segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 15/01/2019

ANO C


Mc 1,21b-28

Comentário do Evangelho

Um sopro de vida nova

Um dos traços característicos do Jesus apresentado por Marcos é que ele ensina. O seu ensinamento é novo e feito com autoridade. Como nós teremos a oportunidade de ver, o seu ensinamento é novo porque ele representa uma nova interpretação da Lei que liberta o ser humano para a vida, e na qual é desvelado o rosto misericordioso de Deus. A autoridade do seu ensinamento, grosso modo, é a sua coerência interna, e porque ele comunica um "sopro" de vida. Jesus é apresentado como um judeu piedoso. O sábado, dia de repouso para celebrar a obra de Deus na criação e na libertação do seu povo da escravidão do Egito, é o dia em que se manifesta o poder do Senhor sobre o mal. Esta é a finalidade do nosso relato: apresentar Jesus como vitorioso sobre o mal. Se o mal procura se esconder na sombra, a presença daquele que é a "Luz do mundo", o "Santo de Deus", desvela, para destruí-lo, o mal presente no ser humano e que o desfigura.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, leva-me a perceber, por trás de teus gestos e palavras, a presença do Pai agindo por meio de ti.
Fonte: Paulinas em 15/01/2013

VIVENDO A PALAVRA

Os sinais da presença de Deus não foram vistos apenas naquela sinagoga. Eles continuam a acontecer, mas nós corremos o risco de nos acostumarmos com eles e nem mais percebê-los. A vida, a fé, os espíritos maus de que somos libertados – são gestos de carinho do Pai que se renovam todos os dias e merecem o nosso reconhecimento.

Reflexão

Jesus tem como costume ensinar nas sinagogas e o conhecimento da fé é a maior arma que o cristão tem para vencer o mal e o pecado, pois não só nos mostra o caminho para chegarmos até Deus e o valor da verdade para nós, além de nos revelar o amor que Deus tem por nós e a necessidade que temos de corresponder a esse amor por uma vida santa para que possamos vencer toda sorte de mal que venha a acontecer em nossas vidas e sentirmos o poder amoroso de Deus que se faz presente na vida de todas as pessoas que acolhem o que Jesus veio revelar a respeito de Deus e do seu Reino.
Fonte: CNBB em 15/01/2013

Reflexão

Os ensinamentos de Jesus tocam o íntimo dos seus ouvintes. Cheio de convicção, ele fala de sua comunhão com o Pai, fonte autorizada e inesgotável de sua pregação, e revela os projetos de Deus sobre o mundo. As pessoas ficam encantadas com o ensino de Jesus, porque havia total coerência entre as suas palavras e a sua vida. O episódio apresenta, na linguagem e na mentalidade da época, Jesus enfrentando os poderes do mal que escravizam o ser humano. O espírito mau representa as pessoas que não aceitam a novidade de Jesus, isto é, liberdade e vida para todos. Elas preferem permanecer atreladas a uma instituição que oprime e explora os outros. Jesus, o “santo de Deus”, expulsa o espírito imundo. Um “ensinamento novo, dado com autoridade” se confirma com a prática concreta de libertação.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

PERSONALIDADES INCOMPATÍVEIS

A pergunta desesperada do homem possuído por um espírito imundo revela a incompatibilidade radical que existe entre Jesus e tudo quanto lhe é contrário. A frase "Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré?" pode ser assim desdobrada: "Que existe em comum entre nós?"; "O que você está querendo fazer conosco?"; "Qual a sua intenção a nosso respeito?".
Evidentemente, entre Jesus e o espírito imundo nada havia em comum. Um libertava o ser humano, o outro o escravizava. Um recuperava as pessoas para Deus, já o outro as afastava sempre mais do projeto do Pai, numa aberta afronta a ele. Um restaurava no coração humano o sentido da vida fraterna e solidária, o outro, pelo contrário, gerava discórdia e divisão. Um encarnava a novidade da misericórdia de Deus, o outro insistia no caminho inconveniente da soberba. Por isso, a única intenção de Jesus era derrotar este espírito mau.
À ordem do Mestre, ele deixou o possesso, depois de agitá-lo violentamente e fazer grande alarido.
Esta é a imagem do que se passa no coração de cada um de nós: o mau espírito reluta em abandonar o espaço conquistado no nosso interior. Se não nos deixamos ajudar por Jesus, corremos o risco de permanecer escravos desse espírito do mal. O discipulado cristão exige que façamos a experiência de ser libertados pelo Mestre, pois é impossível compatibilizá-lo com as forças do mal que age dentro de nós.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me forças para que jamais eu permita ao poder do mal prevalecer sobre mim. Seja o meu coração totalmente voltado para ti e para o teu Reino.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Algo novo de lugar tão pequeno
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Sempre me perguntei como era o ensinamento dos Mestres da Lei, ao meditar esse evangelho, pois o povo acabara de encontrar algo novo, um pregador diferente que não precisava de referências outras, para ter credibilidade.
Os Mestres da Lei também falavam bonito, mas eles o faziam com a autoridade da tradição, da Lei, dos Profetas e todos os Santos homens que o precederam. Não era uma autoridade própria que os levava a falar, mas ensinamentos e exortações embasadas nas escrituras, e nem poderia ser diferente e sempre confirmavam com um “Conforme está escrito”, “Conforme falou o profeta”, “Conforme disse nosso Santo Patriarca”. Sem essas referências, aquilo que falavam cairia no vazio, nunca poderiam falar por eles mesmos...
Por acaso não fazemos isso em nossas comunidades, quando queremos que aquilo que falamos, tenha credibilidade e aceitação? “Foi o Padre que falou”, “Foi o Coordenador que falou”, “Isso quem disse foi o Diácono, ou o Ministro da Palavra”. Se houver algum questionamento, a gente sai ileso, porque não fomos nós que falamos, apenas transmitimos o que outro falou. E quando falta incoerência daquele que anuncia, somente o que o outro falou, e falta testemunho de vida, o pessoal costuma dizer que se trata de “Bagre ensaboado”, sai sempre liso e nunca se compromete com aquilo que anuncia...
Assim eram os nossos amigos Mestres da Lei, que sabiam mas não viviam quase nada daquilo que pregavam e ensinavam.
Jesus fala com autoridade própria, Ele não precisa embasar aquilo que diz, na tradição das Escrituras, ou na Lei e nos Profetas, ele até as cita em algumas passagens, mas para refrescar a memória dos seus interlocutores. Mas o grande diferencial é que ele VIVE tudo o que anuncia e ensina.
A sua autoridade vem do alto, Nele Deus não manda mais recados, mas fala claramente. Por isso que na sinagoga nesse dia, Deus confirmou essa autoridade única e legítima de Jesus, quando até um espírito mal, que dominava um irmão presente naquela celebração, reconheceu e se submeteu á sua autoridade “Eu sei quem tu és, Tu és o Santo de Deus!”. Mas Jesus não se deixa levar por títulos, ainda que seja a mais pura verdade, e intimou o espírito “Cala-te e sai dele”.
Sempre que anunciamos Jesus Cristo, seu reino e seu Santo Evangelho, mas não o vivemos em nosso dia a dia, incorremos no mesmo grave erro dos Doutores da Lei. Mas sempre que nos esforçamos, por viver, pelo menos um pouco daquilo que cremos e anunciamos aos outros, essa autoridade do alto está em nós, e nossas palavras movidas pela Graça, tem sim o poder de tocar no coração dos ouvintes.

2. Jesus entra na sinagoga de Cafarnaum e ensina
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Era o Shabbat dos judeus. Jesus entra na sinagoga de Cafarnaum e ensina. Seu ensinamento causa admiração. Ele ensina com autoridade e não como os escribas. Um homem possesso começa a gritar: “Que queres de nós? Vieste nos destruir? Sei quem tu és!” “Cala-te”, lhe diz Jesus, “e sai dele!” O espírito sai com um grande grito. O que é isto? Um ensinamento novo e com autoridade? Jesus ensina com autoridade, e não como os escribas. Os escribas não tinham autoridade? Tinham, e muita. O ensinamento de Jesus, porém, é um ensinamento novo, feito com autoridade. Não é simplesmente novo. É novo, autêntico e verdadeiro, por isso é feito com autoridade. Seria então falso o ensinamento dos escribas? Não era falso. Era falsificado. Partindo de um ponto verdadeiro, os escribas se enredaram e se perderam no meio de tradições e preceitos humanos. Feitos por ser humanos, tais preceitos desumanizaram os escribas. Se fossem divinos, o ser humano estaria no centro de suas considerações. A situação desumana do possesso é resultado de um ensinamento desajustado.

HOMILIA DIÁRIA

O poder de Deus nos liberta de todo o mal

Postado por: homilia
janeiro 15th, 2013

O Senhor Jesus, durante Seu ministério terreno, orou por muitas pessoas perturbadas por espíritos imundos. Muitas vezes, expulsou demônios de pessoas religiosas, frequentadoras das reuniões nas sinagogas, como aquela mulher que há dezoito anos sofria de paralisia. O espírito de enfermidade foi repreendido e a mulher tornou a andar de forma correta (cf. Lc 13,10-17).
O Evangelho de hoje, após a narrativa do chamado dos primeiros discípulos evangelistas, apresenta-nos esta narrativa da expulsão de um espírito impuro na sinagoga. É o início de uma série de conflitos de Jesus com o rígido sistema religioso judaico, com sua ideologia da superioridade de Israel e o desprezo aos demais povos. O conflito final se dará no confronto com as autoridades máximas no Templo de Jerusalém.
Na narrativa, há quatro menções ao ensinamento de Jesus. Com seu ensinamento novo, Jesus causa admiração por sua prática libertadora da doutrina legalista, elitista e excludente dos escribas, a qual se apossa dos fiéis como um espírito impuro. O Senhor, que a todos ensina por meio de Sua prática, toca os corações com Seu amor misericordioso e acolhedor, expulsando deles aquele espírito impuro e libertando-os. É a mudança que vem pela Palavra libertadora e que orienta para uma nova prática nas comunidades.
A libertação é uma necessidade da Igreja, pois todos os que buscam Deus estão à procura de um socorro, seja a cura de uma doença ou enfermidade, seja o livramento de um vício, de uma perturbação, medo, depressão, angústia ou de qualquer outro mal. Ao entrar em uma igreja, o necessitado precisa encontrar o alívio que veio buscar, ter um verdadeiro encontro com o Pai.
A beleza do lugar, a liturgia ou qualquer dos atributos da Igreja devem ser coisas a ser contempladas após a libertação. Só os verdadeiramente libertos podem louvar ao Senhor de todo o coração. Não se pode dizer: “Sirvo a um Deus vivo que liberta” e viver perturbado, tendo visões de vultos e a doença como uma constante na vida. É bom lembrar também, que todo aquele que busca a bênção de Deus deve crer que “Ele” existe (Hebreus 11,6), pois “tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23); porém, a Igreja deve crer e aceitar a promessa do Senhor e buscar vivê-la.
A expulsão de demônios não é tão somente um ministério como alguns afirmam que seja. Trata-se, na verdade, do primeiro passo na obra de libertação, está incluso no “ide e pregai” (Mc 16,1). É uma ordem e não um pedido ou um ato facultativo a alguns que creem. É uma ordem taxativa. Ordem esta que é cumprida por todos aqueles que estão qualificados no critério “crê em mim”. Temos observado inúmeras pessoas que viviam doentes, tristes, depressivas, oprimidas, serem libertas após a oração da fé.
Os espíritos malignos convulsionam, caem por terra, são dominados e finalmente expulsos em Nome do Senhor Jesus Cristo. O poder de Deus está onde há pessoas que creem, os demônios se manifestam diante do poder do Nome de Jesus. Muitas vezes, mesmo antes da chamada “oração forte” feita com fé e em Nome de Jesus, a libertação é necessária, porque é certo que os males proveem de espíritos malignos, portanto, expulsos os demônios, o homem pode caminhar para grandes e poderosas bênçãos de Deus, o nosso Pai.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 15/01/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a gratidão própria de filhos que se sentem muito amados. Que saibamos reconhecer e agradecer o teu carinho, a proteção e o Amor que nos dedicas através de tantos dons; mas, muito especialmente, pelo Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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