6 de Julho de 2014
ANO A

Mt 11,25-30
Comentário do
Evangelho
É Jesus quem revela o Pai.
O profeta Zacarias viveu no século VI a.C., depois do retorno a
Judá dos exilados na Babilônia. O livro que leva o nome do profeta Zacarias
tem, ao todo, quatorze capítulos. No entanto, o livro não pertence a um mesmo
autor. Duas ou mais mãos o escreveram. É geralmente aceito que os oito
primeiros capítulos pertencem ao profeta e o restante a outro ou vários outros
autores. Os dois versículos de nosso texto falam da volta vitoriosa e
triunfante do rei à sua cidade, Jerusalém. Não se trata de um monarca da descendência
davídica. O rei de que se fala nesses versículos é o próprio Deus que combate
em favor do seu povo, destruindo todos os instrumentos de guerra e violência
para selar a paz entre todas as nações.
Teria sido, em certo sentido, surpreendente para Jesus
experimentar que aqueles que se diziam sábios, conhecedores e intérpretes da
Palavra de Deus fossem os que lhe fizessem oposição, engajando-se em fazê-lo
perecer. O contexto da perícope de hoje é a crítica de Jesus às cidades
vizinhas ao Mar da Galileia que, beneficiadas pelo ensinamento e pelos atos de
poder de Jesus, não se converteram, não se abriram ao sopro de sua palavra nem
aderiram à sua pessoa. O hino de louvor de Jesus dirigido ao Pai é uma clara
oposição a essas cidades que não se converteram. O que é escondido aos que se
pretendem sábios e entendidos e o que é revelado aos “pobres de espírito”? O
que está dito no v. 27 pode ser compreendido nesses termos: é Jesus quem revela
o Pai. Somente quem se abre para reconhecer e aceitar Jesus como enviado do Pai
é que pode conhecer a relação filial que une profundamente Jesus e Deus (cf. Jo
14,10-11; Cl 1,15). Jesus é não somente o Sábio, mas a “Sabedoria de Deus” que
atrai todos a si e os instrui na Lei que o Senhor deu ao povo para preservar o
dom da vida e da liberdade. O evangelho de hoje termina com um convite de Jesus
àqueles que ainda estão fora do grupo dos seus discípulos. O “jugo” (ou fardo)
era uma peça de madeira colocada sobre o pescoço do animal para equilibrar o
peso que ele carregava. Na tradição bíblica, entre outros significados, ele se
refere à Lei (Jr 2,20; 5,5). Jesus critica os escribas e fariseus por amarrarem
pesados fardos sobre os ombros dos outros (Mt 23,4). Há um modo de interpretar
a Lei e de pô-la em prática que tira a alegria e a vida, como se fosse um
enorme peso a carregar. Ora, a Lei de Deus é para a vida e a liberdade, ela é
um caminho para a vida e a felicidade (cf. Dt 30,16). Jesus, manso e humilde,
se oferece para aliviar tal peso. A lei do Senhor é a lei do amor (Jo 15,12).
No amor não há temor nem amargura.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, a mansidão e a humildade de Jesus
sirvam de estímulo para mim, no relacionamento com os meus semelhantes.
Livra-me da arrogância e da prepotência!
Vivendo a Palavra
O Filho revelou as coisas do Reino aos pequeninos.
Façamo-nos crianças, desistamos da pretensão de sermos sábios e inteligentes,
para nos jogarmos, leves e confiantes, nos braços do Pai, que sabemos ser
misericordioso. E o nosso fardo será suave, nossa carga, leve.
Recadinho

Sei rezar ao Pai? - Como é minha oração? - Sou daqueles que “cansam” a Deus com excesso de lamentação? - Pedro... João... e tantos outros, homens iletrados, simples pescadores, colocaram-se generosamente nas maõs de Deus. E eu? - Sei louvar a Deus pelas maravilhas que Ele realiza ou vejo tudo de modo negativo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
MANSO E
HUMILDE DE CORAÇÃO
Mansidão e humildade foram duas virtudes postas
em prática por Jesus, ao longo de seu ministério. Virtudes importantes para
quem pretende ser Mestre, sem opressão nem arrogância em relação aos seus
discípulos. Virtudes que o distinguiam de outros mestres que transformavam a
religião num amontoado de prescrições rígidas e minuciosas, de difícil
cumprimento. Virtudes necessárias para quem se reconhece enviado, com a missão
de fazer a salvação acontecer na vida do povo, sem a intenção de se colocar no
lugar do Pai.
Por ser manso e humilde, o relacionamento de Jesus com os fracos e pequeninos
caracterizou-se pela paciência e pela benevolência, pelo respeito ao ritmo e ao
momento de cada um. Ele sabia descer até as pessoas para solidarizar-se com
suas dores e sofrimentos. Com os marginalizados, recusava-se a agir de maneira
preconceituosa e arbitrária, por reconhecer-lhes a dignidade de seres humanos.
Com os doentes e atribulados pelos maus espíritos, fazia-se próximo, infundindo
neles a esperança de cura.
Todavia, o Jesus manso e humilde soube ser severo com os prepotentes e
injustos, evidenciando sua opção pelo Reino. Embora certas atitudes e palavras
do Mestre possam parecer chocantes, na verdade, são expressão de sua humildade
e mansidão, por se tratarem de um recurso extremo para chamar as pessoas à
conversão.
Oração
Pai, a
mansidão e a humildade de Jesus sirvam de estímulo para mim, no relacionamento
com os meus semelhantes. Livra-me da arrogância e da prepotência!
(O comentário do Evangelho
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que pela
humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos
e filhas de santa alegria e Dai aos que libertastes da escravidão do pecado o
gozo das alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE

DIA 06 DE JULHO –
DOMINGO
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PARA O PRÓXIMO DOMINGO
Oração Final
Pai Santo, inspira-nos aquela confiança que as
crianças têm nos seus pais. Ajuda-nos, Pai amado, a esquecer nossos títulos,
posições sociais e contas bancárias, para nos jogarmos em teu colo acolhedor e
de Ti nós aprendermos o acolhimento e a fraternidade. Pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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