ANO C

Lc 1,39-56
Comentário do
Evangelho
A festa da vitória de Deus
A solenidade da Assunção da Mãe de
Deus é, em primeiro lugar, a festa da vitória de Deus e do seu Cristo sobre o
mal e a morte. Deus é o Senhor da vida. “Por um só homem a morte entrou no
mundo, também por um só homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como todos
morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida” (1Cor 15,21-22).
A festa da Assunção da Mãe de Deus
é a festa da Páscoa do ser humano, da participação da nossa humanidade na
Páscoa de Cristo.
O trecho do livro do Apocalipse é
uma visão, uma revelação de um grande sinal. Como se trata de um sinal, ele
precisa ser interpretado e bem compreendido. Este grande sinal é o da Igreja
triunfante, na eternidade (“lua debaixo dos pés – v. 1), vitoriosa (“coroa de
doze estrelas” – v. 1), iluminada com a luz do Cristo Ressuscitado (“vestida
com o sol” – v. 1), pronta para dar à luz (v. 2); a Igreja fiel ao seu Senhor
gera, pela fé, novos filhos. É ameaçada pelo Dragão (vv. 3-4), e protegida, ela
e seu filho (v. 5-6). Essa imagem não foi aplicada imediatamente a Maria,
somente mais tarde e como fruto do amadurecimento da fé da Igreja na
ressurreição de Jesus Cristo. A mãe de Deus é modelo do discípulo que, não
obstante a perseguição e o sofrimento, guarda fielmente a palavra de Cristo. O
texto do Apocalipse tem como finalidade manter viva a esperança da Igreja
peregrina e sustentar o seu testemunho. A mãe do Senhor é ícone da Igreja.
O dogma da Assunção, defendido em
1950 pelo Papa Pio XII, afirma que Maria foi “elevada à glória celeste”. Não se
trata de um deslocamento espacial. Não se afirma uma nova localização, mas a
transfiguração do corpo e a passagem de sua condição terrestre para a condição
gloriosa da totalidade de sua pessoa (= corpo e alma).
A festa da Assunção é a festa do
destino do ser humano: destinado à plenitude da felicidade – isto é, à “glória
celeste”. A vida de Maria, como a nossa vida, não se encerra nos limites desta
história, mas tende plenamente para Deus, por quem ela é atraída desde sua
concepção. A Assunção de Maria é sinal concreto de esperança para todo o gênero
humano; é sinal da dignidade presente e futura do homem criado e redimido por
Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação
da assunção de tua mãe santíssima me inspire a viver em comunhão com Deus, servindo-o
como servo humilde.
Fonte: Paulinas em 18/08/2013
Vivendo a Palavra
A certeza de que Maria está junto
do Pai gozando a plenitude do Reino de Amor nos conforta e alegra. Nossa Mãe,
que proclamou em vida a grandeza do Senhor e se alegrou em Deus, nosso
salvador, já está na gloria do Céu e zela por nós, que somos hoje a Igreja de
seu Filho neste planeta jardim.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/08/2013
Reflexão
O encontro de Maria com Isabel nos
mostra um pouco do que deve ser um encontro de verdadeiro amor entre duas
pessoas. Por um lado, vemos Maria, que vai ao encontro de Isabel assim que sabe
da sua situação, vai para servir, fazer com que seu amor se transforme em gesto
concreto. Quando encontra Isabel, a saúda, pois valoriza aquele momento de
encontro e também a pessoa com quem se encontra. Por outro lado, vemos Isabel
que, ao ver sua prima, exalta imediatamente todos os seus valores como mãe do
seu Senhor, assim como as suas virtudes. E este encontro termina com um cântico
de exaltação ao amor de Deus.
Fonte: CNBB em 18/08/2013
Reflexão
ASSUNÇÃO, FRUTO DA FÉ QUE MARIA DEMONSTROU
Estamos acostumados a falar do grande privilégio de Maria. De fato, não
há como nos furtar a falar do grande privilégio de ter sido assunta, de ter
subido ao céu em corpo e alma. Hoje poderíamos buscar aprofundar-nos nesse
caminho bonito, devoto e já bem conhecido de todos, mas nosso objetivo é
enfocar algo mais próximo de nosso cotidiano.
Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo afirma que “o
último inimigo a ser destruído é a morte”. Nos dias atuais, com a crescente
tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, por exemplo, em um e em
outro país haverá quem considere o lado contrário como o derradeiro inimigo a
enfrentar e destruir; outros enxergam na grande quantidade de impostos que os
cidadãos são obrigados a pagar todo ano o supremo antagonista a ser batido;
alguns, ainda, elegerão a precariedade do serviço de saúde pública de nosso
país como o maior vilão de nossos tempos. Mas, na verdade, não são esses os
últimos inimigos a serem vencidos. Qualquer um desses pode até ser vitorioso, mas
o inimigo maior já foi vencido.
É com base nesse ponto que muitos veem no cristianismo uma religião
muito difícil de se praticar. Com efeito, quando fazia minha graduação em
pedagogia, tinha um amigo que se dizia ateu. E de uma maneira impressionante dava
as razões de ser ateu. Razões essas que penso serem sérias. Ele não aceitava o
credo cristão porque, a seu ver, a fé cristã promete muito. “É muita coisa que
ela oferece a seus adeptos; se fosse uma fé que prometesse algo simples, como
um saboroso pote de sorvete em um dia quente, seria fácil ser cristão”. E
perguntava: “Como se pode aceitar uma religião que afirma constantemente que a
pessoa nunca deixará de existir? Ou que vai vencer a morte?” E concluía assim:
“É muita informação para minha cabeça; não consigo acreditar”.
Mal sabe ele que é este o verdadeiro desafio do cristão: acreditar mesmo
diante de um mundo onde tudo pareça contrário às palavras e ensinamentos de
Jesus. E é aqui que encontramos o sentido da festa da Assunção de Nossa
Senhora.
Maria não era uma pessoa que questionava pelo simples gosto de
questionar, não era alguém que fizera algum tipo de especialização teórica para
ostentar um título. Provavelmente, era uma jovem analfabeta. Mas Maria
acreditou! Ela confiou nas palavras do anjo Gabriel, não vacilou.
Dizer que Maria foi assunta, elevada em corpo e alma, ou seja, que subiu
ao céus em sua totalidade; que ela é agora plenitude, é vida, é esplendor e nos
antecipou, pode ser demais, não cabe em nossa cabeça de intelectuais. Como
dizia meu amigo: “É muita promessa”. Realmente, para nosso orgulho, é difícil
aceitar que uma mulher simples e provavelmente sem instrução nos supere, nos
anteceda em tão grande graça.
Jorge A. Luiz,ssp
Fonte: Paulus em 18/08/2013
Reflexão
Maria tem pressa de se dirigir à região
montanhosa de Judá para auxiliar Isabel, que está grávida e necessita da sua
ajuda. Temos duas mulheres pobres, mas solidárias, que carregam dentro de si
duas crianças. É a solidariedade entre duas mães que reconhecem a ação de Deus
em seus corpos. Além das mulheres, temos também o encontro de duas crianças
ainda no ventre de suas mães: encontro do Precursor com o Salvador. Pelo
cumprimento, percebemos a alegria que transborda das mulheres, a ponto de
contagiar o fruto do ventre de cada uma. Impulsionada pelo Espírito Santo,
Isabel se alegra por receber a mãe do Senhor, declarando-a abençoada e feliz.
Representante dos pobres que têm esperança, Maria responde com belo hino que
exalta os pobres e rebaixa os orgulhosos. Ela leva consigo paz, alegria e
bênção de Deus. Felizes as famílias que têm mães que se solidarizam entre si,
através da ajuda mútua. Felizes as comunidades que têm mulheres portadoras de
vida e esperança, mulheres benditas que acolhem a Palavra, transmitem fé e
otimismo e acreditam num mundo melhor.
(Dia a dia com o
Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditação
Como você encara o dever para com
seus irmãos de sangue? - Como você manifesta humildade? - Que lugar Nossa
Senhora ocupa em sua vida? - Qual o ato de devoção a Nossa Senhora que mais lhe
agrada? - Você se considera uma pessoa de bom coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 18/08/2013
Meditando o evangelho
A GLORIFICAÇÃO DE MARIA
A festa da assunção de Nossa Senhora leva-nos a repensar todo o seu
peregrinar neste nosso mundo, pois se trata de celebrar o desfecho de sua
caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na plenificação de
todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir. A expressão
“repleta de graça”, dita pelo anjo, encontrou sua expressão consumada na
exaltação dela junto de Deus.
A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte
eterna foi percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não
contar os detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que
Deus assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo.
O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do
Messias, o “Senhor” esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e
da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto
de louvor – o Magnificat –, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as
grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos.
A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua
disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma
pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia.
Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na
Terra.
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, conduze-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida
se consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para
a comunhão plena contigo.
Comentários do Evangelho
1 - “BENDITA ÉS TU ENTRE AS
MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE! - Olívia Coutinho - ASSUNÇÃO
DE NOSSA SENHORA
Com muita alegria, celebramos
hoje, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora!
É importante não confundirmos
assunção com ascensão. A assunção, é de Nossa Senhora, vem nos falar, que
ela foi levada ao céu, não subiu por si mesma e sim, pelo poder de Deus! Enquanto
que a ascensão, é de Nosso Senhor, vem nos falar da sua subida ao céu, Ele
sim, sendo o próprio Deus, subiu ao céu pelo seu próprio poder!
A festa de hoje, nos convida a
refletir, sobre o sentido da nossa vida, o para “quê” viemos ao mundo e
como devemos conduzir a nossa vida. Maria, com o seu testemunho, nos ensina,
que só alcançaremos a nossa realização plena, se nos deixarmos conduzir, pela vontade
de Deus!
Maria foi puro amor e doação, ela
se entregou por inteira à serviço do Reino de Deus, abrindo mão de todos
os seus projetos pessoais, para viver o projeto de Deus, que tem como
fundamento o amor!
A solenidade deste
domingo, nos apresenta Maria como modelo de vida cristã, um
modelo a ser seguido por todos nós! Nossa vida, se pautada no exemplo
desta grande mulher, com certeza, será uma vida fecunda!
Deus cativou Maria e ela se deixou
cativar por Ele, se entregando por inteira à seu serviço!
Assim que recebeu do Anjo, o
anúncio de que ela seria a mãe de Jesus, Maria ficou sabendo também da
gravidez de sua prima Isabel. Movida pelo o amor ao próximo, ela não hesitou,
se pôs a caminho, indo ao auxílio de Isabel, que certamente necessitaria de
maiores cuidados devido a sua idade avançada. Com este gesto abnegado de
amor e entrega, Maria nos dá um grande exemplo de solidariedade, nos
ensinando que o amor é mais do que sentimento, mais do que palavras: o
amor é gesto concreto, é decisão de ir ao encontro do outro, de
inteirar-se de suas necessidades.
Subindo montanhas, levando Jesus
no seu ventre, Maria tornou-se a primeira pessoa a levar Jesus ao
outro, ou seja, a primeira discípula de Jesus!
O evangelho de hoje, narra dois
encontros marcantes, o encontro de duas mães: Maria e Isabel, uma se alegrando com
a alegria da outra, e juntas agradecendo a Deus pelo dom da fecundidade,
mostrando-nos que o poder de Deus é infinito! Neste encontro de mães,
acontece também o encontro de duas crianças, que estavam sendo gestadas no
ventre destas duas mulheres distintas, um encontro invisível, porém
sentido! No ventre da jovenzinha de Nazaré, crescia Jesus, àquele
que seria O Salvador do mundo. E no ventre, antes estéril de Isabel,
crescia João Batista, àquele que seria o grande profeta, o precursor que
iria preparar o caminho para a entrada de Jesus na história da salvação.
Ao se entregar totalmente à
serviço de Deus, Maria participou da história da libertação da humanidade,
enfrentando todos os desafios, desde a concepção de Jesus, até a sua morte de
cruz! E mesmo com o coração transpassado de dor, Maria manteve-se de pé, aos
pés da cruz.
Maria é a voz que grita na defesa
dos pobres, de todos aqueles que buscam nela, força e coragem para lutar e
vencer os “poderosos!”
No canto do magnificat, o coração
de Maria manifesta de modo transbordante a sua gratidão pela imensidão
de maravilhas que Deus realizou em sua vida! Realizações, que Ela
reconhecia não serem somente em seu favor, mas em favor de toda
humanidade, uma vez que, pelo seu Filho Jesus, a salvação entrou na humanidade!
Maria nos ensina que as maravilhas
que Deus realiza em nós, é em favor de todos!
O MAGNIFICAT é um canto de amor e
de humildade, em que Maria reconhece o poder, a majestade do Senhor e
se submete humildemente à sua vontade, proclamando-se bem-aventurada.
Com Maria aprendemos que a
humildade nos aproxima da perfeição e que ao dizermos "sim" a Deus,
Ele nos transforma em “grandes” mesmo na nossa pequinês!
Podemos também, assim como Maria,
louvar a Deus, dizendo: A minha alma engrandece o Senhor, porque olhou para a
humildade de seu servo (a) “O Todo Poderoso fez grandes coisas em meu
favor...”
O canto de Maria, diante do Seu
Senhor, ecoa no coração de cada um de nós, nele está expresso a confiança
total no Deus misericordioso!
Que nossos corações estejam sempre
iluminados com a luz da bondade que iluminou o coração de Maria, a grande
defensora dos pobres e sofredores.
Estimado Leitor (a): Agradeço do
fundo do meu coração, a todos vocês, que dispõe do seu precioso tempo na leitura
destas minhas reflexões, em especial, aos que deixam seus comentários, os quais me
incentivam a continuar nesta caminhada missionária.
QUE DEUS CONTINUE ABENÇOANDO
A TODOS: Olívia
Coutinho
FIQUE NA PAZ DE JESUS!
2 - ASSUNÇÃO DE MARIA - José
Salviano - FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA - Solenidade.
Hoje celebramos a solenidade da
Assunção de Maria em corpo e alma aos Céus. E foi pela Constituição
Apostólica Munificentíssimus Deus, de 1 de novembro de 1950,
que o papa Pio XII proclamou a Assunção da Virgem Maria como dogma de
fé. Porém é bom lembrar que a devoção em homenagem a Nossa Senhora
Assunta aos Céus já existia bem antes da proclamação desse dogma. E o ponto
mais alto dessas devoções, ocorreu na Idade Média, sendo na França o principal
palco das devoções marianas, principalmente da sua Assunção. O reconhecimento
popular daquela que abrigou por nove meses o Filho de Deus e em seguida o
entregou ao mundo, foi algo muito marcante na Europa medieval, principalmente
entre os franceses.
Maria cheia da graça de Deus, a
mais feliz de todas as mulheres do mundo, até o momento em que viu o bendito
fruto do teu ventre crucificado por nossos pecados. Essa é uma história de
dupla entrega, uma história do mais puro amor que mostra a fusão entre o divino
e o humano na pessoa daquela jovem pura, para realizar o plano de Deus de
salvar a humanidade inteira.
Lamentavelmente nem todos os
homens e mulheres da humanidade aceitaram a pessoa de Maria Virgem e Mãe
puríssima do Filho de Deus pela força do Espírito Santo. Nem todos os humanos a
reconheceram como a mãe de Deus! Fato lamentável que aconteceu e acontece com
os participantes de outra religião não criada por Jesus, mas sim por um homem.
Nós, os católicos, festejamos a
pessoa de Maria, porque reconhecemos n'ela a mãe de Nosso Senhor Jesus
Cristo, o Filho unigênito, que provou ser o próprio Deus, através de mais de
mil milagres, sendo que somente 51 deles estão registrados nos Evangelhos.
A figura de Maria incomoda muito
alguns dos nossos irmãos separados na fé, os quais têm por ela verdadeira
aversão, para não dizer, ódio. Como podemos ser salvos pelo Filho se
rejeitamos e não reconhecemos a sua mãe?
Meus irmãos. Quando nós
incomodamos, devemos ficar felizes porque estamos atingindo o objetivo.
Percebo que às vezes eu incomodo alguns leitores, quando boto o dedo em certas
feridas. como: Celibato x pedofilia, mãe solteira, redução da maioridade penal,
entre outras coisas que não deveriam estar acontecendo em nossa sociedade, mas,
infelizmente estão aí. E por fazermos vistas grosas diante de tais fatos
é que eles estão aumentando. Não podemos fechar os olhos diante dessa
realidade! Porque na qualidade de imitadores de Cristo, temos de
denunciar as imperfeições sociais, mesmo que isso não agrade a alguns. Foi o
que Jesus fez com os erros dos líderes judaicos, enfrentando-os sem nenhum
medo: "Fariseus hipócritas" "Sepulcros caiados"...
E é importante deixar claro, que
denunciar o erro não tem nada a ver com discriminação. Jesus odiava o
erro, o pecado. Mas amava aqueles que erravam, ao ponto de perdoá-los
publicamente, como foi o caso daquela mulher, que conhecemos pelo nome de
Madalena, que jogaram em seus pés, por ser pega em flagrante de
adultério. Discriminar, é uma coisa, denunciar é outra.
O CATEQUISTA NÃO É AQUELE QUE DIZ
O QUE OS OUVINTES OU LEITORES QUEREM OUVIR (PALAVRAS BRANDAS, ELOGIOS), MAS SIM
AQUELE QUE DIZ O QUE ELES PRECISAM OUVIR! O CATEQUISTA, É AQUELE QUE NOS
TRÁS O RECADO DE JESUS CRISTO, SEM MEIAS PALAVRAS, SEM RECEIO DE ESTAR
MELINDRANDO, COMO CRISTO FEZ COM OS DOUTORES DA LEI E FARISEUS. O CATEQUISTA É
AQUELE QUE DENUNCIA OS NOSSOS DEFEITOS, E DEPOIS NOS PERDOA, COMO O FÊS JESUS!
Maria, mãe imaculada, exemplo
de castidade e de obediência a Deus, é o nosso espelho da pura vivência na fé.
Nós temos de nos apegar a ela, a
Mãe puríssima, Mãe castíssima, Mãe imaculada, para que nos ajude intercedendo
junto ao seu Filho como no dia do seu primeiro milagre em Caná, para que
tenhamos forças para viver diante de Jesus em estado de graça, em plena
castidade. Porque o mundo que aí está faz de tudo para que sejamos
promíscuos, pedófilos, violentos, desonestos, impuros...
Você já reparou que os filmes nos
dão a impressão que a sociedade não pensa em outra coisa senão no prazer
sexual. Porque os personagens ou estão fazendo sexo, ou estão se preparando
para isso, ou estão falando sobre esse assunto. Você já reparou nisso? Toda
essa enxurrada em cima da cabecinha de nossos jovens, os faz pensar que isso é
algo normal e sem a menor conseqüência, isso os faz desistir de qualquer
proposta que lhes fazemos a respeito do Reino de Deus!
Maria é como a lua, ela não tem
brilho próprio, mas nos reflete o brilho da luz de Jesus. Maria é aquela que
intercede por nós junto a seu Filho e este intercede por nós junto ao Pai...
Jesus se fez homem para
sentir na pele os nossos problemas, porém, Maria, não se fez, ela era
humana. E assim, como qualquer um de nós, ela é capaz de sentir as nossas
dores, nossos sofrimentos com a mesma intensidade que nós.
É claro que Jesus, enquanto
homem, pode viver a nossa realidade, porém o seu lado divino estava sempre
presente, o resgatando nas horas difíceis, como nas tentações do deserto, por
exemplo. Não estamos desmerecendo a capacidade de Cristo assumir a nossa dura
realidade, porém, na verdade, Maria já era uma de nós, de carne e osso, sem
nenhum lado divino... Se estou errado nessa colocação, que alguém mais
preparado do que eu me corrija, e humildemente aceitarei a crítica...
Porque criticar é mostrar os dois
lados: o certo e o errado. O certo é a solução. Criticar por criticar é
fruto de inveja. A crítica construtiva, a crítica como correção fraterna,
mostra o seu lado bom, depois mostra o seu erro e em seguida a solução,
para que você se corrija e não caia mais no erro.
Santa Maria mãe de Deus,
rogai por nós e por todos aqueles que não te reconhecem como a Mãe do Salvador!
Tenha um santo domingo.
3 - “aquela que acreditou” -
Helena Serpa
1ª. Leitura – Apocalipse
11,19;12,1.3-6.10 – “O sinal no céu”
No Livro das Revelações São João
descreve a visão que teve de um grande sinal no céu: a figura de uma mulher
vestida de sol, com uma coroa de doze estrelas, sendo perseguida por um dragão.
Esta figura representa para nós Maria a Mãe de Jesus que é também a Mãe da
Igreja e o dragão, o inimigo de Deus que persegue a Igreja de Jesus Cristo.
Esta revelação nos mostra também como Maria foi preservada por Deus que lhe
preparou um lugar na Sua glória, como afirma a Tradição da Igreja, sendo ela assunta
ao céu pelos merecimentos do Seu Filho Jesus Cristo.
Salmo 44 – “À vossa direita se
encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir”.
O salmo canta a figura da rainha
que se encontra à direita do rei, “tal se nos mostra Maria na glória celestial
É a mesma glória que envolve o Filho e a Mãe! Ele nos aparece tão belo! E ela
como se nos apresenta suave e terna em seu sorriso de Mãe, estendendo-nos os
braços, num convite amoroso, para que vamos a Ela e possamos um dia partilhar
de sua bem-aventurança!” (trecho retiro do site). – Qual a imagem que você tem
de Maria?
2ª. Leitura – Cor 15, 20-27 –
“quando Jesus vier em glória”
São Paulo esclarece para nós como
será a nossa ressurreição quando Jesus vier em glória e nos encontrar cheios de
fé esperando a Sua volta. Todos nós enquanto aqui estamos devemos manter firme
a esperança da vinda de Jesus, pois é promessa Dele. Em Adão todos morrem, em
Cristo todos reviverão! Esta é uma verdade que nos garante a Ressurreição
daqueles que acreditam em Jesus Cristo o primeiro a ressuscitar dos mortos.
Deus já concedeu a vitória ao Seu Filho e com Ele nós também somos vitoriosos.
“O último inimigo a ser destruído é a morte, diz São Paulo”. Nesse dia não
haverá mais morte, pois Jesus reinará no meio de nós. Os que ainda estiverem
aqui serão testemunhas da vinda de Jesus. Os que já tiverem partido ressurgirão
e haverão de se juntar a Jesus numa nova terra. Por isso, também acreditamos no
privilégio de que Maria não passou pela morte, ela apenas adormeceu e foi
assunta ao céu pelo poder de Deus e lá está junto de Jesus. – Você já meditou
sobre isso? – Você mantém firme a esperança de se encontrar com Jesus? – Você
crê na ressurreição dos mortos?
Evangelho – Lucas 1, 39-56 –
“aquela que acreditou”
Maria não reteve nada para si!
Entregue ao Espírito Santo ela se determinou a servir a Deus. Não perdeu tempo
e, se oferecendo para ser serva do Senhor, correu para ajudar Isabel, sua
prima, que precisava da sua ajuda. A visita de Maria a sua prima Isabel e o
canto do Magnificat retratam para nós a sua humildade e submissão à vontade do
Pai. Mesmo reconhecendo a sua pequenez, ela assumiu a missão de Mãe do
Salvador, e não ficou nos lauréis que o título lhe conferia. O Espírito Santo
confirmou-a como mãe do Senhor quando João Batista pulou no ventre de Isabel e
esta exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre!” E completou, dizendo: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque
será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Como para confirmar toda a graça
que recebeu de Deus Pai e inspirada nos livros do Antigo Testamento Maria
cantou o Magnificat assumindo ser bem-aventurada pelos prodígios que nela
aconteciam. Por isso, afirmou: “doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”. Assim como Maria,
somos também bem-aventurados, porque acreditamos nas promessas do Senhor e
cheios (as) do Espírito Santo sentimos a presença de Jesus que nos motiva a ir
ao encontro das Isabel que hoje estão à nossa espera. Nossa Senhora é nosso
modelo, por isso, agradecidos, nós também dizemos quando rezamos o rosário:
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” – Você
acredita que Nossa Senhora está no céu ao lado de Jesus e que intercede por
nós? – Você tem Nossa Senhora também como sua mãe? – Como é a sua devoção para
com Maria? – Você costuma rezar o terço e pedir a sua benção? – Ore hoje com
Maria e sinta o carinho e a ternura dela, como sua mãe, rainha do céu e da
terra!
Helena Serpa
4 - "O CÉU DE MARIA!" -
Diac. José da Cruz - ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Evangelho Lucas 1, 39-56 - "O
CÉU DE MARIA!"
Maria foi assunta ao céu, elevada
para junto de Deus em corpo e alma. Se Jesus nos abriu as portas do céu que
estavam fechadas, Maria foi o primeiro ser vivente a entrar por ela. Na
verdade, em Maria os Filhos degredados de Eva puderam sentir o “gostinho” da
volta ao Paraíso e viver de novo na plenitude da comunhão com Deus, como era
antes do pecado original. Na vida de Maria, desde o seu nascimento, até a sua “dormição”
como preferem denominar o término da sua vida terrena os católicos ortodoxos, a
gente vai aprendendo que o céu, dom de Deus, é também uma conquista do homem.
A partir de Jesus nos tornamos
todos combatentes “Pois é preciso que ele reine, até que todos os seus inimigos
estejam debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser derrotado é a morte”
afirma o apóstolo Paulo na segunda leitura desse domingo em 1Cor 15, 20-27,
mostrando-nos que a conquista do céu vai acontecendo na medida em que, em nossa
caminhada vamos combatendo e destruindo as forças do mal, que querem nos levar
à morte, para longe de Deus e do seu Paraíso, que é o nosso destino glorioso.
É assim que a vitória de Cristo
vai sendo confirmada, pois quando falamos que o céu é dom que Deus nos concede,
estaríamos sendo ingênuos se imaginarmos que podemos conquistá-lo sem nenhum
esforço. Mas o que mais nos surpreende nessa liturgia Mariana é a bela visão apocalíptica
de João na primeira leitura, que vê no céu o sinal de uma mulher Guerreira,
destemida e Vitoriosa, imagem que a Igreja atribuiu a Maria, pois para chegar
vitoriosa no céu, Maria foi também vitoriosa na terra, aliás, a partir da obra
que Deus realizou em Maria, o céu desceu a terra. “Uma mulher vestida de sol,
tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”.
A visão do mal sempre é
aterradora, mesmo em uma linguagem simbólica e figurativa como a de João “Um
Dragão de sete cabeças e dez chifres, e sobre a cabeça sete coroas” Quem é que
não se assusta diante de um bicho feio como este, com tanta força e poder?!
Quem é que não se assusta com o mal hoje presente no mundo, marcado por tanta
violência, medo, insegurança e o terror? Mas no espaço do céu, que é o lugar de
Deus, esse mal tem o poder limitado. “Sua cauda varria apenas um terço das
estrelas, atirando-as sobre a terra”, ou seja, a força do bem presente em
Maria, consegue neutralizar as forças avassaladoras do mal. Mas quem é essa
mulher ousada e vitoriosa, que chamamos de Mãe?
No evangelho festivo da Festa da
Assunção, na catequese de Lucas percebemos algo encantador, que faz a diferença
na vida de Maria, e que faz a diferença nossa vida também: A Força do Espírito
de Deus! Prestemos atenção nas expressões verbais colocadas por Lucas, e que
indicam uma ação imediata: Maria partiu – dirigindo-se apressadamente – entrou
na casa e cumprimentou Isabel. Maria, essa mulher Guerreira e Vitoriosa,
deixa-se mover no dinamismo do Espírito de Deus. Sua vida pacata na pequena
Nazaré passa por uma “sacudida”, a partir de então, ela se moverá a partir do
Espírito de Deus presente nela e que irá impulsioná-la a sair de Nazaré e a
sair de si mesma, abrindo-se cada vez mais para Deus e os irmãos e Maria diante
da revelação do anjo descobre a sua vocação de servir “Eis aqui a serva do
Senhor...”
Tudo começou quando ela se fez
pequena diante de Deus, é aí que o céu já começa a acontecer em sua vida.
Quando os homens descobrem nessa vida a vocação para o amor, o céu já se faz
presente. A entrada de Maria no céu, na Festa da Assunção, é apenas uma
referência de sua glória, esta glória do Senhor que a envolveu totalmente,
fazendo-a viver para Deus, sem deixar de viver para os irmãos. E quais são as
conseqüências, na vida de Maria e em nossa vida, quando nos deixamos mover pelo
Espírito Santo presente em nós? Isso é fácil de perceber nessa catequese de
Lucas, olhando para a reação de Isabel - “Logo que a sua saudação chegou aos
meus ouvidos, a criança pulou de alegria em meu ventre”. Quem é de Deus e a ele
pertence e se entrega, transmite a paz verdadeira, o Shalon que traz alegria.
Quando o evangelho narra que Maria
saudou Isabel, não foi uma saudação costumeira de Bom Dia ou Boa Tarde, mas sim
a saudação desejando a Paz. Maria é anunciadora da Paz e portadora da Salvação,
pois ali, naquela região montanhosa em casa de Israel, o Espírito de Deus
transbordante em Maria, preenche também a Isabel e lhe revela: Chegou o
Salvador, Deus já está entre vós! João dá cambalhotas no ventre de sua mãe e
com ele a humanidade inteira pode pular e cantar, dançar e extravasar sua
alegria: Jesus já chegou! Chegou através dos pobres e pequenos como Maria e
Isabel.
Nossos sonhos e esperança de
chegar a esse céu das plenitudes como Maria, já começa a se tornar feliz
realidade quando descobrimos a nossa vocação para o amor e o serviço,
tornando-nos também portadores dessa Paz e alegria, que vem do Espírito de Deus
presente em nós. SALVE MARIA! (Festa da Assunção –LUCAS 1, 39-5)
5 - O Todo poderoso fez grandes
coisas por mim. - Claretianos - Assunção
de Nossa Senhora
Primeira
leitura: Apocalipse 11, 19; 12,1.3-6.10 - Uma mulher
vestida como sol, tendo a lua sob os pés.
Salmo responsorial: 44 - À
vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.
Segunda
leitura: 1 Coríntios 15, 20-27 - Primeiro Cristo,
que é as primícias, depois os que pertencem a Cristo.
Evangelho: Lucas 1,
39-56 - O Todo poderoso fez grandes coisas por mim.
Na metade do
mês de agosto, explode a alegria na liturgia da Igreja. No hemisfério norte,
coincide, ou se fez coincidir, com as festas ancestrais da canícula do verão
boreal. À já celebrada alegria das colheitas acrescenta-se agora uma plenitude
de alegria ainda maior ao celebrar a Assunção da Virgem Maria. Ela, a mãe de
Jesus, é a “primeira cristã”, deveria ser também a primeira a chegar até Jesus.
A fé da igreja quis ver nela a confirmação definitiva de que nossa esperança
tem sentido. De que esta vida, ainda que nos pareça ferida de morte, está na
realidade grávida de vida, de uma vida que se manifesta já em nós e que devemos
celebrar já aqui e agora e, em primeiro lugar, Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa.
Na primeira
leitura encontramos um combate frontal entre a debilidade de uma mulher a
ponto de dar a luz e a crueldade de um monstro perverso e poderoso que se
apropria de uma boa parte do mundo, além de querer arrebatar-lhe o filho. O
Apocalipse faz um relato precioso em simbologia na qual as comunidades cristãs
podem estar representadas pela mulher, reconhecendo que um setor do
cristianismo dos primeiros tempos teve um alto influxo da pessoa de Maria e da
presença feminina em seu meio, como sustentáculos da fé e da radicalidade. Por
outra parte, o monstro é um sinônimo do aparato imperial. Com suas respectivas
cabeças e chifres, representa os tentáculos do poder civil, militar, cultural,
econômico e religioso, empenhado em eliminar o cristianismo, por sua ação
profética, já que se tornou incômodo para os poderosos da terra.
A segunda
leitura abre com uma bela metáfora da ressurreição de Cristo como primeiro
fruto da colheita e logo classifica como todos os que em Cristo vivem, em
Cristo morrem, também em Cristo vão ressuscitar. Trata-se de uma afirmação
da vida plena para os que assumem o projeto de Jesus como próprio e nesse
sentido se fazem partícipes da Glória da ressurreição.
No evangelho, o
canto de alegria de Maria, proclamado no evangelho, se faz nosso canto. Temos
poucos dados sobre Maria nos evangelhos. Os estudiosos nos dirão que,
certamente, este cântico, o Magnificat, não foi pronunciado por Maria, mas que
é uma composição do autor do evangelho de Lucas. Porém, não resta dúvida que,
ainda que não seja histórico, recolhe o autêntico sentir de Maria, seus
sentimentos mais profundos diante da ação de Deus. Louvar e dar graças. Não se
sente grande nem importante por ela mesma, mas pelo que Deus está fazendo
através dela.
“Minha alma
engrandece ao Senhor”. Maria goza dessa vida em plenitude. Sua fé a
fez viver já em sua vida a vida nova de Deus. Há um detalhe importante. O que
nos conta o evangelho não acontece nos últimos dias da vida de Maria, quando já
supomos que havia experimentado a ressurreição de Jesus, mas antes do
nascimento de seu Filho. Já então Maria estava tão plena de fé que confiava
totalmente na promessa de Deus. Maria tinha a certeza de que algo novo estava
nascendo. A vida que ela levava em seu seio, ainda em embrião, era o sinal de
que Deus se havia colocado a caminho e havia começado a agir em favor de seu
povo.
Mais uma vez, em algumas ditaduras, este canto de
Maria foi considerado revolucionário e subversivo, por isso censurado.
Certamente é revolucionário e sua mensagem tende a virar do avesso a ordem
estabelecida, a ordem que os poderosos tentam manter a todo custo. Maria, cheia
de confiança em Deus, anuncia que ele se colocou a favor dos pobres e
deserdados deste mundo. A ação de Deus muda totalmente a ordem social do nosso
mundo: derruba do trono os poderosos e enaltece os humildes. Não é o isso que
estamos acostumados a ver em nossa sociedade. Tampouco no tempo de Maria.
A vida de Deus é oferecida a todos, porém somente
os humildes, os que sabem que a salvação somente vem de Deus, estão dispostos a
acolhê-la. Os que se sentem seguros com o que têm, esses perdem tudo. Maria
soube confiar e estar aberta à promessa de Deus, confiando e crendo mais além
de toda esperança. Hoje Maria anima nossa esperança e nosso compromisso de
transformação deste mundo para torná-lo mais de Deus: um lugar de fraternidade,
onde todos tenhamos um lugar à mesa que Deus nos preparou.
Porém, neste dia Maria anima sobretudo nosso louvor
e ação de graças. Maria nos convida a olhar a realidade com olhos novos e
descobrir a presença de Deus, talvez em embrião, porém já presente, ao nosso
redor. Maria nos convida a cantar com alegria e proclamar, com ela, as
grandezas do Senhor.
Nota crítica: A estas alturas, é importante não
falar da Assunção de Maria simplesmente como quem dá por suposto uma viagem
quase sideral de Maria ao céu. Não é necessário deter-se mais uma vez na
análise do tema dos “dois pisos” da cosmovisão religiosa clássica... Porém, é
necessário, ainda que seja como uma simples indicação, lembrar os ouvintes de
que não estamos descrevendo uma assunção sideral, um translado físico, mas uma
expressão metafórica, para que não se entenda mal tudo o que com uma bela
estética bíblico-litúrgica podemos dizer a respeito.
Oração: Ó Deus, nosso Pai, que levaste Maria a alcançar
junto de ti a mesma plenitude de vida de Jesus Cristo; nós te pedimos que nos
concedas que, sento como ela, fieis no cumprimento da tua vontade, cheguemos a
participar também nós da gloria da ressurreição.
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 18/08/2013
Liturgia comentada
Mãe do meu Senhor... (Lc 1, 39-56)
Na solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria aos céus,
elevada e assumida por Deus em corpo e alma, a Igreja atualiza antiga tradição
que remonta ao Séc. VI, quando a liturgia bizantina já celebrava a festa da
“Dormição da Mãe de Deus” (em grego, “koimésis tes Theotokou”). Os ícones
orientais mostram os apóstolos reunidos em torno do ataúde de Maria, enquanto,
em segundo plano, Jesus Cristo abraça a alma da Virgem Mãe, sob a forma de uma
criança de colo. No alto, cercada de anjos, Maria, viva, sobre aos céus.
Desde o Concílio de Éfeso (431 d.C.), ao condenar a heresia de Nestório,
a Igreja reconheceu a Virgem Maria como “Mãe de Deus” – “não porque o Verbo de
Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo
sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o
Verbo nasceu segundo a carne”. Aliás, a Igreja sempre ensinou que toda a
grandeza da Virgem Maria deriva de sua missão única, ao ser escolhida por Deus
para gerar na carne o Salvador.
Como Evangelho para a liturgia da solenidade de hoje, a Igreja escolheu
o episódio da Visitação a Isabel. Esta, cheia do Espírito Santo, ao receber a
visita de Maria, pergunta: “De onde me vem esta honra de vir a mim a Mãe do meu
Senhor?” Ora, o Senhor de Isabel, filha do povo de Israel, era Adonai, o único
Deus. Assim, quando a Igreja invoca a Maria com o título de Mãe de Deus,
reconhece o seu papel insuperável na encarnação da Segunda Pessoa da Trindade,
por obra do Espírito Santo.
De fato, a Bem-aventurada Virgem Maria é a ponte (S. Bernardo de
Claraval usa o termo “aqueduto”) pela qual Deus se uniu à humanidade. Jesus
Cristo, ao mesmo tempo Deus verdadeiro e Homem verdadeiro, unindo duas
naturezas – humana e divina – em sua única Pessoa, realiza em si mesmo a antiga
promessa de uma Aliança entre Deus e os homens. A partir de sua encarnação, a
família humana entrou em consórcio com a Família divina. Assim, o Pai do Filho
é nosso Pai. O Filho é nosso irmão. O Espírito do Pai e do Filho habita em nós.
E Maria é a Mulher especial, preparada por Deus para sua insigne missão.
Como espelho e modelo da Igreja, a Mãe de Deus nos ensina e nos anima a ser
ponte entre Deus e a humanidade, gerando Cristo para o mundo de hoje e
estendendo pontes entre o Senhor e todos os povos e nações. Depois de tudo
isso, a Virgem Mãe tem plena razão ao exclamar: “O Senhor fez em mim
maravilhas!”
Orai sem cessar: “Bendito
é o fruto do teu ventre, Jesus!” (Lc 1, 42)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 18/08/2013
Comentário
ASSUNÇÃO DE N. SENHORA - A MÃE GLORIOSA E
A GRANDEZA DOS HUMILDES
I. INTRODUÇÃO GERAL
Em 1950, o papa Pio XII proclamou o dogma da Assunção de Nossa Senhora
ao céu. Um dogma é um marco referencial de nossa fé, por trás do qual ela não
pode retroceder e sem o qual ela não é completa. Proclamamos que Maria, no fim
de sua vida, foi acolhida por Deus no céu “com corpo e alma”, ou seja, coroada,
plena e definitivamente, com a glória que Deus preparou para os seus santos.
Assim como ela foi a primeira a servir Cristo na fé, é a primeira a participar
na plenitude de sua glória, a “perfeitissimamente redimida”. Maria foi
acolhida, completamente, de corpo e alma, no céu, porque ela acolheu o céu
nela – inseparavelmente.
A presente festa é uma grande felicitação de Maria por parte dos fiéis,
que nela veem, a um só tempo, a glória da Igreja e a prefiguração da própria
glorificação. A festa tem uma dimensão de solidariedade dos fiéis com aquela
que é a primeira a crer em Cristo e por isso, também, é a mãe de todos os
fiéis. Daí a facilidade com que se aplica a Maria o texto do Apocalipse, na
primeira leitura, originariamente uma descrição do povo de Deus, que deu à luz o
Salvador e depois se refugiou no deserto. Na segunda leitura, a assunção de
Maria ao céu é considerada como antecipação da ressurreição dos fiéis, que
serão ressuscitados em Cristo. Observe-se, portanto, que a glória de Maria não
a separa de nós, mas a torna unida a nós mais intimamente.
Merece consideração, sobretudo, o texto do evangelho, o Magnificat, que
hoje ganha nova atualidade, por traduzir a pedagogia divina: Deus recorre aos
humildes para realizar suas grandes obras. Esse pensamento pode ser o fio
condutor da celebração. Na homilia, convém que se repita e se faça entrar no
ouvido e no coração esse pensamento ou uma frase do Magnificat que o exprima.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab)
O sinal da Mulher, no Apocalipse, aplica-se em primeiro lugar ao povo de
Deus do qual nasce o Messias: à Igreja do Novo Testamento, nascida dos que
seguem o Messias. Aparece no céu a Mulher que gera o Messias; as doze estrelas
indicam quem ela é: o povo das doze tribos, Israel – não só o Israel antigo, do
qual nasce Jesus, mas também o novo Israel, a Igreja, que, no século I d.C.,
quando o livro foi escrito, precisava esconder-se da perseguição, até que, no
fim glorioso, o Cristo se possa revelar em plenitude. Ao ouvir esse texto, a
liturgia pensa em Maria. Maria assunta ao céu sintetiza em si, por assim dizer,
todas as qualidades desse povo prenhe de Deus, aguardando a revelação de sua
glória.
2. II leitura (1Cor 15,20-27a)
No quadro da glória celestial, a segunda leitura evoca a visão da
vitória de Cristo sobre a morte (presente também na liturgia da festa de Cristo
Rei no ano A). O sinal da vitória definitiva de Cristo é a ressurreição, seu
triunfo sobre a morte. Essa vitória se realizou na sua própria morte e se realizará
também na morte dos que o seguem. Maria já está associada a Jesus nessa vitória
definitiva; nela, a humanidade redimida reconhece sua meta.
3. Evangelho (Lc 1,39-56)
O evangelho de hoje é o Magnificat. O quadro narrativo é significativo:
Maria vai ajudar sua parenta Isabel, grávida, no sexto mês. Ao dar as
boas-vindas à prima, Isabel interpreta a admiração dos fiéis diante daquilo que
Deus operou em Maria. Esta responde, revelando sua percepção do mistério do
agir divino: um agir de pura graça, que não se baseia em poder humano;
pelo contrário, envergonha esse poder, ao elevar e engrandecer o pequeno e
humilhado, porém dedicado ao serviço de sua vontade amorosa. O amor de Deus se
realiza por meio não da força, mas da humilde dedicação e doação. E nisso
manifesta sua grandeza e glória.
O Magnificat, hoje, ganha nova atualidade, por traduzir a pedagogia
divina: Deus recorre aos humildes para realizar suas grandes obras. Ele escolhe
o lado de quem, aos olhos do mundo, é insignificante. Podemos ler no Magnificat
a expressão da consciência de pessoas “humildes” no sentido bíblico:
rebaixadas, humilhadas, oprimidas. A “humildade” não é vista como virtude
aplaudida, mas como baixo estado social mesmo, como a “humilhação” de Maria,
que nem tinha o status de casada, e de toda a comunidade de humildes, o
“pequeno rebanho” tão característico do Evangelho de Lucas (cf. 12,32, texto
peculiar de Lc). Na maravilha acontecida a Maria, a comunidade dos humildes vê
claramente que Deus não obra por meio dos poderosos. É a antecipação da
realidade escatológica, na qual será grande quem confiou em Deus e se tornou
seu servo (sua serva), não quem quis ser grande pelas próprias forças, pisando os
outros. Assim, realiza-se tudo o que Deus deixou entrever desde o tempo dos
patriarcas (as promessas).
A glorificação de Maria no céu é a realização dessa perspectiva final e
definitiva. Em Maria são coroadas a fé e a disponibilidade de quem se torna servo
da justiça e da bondade de Deus; impotente aos olhos do mundo, mas grande na
obra que Deus realiza. É a Igreja dos pobres de Deus que hoje é coroada.
A celebração litúrgica deverá, portanto, suscitar nos fiéis dois
sentimentos dificilmente conjugáveis: o triunfo e a humildade. O único meio
para unir esses dois momentos é pôr tudo nas mãos de Deus, ou seja, esvaziar-se
de toda glória pessoal, na fé em que Deus já começou a realizar a plenitude das
promessas.
Em Maria vislumbramos a combinação ideal da glória e da humildade: ela
deixou Deus ser grande na sua vida.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
A mãe gloriosa e a grandeza dos pobres: O Magnificat de Maria é o resumo
da obra de Deus com ela e em torno dela. Humilde serva – faltava-lhe o status
de mulher casada –, foi “exaltada” por Deus para ser mãe do Salvador e
participar de sua glória, pois o amor verdadeiro une para sempre. Sua grandeza
não vem do valor que a sociedade lhe confere, mas da maravilha que Deus nela
opera. Aconteceu um diálogo de amor entre Deus e a moça de Nazaré: ao convite
de Deus responde o “sim” de Maria, e à doação dela na maternidade e no
seguimento de Jesus responde o grande “sim” de Deus, com a glorificação de sua
serva. Em Maria, Deus tem espaço para operar maravilhas. Em compensação, os que
estão cheios de si mesmos não o deixam agir e, por isso, são despedidos de mãos
vazias, pelo menos no que diz respeito às coisas de Deus. O filho de Maria
coloca na sombra os poderosos deste mundo, pois, enquanto estes oprimem, ele
salva de verdade.
Essa maravilha só é possível porque Maria não está cheia de si mesma,
como os que confiam no seu dinheiro e status, mas “cheia de graça”. Ela é
serva, está a serviço – também de sua prima, grávida como ela – e, por isso,
sabe colaborar com as maravilhas de Deus. Sabe doar-se, entregar-se àquilo que
é maior que sua própria pessoa. A grandeza do pobre é que ele se dispõe para
ser servo de Deus, superando todas as servidões humanas. Ora, para que seu
serviço seja grandeza, o fiel tem de saber decidir a quem serve: a Deus ou aos
que se arrogam injustamente o poder sobre seus semelhantes. Consciente de sua
opção, quem é pobre segundo o espírito de Deus realizará coisas que os ricos e
os poderosos, presos na sua autossuficiência, não realizam: a radical doação
aos outros, a simplicidade, a generosidade sem cálculo, a solidariedade, a
criação de um homem novo para um mundo novo, um mundo de Deus.
A vida de Maria, a “serva”, assemelha-se à do “servo”, Jesus, “exaltado”
por Deus por causa de sua fidelidade até a morte (cf. Fl 2,6-11). De fato, o
amor torna as pessoas semelhantes entre si. Também na glória. Em Maria
realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, o que Paulo descreve na segunda
leitura: a entrada dos que pertencem a Cristo na vida gloriosa concedida pelo
Pai, uma vez que o Filho venceu a morte.
Congratulando Maria, congratulamo-nos a nós mesmos, a Igreja. Pois, mãe
de Cristo e mãe da fé, Maria é também mãe da Igreja. Na “mulher vestida de sol”
(primeira leitura) confundem-se os traços de Maria e os da Igreja. Sua
glorificação são as primícias da glória de seus filhos na fé.
No momento histórico em que vivemos, a contemplação da “serva gloriosa”
pode trazer uma luz preciosa. Quem seria a “humilde serva” no século XXI,
século da publicidade e do sensacionalismo? Sua história é: serviço humilde e
glória escondida em Deus. Não se assemelha a isso a Igreja dos pobres? A
exaltação de Maria é sinal de esperança para os pobres. Sua história também
joga luz sobre o papel da mulher, especialmente da mulher pobre, “duplamente
oprimida”. Maria é “a mãe da libertação”.
Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde
1972. É doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica
pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de
Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou:
Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia
dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser
cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e
hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br
Fonte: Vida Pastoral em 18/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
Maria, glorificada
por Deus em corpo e alma
Que beleza
contemplarmos a Bem-aventurada sempre Virgem Maria sendo glorificada por Deus
em corpo e alma.
“Então, apareceu no
céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e
sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1).
Hoje, nós
celebramos, no Brasil, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Que
beleza contemplarmos a Bem-aventurada sempre Virgem Maria sendo glorificada por
Deus em corpo e alma.
Por que a Maria
coube tamanho privilégio e tamanha graça? Por tudo aquilo que Deus fez nela,
assim como ela cantou no Magnificat: “O Todo-poderoso fez por mim grandes coisas,
santo seja o Seu nome”.
Ela foi concebida
sem a mancha do pecado original em vista dos méritos de Jesus Cristo nosso
Senhor e Salvador, pelo fato de ter sido concebida e a sua vida ter sido
preservada do pecado. A Maria foi guardada e reservada a graça primeira de ser
assunta ao Céu em corpo e alma.
Nossa Senhora para
nós é a primeira a ser glorificada e exaltada pelo Senhor nosso Deus, ela é um
sinal de que devemos também ser santos de corpo, alma e espírito. Que todo
nosso ser seja entregue ao mistério do amor de Deus. Não podemos nos deixar
corromper pelo pecado que obscurece a nossa mente, o nosso corpo e, assim, nos
tornamos vítimas da maldade que há no mundo.
Maria foi preservada
e manteve-se fiel ao desígnio de Deus para sua vida; é por isso que hoje
celebramos, de forma tão festiva, esse mistério maravilhoso do amor divino da
Bem-aventurada, sempre Virgem Maria.
Nós olhamos para o
Céu e a contemplamos na presença do Pai, exaltada e coroada como Rainha do Céu
e da Terra, pedimos que ela interceda por nós, peça por nós para que, um dia,
também possamos participar da glória de Deus.
Que Maria nos ajude
na caminhada aqui na Terra para continuarmos olhando para o Céu que nos espera.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da
Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, nós te
pedimos que o exemplo de Maria não só nos encante, mas nos encoraje a segui-la
nesta vida com doçura e humildade, amando e servindo aos homens e mulheres que
Tu, Pai amado, colocaste em nossa vida. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso
Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/08/2013

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