segunda-feira, 5 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/11/2018

ANO B


Lc 14,12-14

Comentário do Evangelho

Convite aos pobres

Jesus continua seu ensino, no contexto de uma refeição em casa de um dos chefes dos fariseus. No diálogo que se segue, após ter se dirigido aos convidados em geral, advertindo-os sobre a disputa dos primeiros lugares, Jesus dirige outra advertência àquele que o convidara, dando ênfase ao tema da eleição dos pobres e excluídos.
A refeição com um grupo privilegiado significa o estéril fechamento sobre si mesmo. Aquele que busca salvar sua pele, fechando-se em um círculo privilegiado de relações de prestígio e riqueza, está abafando a semente de vida que deveria frutificar na comunhão fraterna. Nós fomos criados para a comunhão de vida com nossos semelhantes, próximos e irmãos. E é nesta comunhão que encontramos nossa semelhança com o Criador.
Em conclusão à advertência, Jesus proclama mais uma bem-aventurança. Esta bem-aventurança não está na busca de benefícios e recompensas em bens e riquezas, mas, sim, em ser solidário e partilhar com os mais necessitados, pobres, aleijados, coxos e cegos. Jesus, que veio buscar o que estava perdido, o pobre e o excluído, resgata o sentido de fraternidade inerente à condição humana e revela que, por esta fraternidade, se alcança a vida eterna em Deus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, coloca no meu coração um amor desinteressado e gratuito, que saiba ser generoso sem esperar outra recompensa a não ser a que vem de ti.
Fonte: Paulinas em 05/11/2012

Vivendo a Palavra

Aprendamos com o exemplo de Jesus, a verdadeira generosidade: a partilha deve ser feita sem qualquer desejo de recompensa, nem mesmo do reconhecimento ou da simples gratidão. Por isto, deve ser feita com o pobre, o rejeitado pela sociedade, com o doente e o marginalizado.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

Aprendamos com o exemplo de Jesus a verdadeira generosidade: a partilha deve ser realizada sem qualquer desejo de recompensa, nem mesmo do reconhecimento ou da simples gratidão. Para que seja assim, ela deve ser feita discretamente com os pobres, os rejeitados pela sociedade, com os doentes e os marginalizados.

Reflexão

O nosso relacionamento com as pessoas não pode ter como ponto de partida o interesse ou a retribuição, mas a gratuidade. Afinal de contas, Deus nos ama gratuitamente e nos concede tudo o que somos e temos sem nada exigir em troca. Mas o amor de Deus para conosco vai além da gratuidade: ele nos retribui por tudo o que fazemos gratuitamente em favor dos nossos irmãos e irmãs. Vivamos a gratuidade para que o próprio Deus seja a nossa eterna recompensa por tudo o que fizermos em favor dos sofridos e marginalizados deste mundo, que não têm ninguém por si e que são rejeitados em todos os ambientes, por não poderem retribuir de acordo com os critérios do mundo.
Fonte: CNBB em 05/11/2012

Reflexão

As recomendações de Jesus nos remetem ao cântico de Maria, que diz: “Deus exaltou os humildes, encheu de bens os famintos e despediu os ricos sem nada” (Lc 1,52-53). Recordam-nos também as bem-aventuranças: “Felizes vocês, os pobres, porque de vocês é o Reino de Deus” (Lc 6,20ss). O que Jesus propõe é também o que ele realiza: acolhe os pobres, cura os doentes, alimenta a multidão faminta. Muitos seguidores do Mestre puseram em prática seus ensinamentos. Santa Teresa de Calcutá (1910-1997) dedicou-se inteiramente à causa dos mais pobres, em seu campo de missão. Vendo a delicadeza com que ela tratava os doentes, um jornalista lhe disse: “Madre, eu não faria isso nem por um milhão de dólares”, ao que ela respondeu: “Eu também não o faço por um milhão de dólares; faço por amor a Jesus”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A RETRIBUIÇÃO DIVINA

O Reino insere, no coração humano, preocupações que superam a visão mundana da vida. Ele toca, até mesmo, coisas muito simples, qual seja a lista de convidados para um almoço ou jantar. Quem não pensa segundo o Reino, será levado a convidar pessoas que, no futuro, poderão retribuir-lhe o convite. Os ricos, neste caso, serão visados em primeiro lugar.
O discípulo do Reino, porém, parte de outro critério. Escolhe exatamente os pobres e os excluídos, aqueles que não terão condições de oferecer-lhe nada em troca. Basta-lhe a retribuição que o Senhor reservou para quem se deixou guiar pelo amor. Sua felicidade consistirá em compartilhar, em saciar a fome do próximo, em proporcionar um momento de prazer a quem vive sob o peso da rejeição social e de suas próprias limitações físicas, em valorizar quem vive na condição de resto da sociedade.
O coração do discípulo deve manter-se imune de segundas intenções. É possível fazer um banquete e convidar os pobres e excluídos, com a intuito de ter o nome estampado nos jornais e ser objeto da admiração alheia. O discípulo não tem um espírito demagógico. Sua opção pelos pobres é fruto da comunhão com sua causa, porque são os preferidos de Deus. Ao colocar-se do lado deles, o discípulo tem motivos para esperar a retribuição do Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tira do meu coração todo desejo de receber retribuições humanas, mas esperar somente a que provém do Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Festa Particular
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A primeira impressão sobre esse evangelho, é que Jesus é um grande estraga-prazeres, pois a coisa mais gostosa e gratificante, é quando recebermos em casa os amigos e parentes que muito amamos, para sentar conosco á mesa e passar horas deliciosas, que só reforçam o afeto para com eles e deles para conosco. Jesus aqui não está querendo acabar com essa nossa alegria de poder estar em torno de uma mesa, com as pessoas queridas que nós amamos.
O recado é outro e tem um endereço certo, ele critica o Farisaísmo, um grupo fechado para todos os outros, por que se julgam os únicos salvos ou merecedores da Salvação, pela sua conduta exemplar, modelo para todos, e que diante de Deus os fazem merecedores e bem quisto pelos homens.
No centro da reflexão está a gratuidade das relações humanas. Quanto mais eu priorizar nas minhas relações, pessoas iguais a mim, na cultura, no modo de pensar, na posição social, e até na expressão religiosa, mais longe de Deus estamos, pois a Trindade Santa não é um Condomínio residencial, exclusivo para alguns Santos. Ao encarnar-se na frágil natureza humana, Jesus, o Filho de Deus, fez da comunhão trinitária o lugar de todos quantos queiram viver na comunhão com Deus, não porque se fazem merecedores, mas por pura benevolência de Deus que abre o seu coração para acolher a todos os homens.
Em Cristo Jesus Deus manifesta um amor sem medidas por todos e por cada homem em particular, ainda que este não mereça (são os pobres, aleijados, coxos, cegos, imperfeitos) Deus convida a todos para viver esta comunhão.
Ora, se a nossa Igreja é reflexo dessa Trindade, jamais podemos em comunidade ser um grupo fechado, exclusivo, particular. A Igreja que Jesus instituiu não é assim, mas aberta a todos e isso Deus espera da nossa comunidade.
Não façamos de nossa comunidade, pastoral ou grupo, uma festa particular, mas tenhamos coração e alma sempre abertos, para acolher a todos, mesmo aqueles que ainda não se converteram, os pequenos que estão a procura de algo e tantas outras pessoas que na comunidade estão, á nosso ver, fora dos “padrões” de cristianismo, pois cada um de nós, também nem sempre está nos padrões de Santidade de Jesus, e nem por isso o Pai cheio de amor deixa de nos acolher.

2. Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Continua a conversa durante a refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. Os fariseus observavam Jesus e nós também, e o vemos sempre muito à vontade na companhia dos fariseus. Jesus se dirige a quem o convidou. Agora sabemos que ele tinha sido convidado. O ensinamento de Jesus é simples: não faça nada por interesse, não busque recompensas. Um exemplo claro de uma atitude gratuita e sem interesse de retorno seria oferecer um almoço para quem não tem nada nem poderia retribuir com outro almoço. São exemplos-limite dados por Jesus. Limite porque até aí se pode chegar. Não se trata de um preceito. Podemos convidar parentes e amigos sem escrúpulo de consciência, desde que nossa atitude seja límpida e cristalina, sem segundas intenções. Não se sinta constrangido com o que estiver fazendo nem crie constrangimento para os outros. De qualquer forma, não faça nada para aparecer, e menos ainda para tirar vantagem pessoal da boa vontade dos outros. A mão direita não deve saber o que faz a esquerda, a não ser que você seja pianista. Jesus sai do nível puramente terreno e abre as portas do banquete celeste. Nossa recompensa virá na ressurreição dos justos. Aqui se une a caridade com a fé e a esperança. Falamos como quem convida para a refeição. Podemos falar como quem é convidado, os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.

HOMILIA DIÁRIA

Na Igreja de Cristo, todos somos convidados à festa

Postado por: michelle
novembro 5th, 2012


Jesus olhou tanto para o dono da festa como para os convidados e ficou desapontado. Então, levantando a cabeça, dirigiu a palavra ao dono da festa: ”Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, os seus irmãos nem os seus parentes ou seus vizinhos ricos, porque, certamente, eles também o convidarão e, assim, pagarão a gentileza que você fez”.
Quero lembrá-lo de que a oportunidade do Evangelho sobre o banquete dos pobres e aleijados permite abordar o tema da Igreja como assembleia universal e indiscriminada dos filhos de Deus.
O plano salvífico de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré, apresenta-se, definitivamente, como a assembleia universal e indiscriminada dos filhos de Deus dispersos. Por isso, a Igreja, por meio de variadas modalidades associativas ou congregacionais visibilizadas pelo amor, os ministérios e os sacramentos – sobretudo a celebração eucarística – manifesta-se nas múltiplas assembleias locais. Abre-se ao projeto divino da acolhida de todos os homens mediante a fé em Cristo. Prossegue e prolonga a obra da congregação universal dos filhos de Deus, privilegiando os pobres e marginalizados na qualidade de primeiros convidados ao festim dos bens messiânicos, pois se os pobres têm vez, ninguém se sente excluído.
Entretanto, a Igreja jamais será um fim em si mesma, mas o meio pelo qual se processa a unificação dos homens entre si e com Deus em Cristo. Daí, o tema da congregação universal apontar para o banquete definitivo do Reino do Senhor, onde serão acolhidos na morada do Pai (Jo 14,2-3), a Jerusalém do Alto (Ap 21,10; Hb 12,22-23).
O amor preferencial pelos pobres, o espaço aberto aos marginalizados, a promoção dos necessitados serão sempre sinais evidentes do Reino de Deus que a Igreja anuncia, vive e constrói. O próprio Reino manifesta sua força e vitalidade congregando os pobres na Igreja de Cristo para promovê-los a uma vida mais digna até a eternidade feliz.
Lucas apresenta o tema da humildade a partir da parábola da escolha dos lugares e o tema da importância dos pobres no Reino de Deus a partir da parábola da escolha dos convidados (Lc 14,1.7-14).
Nos diálogos à mesa, os autores gregos geralmente apresentavam os comensais em torno do dono da casa, sublinhando a posição social dos presentes. Lucas também começa retratando um dos notáveis entre os fariseus para logo, desconcertantemente, introduzir um hidrópico na cena, necessitado de cura. Deste modo, dá a entender que a refeição messiânica não é reservada a elites, mas se abre a todos, notadamente aos pobres e marginalizados.
Durante os diálogos à mesa, era costume que cada conviva pronunciasse um discurso para elogiar o tema a ser abordado e descrever-lhe as situações. No caso de Lucas, é Jesus quem inicia a conversação, referindo-se à possibilidade de curar o hidrópico no sábado, enquanto os legistas e fariseus se calam e não conseguem replicá-lo. Jesus, no entanto, insiste no diálogo, escolhendo como tema a humildade e descrevendo suas manifestações. Tendo como pano de fundo a literatura sapiencial (Pr 25,6-7), elogia a humildade a partir da parábola da escolha dos lugares em que o ocupante do último posto é convidado a se transferir para mais perto.
Quanto à parábola da escolha dos convidados, mais do que apontar para a humildade de quem convida os marginalizados, acentua, bem a gosto de Lucas, a importância dos pobres no Reino de Deus. Na realidade, há a questão básica que se impõe aos que creem, sobre a acolhida devida aos carentes e necessitados, privilegiados de Jesus. Em tom sapiencial, que exalta as consequências dos atos humanos, é melhor para Jesus convidar os pobres, pois não tendo com que retribuir, a recompensa da gratuidade há de ser dada pelo próprio Deus na ressurreição dos justos. Do mesmo modo que é conveniente colocar-se no último lugar pela vivência da humildade também é mais dadivoso convidar os pobres e aleijados para o banquete do que os amigos, parentes e vizinhos ricos.
Consciente de que Jesus inaugura o banquete universal dos pobres (Is 55,1-5), Lucas insiste na gratuidade do gesto divino que acolhe a todos em Seu Reino, chamando à atenção para a mesma atitude daqueles que convidam os que não podem retribuir. Entretanto, se considerarmos a interpretação eucarística proposta por vários comentadores, teremos a superação, nas assembleias dominicais, de manifestações de vaidade e ostentação das reuniões pagãs por meio das regras da humildade ou das escolhas dos lugares e a exclusão de barreiras judaicas, impostas pela impureza legal aos marginalizados mediante as regras da gratuidade e da acolhida dos pobres.
Quem são os que participam da sua festa? Com quem você gasta o seu dinheiro? E como o tem gastado? Lembre-se do apelo do Mestre: ”Quando deres um banquete convide os cegos, os aleijados, os pobres e serás abençoado, pois eles não poderão pagar o que tu fizeste, mas Deus te pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 05/11/2012

Oração Final
Pai Santo, somos tentados pelo orgulho de ver reconhecidos nossos pequenos atos de partilha. Buscamos elogios vazios como recompensa... Faze-nos, Pai amado, fontes generosas de atenção e cuidado com os companheiros de jornada, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho feito nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/11/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós somos tentados pelo orgulho de ver reconhecidos nossos pequenos atos de partilha. Buscamos elogios vazios como recompensa… Faze-nos, amado Pai, fontes humildes e generosas de atenção e cuidado com os companheiros de jornada, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho feito nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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