ANO C
Jo 14,27-31a
Comentário do Evangelho
A alegria da confiança na Palavra do Senhor
A perícope é parte do discurso de despedida de Jesus
(13,31–14,31).
A paz (v. 27) é dom do Cristo Ressuscitado (ver também: Jo
20,19.26). Não há, da parte do Senhor, ao contrário do “mundo”, nenhuma
aparência nem hipocrisia na paz oferecida e dada. Ele mesmo, “príncipe da paz”,
se engaja na reconciliação do gênero humano com Deus (cf. Mt 5,9). Daí que a
paz não é, como se pensava, bem-estar para Israel.
O fiel deve deixar sua vida ser iluminada pela escatologia:
“Eu vou, mas voltarei a vós” (v. 28). Segundo o discurso, não se sentirá a
ausência de Jesus Cristo como abandono, já que a sua volta é certa (cf. Mt
28,20).
Para onde ele vai? Para o Pai (cf. v. 28c). Esse movimento de
voltar para o Pai deveria ser motivo de alegria para o discípulo, pois a
confiança do discípulo deve estar apoiada na palavra do Senhor: “Não
vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” (14,18).
A paixão e morte de Jesus, consideradas como ação de Satanás,
o “chefe deste mundo” (v. 30), não devem afligir a comunidade dos discípulos,
pois o Senhor o vencerá (cf. v. 30b). No entanto, a entrega de Cristo é, para o
mundo, testemunho de seu amor pela humanidade. Para a teologia joanina, a
paixão e morte de Jesus são gestos do amor de Deus por toda a humanidade (cf.
Jo 3,16).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, confirma em mim o dom da paz recebida de teu Filho
Jesus, de forma que, revestido desta fortaleza, eu possa caminhar, sem
medo, ao teu encontro.
Fonte: Paulinas em 30/04/2013
Vivendo a Palavra
O Mestre alerta para o sentido novo da Paz. Diferente da paz
que o mundo dá, que se contenta com a busca da segurança pessoal e do
comodismo, a Paz do Cristo se encontra na busca da Justiça, da Fraternidade, no
cuidado com os irmãos, especialmente com os pobres e discriminados pela
sociedade.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
O Mestre alerta para o sentido novo da Paz.
Diferente da paz que o mundo dá, que se contenta com a busca da segurança pessoal
e do comodismo, a Paz do Cristo se encontra na busca da Justiça e da
Fraternidade, no cuidado com os irmãos, especialmente com os pobres e
discriminados pela sociedade de consumo que nos sufoca.
Reflexão
No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra um dos aspectos mais
importantes do amor que é o desejo do bem maior para o outro. O mundo nos
apresenta uma falsa idéia de amor que é o amor possessivo: quando amamos uma
pessoa, queremos que ela esteja constantemente ao nosso lado porque assim somos
felizes. Na verdade estamos pensando na nossa felicidade e não na da pessoa
amada. Jesus diz: "Se me amasseis, ficaríeis alegres porque vou para o
Pai, pois o Pai é maior do que eu". Assim, de fato, somos nós, uma
vez que nos entristecemos quando a felicidade maior do outro não é como
gostaríamos que fosse. Na verdade, confundimos paixão e sentimentalismo com amor
verdadeiro.
Fonte: CNBB em 30/04/2013
Reflexão
Jesus nos dá o dom da paz, fruto de sua comunhão
com o Pai. Não é a paz que o mundo oferece, uma paz aparente e forçada, de
certos regimes políticos e econômicos, que se mantêm à custa do sacrifício do
povo. A paz de Jesus afasta todo medo e qualquer perturbação e dá lugar à
coragem e à esperança no campo de missão. Jesus garante sua presença na vida do
discípulo missionário. A paz de Jesus gera alegria no discípulo, porque este
caminha para um destino seguro, isto é, para a vida de plena intimidade com Deus.
A paz que Jesus nos oferece não se deixa abalar pelo chefe deste mundo, pelo
chefe que persegue o Mestre e os discípulos e cujo domínio sobre Jesus e os
cristãos é passageiro. Não poderá anular a obra de Jesus, apenas vai tornar
ainda mais visível o amor incondicional de Jesus ao Pai.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
A ALEGRIA DA PARTIDA
Jesus procurou evitar que sua partida para junto do Pai, a sua morte,
fosse motivo de perturbação para os seus discípulos. Na perspectiva deles, isto
resultaria na perda de um amigo querido, com quem haviam estabelecido um
relacionamento de profunda confiança.
Não era isso, porém, que preocupava Jesus. No seu horizonte, despontava
a ação malévola do Príncipe deste mundo, cuja ação enganadora visaria desviar
os discípulos do caminho do Mestre, causando-lhes toda sorte de dificuldades.
De fato, a perspectiva de perseguição não deixava de ser preocupante. Se os
discípulos tivessem consciência do que isto significava, teriam mais razão
ainda para entristecer-se e perturbar-se.
Apesar da incerteza do futuro, os discípulos deveriam alegrar-se. Ao
partir, Jesus os precederia no caminho que todos haveriam de trilhar também. E,
na casa do Pai, lhes prepararia um lugar.
A partida de Jesus era inevitável e inadiável. Sua permanência terrena
junto aos seus não podia prolongar-se indefinidamente. Uma vez concluída sua
missão terrena, era hora de começar sua missão celeste. Aos discípulos caberia
levar adiante a missão do Mestre. A compreensão disto deveria afastar deles
todo medo e toda tristeza. Embora sendo uma dura experiência, os discípulos
tinham motivos para se alegrar com a partida de Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de segurança, que a ausência física de
Jesus não me deixe perturbado, e sim, seja motivo de alegria, para mim, porque
sei que ele nos precedeu junto do Pai.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A
Paz de Jesus.
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Sempre que leio essa afirmativa de Jesus, no evangelho de João "Deixo-vos
a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como mundo a dá..." me
questiono sobre a Paz que o mundo nos oferece... Paz que tem o sinônimo de
sossego, ausência de problemas, tranquilidade, despreocupação. Para o mundo,
ficar em paz é não ter nenhuma contrariedade ou aborrecimento, portanto, é
poder fazer tudo o que se quer, é não ter que ficar esperando, é não depender
de ninguém nem de nada, é ter autonomia, é poder quebrar certas normas ou
regras, usufruir de exceções, ter regalias e mordomias. É difícil falar de Paz
do mundo, sem pensar no poder econômico, em uma riqueza e um patrimônio
egocêntrico. Que outra Paz o mundo pode nos oferecer que não seja esta?
Há uma outra paz que inventaram por aí, e que até colocaram nela um
rótulo cristão, mas é tão fútil como a Paz do mundo: as vezes a chamam de Paz
interior, é a religião que arrebata o homem para o céu, ainda em vida, o
alienando de toda e qualquer realidade que o cerca, caindo naquele dualismo
sinistro de que, o mundo é mal e cruel, só Deus é bom, resta esperar que Deus
supere o mal e restitua esse paraíso que o nosso pecado perdeu. A essa nós
poderíamos chamar de "A Paz dos desiludidos..." E olhe que são
muitos, que pensam dessa forma, a gente tendo Fé, lá de vez em quando Deus
revela o seu poder em Jesus e nos traz algum benefício... Um Deus que nos livra
de todas as angústias humanas, bem diferente do Deus Pai de Jesus, que foi
condenado e morreu em uma cruz.
A Paz de Jesus é a Graça Santificante e Operante que Ele nos comunica a
partir do nosso Batismo e que nos possibilita viver com Ele em eterna comunhão,
ter a Vida de Deus em nós e permitir que a nossa Vida também esteja Nele. É bom
termos consciência de que essa situação de sermos agraciados a partir da Fé,
não nos torna imunes as angústias, tribulações e sofrimentos inerentes ao ser
humano, como muitos pensam..."Encontrei Jesus e meus problemas acabaram
(quando na verdade, apenas começaram...) "
Que atitudes ou que testemunho deve dar um discípulo de Jesus, que vive
na Fé pela Graça de Deus? Nada mais além do que o amor e a fidelidade ao Pai,
como Jesus resume toda a sua postura no final do evangelho. Amar e ser Fiel a
Deus, quando se navega em águas mansas e calmas, não é assim tão difícil, contudo,
que ninguém se iluda, pois olhando para Jesus vamos ver que esse itinerário da
Fé passa necessariamente pelas tribulações. É nesse sentido que Jesus quer
tirar dos seus discípulos a insegurança e o medo diante dos desafios, e por
isso os tranquiliza se fazendo presente, agora na plenitude do Espírito que
orienta e conduz á sua Igreja, que somos todos nós...
2. O
Pai é maior
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia
2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Antes de partir, Jesus nos deixa a sua paz. Sempre que entrou em contato
com os seus, Jesus ressuscitado lhes desejou a paz. A sua paz não é o que o
mundo entende por paz. Ela não é tranquilidade de águas paradas. Jesus diz aos
seus discípulos de então e de hoje para não se perturbarem nem terem medo. Ele
vai e volta a nós. Como voltará e quando voltará? Ele está falando tanto do fim
dos tempos, quando virá em sua glória, quanto do Espírito Santo, que o Pai
enviará naqueles dias. Jesus volta no Espírito Santo. Teremos então a revelação
completa da Santíssima Trindade. Jesus diz também que o Pai é maior do que ele.
Ele está se referindo à sua humanidade, que é menor do que a divindade do Pai?
Ou está falando de alguma coisa de que não sabemos? O mistério de Deus não pode
ser compreendido pela nossa inteligência limitada. Guiada pelo Espírito Santo,
a Igreja continua refletindo sobre as palavras de Jesus, procurando
compreendê-las sempre de novo e sempre mais. Jesus fala também do “chefe deste
mundo”. É o demônio, que não pode nada contra Jesus, mas está agindo. O que
importa é que Jesus ama o Pai e cumpre as suas ordens. O demônio não poderá
nada contra nós, se amarmos o Pai e lhe formos obedientes.
HOMILIA
DIÁRIA
Postado por: homilia
abril 30th, 2013
Jesus, sabendo que estava próxima a hora de sair deste mundo,
não queria partir sem dar segurança, tranquilidade, amparo, vitória, enfim,
garantia de vida plena. Então, Ele se levanta e pronuncia as benditas
palavras: “Deixo-vos a
paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo”.
Nesta expressão, vemos a clara manifestação da personalidade
de Jesus. Ele é, por natureza, comunicador da paz. Sem dúvida, não estamos às
voltas com uma espécie de paz intimista e sentimental. A paz de Jesus é muito
mais do que isto, é um dom de Cristo para Seus discípulos, em vista do
testemunho ao qual são chamados a dar. Ela visa a ação, por isso não pode se
reduzir ao sentimento. A paz de Jesus tem como efeito banir do coração dos discípulos
todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao
imobilismo. Possuindo o dom da paz, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem
se deixar intimidar diante das dificuldades.
Assim pensada, a paz de Jesus consiste numa força divina, não
deixando que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo,
presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes a caminhada, sempre dispostos
a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que
deverão enfrentar.
A paz do mundo é bem outra coisa. Encontra-se na fuga e na
alienação dos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa
confiança ingênua em Deus do qual tudo espera sem exigir colaboração. Neste
sentido, ela conduz à morte!
O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para
acolher aquela que Jesus oferece.
A paz do Senhor é fruto da prática fraterna, solidária,
restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz do
reencontrar a vida na união de vontade com o Pai.
Reze comigo: “Jesus, Príncipe da Paz, dai-me a constância na
fé e na esperança para que jamais duvide das Suas promessas. Que eu tome posse
da Sua Paz, que me tranquiliza a alma e me faz mais do que vencedor,
porque o Senhor está comigo e em mim. Amém”.
Jesus, Principe da Paz, dai-nos a paz!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 30/04/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos um olhar de criança! Assim
seremos capazes de nos encantar sempre com os presentes que nos dás – a vida, a
natureza e os irmãos. Não permitas, Pai amado, que nos acostumemos com esses
dons, que renovas sempre com Amor. Por Jesus Cristo, na unidade do Espírito
Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/04/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos um olhar de criança! Assim
seremos capazes de continuar nos encantando sempre com os presentes que nos
dás: a Vida e a Fé; essa natureza cheia de maravilhas; e os nossos queridos
irmãos de caminhada. Não permitas, amado Pai, que nos acostumemos com esses
dons, que renovas sempre com Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão
Maior, na unidade do Espírito Santo.
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