domingo, 27 de maio de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 27/05/2018

ANO B



SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Ano B - Branco

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018
Tema: “Fraternidade e superação da violência”.
Lema: “Em Cristo todos somos irmãos” (Mt 23,8)

Mt 28,16-20

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Solenidade da Santíssima Trindade nos leva a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar deste profundo mistério. Pelo batismo, somos mergulhados em Deus, participantes da vida trinitária. Na liturgia vivenciamos mais intimamente a comunhão trinitária e somos renovados na certeza de sermos filhos e não escravos, devendo agir como autênticos sinais de unidade. Em ação de graças e santificados pelo Espírito, nos oferecemos com Cristo ao Pai, na ação do Espírito, e assumimos ser comunicadores da salvação a todos os povos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Tendo concluído o Tempo Pascal com a Solenidade de Pentecostes, a Igreja hoje celebra a Santíssima Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que o Pai entregou o Filho por amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no mesmo Espírito Eterno, o ressuscitou dos mortos para nossa salvação, a Solenidade de hoje é um modo que a Igreja encontra para louvar e adorar o amor sem fim da Trindade Santa. Como batizados, fomos envolvidos por esse amor e nossa vida está toda ela mergulhada neste mistério que agora iremos celebrar.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Depois de celebrar o Pentecostes, a Igreja nos convida a louvar a Deus, Santíssima Trindade, cujo mistério ultrapassa nossa compreensão lógica e nos coloca na dimensão mais profunda da fé. O Deus uno se manifestou na Trindade das Pessoas e na unidade do Amor. Assim, nos convida a vivermos no amor, participando da vida trinitária. Nesta celebração, renovemos nossa fé no Deus uno e trino, mistério professado em nosso credo e vivido na dimensão essencialmente comunitária da fé.

Comentário

NINGUÉM JAMAIS VIU A DEUS

A festa solene da Santíssima Trindade nos convida a mergulharmos no mistério do nosso Deus, que é o centro da nossa fé e da vivência religiosa. Tudo tem sua origem em Deus. Tudo existe, graças à sua providência onipotente. Tudo encontra o seu objetivo pleno em Deus.
São Francisco de Assis entendeu bem isso, ao exclamar: “Meu Deus e meu tudo!” Deus é o supremo bem ao qual anseia nosso coração, a luz eterna que ilumina e mostra o sentido de cada coisa, a recompensa da alma que o busca com sede. Que o digam os santos no céu!
Deus revelou ao mundo o seu inefável mistério. O homem, está aberto a conhecer a Deus e é “capaz de Deus”, como diz a teologia. Com sua inteligência, o homem busca Deus como “às apalpadelas”, como escreveu São Paulo (cf At 17,27). De fato, porém, só Deus conhece a si mesmo e só Ele pode dar-se a conhecer a nós. O evangelista São João diz isso de maneira preciosa já no início do seu Evangelho: “ninguém jamais viu a Deus. O Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi Ele quem nô-lo deu a conhecer” (Jo 1,18).
Deus revelou-se de muitos modos através dos profetas e santos, antes de Cristo. Mas foi, acima de tudo, por meio do Filho único que o Pai eterno se revelou ao mundo. No início da Carta aos Hebreus, o autor escreveu: “Muitas vezes, e de muitos modos, Deus falou no passado a nossos pais pelos profetas. Nesses dias, porém, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho” (Hb 1,1-2).
Quem deseja conhecer a Deus precisa conhecer o que Jesus falou; Jesus Cristo tem conhecimento íntimo do Pai e do Espírito Santo, pois é o Filho de Deus. Conhecer Deus através de Jesus Cristo nos leva a conhecer, nos limites de nossa capacidade humana, algo da profundidade do ser de Deus, que supera todo conhecimento. Mas já nos alegra imensamente e nos enche de esperança. Sobretudo, quando nos damos conta de que o Deus santo e altíssimo nos atrai a si, para termos parte na sua glória.
Que a festa da Santíssima Trindade nos ajude a buscarmos a Deus de todo o coração, na alegria da fé, na força irresistível da esperança e na suavidade da caridade.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

Pela fé entramos no mistério de Deus

A revelação da Santíssima Trindade nos permite tomar consciência de que Deus é uma comunhão de três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O termo “trindade” não aparece no Novo Testamento. O termo é fruto da abstração própria da teologia que busca compreender o conteúdo próprio da fé cristã. O que Deus é, ele nos deu a conhecer ao longo de toda a história vivida como o lugar da manifestação do seu plano de salvação. O conhecimento de Deus só é possível através da revelação, só é possível se Deus se mostra. Para a tradição bíblica, o que Deus é só pode ser dito narrativamente, isto é, na longa história de sua revelação ao seu povo até chegar à plenitude dos tempos em que Deus enviou ao mundo o seu Filho único, nascido de uma mulher (Gl 4,4). Em toda a história Deus se revelou como um Deus próximo, que caminha, orienta e conduz o seu povo. Na plenitude dos tempos Deus armou a sua tenda no meio de nós (Jo 1,14). Essa peregrinação de Deus na história da humanidade foi revelando pouco a pouco o seu rosto. Mas, na plenitude dos tempos, pela encarnação do Verbo eterno de Deus em Jesus de Nazaré, nós pudemos conhecer Deus sem sombra, sem véu (Mc 15,38), pois Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15); estando diante dele, estamos diante de Deus mesmo (Jo 14,9-10). O que Deus é desde toda a eternidade só pôde ser conhecido a partir da ressurreição de Jesus Cristo e com a graça do Espírito Santo. O que era desde toda a eternidade nós só chegamos a compreender depois: o último na ordem da compreensão é o primeiro na ordem do ser. Deus é amor (1Jo 4,8). A criação, a encarnação do Verbo de Deus, a redenção, tudo é fruto do amor de Deus pela humanidade. Um amor que não condena nem exclui quem quer que seja, mas que a todos, indistintamente, oferece a sua salvação. Cada um dos evangelhos, cada qual a seu modo, apresenta a dificuldade dos discípulos de entrar no mistério de Deus revelado em Jesus Cristo. Essa dificuldade continua a ser nossa contemporânea. O que Deus é não se pode conhecer simplesmente por um esforço racional. A experiência própria da fé é que permite entrar nos umbrais do mistério de Deus. O Espírito Santo não realiza uma nova revelação, mas retoma as palavras de Jesus para que possamos compreendê-las, colocando-as no mais íntimo do coração humano para sermos testemunhas do amor de Deus entre todas as pessoas.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação da Trindade me predisponha para construir minha vida a partir deste modelo consumado de comunhão.
Fonte: Paulinas em 31/05/2015

Vivendo a Palavra

Celebramos hoje o encantamento que perpassa a nossa existência: o Mistério da Santíssima Trindade – as Três Pessoas: Amante, Amado e Amor. O Deus que nos Cria, Liberta e Santifica. Lembremo-nos do nosso Batismo, feito em nome da Trindade Santíssima, vivendo nossa missão de sacerdote, profeta e servo dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/05/2015

VIVENDO A PALAVRA

Celebramos hoje o encantamento que perpassa a nossa existência: o Mistério da Santíssima Trindade – as Três Divinas Pessoas: Amante, Amado e Amor. O Deus que nos Cria, nos Liberta e nos Santifica. Lembremo-nos do nosso Batismo, feito em nome da Trindade Santíssima, vivendo com entusiasmo e alegria a tríplice missão de sacerdotes, profetas e servidores dos irmãos.

Meditando o evangelho

BATIZADOS NA TRINDADE

A Santíssima Trindade é a face de Deus que Jesus nos revelou. Deus é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A cada pessoa é atribuída uma ação característica. O Pai envia o Filho com uma missão salvífica, em relação à humanidade. O Espírito Santo é enviado pelo Pai e pelo Filho para que esteja com os discípulos, em sua missão de testemunhar o Reino do Pai. O Filho tem sua existência totalmente enraizada no Pai. Seu alimento é fazer a vontade do Pai e realizar, com perfeição, a sua obra. O Espírito Santo revela aos discípulos o que ouviu de Jesus. Terminada sua missão terrena, o Filho voltou para junto do Pai, ao passo que o Espírito Santo continua a dinamizar, na história, a obra do Filho.
Quando o cristão é batizado no nome da Trindade, o modo de ser de Deus lhe é apresentado como modelo de vida. A perfeita comunhão existente entre as pessoas da Trindade deve tornar-se o ideal de comunhão dos cristãos. Igualmente, a capacidade de agir de forma integrada, sem concorrências nem sobreposição de um sobre o outro.
A diversidade não é empecilho para que aconteça a comunhão trinitária. As pessoas divinas não precisam abrir mão de suas individualidades para que a Trindade aconteça. A comunhão se faz a partir do diferente, na acolhida e no respeito pelo Outro. Este é o caminho que a comunidade cristã terá de tomar, se quiser deixar-se modelar pela Trindade.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação da Trindade me predisponha para construir minha vida a partir deste modelo consumado de comunhão.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. TRINDADE, NOSSA FAMÍLIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Chacrinha, o velho Guerreiro dos anos 70/80, revolucionou a TV com a sua comunicação irreverente nos programas de auditório ao vivo, foi um grande comunicador e há até uma frase sua que marcou o público “eu não vim para explicar, vim para confundir”. Há muita gente que pensa que Deus quis nos confundir ao revelar-se um Deus Trino, uma verdade ilógica, uma aberração matemática, segundo o raciocínio humano, pois 1 nunca será igual a 3, entretanto, é o contrário do que dizem, porque o homem jamais teria condições de penetrar no mistério de Deus e as leituras desse domingo, da Festa da Santíssima Trindade, mostra-nos como Deus se revela, permitindo ao homem contemplar toda a beleza desse amor.
Então penso que o maior e verdadeiro comunicador de todos os tempos é o Espírito Santo, chamado por Jesus neste evangelho, de Espírito de Verdade, que nos comunica não só quem é Deus, mas também quem somos, pois o mistério da vida do homem está em Deus Criador e fora dele, ou sem ele, não haverá compreensão que dê algum sentido ao ser humano, na sua caminhada terrena.
A pedagogia de Deus é perfeita, sem queimar nenhuma etapa, respeitando os limites do homem na sua dificuldade de compreender, ele se revela aos poucos, na medida em que o homem amadurece em sua fé, é, portanto, uma revelação pessoal, pois um comunicador de massa nos moldes que a mídia nos coloca, não sabe na verdade quem são as pessoas com quem se comunica, seu jeito de ser, suas dores e angústias, suas dificuldades, além do que, nem sempre o que a mídia nos comunica é verdadeiro, aliás, na maioria das vezes são “verdades” inventadas para se vender uma ideia, um conceito ou um produto. Mas Deus nos dá um tratamento personalizado, pois o Espírito Santo nos conduz à Verdade que é ele próprio.
O homem é muito especial, estando sempre no centro do projeto de Deus, basta ver a obra da criação em seus detalhes, feita com grande sabedoria, tudo foi preparado para que o homem fosse feliz, a sabedoria aqui mencionada em Provérbios, é como o amor de uma mãe que prepara com todo carinho o enxoval e o quarto onde o seu filho irá viver após o nascimento, amor que acolhe e que se alegra em ficar junto e a sabedoria de Deus tinha prazer de ficar junto com os filhos dos homens, o belo e perfeito, se apaixonando pelo feio e imperfeito. Nenhum Deus é assim, só o Pai de Jesus! O nosso Deus nunca foi um enigma que desafia os homens a decifrá-lo, ao contrário, torna-se acessível em Jesus Cristo, no qual pela fé somos justificados, isso não significa que alcançaremos à salvação de maneira passiva, pois a segunda leitura da carta de Paulo aos Romanos nos propõe o desafio de testemunharmos nossa esperança, que é Jesus Cristo, em meio às tribulações deste mundo.
As palavras de Jesus aos discípulos são consoladoras nesse sentido, porque na verdade eles estão tomados pela tristeza, por causa da ideia de que o senhor irá deixá-los, não havia se dado conta de que a volta de Jesus ao Pai, iria perpetuar a sua presença junto a eles, através do Espírito Santo. Os pecados e as misérias humanas não conseguem impedir essa comunicação de Deus aos homens, aberta a partir de Jesus Cristo, poderia se dizer que o emissor se comunica perfeitamente bem, mesmo que o receptor não seja muito eficiente, pois Deus nunca desiste do homem e o seu amor é eterno, comprovado em Jesus Cristo, ápice da revelação desse amor, que nos insere na vida de Deus através da comunhão.
Celebrar a Santíssima Trindade não é celebrar um mistério insondável, mas é sentir uma grande alegria, ao saber o quanto Deus nos ama, e se desdobra para nos alcançar e nos manter sempre junto a si. Uma Galinha que abre suas asas para proteger e abrigar os pintinhos, uma Águia que carrega sobre as asas seus filhotes para que apreendam a voar, são alegorias que aparecem na Bíblia e que facilitam à nossa compreensão a respeito de Deus. Enfim, embora não merecedores, somos todos membros desta Família Do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. (Festa da Santíssima Trindade)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Estou convosco todos os dias
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Israel professou a fé num único Deus. “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é Um”. Num mundo povoado por deuses oriundos de grandes mitologias, os israelitas foram sempre chamados de novo a não cair na tentação da idolatria e a reconhecer “que só o Senhor é Deus, foi ele quem nos fez e nós somos o seu povo”. O profeta Daniel fala da relação do povo de Israel com esse único Deus, povo que ouviu a voz de Deus como nenhum outro. Diante de todas as maravilhas que Deus fez em favor dos hebreus, desde a criação, passando pela libertação da servidão no Egito, até os dias de Daniel, que o povo “reconheça e grave em seu coração que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além dele. Guarde suas leis e seus mandamentos para ser feliz e viver longos anos sobre a terra que o Senhor teu Deus lhe deu para sempre”.
O evangelista São Mateus coloca na boca de Jesus as Três Pessoas Divinas. Ele envia seus discípulos a todas as nações para que façam surgir nelas novos discípulos de Jesus, que sejam batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Jesus pode ter dito isso literalmente ou o evangelista escreveu o que já era praticado desde o início pelos cristãos em suas comunidades. Desde o primeiro momento eles batizaram invocando as Três Pessoas Divinas. Hoje, depois de tantos séculos, celebrando a Santíssima Trindade, professamos a mesma fé em um só Deus em Três Pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Assim fazemos porque os primeiros cristãos nos transmitiram a compreensão que tiveram dos ensinamentos de Jesus. É claro que não entendemos a Santíssima Trindade e é evidente que nossa inteligência não é capaz de captar o mistério de Deus, de um único Deus e de Deus Uno e Trino. Ao mandá-los batizar, mandou-os também ensinar a observar tudo o que Jesus ordenou, prometendo estar com eles todos os dias, até o fim dos tempos. Eles ensinaram o que era preciso observar e o que era preciso crer.
Sentaram-se com os primeiros e contaram-lhes o que ouviram da boca de Jesus; e depois que os primeiros se foram, os que vieram depois continuaram a transmitir o que receberam, superando as dificuldades das interpretações, mantendo viva e firme até os nossos dias a Igreja de Jesus, una, santa, católica e apostólica. Vemos também na carta de São Paulo aos Romanos a presença da Trindade. Isto significa que já naquele tempo a fé no Deus Uno e Trino era consistente. O apóstolo fala dos que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, no qual clamamos “Pai” e somos herdeiros de Deus com Cristo. Os concílios se encarregarão depois de formular a doutrina da Trindade em termos precisos. É assim que hoje rezamos no Prefácio da Trindade que “o Pai, o Filho único e o Espírito Santo são um só Deus, não uma única pessoa, mas três pessoas em um só Deus. Tudo o que foi revelado a respeito do Pai, atribuímos igualmente ao Filho e ao Espírito Santo. Proclamando o Deus eterno e verdadeiro, adoramos cada uma das Pessoas, na mesma natureza e igual majestade”. Enquanto estamos por aqui, vemos tudo com os olhos da fé. Um dia estaremos mergulhados no Pai, no Filho, no Espírito Santo, nosso único Deus, a quem seja dada a glória, hoje e sempre. Amém.

Homilia da Solenidade da SSma. Trindade

Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

“Pai, Filho e Espírito Santo”

Oh Trindade, nós Vos louvamos

Louvamos pelo que sois, Trindade santa; Louvamos pelo que fez e faz por nós; Louvamos pela comunhão que nos concedeis! Dizer um Deus em Três Pessoas Divinas é professar o dogma fundamental de nossa fé cristã. Este augusto mistério nos foi revelado por Jesus Cristo e constitui a fonte de vida para todos os que acolheram as palavras de Jesus.
Para falar sobre a Santíssima Trindade só pode ser quem vive esse mistério com intensidade, como vemos em tantos santos. É o que nos falta. Impressionou-me ver um tio, que era um homem simples, clamar pela Santíssima Trindade do profundo de sua dor no momento de se despedir de sua filha falecida. Isso mostra que nela nos movemos e somos.
O louvor a Deus é o alimento de nossa vida. Reconhecer Deus é sabedoria espiritual e maturidade humana, pois o ser humano só consegue ser completo quando é capaz de saber de onde veio e para onde vai. Negar a Deus é desconhecer a si mesmo e sua dimensão maior. Somos mais que um punhado de carne com inteligência. Deus Trindade não nos diminui, pelo contrário, nos faz completos. Os que O negam é porque O reconhecem como existente, do contrário não precisariam negá-Lo.
O louvor não consiste em palavras, mas na aceitação deste diálogo vital entre a criatura e o Criador. Por isso rezamos no salmo: “Para Vós, até o silêncio é louvor” (Sl 65,1). Como podemos perder a força desse encontro que nos toma por inteiro?
Se a vida pode ser pesada no dia a dia, temos certeza que sermos saciados por essa Presença que preenche a eternidade na densidade de realização e completa satisfação. Ao nos abrirmos ao diálogo em nosso dia temos o eterno que invade nosso cotidiano. Teremos o sentido e o significado de tudo o que fizermos e buscarmos.

Abba, Pai!

Aprendemos de Jesus como amar o Pai, pois, unidos a Ele nós estamos em contínuo louvor e ação de graças. Quem reza em nós é o Espírito. O mesmo Espírito que unia Jesus ao Pai, nos une também a Ele nesse mesmo diálogo amoroso de tal modo que Rezamos em Cristo e Cristo reza em nós.
Entramos no relacionamento de Jesus como Pai e podemos dizer com Ele Abbá, que significa Papai. O relacionamento de Jesus com o Pai era de total carinho e abertura ao amor. Essa é a oração que nos ensina: Orar é contemplar amando. Só assim poderemos dizer: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
A liturgia de hoje nos ensina o mistério em sua teologia e nos ensina a pedagogia do amor que responde. Depois de ouvirmos tanto sobre o Deus vingativo e repressor que ameaça, ouvimos sobre o Deus misericórdia que quer que todos tenham vida e a tenham em abundância. Responder ao amor é a adoração que a Trindade espera de nós.

Um Deus que se faz misericórdia

Todos os atos de Deus em relação a nós são atos de amor misericordioso. A própria criação é a primeira expressão desse amor como rezamos no salmo 32. Moisés relata a grandeza da ação de Deus. Ele é o Deus que escolheu o povo dentre todos os povos. Salvou-o da escravidão. Servir e amar esse Deus é garantia de felicidade e vida longa.
Não podemos imaginar um Deus diferente do Deus amor. Se seu mistério é profundo, mais profundo é seu amor libertador. Cristo ao vir a nós para nos acolher nessa Vida, nos garante se sofrermos com Ele, somos glorificados com Ele (Rm 8,17). Vivemos sempre voltados para a Trindade, pois toda celebração se inicia com o sinal da cruz, obra da Salvação realizada por Cristo em união com o Pai e o Espírito. A cruz domina o universo.

Leituras: Deuteronômio 4,32-34.39-40;Salmo 32;Romanos 8,14-17;Mateus 28,16-20

Homilia da Solenidade da Santíssima Trindade

Celebrar a Santíssima Trindade é louvar o Deus Uno e Trino. É um mistério acessível a nós pelo amor. Reconhecer Deu sé uma sabedoria espiritual e maturidade humana. Deus não nos diminui, mas nos faz completos. O louvor é o acolhimento do diálogo vital entre criatura e Criador.
Aprendemos com Jesus como amar o Pai. Quem reza em nós é o Espírito Santo que nos une ao amor do Filho pelo Pai e do Pai pelo Filho. A liturgia nos introduz na pedagogia do amor que responde. Deus é misericórdia e quer que todos tenham vida. Responder ao amor de Deus é a adoração.
Todos os atos de Deus são atos de amor misericordioso. A criação, a escolha de um povo e a libertação do sofrimento do Egito são atos de misericórdia. Participando de seus sofrimentos, participamos de sua glória. Toda celebração se inicia com o sinal da cruz.

Meu pai é rico

Santíssima Trindade! A fé cristã professa com verdade e fonte de vida que há um só Deus em três Pessoas distintas. Nós adoramos Deus Trindade. Quer dizer que reconhecemos que Dele dependemos e para Ele dirigimos nossa vida e como Ele vivemos. É uma Unidade na diversidade de missão. Onde age um, agem as três Pessoas unidas, pois em Deus não há separação nem anulação das Pessoas.
É um dogma de nossa fé. É um mistério insondável: pois podemos sempre conhecer melhor. É inefável: Nunca explicaremos o suficiente. É fonte do amor, razão de nosso amor e finalidade de nosso amor. É importante, nas missas, fazer bem a oração do Creio em Deus Pai. É nossa profissão de fé.
Todas as ações de Deus entre nós foram de salvação e libertação. Deus sempre toma a iniciativa no amor que tem por nós.
Que Deus há tão grande que tenha se manifestado com tantos sinais em favor do povo? Guarda suas leis e será feliz. Esse Deus nos convida a ter um relacionamento de filhinhos queridos, chamando-o de Abbá! Paizinho. O Espírito nos põe em relacionamento com a Trindade. Jesus nos manda levar a todos esse anúncio e fazer discípulos seus todos os povos.
Esse Pai tem todas as riquezas. Por que passar tanta fome de tudo no mundo?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 31/05/2015

REFLEXÃO

SANTÍSSIMA TRINDADE

Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

Na vida de Jesus nos foi revelado que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo

I - INTRODUÇÃO GERAL

Foi Pentecostes que levou os discípulos a reler a vida de Jesus e perceber naquele homem de Nazaré um excesso de significado, pois notaram que havia algo mais naquela existência humana, uma origem divina. A fé no Deus trinitário surgiu da releitura da vida de Jesus na sua relação com o Pai e com os seres humanos. A Encarnação, a Unção para o ministério público e a Ressurreição constituem os momentos principais da atividade do Espírito Santo na vida de Jesus. Isso significa que o vínculo que Jesus demonstra ter com o Pai e com os seres humanos é realizado pela ação do Espírito Santo. Jesus veio para fazer a vontade do Pai e a discernia em oração sob a ação do Espírito, que o conduziu em todos os omentos. O evangelho, a boa-nova para a humanidade acerca de um Reino de fraternidade e paz, é proclamado e instaurado por Jesus no poder do Espírito Santo.
O Deus dos cristãos se revela como dom, entrega pessoal e comunhão plena, na qual fomos convidados a entrar desde agora com base no amor efetivo a Deus e ao próximo, para que no fim dos tempos cheguemos à plenitude deste dar e receber amor. Na vida de Jesus nos foi revelado que Deus é Pai, pois tem um Filho com o qual forma uma comunhão única. Tal revelação nos foi dada pelo influxo do Espírito Santo sobre nossa consciência. O conhecimento dessa comunhão é a fonte de toda a vida cristã, tanto no que se refere à oração quanto à vida comunitária e à atividade missionária.

II - COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

Evangelho (Mt 28,16-20): Batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

O Deus que se revela no Novo Testamento não é diferente daquele que caminhou com o povo de Israel. Trata-se do mesmo Deus justo e misericordioso desde toda a eternidade. Contudo, a revelação desse Deus que é comunidade de amor pertence apenas ao Novo Testamento, pois, com a vinda de Cristo, Deus se revelou ao ser humano no mistério de sua vida íntima e entrou doravante em relação com a humanidade não apenas como Deus único, Senhor e criador, mas também como comunidade de amor. Deus é Pai que nos ama como filhos em seu Filho único e na comunhão do Espírito Santo.
Além disso, o privilégio da filiação não está reservado a um só povo, mas estendeu-se a todo aquele que aceitar a mensagem de Jesus. Com efeito, antes da ascensão, Cristo havia dado aos discípulos o mandamento de evangelizar todas as nações e batizá-las “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (v. 19).
Cada ser humano entra em relação com essa Comunidade Divina de amor mediante o batismo, mergulho na vida, morte e ressurreição de Cristo. Por esse mergulho renasce a vida nova e cada um torna-se incorporado a Cristo. Sendo membro de Cristo, torna-se filho no Filho, participante da família divina. É templo do Espírito Santo, que infunde no cristão o espírito de adoção. Perante Deus, o cristão é um filho introduzido na intimidade da vida trinitária, a fim de que viva na história o reflexo daquela comunhão existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Eis a missão dos discípulos de Jesus: efetivar neste mundo o Reino de fraternidade universal, fazendo acontecer a grande família humana, a exemplo da família divina, da qual somos imagem e semelhança.

I leitura (Dt 4,32-34.39-40): O primogênito dentre as nações

A fé no Deus trinitário não pertence ao Antigo Testamento, o qual se limita a proclamar a unicidade do Deus “vivo e verdadeiro” em oposição aos ídolos de morte. A primeira leitura tirada do livro do Deuteronômio nos oferece grande ensinamento sobre o Deus único. O Deus da aliança está “lá em cima no céu e aqui embaixo na terra; e não há outro” (v. 39). Essa verdade tinha de ser constantemente lembrada a Israel por causa de seus vizinhos, povos politeístas, adoradores de muitos ídolos. Repetir constantemente essa verdade ajudava Israel a não cair na tentação da idolatria. Portanto, uma geração deveria contar à geração seguinte os feitos do Senhor, porque dessas narrativas o povo tirava a força para perseverar na fé.
O povo de Israel conservava na memória, principalmente litúrgica, os feitos do Senhor: seus atos de poder e de glória, mas também a constante presença divina, atraindo o ser humano para si e o defendendo de todo mal. Um Deus soberano no céu e libertador na terra. Um Deus que desceu para redimir os escravos no Egito. Um Deus tão próximo, que fez um pacto, uma aliança de amor e fidelidade com os descendentes de Abraão, ínfimos a tal ponto que nem sequer eram conhecidos como um povo, por serem considerados apenas escravos fugitivos.
Era um Deus totalmente diferente dos ídolos das demais nações, pois amava os hebreus, que aos olhos do mundo eram pessoas insignificantes, seminômades que atravessavam o deserto indo de um oásis a outro. Entretanto, Deus conduziu Israel como um pai conduz um filho, tirando-o dentre as nações e o constituindo um povo para si.

II leitura (Rm 8,14-17): Pelo Espírito clamamos Abbá, Pai

O texto que lemos ressalta de maneira particular a ação do Espírito Santo na filiação divina do ser humano: “O próprio Espírito se une ao nosso espírito para testemunhar que somos filhos de Deus” (v. 16).
O Espírito Santo nos foi enviado para nos transformar interiormente e nos conformar à imagem do Filho. Trata-se de uma regeneração íntima, verdadeiro renascimento espiritual. O Espírito Santo é autor e testemunha que, infundindo no ser humano a íntima convicção de que é filho de Deus, o encoraja a amá-lo e invocá-lo como Pai.
Mas para que o poder do Espírito Santo possa cumprir essa obra de filiação, o ser humano necessita deixar-se guiar por ele à luz de Jesus Cristo, que em todo o seu agir foi movido pelo Espírito Santo. Dessa forma, “todos os que se deixam guiar pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (v. 14).
Não há nenhum louvor mais agradável à Comunidade Divina que nossa abertura à ação do Espírito. Essa ação nos faz participantes da mesma obediência de Jesus à vontade do Pai. E nos faz servos de nosso próximo como Jesus o foi. É assim que demonstramos nossa fé trinitária, na vivência cotidiana conduzida pelo Espírito, configurando nosso agir ao agir de Cristo no serviço aos irmãos e em obediência à vontade do Pai.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

É muito salutar que o presidente da celebração não se aventure a explicar de modo abstrato o dogma da Trindade, correndo o risco de dizer heresias e/ou transformar a nossa fé num criptopaganismo e confundir a cabeça do povo.
Basta que as leituras bíblicas sejam explicadas. No evangelho, vemos Jesus sempre conduzido pelo Espírito Santo e em obediência ao Pai. É assim que vemos e compreendemos a Trindade, à luz da vida de Jesus.
A fé na Trindade é mais que um conjunto de palavras complicadas e abstratas, é um modo de viver no mundo. A fé, conforme a carta de Tiago (2,18), é algo que se mostra e se vê. Nossa fé na Trindade não é tanto um conjunto de definições teológicas, mas um modo de viver configurado ao viver de Cristo, ungido pelo Espírito e em obediência à vontade do Pai.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 31/05/2015

HOMÍLIA

Santíssima Trindade

A MISSÃO DE FAZER DISCÍPULOS DE JESUS

Tudo recomeça na Galileia. Jesus iniciou a sua missão ali e agora a Igreja é convidada a retomar o mesmo caminho dele. Iniciar na Galileia é ir às periferias econômicas e sociais, como nos ensina o papa Francisco. Com isso, Jesus reafirma o compromisso com os pobres e os sem importância para a sociedade.
O Evangelho de Mateus conclui com a despedida do Ressuscitado a seus discípulos. Antes de se despedir, porém, Jesus indica-lhes a missão e lhes deixa uma promessa.
A missão é fazer os povos discípulos de Jesus. Fazer discípulos não é fazer proselitismo, e sim fazer que as pessoas conheçam o projeto de Jesus e vivam segundo esse projeto. O batismo é o compromisso que deriva dessa adesão a Jesus.
A promessa de Jesus é esta: “estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Essas são as últimas palavras do Evangelho de Mateus. Portanto, não estamos sós e abandonados à própria sorte. Nossa grande alegria e esperança é que o Ressuscitado está conosco sempre e em todos os recantos.
O mistério da Trindade santa – um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo – é o fundamento da esperança, a força da caminhada e o conteúdo fundamental da fé. A solenidade da Santíssima Trindade é como que uma retrospectiva do ano litúrgico: o Pai que envia o Filho e o Filho que promete o Espírito, o qual anima a comunidade.
Reconhecer o Deus Trindade e comprometer-nos com ele é abandonar os falsos deuses ou os ídolos modernos que nos cercam a todo momento: o consumismo desenfreado, o ter sempre mais, em prejuízo dos outros; o individualismo, que nos fecha os olhos aos irmãos necessitados; o comodismo, que nos imobiliza diante da necessidade de nos envolver com a transformação das estruturas injustas; o culto ao corpo, à beleza física, como sublimação de complexos e do mito da eterna juventude. Tudo isso caminha na contramão do que indica a Santíssima Trindade, que é relacionamento e compromisso. Nosso Deus é um Deus que ama, se relaciona e se compromete. É um Deus comunhão de vida.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 31/05/2015

Reflexão

São as últimas palavras do evangelho de Mateus. É também a última coisa que Jesus faz antes de voltar ao Pai. A cena ocorre numa montanha, lugar da manifestação de Deus. Jesus se apresenta aos discípulos. Muitos o identificam, de tal modo que se prostram diante dele. Entretanto, como de costume, “alguns duvidaram”. Essa dialética (crer/não crer) parece acompanhar a humanidade em toda a sua história. Era assim na presença de Jesus de Nazaré e segue sendo assim em todo tempo e lugar. Solenemente Jesus reitera a missão dos discípulos: fazer que todas as nações se tornem discípulas dele, introduzindo-as na sua comunidade pelo batismo em nome da Trindade e ensinando-as a praticar tudo o que ele mandou. Conclui seu legado com a garantia de sua incessante presença: “Estou com vocês todos os dias”.
(Dia a dia com o Evangelho 2015, Pe. Luiz Miguel Duarte)
Fonte: Paulus em 31/05/2015

Reflexão

Tudo recomeça na Galileia, onde Jesus iniciou sua missão. Agora, a Igreja é convidada a retomar o mesmo caminho. Iniciar da Galileia é ir às periferias econômicas e sociais, como nos ensina o papa Francisco. Com isso, Jesus reafirma o compromisso com os pobres. O Evangelho de Mateus conclui com a despedida do Ressuscitado, quando ele indica aos seus seguidores a missão e lhes deixa a promessa. A missão é tornar os povos discípulos de Jesus. Fazer discípulos não é fazer proselitismo, é antes fazer que as pessoas conheçam e vivam o projeto de Deus. A promessa é esta: “Estarei convosco todos os dias e até o fim dos tempos”. São as últimas palavras do Evangelho de Mateus. Mediante o seu Espírito, Jesus nos garante sua constante presença entre nós. Não estamos sós e abandonados à nossa própria sorte. Nossa grande alegria e esperança é que o Ressuscitado está conosco sempre e em todos os recantos. O Deus-Trindade nos mostra nossa condição de pessoas em comunhão. Convoca-nos a abandonar os modernos ídolos, que nos convidam ao fechamento em nós mesmos: o consumismo desenfreado, o individualismo, o comodismo, o culto ao corpo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

HOMILIA

UNIDOS NA TRINDADE SANTA

A festa de hoje é um convite a mergulhar no imenso mistério da vida íntima do próprio Deus e a louvar a grandeza do seu amor: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
Deus revela-nos o mistério da sua vida quando, para nos fazer participar da sua própria vida, nos envia o seu Filho à Terra, e o Filho – consumada a obra da Redenção – nos envia do Pai o Espírito Santo.
A Igreja – fundada por Deus à imagem da SSª Trindade – é também um mistério de comunhão na unidade, a que jamais pode renunciar.
Ora, pois bem! Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras dirigidas aos seus discípulos de irmão para irmão, de amigo para amigo. São palavras de vida que seduzem e conquistam. Os discípulos são enviados de modo a eles próprios fazerem novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na observância de sua palavra e na adesão à vontade do Pai. Agora, os discípulos são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Jesus ao afirmar: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, torna muito bem claro que Ele não é somente o Filho de Deus, como algumas pessoas acreditam, mas sim, o próprio Deus descido do Céu, consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza que o Pai, com os mesmos poderes do Pai, porque quem o viu, viu o Pai. Ele está repetindo o discurso que havia feito antes através do evangelista João: Eu e o Pai somos um!
Ao enviar ordenadamente os seus discípulos: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele está nos confirmando que Deus é uno e trino, pois é composto de três pessoas distintas, muito embora não entendamos isso com a nossa razão nem com a nossa inteligência, mas sim com os olhos da fé. Não se trata de um dogma inventado pelos papas e bispos, mas sim, uma realidade anunciada pelo próprio Deus na pessoa de seu filho amado. A Santíssima Trindade, assim como a existência da nossa alma invisível, é um grande desafio para a nossa fé, pois tais verdades anunciadas por Jesus, só podem ser detectadas, repito, pelos olhos da nossa fé.
Quando Jesus nos garante: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. É para a gente confiar mesmo, ter coragem e a decisão inabalável de continuar o nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, através do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos. Isto porque não somos concorrentes uns dos outros, mas sim, somos multiplicadores de muitos outros cristãos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Vejam que os discípulos são enviados de modo que eles próprios vão fazer novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, nem tampouco nenhuma obrigação de aceitar, também não há nenhum processo de seleção, porque todos, sem distinção, são chamados ao seguimento de Jesus, para ouvir a sua palavra, e colocá-la em prática, e através da observância de sua lei e na adesão à vontade do Pai, todos sejam salvos. A missão de Jesus começou com o seu batismo no Rio Jordão.
No Evangelho de hoje, Jesus me envia e te envia como discípulos para evangelizar e batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não ofereça resistência à sua voz. Responda sim ao seu chamado e vai unido, unida à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Fonte: Liturgia da Palavra em 31/05/2015

REFLEXÕES DE HOJE


27 de MAIO-DOMINGO

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HOMILIA DIÁRIA

Só o amor opera a verdadeira unidade entre nós

Só o amor opera a verdadeira unidade entre nós. A Santíssima Trindade quer ser para nós escola, vida e luz para nos ensinar a viver a unidade, mesmo tendo nossas diferenças!
“Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28, 18-19).
A alegria que o coração de Deus nos dá no dia de hoje é a de celebrarmos a essência, o fundamento e a razão da nossa fé. Nós hoje celebramos o Deus no qual cremos, o Deus em quem acreditamos, o Deus a quem servimos e no qual colocamos a nossa vida. Nós celebramos a essência amorosa de Deus, porque o Deus a quem nós servimos é essencialmente comunidade. Ele não é um Deus sozinho, um Deus isolado, mas sim um Deus único, que não se divide nem se separa, cada um tem a própria personalidade: um Deus que é Pai, é Filho e Espírito Santo.
Que mistério lindo, profundo e admirável! Espelho para todas as relações humanas! São realidades de Três Pessoas que não se confundem: o Pai é o Pai, o Filho é o Filho e o Espírito Santo é o Espírito Santo. Eles não se misturam, mas também não se separam, são uma única e mesma realidade.
E qual é o laço que os une? Qual é o laço que faz com que sejam um? É o amor que há entre o Pai e o Filho, e o Pai e o Filho geram o Espírito Santo. E do Espírito Santo, este enlace de amor entre o Pai e o Filho, a vida brota e circula. E o bonito é que não é um círculo vicioso; é um círculo amoroso existente entre os Três.
Nós hoje louvamos, bendizemos, adoramos, glorificamos e exaltamos a Trindade Santa, a Santíssima Trindade, modelo de vida, de comunidade e de unidade que deve existir em nossa vida e em nossas relações.
Reconhecer as diferenças existentes entre nós e as pessoas nunca é uma dificuldade para se estabelecer a unidade; muito pelo contrário: é um espelho a ser olhado. Só o amor opera a verdadeira unidade e a verdadeira comunidade! Só o amor pode fazer com que uma família seja única, mesmo tendo funções distintas: o pai é o pai, a mãe é a mãe e os filhos são os filhos, mas todos os membros formam uma única e mesma realidade: a unidade familiar.
A Santíssima Trindade quer ser, para nós, escola, vida e luz de que podemos viver a unidade mesmo tendo nossas diferenças! Salve o Deus Santo, Uno e Trino! Salve! Adoramos e glorificamos o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 31/05/2015

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de Tua Presença inefável em nós e na nossa vida. Através do apóstolo Paulo, Tu nos ensinaste que nós vivemos, nos movemos e existimos mergulhados em Ti. Não permitas, Pai amado, que as seduções do mundo nos impeçam do encantamento constante por Teu Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/05/2015

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a consciência de Tua Presença em nós. Através do apóstolo Paulo, Tu nos ensinaste que mergulhados em Ti nós vivemos, nos movemos e existimos. Respiramos Amor. Não permitas, Pai querido, que as seduções do mundo nos impeçam do encantamento e da gratidão pelos dons de tua Misericórdia. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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