sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 21/12/2019

ANO A


Lc 1,39-45

Comentário do Evangelho

Duas anunciações

O relato da visita de Maria à sua prima Isabel é a conclusão dos relatos das duas anunciações (Lc 1,5-25.26-38). Assim como a gravidez de Isabel é objeto de revelação a Maria (vv. 36-37), do mesmo modo a de Maria é objeto de revelação a Isabel. A revelação de Isabel vem do fato de a criança pular em seu ventre: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e ela ficou repleta do Espírito Santo” (v. 41). A Isabel, pela graça do Espírito Santo, é dado conhecer não somente que Maria está grávida, mas que o menino é o Messias: “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (v. 43). Pulando de alegria no ventre de Isabel (v. 44), João começa a realizar sua missão de precursor (cf. vv. 15-17).
A cada uma das mães Lucas atribui um cântico. A Isabel, o do v. 42: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. A Maria, o Magnificat (vv. 46-55), um hino de louvor a Deus, composto com um mosaico de referências bíblicas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência.
Fonte: Paulinas em 21/12/2013

Vivendo a Palavra

Maria, logo que soube da gravidez de Isabel, partiu para ajudá-la. E partiu às pressas! Ela se fez, assim, modelo para nós, que queremos ser Igreja servidora. Reconheçamos os dons que o Pai nos emprestou; aceitemos com alegria e gratidão esses dons – não para guardá-los, mas para colocá-los a serviço dos irmãos.
Fonte: Paulinas em 21/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

Maria, logo que soube da gravidez de Isabel, partiu para ajudá-la. E partiu às pressas! Ela se fez, assim, modelo para nós, que queremos ser uma Igreja servidora. Reconheçamos os dons que o Pai nos emprestou; aceitemos esses dons com humildade, alegria e gratidão – não para guardá-los, mas para desenvolvê-los e os colocar a serviço dos irmãos.

Reflexão

Vemos no evangelho de hoje o encontro de duas mulheres que estão grávidas sem que isso fosse possível. De um lado, Isabel, idosa e estéril, e de outro Maria, virgem. A idosa representando o Antigo Testamento, pois será a mãe do último profeta da Antiga Aliança. A virgem representando o Novo Testamento, pois será a mãe daquele que no seu sangue selará a Nova e Eterna Aliança entre Deus e os homens. Vemos a complementariedade entre as duas Alianças e vemos também em Maria a essência da missão evangelizadora: levar Jesus a todas as pessoas para que possam reconhecê-lo e acolhê-lo.
Fonte: CNBB em 21/12/2013

Reflexão

Ao dar seu sim ao projeto de Deus, Maria não se encolhe nem se esconde. Ao contrário, impregnada do amor de Deus, ela extravasa seu amor para com o próximo. Cheia do Espírito Santo e de alegria, ela parte espontaneamente e vai auxiliar a prima Isabel, grávida de seis meses. Quem aceita Deus na própria vida e está repleto do Espírito Santo, não se apega a seus projetos pessoais, mas se dispõe a percorrer, com disposição e entusiasmo, também os caminhos mais difíceis. Neste encontro de Maria com Isabel, as duas mães se unem no sublime louvor a Deus, o qual continua operando, de maneira admirável, a salvação do gênero humano.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Recadinho

Maria é acolhida em casa de Zacarias, onde sente-se segura e fortalecida diante de sua grande nova missão! Diante de situações novas e difíceis, você busca apoio? Onde? Com que meios? - O Anjo, em nome de Deus, visita Maria, levando-lhe a paz de Deus e uma grande missão. Sei com minha presença levar sempre paz e, se consigo, incentivo para a caminhada a meus irmãos? Maria visita Isabel. Sua presença é alegria, partilha, amor. Esforço-me para que minha vida leve sempre alegria e segurança a todos? Maria e Isabel partilham dons e vida. Ambas partilham a Graça de Deus, apoiando-se mutuamente. Tenho espírito de partilha ou vivo fechado em meus problemas e contextos de vida? - Em tempo de Natal, vamos nos unir a elas para melhor acolhermos o Salvador, que nos fala ao coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/12/2013

Meditando o evangelho

BENDITA ENTRE AS MULHERES

A visita de Maria a Isabel revelou traços importantes da personalidade da mãe do Messias Jesus. Ao levantar-se e ir às pressas até a Judéia, para servir a uma parenta necessitada de sua ajuda, Maria demonstrou sua disponibilidade para servir, sem interpor nenhum obstáculo: viagem longa, caminho perigoso, sua gravidez. Muito menos, julgou que a condição de mãe do Messias a colocava numa situação de superioridade. Com toda simplicidade, ela se pôs a caminho, para servir.
A saudação de Isabel sublinhou o quanto Maria era querida por Deus. Era uma mulher abençoada e trazia, no ventre, um ser igualmente abençoado. Por conseguinte, portadora e penhor de bênçãos. Donde a alegria de João Batista, ainda no ventre materno, quando do encontro com a mãe de Jesus. Esta era bem-aventurada, sobretudo por ser mulher de fé, capaz de acreditar no cumprimento de tudo o que lhe fora dito da parte do Senhor.
As palavras de Isabel foram inspiradas. Explicitaram, perfeitamente bem, o que se passava com Maria. Talvez, a própria mãe de Jesus não compreendesse as reais dimensões de sua relação com Deus. Sua simplicidade a impedia de se ter em grande conta. Sua condição de mãe do Senhor não mudou a idéia que fazia de si mesma. A servidora de Deus estava ali para servir à parenta necessitada. Uma coisa implicava a outra.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender a bem-aventurança aplicada a Maria, que se fez servidora de Deus e dos irmãos.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. BEM AVENTURADA ÉS TU QUE CRESTES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Este evangelho nos apresenta duas figuras de mulher que devem ser uma prefiguração das nossas comunidades. Em Maria vemos a pressa de se doar, de sair de si mesma e de caminhar ao encontro daqueles quer têm necessidades. O que impulsiona Maria é o espírito santo em sua plenitude, é esse espírito santo que impulsiona nossas comunidades a servirem os irmãos e irmãs.
Entretanto há algo ainda mais profundo e que nos encanta: as comunidades cristãs, fecundadas pelo Espírito Santo, tornam-se também geradoras de Jesus.
Em Maria não celebramos simplesmente algo do passado, mas enquanto igreja nós celebramos a encarnação no presente, as pias Batismais mais antigas têm a forma ovalada semelhante a um útero, no ventre da igreja mãe nascem os Filhos e as Filhas de Deus, e já que somos templos do Espírito Santo, em nós é gerado também o Verbo Divino, não em seu sentido biológico como foi em Maria, mas nos sentido espiritual. Em Isabel o Espírito Santo ajuda a perceber em Maria, o mistério de Deus acontecendo, mas em uma visão de conjunto de um lado vemos como o agir de Deus é diferente do homem, o Messias que estava por nascer e que iria mudar a sorte de toda humanidade, buscou acolhimento não nos poderosos, nas lideranças religiosas, nos suntuosos palácios ou no templo sagrado, mas sim na casa dos humildes e pequenos como Isabel e Maria.
Ambas inauguram um tempo novo em que para fazer grandes mudanças e construir um mundo melhor a partir do reino de Deus, já não será mais preciso esperar a decisão dos grandes, dos que mandam,, as mudanças verdadeiras que ocorreram na humanidade sempre foram aquelas que nasceram das aspirações,dos sonhos e da luta do povo.
O Messianismo de Jesus está dentro desse contexto, Maria se sentiu pequena diante do mistério de Deus que estava para envolvê-la, mas o Senhor a engrandeceu e a capacitou para a missão que estava lhe reservada. Da mesma forma nossas comunidades, grandes ou pequenas, nas grandes metrópoles ou nas periferias e zonas rurais, devem sempre ter presente que estão envolvidas no mistério de Deus que as chama e as capacita para serem portadoras do Cristo para o mundo, do mesmo modo como fez com Maria, ressalvando=-se que Maria foi preservada de todo pecado, enquanto que nossas comunidades, embora contenha em seu ventre a semente de um Deus Santo e Perfeito, está sujeita ao pecado. Um dia Jesus teve uma conversa com Nicodemos e afirmou que é preciso que o homem nasça de novo, quem aceita ser membro da comunidade Cristã, está sendo gerado para um novo nascimento, cuja vida embrionária já recebeu pelo Batismo, esse útero não é muito bonito, mas como o ventre materno oferece toda segurança de que precisamos, para desenvolver em nós essa semente de eternidade da Vida Nova que há de acontecer um dia.
Nesse sentido precisamos sair e ter pressa para levar ao mundo este anúncio, romper com a religião do formalismo religioso, deixar de ser a Igreja fechada em si mesma para doar-se aos irmãos e irmãs que ainda não ouviram o anúncio. Como Maria, certamente nós iremos ficar admirados quando percebermos o modo como Deus age: sempre diferente da nossa lógica, ás vezes até de um jeito que não entendemos. Maria sentiu toda essa alegria incontida em sua alma ao sentir-se totalmente de Deus, a ponto de dizer “O Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o seu nome, a minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Não é o ritualismo religioso que agrada a Deus, mas sim a nossa disposição para uma entrega total, fazendo assim a vontade de Deus, é o próprio Cristo que nos dirá na carta de Paulo aos hebreus; Eis que venho para fazer a vossa vontade. Quando o amor chega a esse ponto, o sacrifício ritualista torna-se secundário diante do verdadeiro e autêntico sacrifício agradável a Deus: dar a vida pelos irmãos e irmãs.

2. Bendita és tu, Maria! - Lc 1,39-45
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus é o Sol nascente. “Ó Sol nascente justiceiro, resplendor da luz eterna: Vinde e iluminai os que jazem entre as trevas e na sombra do pecado e da morte estão sentados.” Maria, grávida do Menino Jesus, foi às pressas até as montanhas de Judá para ajudar Isabel, sua prima, grávida de São João Batista. Quando se encontraram, a alegria do Espírito Santo inundou os corações de todos os que ali estavam. “Bendita és tu, Maria, entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre.” Zacarias, sacerdote do Templo, e Isabel eram casados, mas não tinham filhos. João foi realmente uma demonstração da graça de Deus para eles. É este o sentido do nome João: Deus é graça. Viviam em Ein Karen, nas montanhas de Judá, na periferia de Jerusalém. As palavras com as quais nos dirigimos a Maria são bíblicas, inspiradas por Deus. Juntamos o que disse o anjo Gabriel e o que disse Santa Isabel e temos a oração da Ave-Maria. Depois pedimos a intercessão de Maria agora e na hora da nossa morte, afirmando que ela é Mãe de Deus, porque seu Filho, dela nascido, é Deus. Aprendamos com ela a ir depressa ajudar a quem precisa, considerando os outros mais importantes do que nós.

Liturgia comentada

Saltou de alegria... (Lc 1,39-45)
São Lucas registra que a simples aproximação de Maria, já portadora do Filho de Deus em seu ventre sagrado, foi suficiente para que João Batista, ainda em sua vida pré-natal, reagisse com alegria. Estamos diante de uma verdade que parece esquecida: a experiência cristã é fonte de profunda alegria.
Ao relatar a descoberta de Deus e sua conversão ao cristianismo, o escritor inglês C. S. Lewis intitulou seu livro “Surprised by Joy”, (surpreendido pela alegria). No livro dos Atos dos Apóstolos, logo após Pentecostes, São Lucas registra: “Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza.” (At 4,46.) Anotou também o efeito da pregação de Filipe em Samaria: “Por este motivo, naquela cidade reinava grande alegria.” (At 8,8.)
Ora, pode ser que nossas reuniões, celebrações, e mesmo o “clima” geral de nossa vida como cristãos não estejam irradiando a mesma alegria. De fora, o pagão pode ter a impressão de que somos um povo triste, sem ânimo e vibração. E assim, afastamos as pessoas de Jesus, que tinha intenção completamente diferente: “A vossa tristeza há de se transformar em alegria”. (Jo 16,20b.) “E o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria”. (Jo 16,22.) “Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.” (Jo 16,24.)
É clássico o refrão: “Um santo triste é um triste santo.” Na verdade, quem conviveu com pessoas santas, sabe que elas são alegres, irradiantes, mesmo que sua alegria não lembre a alacridade das maritacas, mas seja antes uma espécie de letícia, a alegria serena, mas profunda, de quem vive mergulhado na paz de Deus, mesmo entalado em um mundo de problemas.
Na verdade, a alegria é fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5,22), ao lado da paz, da paciência e da brandura. Quem se volta para Deus e busca seu perdão, vê-se livre de sentimentos negativos que já pareciam constituir na pessoa uma segunda natureza. Ao contrário, a vida vivida “na carne” leva à tristeza, à depressão e a impulsos de autodestruição, como obscura colheita do pecado.
Marthe Robin, a fundadora dos “Foyers de Charité”, mesmo imobilizada em um pequeno divã por mais de 50 anos, alimentada exclusivamente por uma comunhão semanal, notabilizou-se por uma alegria infantil que contagiava a todos que faziam contato com ela. Mais ainda: Marthe assumia em sua oração a tristeza e as cruzes de seus visitantes, que dali saíam libertos e transfigurados.
Que tipo de cristão queremos ser?
Orai sem cessar: “Transformaste meu luto em dança!” (Sl 39,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
sanini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 21/12/2013

HOMILIA

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES

Continuamos meditando os relatos do nascimento do evangelho de Lucas, e o faremos ainda até o Natal. Hoje nos é apresentada a cena que chamamos comumente de “visitação” de Maria à sua prima Isabel. A Virgem vai até as montanhas da Judéia onde vivia sua prima. O encontro das duas mulheres foi imortalizado, como muitíssima outras páginas da Bíblia, nas obras dos artistas cristãos.
No entanto o que mais conta são as palavras com que Isabel saúda a Maria, cheia – diz o evangelista – do Espírito Santo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre!”, palavras que milhões e milhões de cristãos repetimos em todas as línguas do mundo para saudar diariamente a mãe de nosso Senhor. Bendita não por seus próprios méritos, mas pela graça e pelo favor divino, porque soube acolher a Palavra de Deus até a ponto de gerá-la em seu seio, porque se pôs inteiramente à disposição de Deus que fazia dela instrumento precioso de sua obra de salvação. Isabel é consciente da desproporção da visita: “Quem sou eu para que a mãe de meu Senhor me visite?”, pergunta. A mesma humildade com que seu filho, João Batista, dirá mais tarde que não é digno nem de desatar as sandálias do Messias. E proclama ditosa, bem-aventurada, bem-amada a Maria porque nela se cumprirá o que lhe disse o Senhor por meio do anjo. Mesmo que a leitura de hoje se interrompa neste ponto, sabemos que Maria prorrompeu, em resposta às palavras de Isabel, num cântico de ação de graças, o “Magnificat” que já sabemos de memória.
Deveríamos fazer nossos os sentimentos e as palavras de Isabel, bendizer e felicitar a Maria pelas maravilhas que Deus realizou nela. Mas deveríamos, sobretudo, assumir as atitudes destas mulheres que são submissas e se põem à disposição dos planos salvíficos de Deus. Compete a nós levar o Messias para visitar os nossos irmãos que sofrem e choram, para que se alegrem como Isabel e louvem ao Deus que os salva e liberta.
A celebração do nascimento de Jesus nos leva a recordar a condição de mulher e a fé de Maria. O episódio que chamamos de visitação nos relata o encontro de duas mulheres mães. Maria, a galiléia, vai a Judá, região onde o filho que carrega dentro de si será um dia rechaçado e condenado à morte (Lc 1,39). No momento da saudação da jovem, o menino que Isabel está para dar à luz “salta de alegria” (vv. 41 e 44). A mãe alude pouco depois ao que sente dentro de si; trata-se da alegria do menino – o futuro João Batista – ao redor de quem haviam girado até agora os acontecimentos narrados neste primeiro capítulo de Lucas. João cede agora a vez para Jesus. A alegria é a primeira resposta à vinda do Messias. Experimentar alegria porque nos sentimos amados por Deus é preparar-nos para o Natal.
Isabel pronuncia então uma dupla bênção. Como ocorre sempre em manifestações importantes, Lucas evidencia que ela fala “cheia do Espírito Santo. Maria é declarada “Bendita entre as mulheres”; sua condição de mulher é colocada em destaque; como tal ela é amada e privilegiada por Deus. Isto é ratificado pelo segundo motivo do elogio: “Bendito é o fruto do teu ventre”. Este fruto é Jesus, mas o texto sublinha o fato de que, por enquanto, está no corpo de uma mulher, em suas entranhas, tecido de seu tecido. O corpo de Maria passa a ser então a arca santa onde se abriga o Espírito e manifesta a grandeza de sua condição feminina. Em sua visitante Isabel reconhece a “Mãe do Senhor”, aquela que dará à luz o que deve libertar o seu povo, segundo o que foi anunciado pelo profeta Miquéias (5, 2-5).
Bendizer significa falar bem, elogiar, glorificar. Antes do nascimento de Jesus aparecem nos Evangelhos bênçãos por parte de Zacarias, Simeão, Isabel e Maria. Todos bendizem a Deus por aquilo que Ele realiza. Porém, ao mesmo tempo, Jesus abençoa as crianças, os enfermos, os discípulos, ao Pai. Toda bênção é dirigida a Deus. A oração de bênção é, sobretudo, louvor de ação de graças. Deste modo celebramos a Eucaristia. Mas também a bênção se estende a todas as criaturas, inclusive as inanimadas: ramos, cinza, pão e vinho. São bem-aventurados os santos e especialmente “bendita” é Maria, a mãe de Jesus.
O Espírito Santo ajuda Isabel a pronunciar sua louvação: “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” A partir de então, milhões de vezes os cristãos têm repetido esta louvação na Ave Maria. São benditos, bem-aventurados os que acreditam em Deus, os que praticam a Palavra, os que dão frutos, os pobres, com os quais Jesus se identifica.
“Bendita és tu entre as mulheres”.  Maria é bendita porque acreditou! Esta foi sua grandeza e o fundamento de sua fidelidade: sua fé! Maria se converte em Mestra da fé, aceitando tudo quanto se anunciava da parte de Deus, mesmo que não sabendo explicar como tudo aconteceria. Toda vida de Maria se fundamenta em sua fé, na adesão que fez desde o primeiro momento à revelação que chegou até ela.
Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência e então dia a pois dia poder dizer também o meu sim ao vosso projeto de amor.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 21/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Não há desculpas para não exercemos a caridade

Não há desculpas para não exercemos a caridade, não há desculpas para não cuidarmos uns dos outros.

”Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!’‘ (Lc 1-,42)

Nós, hoje, acompanhamos Maria, que ficou grávida por obra e pela ação do Espírito Santo, sendo movida por este mesmo Espírito a não pensar só em si, a não se inflamar de orgulho por causa daquilo que recebera de privilégio do Céu. Afinal de contas, a nenhuma outra mulher da terra o Senhor conferiu a graça e o dom de ser a Mãe de Jesus. É um dom único conferido a Virgem Maria! Por isso, sua prima Isabel, cheia do Espírito Santo, exclama que ela é bendita entre todas as mulheres que há sobre a terra. E, da mesma forma, bendito é o Fruto que está no ventre dela.
Primeira coisa, uma vez que Nossa Senhora não se fechou em si mesma, ela foi ao encontro da sua parenta, que muito precisava da sua ajuda, porque afinal de contas ela também estava grávida. Maria foi apressadamente a Judeia, não foi para ser exaltada por Isabel, foi para cuidar dela, foi para prestar-lhe solicitude e solidariedade; ser uma presença fraterna e amiga. O próximo, muitas vezes, não é aquele que vem apenas ao nosso encontro, mas aqueles que colocamos na frente, como meta, e vamos ao encontro de suas necessidades, dos seus sofrimentos e das suas aflições. Foi isso que Maria fez, ela colocou Isabel como meta, colocou-a como objeto da sua solicitude amiga, fraterna, por isso foi ao encontro da sua prima. Por isso ela foi apressadamente ao encontro daquela que precisava dela.
Mesmo tendo seus limites, a Santíssima Virgem Maria também ficou grávida [como a prima], não podendo se vangloriar – “Eu já sou a Mãe de Jesus!” Não! Não há desculpas para não exercemos a caridade, não há desculpas para não cuidarmos uns dos outros. Nós não podemos inventar este ou aquele compromisso ou outra coisa qualquer para não exercermos a caridade.
Este mesmo Espírito de Deus, que nos prepara para irmos ao encontro do Senhor, quer nos “desinstalar” da vida que nós levamos, essa vida é muito corrida, temos muita coisa para fazer; mas geralmente são “nossas” coisas. Geralmente nós fazemos as coisas girarem só em torno de nossas necessidades. Existe alguém, existem muitas pessoas, existem muitas necessidades e sofrimentos; existem doentes, grávidas, idosos, crianças abandonadas, existe o pobre sofredor. Mas também há nossos irmãos de nossa comunidade, pessoas que estão realmente vivendo a solidão, o abandono, pessoas que ninguém liga para elas.
Este tempo nos convida a sairmos de nós mesmos e a termos a atitude de Maria, que não ficou contemplando apenas Jesus no seu ventre. Não tem Natal mais pobre do que ficar olhando apenas para um presépio, com imagens que recordam o passado e não ir contemplar o sofrimento de Jesus, que nasce em todas as pessoas, que representam Deus no meio de nós.
Que saiamos de onde estamos, parados, instalados e possamos ir ao encontro do próximo, que tanto precisam da nossa presença fraterna!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/12/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos um espírito generoso e coração acolhedor aos companheiros de jornada. Que estejamos atentos às suas carências e dispostos a partilhar com eles os dons que tua Misericórdia nos concedeu. Queremos seguir o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, o Cristo que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos espírito generoso e coração pronto para acolher os companheiros de caminhada nesta terra encantada. Que estejamos atentos às suas carências e dispostos a partilhar com eles os dons que tua Misericórdia nos emprestou. Queremos seguir o exemplo de Maria, mãe de Jesus, o Cristo que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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