem para assumirmos a simplicidade e a inocência de coração. Pois é quando reconhecemos que somos frágeis e humildes que Ele nos revela as coisas que o Pai escondeu aos sábios e poderosos deste mundo. É entregando a Jesus o peso dos nossos fardos que encontramos o repouso para o espírito e o conforto para o coração que devemos anunciar aos irmãos.

Reflexão

Essa página é como que o centro do Evangelho de Mateus: ponto de chegada da primeira parte da atividade de Jesus e ponto inicial da segunda parte, que conduz e culmina no mistério pascal. Jesus estabelece um diálogo com seus discípulos, querendo saber o que o povo e eles dizem a respeito dele. Porta-voz do grupo, Pedro formula a profissão de fé em Jesus Messias, o Filho de Deus, e recebe a missão de conduzir na unidade a comunidade. Jesus, portanto, transfere para a comunidade o compromisso de dar continuidade à missão que ele iniciou. E conclama Pedro e a comunidade para a responsabilidade de abrir as portas para que as pessoas tenham acesso ao Reino de Deus. A pergunta de Jesus continua ecoando ainda em nossos dias: Quem sou eu? Ele não espera uma resposta doutrinal, mas uma resposta de compromisso e adesão ao Reino. Ele não nos pede uma opinião, mas nos questiona sobre nossa atitude, que transparece principalmente em nosso seguimento concreto a ele. É, portanto, apelo a um “modo de vida cristão”.
Oração
Senhor Jesus, nós te louvamos e bendizemos por escolheres Pedro e Paulo como dedicados apóstolos da tua Igreja. Infunde, ó Cristo, em cada um de nós, o mesmo zelo missionário que fez de Pedro e Paulo teus fiéis discípulos e modelos de autêntica vida cristã para nós. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Sei rezar ao Pai? - Como é minha oração? - Sou daqueles que “cansam” a Deus com excesso de lamentação? - Pedro... João... e tantos outros, homens iletrados, simples pescadores, colocaram-se generosamente nas maõs de Deus. E eu? - Sei louvar a Deus pelas maravilhas que Ele realiza ou vejo tudo de modo negativo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/07/2014

Meditando o evangelho

MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO

Mansidão e humildade foram duas virtudes postas em prática por Jesus, ao longo de seu ministério. Virtudes importantes para quem pretende ser Mestre, sem opressão nem arrogância em relação aos seus discípulos. Virtudes que o distinguiam de outros mestres que transformavam a religião num amontoado de prescrições rígidas e minuciosas, de difícil cumprimento. Virtudes necessárias para quem se reconhece enviado, com a missão de fazer a salvação acontecer na vida do povo, sem a intenção de se colocar no lugar do Pai.
Por ser manso e humilde, o relacionamento de Jesus com os fracos e pequeninos caracterizou-se pela paciência e pela benevolência, pelo respeito ao ritmo e ao momento de cada um. Ele sabia descer até as pessoas para solidarizar-se com suas dores e sofrimentos. Com os marginalizados, recusava-se a agir de maneira preconceituosa e arbitrária, por reconhecer-lhes a dignidade de seres humanos. Com os doentes e atribulados pelos maus espíritos, fazia-se próximo, infundindo neles a esperança de cura.
Todavia, o Jesus manso e humilde soube ser severo com os prepotentes e injustos, evidenciando sua opção pelo Reino. Embora certas atitudes e palavras do Mestre possam parecer chocantes, na verdade, são expressão de sua humildade e mansidão, por se tratarem de um recurso extremo para chamar as pessoas à conversão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, a mansidão e a humildade de Jesus sirvam de estímulo para mim, no relacionamento com os meus semelhantes. Livra-me da arrogância e da prepotência!

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Pureza de Coração
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os Puros de Coração sempre foram exaltados por Jesus e encabeçam a lista das Bem Aventuranças. A pureza de coração tem sua razão de ser na simplicidade. A pessoa simples  vive melhor e com qualidade. O que faríamos hoje sem carro, sem telefone, sem o computador, sem o celular? Sem o carro andaríamos de ônibus e sem este, andaríamos a pé, ou de bicicleta.  A simplicidade não nos faz escravos de ninguém nem de nada. A tecnologia nos disponibiliza todas essas ferramentas que nos oferece conforto e facilidades para se viver nos dias de hoje, mas essas coisas não  nos dão felicidade, Paz Interior, realização humana.
No tempo de Jesus não tinha nada disso, mas o Sistema Religioso havia criado uma estrutura complexa que desembocava no Messianismo. Era preciso se ter conhecimento da Lei, das Escrituras e dos Profetas. Era preciso uma total submissão a Lei de Moisés. Os Doutores da Lei, Escribas e Fariseus eram homens que tinham essa chave de acesso ao conhecimento do Messias, a Estrutura Religiosa vivia essa expectativa de que em seu bojo surgisse Aquele de quem as Escrituras falavam. O Messias era o mais Sábio, o mais poderoso, o mais forte, o mais santo e perfeito de todos os homens e era da Raça Judaica, Nele todas as promessas Divinas iriam se cumprir. Portanto, quem não fizesse parte desse Grupo Privilegiado, iria ficar de fora e não teria acesso a Salvação. Os Religiosos Intelectuais daquele tempo não perceberam que o novo Reino era interior, e iria gestar no coração do homem ou da mulher que a ele se abrisse.
Mas Deus Pai não age desta forma, não se submete as estruturas religiosas em que o Ser Humano quer fechá-lo para ter sobre ele uma “Patente”, uma certa exclusividade. Neste sentido é preciso pensar se nós cristãos deste tempo, não estamos criando um Jesus Salvador como propriedade particular da nossa Igreja. É preciso pensar se ás vezes a Doutrina não é meio sufocante.
Simplicidade não é sinônimo de ignorância, o Cristianismo não é uma religião de ignorantes como os “Iluminados” deste século gostam de acusar. Simples é a pessoa que não complica, que não quer esgotar o conceito sobre Deus e seu  Mistério esvaziando-o do seu sentido mais amplo, colocando Deus como pensava Aristóteles, como o Motor Móvel do universo, portanto inserido nele e não como seu Criador. Para os simples Deus é Deus e o Homem é o Homem, não há nada de errado nisso, são distinções necessárias. Para os simples Deus é Poderoso, Onipotente, Onipresente e Onisciente, e o Humano é frágil, e limitado. Não é complicado aceitar isso...
Para os simples, Jesus Ressuscitou no Poder e na Glória do Pai, Não é preciso que a Ciência nos prove todas essas coisas. Aí está a diferença entre os Sábios e Entendidos e os Simples, do tempo de Jesus, do tempo das primeiras comunidades cristãs, e dos nossos tempos. O Simples e pequeno não despreza o Conhecimento científico, mas não precisa Dele para  conhecer a Deus manifestado em Jesus porque Deus, fugindo de todas as fórmulas e conceitos, cálculos e ideologias, se apresenta ao homem em Jesus de Nazaré, que sem muitos rodeios e Filosofias sofisticadas, mostra quem é o Pai.
É esta a razão do louvor em forma de oração, que neste evangelho Jesus coloca diante do Pai. É esta a razão porque “Todos os que estão aflitos sobre o fardo”, e dele se aproximam sentem-se aliviados. Não é preciso gastar os neurônios ou a massa cefálica para saber sobre Deus, não é preciso debruçar-se em complexas Filosofias para descobri-lo. Nem submeter-se a pesadas Leis e Doutrinas. Basta permitir ser amado por ele, e irradiar este amor em todas as nossas relações. Esta Verdade é tão absoluta que o evangelista João vai afirmar categoricamente “Quem não ama, não conhece a Deus”.
Por isso o julgo de Jesus é leve e suave. A melhor maneira de se falar de Jesus as pessoas é amando-as.  Vamos descomplicar nossas pastorais e movimentos, vamos nos libertar do rigorismo moral com que o Cristianismo foi cercado e manipulado. E assim, os Simples e puros de coração, vendo irradiar este Amor em nossas comunidades, não terão nenhuma dúvida de que o Senhor está ali e as chama para viverem na leveza deste Amor.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso - Mt 11,25-30
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Na profecia de Zacarias, Deus convida a filha de Sião a se alegrar: “Pule de alegria, grite, filha de Sião, filha de Jerusalém”. Quem é esta filha de Sião? Quem é a filha de Jerusalém? Quem é a filha de Jerusalém convidada a se alegrar? A filha de Sião é “a parturiente, que grita e geme e estende as mãos diante dos assassinos”. É a mulher pobre, que perdeu toda a sua formosura. “Quem te poderá salvar e te consolar, virgem, filha de Sião? Quem vai te curar?” Alegrar-se por que, se a formosura se foi, se as feridas se expõem, se a dor predomina? Alegrar-se porque o vencedor está chegando. Nem se percebe. Não vem num carro de guerra nem sobre luxuosa montaria. Vem montado num jumento. Que poder tem quem vem montado num jumento? No entanto, é ele quem acaba com as armas de guerra, estabelece a paz e estende seu reinado por toda a terra.
Os sábios e os inteligentes deste mundo parecem que não entendem, ou não querem entender, que tudo pode ser diferente. O pequeno entende, assim como entende a filha de Sião e sabe como diminuir a dor e curar as feridas. Sabe, mas nem sempre consegue. “Eu sabia o que tinha que fazer, mas não tinha os recursos”, dizia a velha senhora no fim de sua vida. Agora, porém, chega quem tem os recursos e os distribui com justiça; aquele cujo jugo é suave e a carga, leve. “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. […] sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração”.
Será que aprendem? Nós que vivemos a liberdade do Espírito e já não somos dominados pela matéria, que temos o Espírito de Cristo e nada devemos à carne, será que aprendemos daquele que é manso e humilde de coração, ou estamos também fazendo guerra uns contra os outros? O mundo que massacra a filha de Sião, com quem poderia aprender que tudo pode ser diferente?
Certamente com aqueles que seguem o Rei montado no jumentinho, e não com os que seguem os reis deste mundo e querem imitá-los e a eles se submetem. Por vezes nossa formação espiritual se revela pobre e o cultivo das virtudes, mínimo. Desde cedo disputamos cargos e honrarias, para mais tarde, na velhice, afirmar com categoria a nossa autoridade, que precisa ser afirmada quando não se tem.
Ao longo da história, a sociedade civil muitas vezes se espelhou na sociedade “eclesiástica”. Seria bom que se espelhasse também na sociedade “eclesial”, que produz homens e mulheres de virtudes heroicas. Chamamos de herói e heroína quem viveu de verdade as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, e as virtudes cardiais da prudência, da justiça, da fortaleza e da temperança. Estes aprenderam a mansidão e a humildade do Rei que vem montado no jumentinho.
“Cada um tem sua cidade de nascimento”, diz o salmista. “Um nasceu aqui, outro ali; todos, porém, nasceram em Sião.” Mais do que um lugar, Sião é um estado de espírito. O que se faz quando a alma é pequena e o ministério, medíocre? Que resposta se dá quando o profeta pergunta de Jerusalém se “é esta a cidade chamada a mais bela, a alegria de toda a terra?”. Já ouvimos de Fernando Pessoa que: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”, e por experiência sabemos que, para ministério medíocre, ministros medíocres bastam!
Os filhos e as filhas de Sião somos nós, nem sábios nem entendidos, mas pequeninos, com estado de espírito elevado, que dispensam carros e cavalos e seguem o Rei manso e pobre montado num burrico. Nossos corpos mortais, que se cansam e se arrastam sob o peso que carregam, elevam-se no voo do Espírito que habita em nós e nos dá vida.

HOMILIA

CONVITE À SABEDORIA DIVINA

Jesus faz uma prece: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado! Os sábios, os doutores daquela época, tinham criado uma série de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus. Eles achavam que Deus exigia do povo estas observâncias. Mas a lei do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa, não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! O povo entendia a fala de Jesus e ficava alegre. Os sábios achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento que modificava o relacionamento do povo com Deus.
Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revelou aos pequenos, porque estes se abriam para a sua mensagem. Hoje também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos. Os verdadeiros sábios e inteligentes são aqueles que se fazem alunos dos pequenos! Vemos isso em Jesus, inclinando-se diante de João Batista para receber o batismo.
Jesus convida a todos que estão cansados para vir até ele e ele promete descanso. É o povo que vive cansado debaixo do peso dos impostos e das observâncias exigidas pelas leis de pureza. E ele diz: Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele pede que o povo faça uma ruptura, deixe de lado os professores de religião da época e comece a aprender dele, de Jesus, que é "manso e humilde de coração". Jesus não faz como os escribas que se exaltam de sua ciência, mas é como o povo que vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabe por experiência o que se passa no coração do povo e o que o povo sofre.
O convite da Sabedoria Divina para todos que a buscam Jesus convida a todos que estão sobrecarregados pelo peso das observâncias da lei a encontrar nele o descanso e a suavidade, pois ele é manso e humilde de coração, capaz de aliviar e consolar a gente sofrida, fatigada e abatida como tu. A Sabedoria educa os seus filhos, e cuida daqueles que a procuram. Quem tem amor a ela ama a vida, e os que madrugam para procurá-la ficarão cheios de alegria. Este convite revela um traço muito importante do rosto feminino de Deus: a ternura e o acolhimento que consola, revitaliza as pessoas e as leva a se sentirem bem. Jesus é o abrigo e o seio materno que o Pai oferece ao povo cansado.
O Reino é o espaço de convívio dos pequeninos que, conhecedores de seus limites e de sua fragilidade, se solidarizam com os irmãos no serviço recíproco e se empenham em comunicar a vida a todos.
Hoje somos atraídos por Aquele que é manso e humilde de coração e que nos oferece o suave fardo do amor que nos insere na vida eterna.
Jesus quero ser sábio e inteligente, mas com as minhas forças não consigo. Por isso ensinai-me a ser manso e humilde para entender os mistérios do reino destinados para os pequeninos.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 27/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

05 DE JULHO-DOMINGO


HOMILIA DIÁRIA

No Coração de Jesus encontramos repouso para nossa alma

O Coração de Jesus é o refrigério e o repouso para o nosso coração, é n’Ele que nós depositamos todas as aflições que pesam sobre a nossa alma e sobre todo o nosso ser.

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mateus 11, 28).

Nós celebramos hoje a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. O Coração de Jesus é o descanso para o nosso coração, é o repouso para a nossa alma, é o refrigério para as nossas fadigas e para o nosso cansaço. É o local onde nós depositamos todas as aflições que pesam sobre a nossa alma e sobre todo o nosso ser. Nós hoje somos convidados a nos refugiarmos nesse Sagrado Coração.
Sabem, meus irmãos, os maiores problemas que nós enfrentamos na nossa vida estão concentrados em nosso coração. O coração físico não bem cuidado, não bem tratado, ainda é a maior causa de morte em todo o mundo; quando o coração para de bater, tudo para, a vida se acaba. Nós vivemos, respiramos e somos porque o nosso coração bate sem parar – menos acelerado, mais acelerado – ele é o motor da nossa vida física.
A nossa vida espiritual, a nossa vida afetiva e a nossa vida psíquica se concentram em nosso coração. É ali que estão os nossos afetos, os nossos sentimentos e quando não cuidamos desse coração a nossa vida também desanda. Quantas pessoas estão ainda respirando, vivendo, mas sem sentido para a sua vida, levando uma vida quase apagada, porque o coração está muito machucado, porque o coração está muito dolorido, oprimido.
Se há uma coisa da qual nós precisamos cuidar com toda a delicadeza, mas, ao mesmo tempo, com toda a ternura e o vigor da nossa alma, é do nosso coração. Cuidar do coração significa cuidar bem daquilo que sentimos e daquilo que guardamos em nós, porque podemos ter até muito vigor físico, mas este [nosso vigor físico] acaba muito cedo quando nós perdemos o vigor da alma, quando somos movidos pelo ressentimento, pela mágoa, pelo ódio e por tudo aquilo que nos oprime.
O Coração de Jesus é o refrigério para o nosso coração, é ali que nós purificamos a nossa alma, é ali que nós purificamos o nosso coração de tudo aquilo que nós acumulamos desta vida.
Permita-se hoje mergulhar o seu coração no Sagrado Coração de Jesus. Permita, hoje, que tudo aquilo que o machuca, que lhe dói, que o aflige, no fundo da sua alma, seja sarado por este Coração Santíssimo, que tanto nos ama.
Do coração é de onde saem os nossos amores, o amor pela vida, o amor uns pelos outros, o nosso amor a Deus. Permitamos que o grande amor da nossa vida seja o amor de Deus! Quando esse amor, que sai do Coração de Jesus, guia o amor e os amores do nosso coração, este vive mais em paz e encontra um sentido para a sua vida.
Que o Sagrado Coração de Jesus cuide do coração de cada um de nós!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/06/2014

Oração Final
Pai Santo, inspira-nos aquela confiança que as crianças têm nos seus pais. Ajuda-nos, Pai amado, a esquecer nossos títulos, posições sociais e contas bancárias, para nos jogarmos em teu colo acolhedor e de Ti nós aprendermos o acolhimento e a fraternidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/07/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos do orgulho de carregar sozinhos o fardo de nossa existência. Ensina-nos a partilhar com Teu Filho, que é manso e humilde de coração, tudo o que temos e somos e sonhamos e sofremos, para que sejamos para os irmãos um testemunho vivo do Teu Amor Misericordioso. Pelo mesmo Jesus, o Cristo Teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/07/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, livra-nos do orgulho de carregarmos sozinhos o fardo de nossa existência. Ensina-nos a partilhar com teu Filho, que é manso e humilde de coração, tudo o que temos, e somos, e sonhamos, e sofremos, para que sejamos, nesta terra encantada que nos emprestas, testemunhas vivas do teu Amor Misericordioso. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário